Após projeto, hospitais elevam taxa de parto normal e reduzem a de cesárea
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) apresentou nesta terça-feira o primeiro balanço do projeto parto adequado, que visa reduzir a taxa de cesárea dos hospitais participantes.
De acordo com esse primeiro resultado, a taxa média de parto normal nas instituições participantes passou de 19,8% em 2014 para 27,2% em setembro de 2015, um aumento de 7,4 pontos percentuais. No mesmo período, a taxa de cesárea caiu de 80,2% para 72,8%.
O projeto parto adequado, desenvolvido em parceria com o Hospital Albert Einstein e o IHI (Institute for Healthcare Improvement) foi implantado em 42 hospitais públicos e privados.
“Em menos de um ano nós conseguimos reverter a escalada de uma década no número de cesáreas. Se continuarmos nesse caminho, teremos gestantes e bebês mais saudáveis e menos mortes relacionadas à prematuridade, que são consequências de cesáreas desnecessárias”, afirma Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS.
Para reduzir o percentual de cesáreas sem tirar da grávida o direito de escolha do obstetra, o projeto trabalha com três modelos de atendimento da mulher em trabalho de parto: 1) equipe de plantonistas; 2) enfermeiras obstetras e acompanhante; 3) equipe de médicos que atendem a grávida no pré-natal.
Nesse último modelo, a gestante seria atendida por até quatro médicos durante seu pré-natal. Um desses ficaria de sobreaviso para fazer seu parto.
Para estabelecer as mudanças, os estabelecimentos estão fazendo adequações de recursos humanos e da ambiência hospitalar para a incorporação de equipe multiprofissional nos hospitais e maternidades; capacitação dos profissionais para ampliar a segurança na realização do parto normal; engajamento do corpo clínico, a equipe e as próprias gestantes; e promovendo a revisão das práticas relacionadas ao atendimento das gestantes e bebês, desde o pré-natal até o pós-parto.