Pico de doenças respiratórias vai até junho; saiba evitá-las

FABIANA FUTEMA
Pico de doenças respiratórias de vai de março a junho (Fotolia)
Pico de doenças respiratórias de vai de março a junho (Fotolia)

A combinação de bruscas variações de temperatura com o tempo seco costuma ser prejudicial para o sistema respiratório, principalmente de crianças, idosos e pessoas com determinados tipos de alergia. Justamente por isso, segundo o Hospital Infantil Sabará, o período que vai de março até junho costuma coincidir com o pico de atendimento nos prontos-socorros.

Esse aumento é consequência do ar mais seco e da maior circulação de vírus respiratórios, que acarretam infecções das vias aéreas superiores, como gripes, resfriados-, pneumonias, crises de asma e bronquiolites.

Segundo Felipe Lora, pediatra do Sabará, os pais devem estar atentos, pois algumas doenças são potencialmente mais graves. Em quadros mais sérios a criança pode apresentar falta de ar e cansaço, dificuldade para respirar, prostração e frequência acelerada.

“Estes são sinais de alerta para os pais e deve-se procurar um atendimento de urgência para avaliação da criança”, afirma o pediatra.

Outros sintomas dessas doenças respiratórias são tosse, febre, coriza e obstrução nasal (com ou sem nariz escorrendo).

O otorrinolaringolista do hospital Sepaco, Lilian Scapol Monteiro, diz que as crianças são mais suscetíveis às doenças respiratórias deste período do ano. Além do convívio em salas de aula fechadas, em que uma pode contaminar a outra, algumas (dependendo da idade)  ainda estão com o sistema imunológico em formação.

“Além do resfriamento do ar e da baixa umidade, há maior contato com ácaros das roupas de frio que estavam guardadas. Os ambientes costumam ficar fechados e com ventilação reduzida, o que facilita a transmissão de vírus”, diz ela.

Por conta desse pico de doenças respiratórias, os prontos-socorros costumam ficar mais lotados neste período. Para piorar, neste ano, estamos vivendo uma situação epidêmica de dengues, o que agrava o problema

COMO EVITAR

Para evitar doenças respiratórias e crises alérgicas, os pais podem tomar algumas medidas simples. A principal, e mais simples delas, é garantir uma boa hidratação. Ou seja, ofereça muito líquido para a criança. A segunda, e também muito fácil de ser executada, é fazer a limpeza constante das narinas com soro fisiológico.

Lilian diz que os pais devem retirar do quarto das crianças objetos que podem acumular poeira, como cortinas, carpetes, bichos de pelúcia e livros.

Ela também recomenda que a limpeza do chão e móveis seja feita com pano úmido (vassoura e espanador levantam o pó) e que, se houver um fumante na família, que o cigarro não seja aceso dentro de casa.

No inverno, segundo a otorrinolaringolista, é preciso trocar o cobertor pelo edredom, além de lavar e secar ao sol edredons e roupas de frio que ficaram guardadas por muito tempo.

Lilian também sugere que a baixa umidade do ar seja compensada por meio do uso do uso de umidificadores. “Mantenha o dormitório e demais ambientes da casa bem arejados e, se possível, ensolarados.”

O Sabará acrescenta outras recomendações à lista de dicas para prevenir doenças respiratórias, como lavar sempre as mãos, evitar ambientes fechados,  tomar a vacina contra a gripe e evitar ficar levando às mãos aos olhos, nariz e boca após o contato com superfícies que podem estar contaminadas.

Caso você esteja no pronto-socorro, segundo o Sabará, tente higienizar sempre as mãos com álcool gel, coloque máscaras em crianças com sintomas de doenças respiratórias e proteja a boca e nariz com lenço ao espirrar ou tossir.

Por fim, existem as sábias recomendações de vó,  que pedem que evitemos sair com os cabelos molhados de casa, andar descalços e andar agasalhado.