Obstetra debate transformação da técnica tradicional de parto em humanista

FABIANA FUTEMA
Bebê nasce empelicado (em volto na bolsa) em parto humanizado (Foto: Paula Poltronix/Além D´Olhar)
Bebê nasce empelicado (em volto na bolsa) em parto humanizado (Foto: Paula Poltronix/Além D´Olhar)

O que um parto humanizado? Para a obstetra Roxana Knobel, dois pressupostos podem ser utilizados para classificar um parto como humanizado: 1) a mulher é a protagonista, o centro das atenções; 2) toda intervenção é baseada em evidências científicas.

Partindo desses princípios, o parto será conduzido de acordo com a vontade da gestante. “Se ela não quiser usar camisola para parir, não usa. Ela não vai usar camisola só porque é rotina. Se ela quiser parir de pé, tudo bem”, afirma Roxana.

Segundo ela, muitos profissionais da saúde seguidores das técnicas tradicionais estão começando a se interessar pelo parto humanizado. “Muitos querem saber mais, mas não sabem por onde começar.”

Para Roxana, modificar os métodos tradicionais de parto não são tão difíceis quanto parece. “É complicado mudar a posição de parir deitada para de cócoras ou outra qualquer? É só permitir que a grávida fique acocorada. Não é tão complicado.”

Outro exemplo, segundo ela, é a redução da episiotomia (corte entre a vagina e ânus). “É só parar de fazer. Os médicos foram ensinados a cortar, mas não precisa. É uma mudança de paradigma.”

Mas as mudanças não atingem apenas os profissionais de saúde. A mulher, para exercer seu protagonismo, precisa estar bem informada. Tem de conhecer seus direitos. Um deles, por exemplo, é sobre o direito ao acompanhante durante o parto, garantido em lei.

Outra recomendação é conhecer a equipe que irá acompanhá-la no parto. A escolha começa pelo obstetra, que pode dar sinais logo no começo sobre de estar disposto ou não a realizar um parto normal.

Roxana é uma das palestrantes do 2° Siparto (Simpósio Internacional do Parto), que acontece até sábado em São Paulo.