Inmetro cria regras de segurança para venda de berço-portátil
Muita mãe é adepta do berço-portátil, conhecido antigamente como chiqueirinho. Mais baixo que o modelo de madeira, ele tem a vantagem de ser desmontável _dessa forma poder ser carregado para cima e para baixo junto com a bagagem do bebê.
O problema é que alguns desses berços têm a lateral mole demais, permitindo a criação de vão entre o colchão e o berço. Para piorar, o colchão desses berços se solta com muita facilidade. Isso coloca em risco a criança, que pode rolar para baixo do colchão e se sufocar. E mesmo que não role, ela também pode se machucar se ficar com a cabeça presa no vão.
Para evitar acidentes desse tipo, o Inmetro publicou na semana passada uma portaria acrescentando novas exigências para a produção, venda e importação de berços no país.
De acordo com a portaria, o espaço entre as laterais e o colchão nunca poderá ser superior a 30 mm, mesmo quando o produto for feito de material flexível. São considerados flexíveis os tecidos, telas, plásticos e outros materiais que se deformam.
Determina ainda que as dimensões do colchão devem ser especificadas pelo fabricante, podendo ou não acompanhar o berço. O tamanho dele deverá constar do manual de instruções do produto.
SEGURANÇA NOS BERÇOS DE MADEIRA
Desde junho de 2014, só berços com selos de certificação de segurança do Inmetro podem ser vendidos em grandes ou pequenos varejistas.
Na hora de comprar, os futuros pais devem observar se o berço tem o selo do Inmetro _que deve estar exposto no produto e na embalagem.
É preciso verificar se as laterais móveis do berço possuem sistema de travamento. Ou seja, a criança não terá força para destravar sozinha a grade lateral que costuma ter vários níveis de altura.
A distância entre as grades deve ser de 4,5cm a 6,5 cm para impedir que a criança passe entre as barras e fique com o corpo preso nelas.
A criança também não pode conseguir levantar a base do colchão ou do berço. Ou seja, elas precisam ser reforçadas.
Outro cuidado é com o acabamento do berço. As bordas devem ser arredondadas (ou chanfradas) e não podem possuir rebarbas, arestas ou qualquer material que possa se soltar e machucar _ou ser engolido pela criança.
O Inmetro também recomenda que não sejam usados nas superfícies internas das laterais e extremidades do berço rótulos e decalques colados.
Outras indicações são mais técnicas, como a indicação de que o manual de instrução tenha sempre uma versão em língua portuguesa.
Os berços devem indicar em sua base a espessura máxima permitida de colchão a ser utilizado.
Os fabricantes devem utilizar tintas atóxicas nos berços e tomar cuidado para que o produto não contenha peças que possam se soltar.
O Inmetro diz ainda que todos os berços devem ser permanentemente marcados com informações sobre a razão social, nome ou marca comercial registrada do fabricante, distribuidor ou varejista, juntamente com meios adicionais de identificação do produto.
No Brasil, o processo de certificação ocorreu depois de os Estados Unidos realizarem em 2009 um recall envolvendo cerca de 2 milhões de berços após casos de sufocamento de crianças.