Estudo alerta para risco da gripe para saúde da gestante e feto
O governo de São Paulo anunciou nesta quinta a prorrogação da campanha de vacinação contra a gripe. Entre os alvos da campanha estão as grávidas, as crianças menores de 5 anos e as puérperas (mulheres que tiveram filhos nos últimos 45 dias).
De acordo com balanço da Secretaria de Saúde de São Paulo, a menor adesão à campanha ocorreu entre esses dois primeiros grupos. Só 33% das crianças e 38,4% das grávidas foram imunizadas até agora.
Para incentivar a vacinação, a campanha, que se encerraria nesta sexta, foi estendida até 4 de maio.
A Secretaria de Saúde também divulgou estudo da infectologista Ana Freitas Ribeiro, médica do Emílio Ribas e ex-diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria, mostrando o efeito da gripe sobre a gestante e seu feto.
O trabalho observou mulheres grávidas que tiveram gripe A H1N1 durante a pandemia de 2009.
De acordo com o levantamento, 48 gestantes morreram no Estado de São Paulo com quadro de doença respiratória aguda na época. Em 26 dos casos (ou 54%), houve perda fetal (aborto ou morte do bebê) em função das complicações na saúde da mãe.
Outras 185 mulheres que foram internadas por conta de gripe conseguiram sobreviver à doença, porém 24 (ou 12%) delas acabaram dando à luz enquanto estiveram internadas e em quase metade destes casos (11), os bebês nasceram prematuros.
A vacinação contra a gripe para as grávidas começou no ano seguinte, em 2010.
A composição da vacina é atualizada anualmente, segundo recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), para ampliar a chance de eficácia. A vacina aplicada na campanha é a trivalente. Ou seja, protege contra três vírus: H1N1, H3N2 e B.