‘Proibidos’ no país, andadores infantis vão ganhar certificação do Inmetro
A venda de andadores infantis está proibida no país desde o fim de 2013. A decisão foi tomada em ação civil pública elaborada pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), que alegou que o uso do equipamento trazia riscos de acidentes para as crianças, inclusive fatais.
Os pediatras afirmam ainda que bebês que usam andador demoram mais tempo para andar. O uso do equipamento também é criticado por ensinar as crianças a andar sentadas, posição incorreta para esse movimento.
Mesmo assim, a indústria quer voltar a vender livremente andadores no país _na internet há vários anúncios comercializando o produto.
Para isso, precisam que o produto seja certificado pelo Inmetro. Ou seja, que atenda exigências mínimas de segurança.
O primeiro passo para certificar a venda desses andadores foi dado com a abertura de consulta pública do Inmetro, no fim de outubro, dando 60 dias de prazo para a sociedade se manifestar sobre o tema.
O prazo vence agora dia 29 de dezembro. Os relatos de acidentes e sugestões para melhorar os requisitos de segurança dos andadores podem ser enviados para o e-mail: dipac.consultapublica@inmetro.gov.br.
O texto que deve dar origem à portaria definitiva da certificação dos andadores determina que eles deverão possuir mecanismo de travamento contra queda em degraus. (Não sei como um andador pode travar em uma escada para que a criança não caia. Não seria melhor não deixá-la perto da escada? Ou melhor ainda, longe da escada e do andador?)
Apesar da exigência desse mecanismo, as embalagens dos andadores deverão conter a seguinte mensagem: “ATENÇÃO: Impeça o acesso a escadas, degraus, rampas e superfícies irregulares, locais próximos à piscina e demais locais com risco de afogamento ou queda”.
As partes do produto não poderão se soltar nem causar ferimentos na criança. Em 2013, o Inmetro fez um teste com dez andadores e todas as amostras apresentaram algum tipo de problema relacionado à segurança
“A regulamentação tem como objetivo principal a redução dos acidentes”, diz Alfredo Lobo, diretor de Avaliação da Conformidade.
A certificação tornará ainda obrigatório o uso do dispositivo de travamento das rodas.
Fica uma pergunta: vale a pena mesmo colocar seu filho em um andador, mesmo que certificado pelo Inmetro?