Minha história: Tive meu parto normal com médico plantonista de hospital
A redução do número de cesáreas em redes privadas, como a Unimed de Jaboticabal, passa pela mudança da equipe que realiza o parto. Na Unimed, por exemplo, o parto é feito pela equipe de plantonistas do hospital, e não pelo obstetra que iniciou o atendimento pré-natal da grávida.
Essa alteração parece assustar muitas mulheres, que são apegadas a seus obstetras particulares.
Para mostrar que ter bebê com plantonista de maternidade não é um bicho de sete cabeças, a analista de frete Patrícia Futema (sim, é minha prima), 42, conta como foi seu parto. Leia abaixo:
“Desde sempre minha opção era por parto normal, mesmo antes de engravidar. Primeiro porque não gosto de cirurgias e porque considero q somos máquinas tão perfeitas. Então por que passar por um processo que interferiria no curso natural do meu corpo? É logico que se minha escolha trouxesse algum risco para mim ou para o bebê eu faria a cesariana.
Tive uma gestação muito tranquila e só esperava completar as semanas e aguardar a bolsa estourar. Eis q a bolsa estourou quando entrei na 37ª semana, um ou dois dias depois. Isso aconteceu numa quarta-feira, após o meu almoço e eu ainda estava trabalhando.
Minha primeira reação foi ligar para meu marido e pedir para vir me buscar em São Bernardo para me levar ao Paraíso, já que pretendia ter meu filho no Santa Jona. Em seguida, liguei para minha irmã para que ela avisasse meu médico.
Mas eu ainda estava no meu trabalho, em São Bernardo. E a médica do ambulatório ao me examinar constatou que eu estava com dilatação e que meu colo do útero já estava fino. Aí começou uma busca por hospitais na região do ABC cadastrados no meu convênio.
Enquanto eu aguardava deitada numa sala, tentava me manter calma e rezava para ser fosse atendida num hospital bom e para que meu médico chegasse a tempo.
Fui levada para o hospital Brasil, em Santo André. Fiquei frustrada porque não era o que eu tinha escolhido e ficava longe da minha família. Como foi durante a semana, meu marido demorou para chegar.
Estava tão preocupada que ele se perdesse ou não chegasse que acabei não pensando muito no médico. Quando cheguei, fui atendida no pronto-socorro, um médico que lá estava voltou a me examinar e confirmou o que a médica da empresa já havia dito.
Estava tão confusa, era tanta coisa acontecendo, tudo tão rápido que pouco reparei para o fato do parto não ser com meu médico. Tudo que eu queria era o parto normal e que o Murilo chegasse bem.
Quando o médico plantonista me confirmou que eu era capaz de ter parto normal fiquei tão tranquila que pouco me importava não fazer o parto meu médico.
Fui encaminhada para a sala de espera onde havia outra mãe com contrações. Foi nesse momento que conheci o médico que faria meu parto. Foi muito calmo, me deu segurança, me examinou e me tranquilizou… Em poucos minutos fui levada para a sala de parto e logo meu filho nasceu.
Fui muito bem atendida pelo médico e por toda a equipe durante o parto e também no pós-parto. O médico me visitou nos dois dias em que estive internada, tirava minhas dúvidas, deu dicas, perguntou como eu estava.. Me deu atenção total. Embora ele não fosse o médico que me acompanhou no pré-natal eu senti como se fosse. Depois do parto até pensei em trocar de ginecologista, mas como ele só atende no ABC e eu moro em SP, a logística ficaria comprometida.
DECISÃO
Queria deixar claro que meu obstetra em nenhum momento me incentivou na escolha de parto normal. Quando eu estava entre o 7º e 8º mês, ele veio me falar da tal “disponibilidade médica”. Me explicou que minha opção por parto normal não era viável porque ele teria que ficar à minha disposição quando chegasse próximo dos dias do parto e isso não seria tão possível assim e que eu correria o risco de ser atendida por um colega plantonista, pois ele poderia estar em outro parto agendado. Depois me falou q com a minha idade o parto normal não era aconselhável. Mesmo assim não mudei de ideia em nenhum momento, pensei no caso do plantonista que não teria meu histórico médico. Mas não me assombrei. Só me assustei um pouco quando no penúltimo ultrassom foi constatado que eu estava com pouco líquido e eu isso poderia antecipar meu parto. Um mês depois, o nível de líquido na minha placenta já estava OK.
No dia do parto, os médicos que me atenderam descartaram o fator idade e que eu tinha todas as condições para ter um parto normal. Fiquei muito feliz porque meu desejo seria realizado.”