Mãe de quadrigêmeos morre um dia após cirurgia

Giovanna Balogh
Mãe com os quatro filhos logo após o parto (Foto: Reprodução)
Mãe com os quatro filhos logo após o parto (Foto: Reprodução)

Uma mulher morreu no último domingo (8), um dia após ter seus quadrigêmeos em um hospital em Cuiabá (MT). Benjamim, Isaque, Samuel e Ester estão internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal porque nasceram prematuros – com 31 semanas. A família das crianças faz uma campanha para que lactantes doem leite materno no hospital para alimentar os bebês.

Eles devem ficar pelo menos um mês internados para que possam ganhar peso. Os bebês nasceram pesando entre 900 gramas e 1,6 quilo. As mulheres interessadas em doar leite devem entrar em contato com a Maternidade Femina ou com o Hospital Júlio Muller, ambos em Cuiabá.

De acordo com informações do hospital passadas para a família,  Rosângela Garcia Mota, 38, morreu de hemorragia e pré-eclâmpsia. Após o parto, ela passou por uma cirurgia de urgência, mas não resistiu. O Maternar tentou contato com a equipe médica de Rosângela, mas não obteve retorno.

A médica Claudia Garcia Magalhães explica que a cesariana, em caso de quádruplos,  é bastante comum  porque o índice de complicações é grande. Ela explica  que na cirurgia os médicos devem ter tentado retirar o útero da paciente, para conter a hemorragia no parto. Normalmente, explica a médica,  o útero não contrai da maneira adequada após ao parto. “Isso é mais comum em gestações gemelares porque a distensão do útero é maior do que em uma gestação única”, explica Cláudia.

Ela diz ainda que o Conselho Federal de Medicina tem uma norma que recomenda o número máximo de embriões a serem transferidos. A recomendação depende da idade do paciente, não podendo ser superior a quatro. O texto determina que mulheres de até 35 anos podem implantar até dois embriões; de 36 a 39 anos, até três; acima de 40, quatro.

A médica explica que em casos como o de Rosângela, a mulher deve ser informada dos riscos maiores por se implantar quatro embriões, entre eles, maior risco de pré-eclâmpsia, maior risco de prematuridade extrema, de hemorragia e maior risco de se submeter a uma cesárea.

“Não dá para afirmar que o parto normal evitaria a morte, apesar do sangramento da cesárea ser maior por conta do corte das estruturas. Mas, pensando em  contração uterina, não dá para afirmar que o parto normal evitaria o problema”, explica. A gravidez de Rosângela, por ser de múltiplos, é considerada de risco.

Rosângela, que era assistente administrativa, sempre sonhou em ser mãe, segundo a prima dela,  Ana Paula Farias. Como não engravidava, ela recorreu a uma inseminação artificial. Rosângela e o marido estavam juntos havia 20 anos.

Antes do parto, o pai das crianças, Alex Sandro Mota, 44, postou nas redes sociais fotos do enxoval, com várias fraldas, roupas e sapatinhos. Após o parto ele chegou a postar uma foto da mulher e os quatro filhos. Muito abalado, ele não quis dar entrevistas.