Americana se surpreende com naturalidade da amamentação em público no Brasil
Por que o Brasil ama amamentação. Esse é o título do texto assinado pela jornalista americana Olga Khazan no site da revista ‘The Atlantic’.
Em seu texto, ela mostra surpresa ao se deparar com uma mulher que estava sentada ao seu lado e do nada tirou o peito para fora e deu de mamar ao filho que estava chorando. Ela fez isso em um café de uma movimentada avenida do Rio. Olga destaca: “Sem paninho. Sem vergonha.”
Olga diz que raramente essa cena poderia ser vista em Washington. E acaba concluindo que o Brasil possui políticas de incentivo à amamentação muito mais agressivas que os Estados Unidos.
E que isso talvez explique por que aqui a amamentação exclusiva dure muito mais tempo do que lá. Aqui, mais da metade das mulheres amamentam seus filhos exclusivamente com leite materno até os 6 meses, contra 16% das americanas.
Em seu texto, a americana diz que o Brasil ainda oferece bancos de leite para as mães que não conseguem amamentar.
Ela lembra que aqui, diferentemente dos EUA, foram publicadas leis proibindo a publicidade de chupetas, mamadeiras e leite artificial _itens que concorrem com o aleitamento materno.
Olga também cita leis de cidades como São Paulo, que estabelecem multas para estabelecimentos que constrangerem a amamentação em público.
Ela diz que os incentivos à amamentação estão ligados à redução da taxa brasileira de mortalidade infantil. E cita informações não confirmadas de que ‘mulheres pobres vendiam seu leite no passado e deixavam os filhos desnutridos’. Ou que o leite em pó era misturado à água contaminada.
Por fim, ela critica uma campanha idealizada pela sociedade gaúcha de pediatria, que mostra uma mãe amamentando com a frase “seu filho é o que você come”. E no lugar do peito há a ilustração de um hambúrguer.
“Há uma linha tênue entre uma gentil mensagem ‘amamentar é o melhor’ e o julgamento das escolhas maternas”, escreve ela.
O post do texto no perfil da ‘Atlantic’ no Facebook recebeu diversas críticas de leitores. A maioria defendeu que amamentar era um ato natural e não havia motivos para vergonha nem paninhos.