Eu tinha a ilusão de que era só colocar no peito e amamentar, diz mãe que teve depressão pós-parto

FABIANA FUTEMA
Tatiana conseguiu amamentar após buscar apoio e informação (Divulgação)
Tatiana conseguiu amamentar após buscar apoio e informação (Divulgação)

A consultora de segurança da informação da Bayer, Tatiana Mota, 32, teve depressão pós-parto. Sua dor era causada, principalmente, pela dificuldade que teve para amamentar o filho Daniel, de 2 anos.

“Eu achei que sabia, tinha a ilusão da maternidade perfeita, que era instintivo, que era  só colocar no peito e ia ser natural. Mas não foi assim, tive muita dificuldade com a pega”, diz ela.

Para piorar, ela diz que se informou pouco durante a gravidez sobre amamentação e acabou dando chupeta para o filho. “Tem criança que não tem problema com confusão de bicos, mas eu fui sorteada. “

Só que Tatiana não desistiu. Buscou ajuda em bancos de leite, grupos de apoio, pediu ajuda a consultoras de amamentação e a médicos especialistas. “Demorou três meses para conseguir amamentá-lo exclusivamente com leite materno, mas deu certo. Fui até 1 ano e oito meses.”

Ela diz que sofreu muito até entender o que estava atrapalhando a amamentação. “Até descobrir, fiquei mal. Achava que tinha rejeitado meu peito e tive de complementar [com leite artificial].”

Tatiana conta que seu marido entendeu sua necessidade de se empenhar tanto para amamentar o filho. “Pode ser um pouco difícil entender o quanto eu achava importante dar leite materno. Pra ele, seria mais tranquilo se eu tivesse dado leite artificial. Mas ele entendeu.”

Hoje, a consultora diz que seu empenho valeu a pena. “A maioria desiste [nas primeiras dificuldades]. Sou defensora da amamentação. Acho importante para a mãe e para o bebê.”

No finzinho da licença-maternidade, Tatiana decidiu fazer uma cirurgia de redução de estômago. Ela emagreceu 52 kg desde então. “Perdi uma pessoa.”

Por conta da licença-maternidade e cirurgia, ela ficou sete meses afastada do trabalho. Ela diz que o apoio da empresa foi fundamental para superar essas fases e voltar tranquila para sua função.

“Meu gestor me apoiou muito. Precisei me ausentar nos primeiros meses. Mesmo trabalhando em uma área de TI, ele entendeu que a gente retorna aos poucos, que não dá para desligar a chave [da maternidade]. Pensava muito no meu filho no começo”, diz Tatiaa.

Outro benefício que ela usufrui na Bayer é o do home-office, que permite trabalhar de casa uma vez por semana. “Ajuda muito, pois levo e busco [o filho] na escola neste dia.”

Tatiana é funcionária da Bayer, que criou o programa Conte Comigo para facilitar a volta das funcionárias da licença-maternidade, além de orientar e dar suporte na solução de problemas pessoais as gestantes e as mulheres que já tem filhos .

O projeto oferece atendimento telefônico confidencial de profissionais que podem ajudar a colaboradora ou a mulher do colaborador. Entre os problemas que podem ser atendidos estão desde os de ordem emocional, como jurídicos ou até financeiros, como a perda de emprego do cônjuge.

Na parte jurídica, os profissionais podem ajudar com orientações para casos de separação durante a gravidez ou seguida ao parto ou em processo de adoção.

Além do Conte Comigo, que completou um ano de funcionamento em maio, a Bayer possui 10 programas voltado à saúde da gestante, como isenção de coparticipação no plano de saúde durante a gravidez, dieta especial e sala de amamentação.