Acupuntura em recém-nascidos alivia cólicas e outros desconfortos
Para aliviar cólicas e até refluxo em recém-nascidos os pais podem buscar métodos alternativos, como a acupuntura. Não importa se o bebê tem dias de vida pois as sessões são feitas com o recém-nascido dormindo ou no momento que é amamentado pela mãe.
“Na maior parte das vezes, a aplicação é realizada sem que o bebê sequer perceba o que está acontecendo”, explica a psicóloga e acupunturista Erica de Paula, 28. Ela diz que a acupuntura nas crianças pode ser muito útil para minimizar outros desconfortos, prevenir doenças e “equilibrar desarmonias”.
Ela explica que a técnica e a duração da sessão varia conforme a idade da criança. “Os pontos são estimulados um de casa vez, durante pouco tempo. Já nos adultos o paciente fica, em média, 25 minutos com as agulhas. As agulhas nas crianças são retiradas tão logo a criança mostre algum sinal de desconforto”, explica. A agulha utilizada nas crianças, diz Erica, é da espessura de um fio de cabelo e tem um menor comprimento também. “A aplicação é praticamente indolor e feita com muito cuidado e paciência”.
A produtora Priscilla Debatista Pereira Brito Produtora, 34, fez acupuntura antes de engravidar, durante a gestação e faz na filha Alice, 4 meses, desde que a menina tinha poucos dias de vida. A mãe conta que ajuda bastante no alívio de cólicas, prisão de ventre e também no congestionamento nasal. Segundo ela, é feita apenas uma sessão por semana e são deixados uns pontinhos na orelha que são sempre estimulados. “Busquei uma forma de cura ou de alívio sem precisar de nenhum medicamento”, comenta. Ela brinca que vai continuar com as sessões até a filha ‘cansar’. “Não penso em um prazo específico, mas acredito que com o tempo vamos diminuindo a frequência por uma questão de não ser mais necessário mesmo. Mas, no dia que precisar farei o uso de acupuntura novamente”, comenta. Durante a gravidez, ela diz que a acupuntura também a ajudou a aliviar os enjoos e dores nas costas.
A quantidade de sessões depende do objetivo do tratamento, podendo ser uma sessão avulsa (para resolver uma crise aguda), um plano de cinco ou 10 sessões, e até mesmo uma manutenção semanal ou quinzenal para problemas mais crônicos.
A acupuntura pediátrica também é muito utilizada em crianças um pouco maiores e ajuda em questões como dificuldades relacionadas ao sono, problemas respiratórios, alergias, falta de apetite, dificuldades de aprendizagem, problemas motores, quadros inflamatórios ou infecciosos. “É importante lembrar que a acupuntura é um tratamento eficaz e sem efeitos colaterais, mas que não substitui o tratamento médico, que muitas vezes também é necessário”, orienta.
Segundo Erica, em crianças maiores (entre seis messe e 2 anos, por exemplo) é mais difícil a aplicação pois nesta faixa etária eles ficam menos parados e, em muitos casos, tem medo de agulhas por conta das vacinas, por exemplo.
“Nesse caso, podem ser utilizados outros recursos como laser ou esferinhas de estimulação – as famosas “sementinhas”, que atualmente já se encontram em versão ouro, prata e cristal”, comenta. Ela diz que o laser e as esferinhas podem ser aplicados ao longo do corpo ou apenas na orelha (auriculoacupuntura). Já nas crianças acima de 2 anos, a aplicação ocorre de maneira mais natural pois já é possível explicar o tratamento de forma lúdica e realizar a aplicação com o total consentimento deles.
Erica diz que a maioria das mães que levam seus bebês para fazer acupuntura são mulheres que fizeram a acupuntura durante a gestação. “Elas recorreram ao mesmo método com os filhos porque já conheceram a efetividade do tratamento e ausência de efeitos colaterais”, comenta. A acupunturista aconselha sempre procurar um profissional habilitado e buscar referências sobre ele com outros pacientes.