Saiba lidar com a ‘terrível crise dos 2 anos’ do seu filho
Da noite para o dia a criança que parecia um anjinho se transforma numa pestinha. De meiga e dócil, passou a dizer não para tudo. E a se jogar no chão dentro do shopping ou do restaurante ao menor sinal de contrariedade.
Se o seu filho se encaixa na descrição acima é bem provável que ele esteja passando pela chamada ‘terrível crise dos 2 anos’.
Pais, não se assustem. Essa mudança de comportamento é normal e faz parte do desenvolvimento da criança, segundo Ricardo Halpern, presidente do departamento de pediatria do desenvolvimento e comportamento da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
Segundo ele, os acessos de fúria ou birra acontecem por que a criança ainda não sabe lidar direito com a frustração. “O não é visto como uma ameaça. E muitas vezes pode ser interpretado como um sentimento de que ‘não gostam de mim’ por isso me dizem não.”
Halpern diz que ao fazer escândalo, as crianças estão testando os limites dos pais. Para lidar com acessos de fúria, os pais devem ter em mente que é preciso ensinar o filho a lidar com a frustração.
“Aprender a tolerar a frustração e a negativa é um aprendizado para a vida futura. Sabemos que a vida não dirá sempre sim para elas no futuro. E elas precisam estar habilitadas para lidar com isso. E é nessa idade que se começa esse trabalho”, afirma o pediatra.
Ele recomenda que os pais sejam tranquilos e seguros na hora de dizer não para o filho. É importante também não voltar atrás só porque a criança caiu no choro.
Halpern diz que tanto o pai como a mãe devem combinar previamente a conduta que será tomada pelos dois em caso de pirraça da criança. “É fundamental que os pais tenham a mesma informação a respeito do que deve ser dito para as crianças. Se houver discordância de conduta, haverá uma dupla mensagem. Isso confunde e propicia que a criança repita sua atitude.”
Essa fase de birra só acontece por que a criança atravessou outras etapas, como andar e início da fala. “A criança passa a ter maior maior entendimento do ambiente em torno dela, começa a interagir e observar as reações do mundo e das pessoas ao seu redor. O seu desejo de coisas é muito forte, embora ainda não tenha todos os mecanismos adequados para lidar com a frustração”, afirma Halpern.
E eu com isso?
É lógico que eu não passaria impune por essa fase. Meu anjinho só tem 1 ano e 10 meses, mas parece PhD em birra e pirraça.
Tento aprender com amigas mais escoladas a lidar com essas cenas. Ainda não saí do sério (não sei como). Reparei que depois de um tempo sozinho ele para de gritar, de chorar ou de se jogar no chão.
Algumas atitudes são muito irritantes. Quase perdi a paciência quando ele jogou o prato de comida no chão duas vezes seguidas. O confortante é que todos dizem que essa fase passa.