47% das internações de crianças por acidentes são causadas por quedas

FABIANA FUTEMA
Pedrinho já precisou ficar imobilizado por duas vezes (Arquivo Pessoal)
Pedrinho já precisou ficar imobilizado por duas vezes (Arquivo Pessoal)

As quedas foram responsáveis pelo maior número de internações de crianças por acidentes no país em 2014. Segundo levantamento da ONG Criança Segura junto ao Datasus, sistema de dados do Ministério da Saúde, elas representaram 47% das internações.

Em segundo lugar aparecem as queimaduras (16%), seguida pelas mordidas de animais (12%).

O menino Pedro Futema, 2, sabe bem o que é cair e ir parar no hospital. Por conta de duas quedas domésticas, ele já precisou imobilizar o braço duas vezes. Na primeira, ele ainda nem andava.

É curioso notar que os três principais acidentes que causam mortes de crianças não estão no topo desse ranking de internações infantis.  São os acidentes de trânsito, afogamentos e sufocação.

“Os acidentes de trânsito, afogamento e sufocações têm uma representatividade mais baixa nas internações do que nos óbitos, pois são muito letais para as crianças. Considerando a alta severidade de alguns tipos de acidentes, é preciso não deixar que eles aconteçam. Nesses casos a ‘vacina’ mais efetiva é a prevenção”, diz Gabriela de Freitas, coordenadora nacional da Ong Criança e responsável por essa análise.

Outros acidentes _como efeitos da natureza, queda de objetos, sequelas de outros acidentes, explosões, contato com ferramentas e outros objetos cortantes_ representam preocupantes 21% das hospitalizações.

Os acidentes foram responsáveis por 122 mil hospitalizações de meninos e meninas de até 14 anos em 2014. O atendimento hospitalar dessas crianças no SUS (Sistema Único de Saúde custou R$ 83 milhões.

Ainda bebê, Pedrinho caiu e deslocou o braço (Arquivo Pessoal)
Ainda bebê, Pedrinho caiu e deslocou o braço (Arquivo Pessoal)