Esqueça o berço; coloque o bebê em ninhos ou pacotinhos para deixá-lo mais calminho
Mal descobrimos que estamos grávidas e já começamos a planejar o enxoval e quartinho do bebê. Mas será que aquele bercinho comprado com tanto amor e carinho é o lugar ideal para acomodar seu recém-nascido ?
Para os teólogos da extero-gestação, devemos tentar reproduzir um ambiente parecido com o útero materno para acolher o bebê. E o berço está bem longe de reproduzir esse local seguro e aconchegante.
“Ficar esticado de barriga para cima no berço é totalmente diferente do que ele vivia no útero, pode ser até bem aterrorizador”, diz Elena de Regoyos, doula, fabricante de porta-bebês e profissional de babywearing.
Acredita-se que a aplicação das técnicas da extero-gestação tenham efeito tranquilizante sobre bebê, pois ativam o chamado reflexo calmante.
A sugestão das especialistas é que os pais enrolem os bebês em panos, como as vovós faziam antigamente. “No útero, o bebê está envolto na segunda membrana, bem apertadinho, e ele gosta de ficar assim. Por isso recomendo que os pais façam o ‘temakinho’ ou ‘casulinho’, enrolando o bebê em uma manta ou cueiro”, diz Thais Barrall, educadora pré-natal, doula e coordenadora do Programa Parto sem Medo.
Thaís orienta as mães a manterem o bebê no quarto do casal do primeiro mês de vida. Segundo ela, o recém-nascido nunca deve ficar sozinho em seu berço neste período.
“É uma boa dica para que ele não fique chorando sozinho no berço. Pode-se preparar um bercinho acoplado à cama do casal ou um ninho de edredon no meio da cama. Ou mesmo deixá-lo dormindo no carrinho ao lado da mãe. Mas nunca deixar o recém-nascido sozinho no berço em seu quartinho”, afirma.
Nos primeiros dias de vida, ela diz que o recém-nascido pode dormir na própria cama dos pais. “É o lugar que o bebê mais conhece e que transmite mais segurança a ele. Na cama dos pais, durante nove meses da gestação, ele pode permanecer relaxado e em contato próximo com a mãe e o pai com exclusividade. A cama dos pais é o ‘planeta’ do bebê.”
Vale abrir um parêntese aqui e lembrar que a maioria dos pediatras é contrária à adoção da cama compartilhada, principalmente nos primeiros dias de vida. Entendem que há risco de sufocamento para o bebê que dorme no meio da cama dos pais. A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) também orienta que os recém-nascidos durmam de barriga para cima para evitar o risco de morte súbita.
A técnica do ninho pode ser usada enquanto bebê não aprendeu a se virar sozinho. Depois dessa fase, o ninho deve ser aposentado, pois o bebê corre o risco de virar e ficar sufocado debaixo dos panos.
Uma vez no berço, uma opção é colocar o bebê para dormir de lado, posição considerada mais confortável para ele do que de barriga para cima. Para que ele não caia, pois ainda não tem firmeza, há rolinhos para apoiar peito e costas. Pediatras também fazem objeções a deixar o bebê de barriga para baixo sem supervisão, pelo mesmo risco de sufocamento. Converse com o seu e tire dúvidas sobre a melhor posição para dormir.
Slings
Thaís diz que recomendo que as mães utilizem amarrações, como slings, para carregar os bebês junto ao corpo. “É uma forma muito pratica de manter o bebê em proximidade, atendendo as suas necessidades e também permitir que a mãe tenha maior liberdade e movimentação.”
A especialista em porta-bebês e profissional de babywearing, Carine Sylvestre Panthet, diz que o bebê se sente abraçado quando é carregado junto ao corpo da mãe. “No útero, ele também estava abraçado. Pela minha experiência, quanto mais enrolado nos primeiros meses, mais calmo ele vai ficar.”