Estudo com ultrassom 4D sugere efeito nocivo do cigarro sobre feto

FABIANA FUTEMA
Ultrassonografias de 2 bebês com 32 semanas de idade gestacional: o de cima é filho de mãe fumante e o de baixo, de não-fumante (Reprodução)
Ultrassonografias de 2 bebês com 32 semanas de idade gestacional: o de cima é filho de mãe fumante e o de baixo, de não-fumante (Reprodução)

A reação do bebê ao cigarro da mãe já pode ser observada ainda durante a gravidez. Isso é o que sugere estudo conduzido por pesquisadores das universidades de Durham e Lancaster, no Reino Unido.

Por meio da análise de 80 ultrassonografias 4D, os pesquisadores concluíram que os bebês de mães fumantes apresentavam uma taxa maior de movimentos faciais em relação aos filhos de mães não-fumantes.

O estudo observou 20 fetos, com idade gestacional entre 24 e 36 semanas, durante quatro diferentes momentos da gravidez. Desse total, quatro eram filhos de mães que fumaram 14 cigarros em média por dia.

Segundo os pesquisadores, esse excesso de movimentos faciais sugere que o sistema nervoso dos fetos de mães fumantes não tenha se desenvolvido da mesma forma que o de mulheres que não fumaram.

Eles lembram que o resultado preliminar, somado à evidência de que fumar na gestação aumenta a chance de nascimento prematuro e má-formação, justifica uma investigação mais aprofundada sobre o assunto.

“Um estudo maior é necessário para confirmar estes resultados e investigar efeitos específicos, incluindo a interação de estresse materno e tabagismo”, diz Nadja Reissland, do departamento de psicologia da universidade de Durham.

Estudos anteriores revelaram que crianças expostas ao cigarro durante a gestação poderiam ter atraso no desenvolvimento da fala.

Os fetos observados no estudo foram avaliados clinicamente e eram saudáveis ​​ao nascer.