OMS recomenda adoção de classificação universal para comparar taxas de cesáreas

FABIANA FUTEMA
Bebê nasce por meio de cesárea (Foto: Toni Pires - 10.dez.2002/Folhapress)
Bebê nasce por meio de cesárea (Foto: Toni Pires – 10.dez.2002/Folhapress)

Documento divulgado nesta sexta-feira pela OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a adoção de uma classificação universal para medição da taxa de cesárea. Dessa forma, seria possível comparar as diferentes taxas de cesáreas entre hospitais, cidades e países.

No documento, a OMS lembra que a comunidade internacional de saúde considera desde 1985 que a taxa ideal de cesáreas deve ficar entre 10% e 15% de todos os partos realizados. Nesses 30 anos, entretanto, vários setores da sociedade pediram a revisão dessa taxa considerada ideal.

Segundo a OMS, definir essa taxa ideal é um desafio, pois falta um sistema de classificação confiável e aceito internacionalmente.

A entidade sugere que a padronização seja feita pela adoção da classificação de Robson, que categoriza todas as gestantes em um entre 10 grupos. Esses grupos são criados a partir de cinco características obstétricas que são colhidas nas maternidades.

No documento, a OMS informa que irá preparar e divulgar um manual para ajudar que maternidades de todo o mundo adotem a classificação de Robson.

TAXA X MORTALIDADE

Em termos populacionais, a OMS informa que taxas de cesáreas maiores que 10% não estão associadas com redução da mortalidade materna e neonatal.

Afirma também que não é possível avaliar com os dados disponíveis atualmente a relação entre taxas de cesáreas acima de 30% e mortalidade materna e neonatal.

No entanto, reafirma que o parto cirúrgico deve ser adotado somente por indicação médica, pois pode causar complicações significativas ou até permanentes.

Classificação de Robinson sugerida pela OMS (Crédito: OMS)
Classificação de Robinson sugerida pela OMS (Crédito: OMS)