Aparelhos que fazem ruído para bebê dormir podem prejudicar audição, diz especialista
Os pais devem ficar atentos ao volume do som emitido por aparelhos sonoros colocados próximos ao bebê. Dependendo da intensidade do ruído, esses aparelhos podem oferecer risco à audição das crianças, segundo o otorrinolaringologista Arthur Castilho, especialista em saúde auditiva.
“O nível máximo permitido de ruído é de 80 decibéis. Acima disso, o ruído pode prejudicar a audição”, diz Castilho.
No entanto, o especialista afirma que esse limite de ruído depende da distância entre o aparelho sonoro e a criança. “Se o aparelho estiver bem próximo da criança, mesmo que abaixo de 80 decibéis, pode prejudicar a audição.”
Outro problema apontado pelo otorrinolaringologista é o tempo de exposição ao ruído. “Não faz bem deixar uma máquina de som ligada a noite inteira ao lado da criança.”
Muitas mães hoje são adeptas da técnica do chiado para fazer o bebê dormir. Há inclusive aplicativos de celular com esses chiados _simulam o barulho do ventre materno, batidas do coração ou sons repetitivos, como secador de cabelo e máquina de lavar.
De olho nesse filão, alguns sites passaram a vender aparelhos que produzem esses sons _são chamadas de máquinas de ruído branco.
Mas Castilho diz que o melhor som ambiente para fazer o bebê dormir ainda é o silêncio. “Já está comprovado que o que acalma o bebê é a voz da mãe. Se você acostumar a criança a dormir com esse chiado criará um condicionamento, ela só vai dormir com esse barulho. Não significa que esse som é que faz dormir, é condicionamento.”
BRINQUEDOS
Castilho diz que os pais também devem prestar atenção nos brinquedos sonoros dos filhos. ‘Hoje, quase todo brinquedo parece brilhar e fazer ruído. Precisa ver se o brinquedo tem selo do Inmetro.”
Segundo ele, alguns fabricantes já têm cuidado com a saúde auditiva da criança na produção dos brinquedos. “Já vi brinquedos que emitem um som de intensidade maior quando estão na caixa. Mas quando você tira da caixa, o som fica mais baixo para não prejudicar a audição da criança.”
Com a quantidade de brinquedos, aparelhos sonoros e aplicativos à disposição, Castilho diz que as crianças de hoje estão mais expostas ao ruído.
O especialista afirma que os danos causados à audição são irreversíveis. “O processo de perda da audição é contínuo. E as lesões provocadas são irreversíveis. Por isso é preciso reduzir o volume e tempo de exposição das crianças ao ruído.”