Empresa estende para mães adotivas programa de gestação segura

FABIANA FUTEMA
Funcionária tem local para ordenhar e armazenar o leite dentro da empresa (Divulgação)
Funcionária tem local para ordenhar e armazenar o leite dentro da empresa (Divulgação)

O fim da licença-maternidade traz uma série de preocupações para as mulheres, como a manutenção da amamentação e a escolha de quem ficará com o filho enquanto a mãe estiver trabalhando. Por isso, muitas empresas implantaram políticas voltadas para a qualidade de vida de suas colaboradoras.

Na Seguros Unimed, onde as mulheres representam 65% do quadro de funcionários, o programa gestação segura acaba de ser estendido para as mães adotivas da empresa. “A mãe em processo de adoção passa a ter os mesmos benefícios”, diz Ana Célia Gonzales, gerente de desenvolvimento de pessoas da Seguros Unimed .

O programa envolve um curso de três meses, com aulas a cada 15 dias, que ensinam desde cuidados básicos com o bebê até aulas de shantala, além de palestras com psicólogos e fisioterapeutas. Ao final do curso, as funcionárias recebem uma bolsa de maternidade e alguns livros sobre cuidados com a criança.

Na palestra da última sexta-feira (1°), a fisioterapeuta ensinou como as grávidas devem fazer massagem nos bebês. Ela também disse que era equivocada a ideia de que segurar o bebê no colo iria acostumá-lo mal.

Assim que retorna ao trabalho, cada funcionária recebe uma frasqueira térmica com seis garrafinhas de vidro para armazenar seu leite. A frasqueira contém ainda um kit para ser ligado à bomba de tirar leite que fica na sala de amamentação da empresa.

Nessa sala de amamentação, com poltrona, freezer, bomba elétrica e pia, também há quadrinhos com as fotos dos filhos das funcionárias que estão amamentando.

“Nada foi feito por acaso, inclusive esse espaço para as fotos. Há estudos dizendo que  a mulher produz mais leite se estiver olhando para a imagem do filho”, afirma Ana Célia Gonzales.

A enfermeira Lígia Lacerda da Costa Meirelles, 35, é uma das usuárias da sala. Com dois filhos gêmeos, os meninos Lucas e Theo, de 10 meses, ela diz ordenhar cerca de 180 ml de leite por dia na sala.

“O leite que tiro na empresa, somado com o que tiro em casa, ajuda a manter a alimentação dos dois com leite materno. Eu mando uma parte para o berçário e congelo outra”, diz.

A empresa também paga um auxílio-creche de R$ 370 para funcionárias com filhos de até 6 anos e 11 meses. Aquelas com bebês de até 6 meses têm direito a um auxílio-babá de R$ 687 mensais.

No ambulatório da empresa, além do médico e enfermeira do trabalho, também há uma nutricionista que presta atendimento às trabalhadoras.

Por ter um quadro de funcionários predominantemente feminino, a empresa ainda avalia o impacto de ampliar a licença-maternidade para 180 dias. Mas todas as colaboradoras podem acrescentar ao período de licença um adicional de 15 dias para a amamentação.

Outra política, que a empresa acredita que ajuda as funcionárias que são mães, é a jornada flexível de trabalho.

“Esse horário flexível foi muito útil quando minha filha era pequena e ficou internada no hospital”, afirma a superintendente de gestão de pessoas, Rosana Balote.

E por que a empresa investe tanto nas suas funcionárias? “Porque um funcionário feliz produz mais e melhor”, diz Rosana.

No ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde, havia 100 salas de amamentação dentro das empresas. Para 2016, a meta  era certificar mais 100 salas desse tipo.