Saiba como evitar afogamento infantil, a 2ª maior causa de morte de crianças

FABIANA FUTEMA

O verão está chegando e nada como uma piscina ou praia para se refrescar. Só que os adultos não podem descuidar nem por um segundo dos pequenos nesses momentos de lazer. O afogamento infantil é a segunda maior causa de morte de crianças de 1 a 14 anos, segundo a ONG Criança Segura  _a primeira é o trânsito.

“A principal dica de prevenção é a supervisão por parte do adulto de forma constante e atenta em todo lugar com água”, diz Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura.

Engana-se quem pensa que o risco de afogamento existe apenas em piscina, praia, rio ou represa. Lia diz que crianças pequenas podem se afogar em baldes, bacias, banheiras e até mesmo no vaso sanitário (mãe relata susto que teve com a queda do filho na piscina; leia).

“Bastam três dedos de água para uma criança pequena se afogar”, diz Lia. Entende-se por pequena as crianças de até 4 anos.

Segundo ela, as características físicas de crianças deixas faixa etária contribuem para afogamentos domésticos em lugares como balde ou banheira com água. “A cabeça é a parte mais pesada do corpo e elas ainda não têm muita habilidade motora para levantar com rapidez e sair dessa situação de perigo.

Mas as crianças maiores também devem ficar sob supervisão de um adulto enquanto estiverem na água _a ONG recomenda essa atenção até os 14 anos.

Lia diz que os mais velhos podem se submeter a situações de risco por terem a falsa ideia de independência, até mesmo aqueles que sabem nadar ou estão aprendendo. “Não é recomendável que a criança ou jovem fique sozinho na água. É preciso orientá-lo e alertá-lo sobre o risco de certas brincadeiras, pois ainda não tem noção do perigo.”

Levantamento da Criança Segura com base em números do SUS mostra que 103 crianças foram hospitalizadas por afogamento de janeiro a agosto de 2013. Desse total, quase metade (48) tinha de 1 a 4 anos. Por tipo, a maior ocorreu dentro de piscinas.

Apesar da maior parte das hospitalizações decorrerem de afogamento em piscinas, acidentes em águas naturais lideram os motivos de óbitos: 424 dos 1.115 casos registrados em 2011 _dados mais recentes.

Prevenção

Para evitar afogamento dentro de casa, Lia recomenda que crianças de até 4 anos não tenham acesso a baldes, bacias, banheiras, tanques ou vasos sanitários. Em relação a esse último caso, a orientação é que a porta do banheiro esteja sempre fechada e que o vaso sanitário tenha uma trava de fechamento _equipamento disponível em lojas de artigos infantis.

Para quem tem piscina em casa, a recomendação é que ela seja fechada, ou seja, não deve ter livre acesso para crianças.

Outra dica é matricular as crianças em escolas de natação. “É importante que a criança aprenda a nadar a partir de 4 anos. Alguns pediatras indicam que esse aprendizado comece até mais cedo”, afirma Lia.

Segundo ela, o único equipamento considerado preventivo são os coletes salva-vidas. As boias de braço ou de sentar não entram nessa categoria. “Esses outros são para diversão, mas não previnem afogamentos.”

Em relação à prevenção na praia, ela diz que o melhor é conhecer o local onde você está. “E nunca, de jeito nenhum, deixar a criança sem supervisão.”

Minha companheira de Maternar, a jornalista Giovanna Balogh, escreveu em 2011 sobre cursos de natação para crianças. Leia o texto e veja fotos abaixo.