Fotógrafos usam Brasília como cenário de projeto que incentiva amamentação em espaços públicos
Os fotógrafos Irmina Walczak e Sávio Freire querem naturalizar o aleitamento materno em espaços públicos de Brasília. Para mostrar que amamentar é normal, eles lançaram o projeto Mamaço no Espaço no Instagram, que reúne imagens de mulheres dando de mamar em locais públicos da cidade.
“Queremos fotografar em maior número de espaços possível para criar um mapa do mamaço na cidade e naturalizar esse ato de amor”, dizem os pais Yasmin (4 anos) e Kajetan (2 meses).
O objetivo, segundo eles, é chamar atenção para a questão do direito da mulher amamentar em qualquer espaço e na hora que o bebê precisar, sem sofrer por isso críticas ou qualquer tipo de constrangimento.
Nas fotos, as mães encaram a câmera num gesto de protesto. “Muitas delas estão num local improvável para a amamentação para chamar a atenção para o deslocamento que, frequentemente, as mulheres sentem na hora de dar o peito”, afirmam os fotógrafos.
Qualquer mulher pode participar do projeto. Nas fotos já publicadas, eles divulgam a data, horário e local dos próximos encontros, realizados sempre em Brasília (confira as fotos do projeto). “Brasília que, neste caso, é um símbolo e representa todas as cidades brasileiras”, dizem.
Pesquisa realizada com 13.300 mulheres de 10 países mostrou que 32% delas se sentem constrangidas com a amamentação em público.
O país com o maior percentual de mulheres envergonhadas com essa prática é a China: 45,9%. Em segundo lugar está a França (44,6%).
Para a maioria das mulheres de todo o mundo, amamentar em público é visto como algo perfeitamente natural (38,2%) ou inevitável (26,1%).
Somente na Turquia um número significante de entrevistadas (23,1%) enxerga a amamentação em público como algo errado, bem diferente das americanas (2,1%) e das brasileiras (1,7%).
Apesar de aprovarem a amamentação em público, 47,5% das brasileiras disseram que já foram criticadas ou sofreram preconceito por esse gesto. Em seguida, aparecem as canadenses, onde 41% também se sentiram criticadas por amamentar em público.
Cidades como São Paulo e Rio aprovaram leis que preveem a aplicação de multas para empresas que constrangerem mulheres que estiverem amamentando em público.