Jornalista relata como foi experiência de queda do filho na piscina; leia
A jornalista Suzana Esper, 33, relata o susto que teve com a queda do filho Miguel, 2, na piscina de casa. Leia depoimento abaixo:
“Quero escrever sobre isso pelo simples exercício de compartilhar experiência. Meu filho caiu na piscina de casa mesmo estando acompanhado por vários adultos, inclusive eu. Antes que me perguntem: sim, ele está muito bem e não, ele não estava sozinho.
A piscina fica isolada por grades. O sol estava bem forte, era sábado à tarde. Hora do almoço. Ele nadou bastante em companhia do avô, usando boia _uma que simula um colete salva-vidas. O avô saiu da piscina, ele também. Em seguida tirou as boias para brincar na beira – eu e avó grudadas, observando-o brincar à nossa frente.
Sentei-me à mesa do rancho que fica em frente à piscina e a um computador. Tinha ampla visão da piscina.A avó estava no fogão, mas de costas para o meu filho.
Ele foi brincar num local que tem torneira, que fica num pequeníssimo espaço fora de nossa visão da piscina.
Caiu e não vimos! Eu também me pergunto como não percebemos. É muito pouco espaço (acreditem) fora do alcance de nossa visão. Dava para ver dentro da piscina. E para escutar o barulho da água (da brincadeira, na minha mente, eu acho) que não parou. Não parecia haver nada de errado ou de perigoso acontecendo.
Quando o encontramos, o rosto do meu menino estava completamente pálido, com a boca roxa, olho entreaberto, quase desmaiado de cansaço. Estava dentro da água, mas com olhos e nariz para fora, boiando na vertical.
O segundo assustador em que isso acontece parece eternidade. E você tem uma aterradora certeza: nunca poderá saber quanto tempo ele ficou dentro da piscina.
Retiramos ele da água, minha mãe e eu. Ele acordadinho, respirando, cabeça erguida, respondendo a nossas perguntas.
Levamos ao banheiro, vomitou toda a água que tinha bebido. Tomou banho quente. Ligamos para os bombeiros e para o médico da família. E, em pouquíssimo tempo, estávamos no pronto-socorro municipal de Tremembé, cuja medicina é sensível e a casa é limpa e arrumada.
No caminho até o hospital, ele até cantou comigo _tentei distraí-lo, pois tinha medo que dormisse.
No consultório, ele chorou, mas até brincou com o estetoscópio do médico.
O raio-x mostrou que ele não aspirou absolutamente nenhuma água pelo nariz, o que afastava o risco de haver água nos pulmões.
Nunca fez natação, mas nadava muito, desde sempre! Como a minha casa tem piscina, ele sempre nadou comigo, com meus irmãos, primos, com todo mundo.
A gente soltava mesmo na água! Todos ajudavam ele a “nadar da beirinha até a mamãe”.Então considero que ele tenha ficado tempo suficiente para que o desespero o fizesse cansar e o instinto o tenha salvado. Ele estava perto da beira, com a cabeça para fora, nariz fora da água, como se ‘boiasse em pé’.
Foi pouquíssimo tempo.
Mais tarde, no mesmo dia, ele me disse “Chega pixina”. Eu rebati: “Chega pixina sem boia,né, filho?! Você gosta de pixina e é uma delícia. Mas não pode jogar brinquedo dentro, ficar na beirinha sem mamãe. E tem que entrar com a mamãe, vovó, vovô. Quer ir comigo lá agora?” Ele quis. Nós nadamos os dois, no mesmo dia.
Ele não tem medo nenhum… Eu não durmo há algum tempo e tento lidar com isso.
Desejo com amor profundo, para todas as pessoas que leiam meu depoimento, que tomem cuidado com seus filhos fortes, inteligentes, lindos, espertos, falantes ou não. Um segundo é um segundo aterrador. Nesse caso, ‘nascer de novo’ é como precisar escalar um precipício.”
A ONG Criança Segura fez um joguinho interativo para mostrar como evitar acidentes com crianças na água. Clique e veja se você sabe onde mora o perigo (http://criancasegura.fbiz.com.br/ning-content/swf/cenarios_som.swf).