Hospital referência na Baixada Santista vai fechar PS obstétrico

Giovanna Balogh

A Casa de Saúde de Santos, um dos principais hospitais da Baixada Santista, fechará o pronto-socorro obstétrico a partir do dia 1º de maio. A decisão do hospital, que é particular, é manter apenas a maternidade em funcionamento com partos previamente agendados.

A Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de SP) pretende entrar nos próximos dias com uma ação no Ministério Público para tentar impedir o fechamento. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) também deverá ser acionado.

Para o presidente regional da Sogesp, o médico Sérgio Floriano de Toledo, faltará atendimento para as gestantes da região. Somente no PS obstétrico, aconteciam, em média, 12 mil atendimentos por mês. Em dezembro do ano passado, as gestantes da região também perderam a maternidade do Hospital Beneficência Portuguesa que optou em encerrar por completo as atividades para gestantes.

O médico comenta que o mais grave é que as gestantes terão poucas opções na região para atendimento emergencial, como no caso de um aborto espontâneo ou o deslocamento da placenta, por exemplo. Ele diz ainda que um pronto-socorro obstétrico também é fundamental para uma mulher ser atendida caso tenha complicações no pós-parto.

“O que tememos é um efeito em cadeia e que outras maternidades fechem o pronto-socorro por não conseguir atender a alta demanda que acontecerá com o fechamento da Casa de Saúde”, comenta. Segundo o médico, muitas gestantes de outras cidades do litoral também são atendidas no local.

De acordo com o hospital, em média, são realizados 300 partos na unidade – sendo 82% cesáreas e 18% de partos normais. “Apenas 13% dos partos são ingressos pelo pronto-socorro. Em sua maioria, nossos partos são eletivos e previamente agendados”, informou o hospital por meio de nota.

SEM PLANTÃO

Ainda segundo o hospital, a medida foi adotada para conter as despesas da unidade que não terá mais obstetras 24 horas de plantão. “Tal medida foi tomada considerando a baixa remuneração por parte dos planos de saúde e os altos custos na manutenção do serviço, onde o mesmo há anos apresenta prejuízos à instituição”, relata a nota da Casa de Saúde. A Casa de Saúde  diz que por  mês o rombo nas contas do atendimento do PS soma a quantia de R$ 200 mil.

O hospital diz ainda que ficou aberta nos últimos anos em “consideração à população” da região e como “ato social”, mas diz que ficou “inviável financeiramente continuar com o serviço”.

A recomendação do hospital é de que as gestantes em situação de urgência e emergência procurem os hospitais São Lucas, Ana Costa, a Santa Casa de Misericórdia. O hospital diz ainda que as parturientes que já tem um obstetra que atende no local poderão normalmente ir até a Casa de Saúde para a realização do parto.