Câmera flagra vizinha agredindo criança autista em elevador de prédio

Giovanna Balogh
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Uma criança de nove anos foi espancada no último dia 6 por uma vizinha dentro de um elevador de um condomínio na Vila Maria, na zona norte de São Paulo. A agressão foi filmada pelas câmeras do prédio e as imagens foram entregues na semana passada à polícia.

O menino, que a reportagem preserva o nome para que não seja identificado, tem autismo. A agressão aconteceu logo após ele chegar da escola na perua escolar.  A mãe do garoto trabalha o dia todo e conta que o menino sobe sozinho no elevador e que fica sob os cuidados da irmã, que tem 18  anos, até ela voltar do trabalho.

Ela conta que não conhece a agressora e que o filho relatou o que havia acontecido pouco antes dela chegar do trabalho. “Ele me disse mamãe ela é má. Só gosta da filha dela. Ela quase me matou”, disse.

O menino descreveu a agressora para a mãe que decidiu procurar a vizinha Amanda Gyori,  25. “Liguei para a moradora e ela disse que só puxou ele para dentro do elevador. Ela negou qualquer agressão. Disse que meu filho estava agitado e que e bateu com a mochila na filha dela, de 4 anos”, relata.

Como o menino tinha ferimentos aparentes, a mãe decidiu procurar as imagens do circuito interno do condomínio e diz ter ficado chocada com o que viu. “Ela bateu, chutou várias vezes e deu socos no meu filho. Mostrou que não tem nenhum controle e que precisa de ajuda médica”, diz. Em seguida, ela procurou a polícia e a agressora foi indiciada por lesão corporal.

Em depoimento à polícia, Amanda  admitiu ter batido no menino  e alegou que fez isso pois “ficou cega” depois que ele arremessou a mochila em direção à filha dela.  A agressora, que não foi  presa, poderá  pegar até um ano de prisão. Procurada pela reportagem, ela não foi localizada para comentar o assunto.

A mãe diz que para ela a melhor pena que a vizinha podia pegar é trabalhar em uma instituição que cuida de crianças especiais.  “Só assim ela entenderia o lado dos pais e dessas crianças que não tem como se defender. As pessoas acham que a criança especial não sente dor, que não sangra, que não tem sentimento”, lamenta a mãe, que cria sozinha os dois filhos. Segundo ela, nem o pai da criança aceitou a doença do menino.

A mãe diz que o menino frequenta uma escola normal e que também sofre preconceitos por conta do autismo. A mãe relata que o menino passa por tratamentos e que faz de tudo para ele conseguir ter independência e melhorar sua socialização.

A mãe da vítima diz que nunca levantou a mão para o filho pois acha que agredir não agrega em nada. “Foi uma agressão gratuita, uma tortura. Como vou defender e preparar ele para viver em sociedade encontrando pessoas assim no caminho dele?”, questiona.