Grupos de mulheres vão ‘ocupar’ Alerj por aprovação de lei da doula

FABIANA FUTEMA
Morgana pedirá ao secretário que libere as doulas nas maternidades (Acervo pessoal/Amanda Alexandre Fotografia)
Morgana é autora de petição que pede que a Prefeitura do Rio Regulamente a atividade das doulas nas maternidades (Acervo pessoal/Amanda Alexandre Fotografia)

Grupos de mulheres marcaram para esta terça-feira o início de um protesto na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). O objetivo do ‘ocupa Alerj’ é pressionar os deputados a colocar em votação projetos de lei que obrigam hospitais e maternidades a liberar a presença das doulas em todo o trabalho de parto.

A manifestação que está sendo convocada na internet é uma reação à resolução 266/12 do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio), que proíbe as doulas de participar de partos hospitalares.

A resolução estava suspensa desde 2012 por uma ação movida pelo Coren-RJ (Conselho Regional de Enfermagem do Rio), que entende que a medida restringe a atuação da categoria.

Mas a suspensão da resolução foi derrubada em janeiro deste ano. Como consequência, a maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, referência em parto humanizado, passou a barrar a entrada das doulas na semana passada.

Com a hashtag #‎QueremosDoulanoRJ, diversos grupos convocam mulheres a participar do protesto, que deve se estender até quinta-feira.

As ativistas também protocolaram um pedido de audiência com o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB). Há pelos menos dois projetos de lei que regulamentam a entrada das doulas nos hospitais tramitando na Casa.

Em nota, o Cremerj informa que “veda a participação de pessoas não habilitadas e/ou de profissões não reconhecidas na área da saúde durante e após a realização do parto, em ambiente hospitalar, ressalvados os acompanhantes legais”. “O objetivo é garantir um atendimento de qualidade à população, sem interferências de pessoas que desconheçam o procedimento da equipe médica e de saúde no momento do parto”, diz a nota.