Mãe é proibida de amamentar no MIS e mulheres fazem mais um mamaço

Giovanna Balogh
A modelo Priscila Navarro Bueno amamenta a filha no MIS após ser proibida de amamentar (Foto: arquivo pessoal)
Priscila Navarro Bueno amamenta a filha no MIS após ser proibida de amamentar (Foto: Matrice)

Sabe aquela sensação de que já li essa notícia? Pois é. Mas, aconteceu de novo. Mais uma mulher foi impedida de amamentar seu filho em lugar público. Depois do Itaú Cultural e do Sesc Belenzinho, agora foi no MIS (Museu da Imagem e do Som), em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).

No dia 5 de fevereiro, a modelo Priscila Navarro Bueno, 23, estava visitando a exposição do David Bowie com o marido e a filha Julieta, de sete meses. Ela conta que logo no início da exposição a menina quis mamar e ela retirou o seio para alimentar a filha. “Cinco minutos depois um monitor veio até mim e perguntou se eu queria amamentar num local mais reservado, eu disse que não pois queria ver a exposição e ele se retirou”, comenta.

Priscila conta que continuou vendo a exposição até que uma segurança a cutucou. “Quando virei, ela olhou diretamente para os meus seis dizendo ‘ah, você não está amamentando’ já que a minha filha estava dormindo e não mais mamando”, diz. Segundo a mãe, as pessoas no entorno ficaram olhando e em seguida chegou uma outra monitora recomendando que “fosse para uma sala mais reservada pois não era permitido amamentar no MIS.”

A mãe conta que ela e o marido questionaram e a funcionária voltou a dizer que era proibido e que ela poderia fazer uma queixa no site caso não concordasse. “Fiquei envergonhada e sem saber o que responder, fui embora por estar constrangida”, comenta. Segundo Priscila, ela e o marido tinham visto apenas a primeira parte da exposição.

Na saída, ela conta que uma outra funcionária do MIS se desculpou e disse que os monitores estavam mal informados e que ela poderia retornar para a exposição em qualquer outro dia.

Após o caso ganhar repercussão nas redes sociais com as mulheres organizando um mamaço (amamentação coletiva em protesto) para o próximo domingo (16), Priscila disse que foi convidada para uma reunião com representantes do MIS na última semana. Na ocasião, foi definido que eles fariam um evento, às 16h de domingo, para “um ato de conscientização sobre a importância da amamentação”, explica a nota enviada para o MIS.

Como o MIS não concordou, segundo as organizadoras do mamaço, em permitir o uso de cartazes informando sobre o caso da proibição de amamentar no local as mães decidiram antecipar o protesto para às 14h de amanhã. Até hoje, quase cem mulheres já haviam confirmado presença no ato.

OUTRO LADO

Procurado, o MIS pediu desculpas pelo ocorrido e afirma que mães que visitam o museu têm total liberdade de amamentar seus filhos no espaço expositivo. “Essa política já foi reforçada com seus funcionários e, no próximo domingo, pais e mães serão convidados para realização de um ato de conscientização sobre a importância da amamentação”, explica a nota.

Segundo o MIS, o evento acontece a partir das 16h no foyer do Auditório MIS, dentro da Maratona Infantil – evento mensal que oferece uma programação gratuita voltada para a família com uma série de atividades.

OUTROS CASOS

A polêmica sobre restringir o local de amamentação ganhou grande repercussão em março de 2011, quando a antropóloga Marina Barão foi proibida de amamentar Francisco, na época com três meses, no Itaú Cultural.

Na ocasião, foi organizado um mamaço e a entidade mudou de postura após o episódio, considerado um erro a atitude do funcionário que tentou impedir Marina de amamentar no local.

Em novembro do ano passado, como noticiou o Maternar, a turismóloga Geovana Cleres, 35, diz que foi impedida de amamentar a filha Sofia, de 1 ano, em um espaço voltado para crianças no Sesc Belenzinho, na zona leste de São Paulo.

Mães também fizeram um mamaço no local e a assessoria de imprensa do Sesc Belenzinho pediu desculpas pelo ocorrido. Segundo o Sesc, o episódio foi “uma disfunção de comunicação” e que os funcionários seriam orientados para que a situação não se repita.