Governo reduz aplicação da vacina oral contra a poliomielite
Uma das principais mudanças anunciadas pelo governo no calendário nacional de vacinação e que afeta o bolso dos pais diz respeito à imunização contra a poliomielite. A partir deste mês, os postos de saúde usarão vacinas inativadas nas três primeiras doses do calendário _aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida.
Até 2011, os bebês recebiam a vacina oral nessas três primeiras doses. Muitos pediatras recomendavam aos pais que dessem a vacina inativada, a Salk, nas clínicas particulares.
A partir de 2012, o governo introduziu a vacina inativada nas duas primeiras doses, deixando a oral apenas para a terceira dose.
“A vacina oral cumpriu um papel muito importante para a erradicação da pólio. Em raríssimos casos, numa proporção de 1 para 1 milhão, ela pode sofrer uma mutação e acabar causando a pólio, principalmente nas primeiras doses. Não fazia mais sentido continuar usando a vacina ativada, quando a doença já está erradicada”, diz Renato Kfouri, vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Com a adoção desse novo calendário, segundo Kfouri, o Brasil passa a seguir a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), de usar a vacina inativada na imunização contra a poliomielite.
O calendário de vacinação mantém a vacina oral, que se popularizou com a figura do Zé Gotinha, nas doses de reforço (15 meses e 4 anos) e nas campanhas anuais.
COMPOSIÇÃO DA VACINA ORAL
Kfouri diz que a composição da vacina oral contra a pólio deve mudar a partir do segundo semestre. Hoje, a vacina oferece imunização contra os tipos 1, 2 e 3 de pólio.
“A vacina é trivalente. Mas a pólio 2 foi erradicada, desapareceu mesmo nos países que lidam com o problema. A nova vacina será bivalente, combaterá os tipos 1 e 3”, afirma ele.