O que os pais podem fazer para ajudar os filhos a adoecer menos ao entrar na escola
Quem tem filho pequeno na escola já sabe. A chance de ficar doentinho é grande. Como seu sistema imunológico ainda não está totalmente maduro, as crianças menores pegam mais facilmente as bactérias e vírus dos coleguinhas ou cuidadores.
“Adoecem pela imaturidade de suas defesas, que só vão atingir a plenitude pelos 5 anos, em média. Nesse meio tempo, a tão falada imunidade encontra vários desafios em forma de ‘’viroses’’, principalmente”, diz Thelma Oliveira, a Dra. Relva, criadora do grupo Pediatria Radical, especialista em pediatria pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
O melhor seria não entrar para a escolinha cedo demais. Não sendo possível, se a criança adoecer deve recuperar-se em casa. Nem todas as famílias têm com quem deixar o filho e acabam mandando-o para a escola mesmo assim.
“A escola que aceita uma criança doente precisaria dispor de uma sala ou quartinho de acolhimento para o caso de febre ou alguma dor, até que os pais venham buscá-la”, afirma Thelma.
Outros fatores também colaboram para o enfraquecimento da imunidade, como sono, sede e falta de sol. Por isso, é bom manter seu filho bem hidratado, com tempo para brincar ao ar livre e dormir bem.
Para evitar a propagação de vírus entre as crianças, Thelma recomenda que pais e funcionários de escola adotem uma medida bem simples: lavar as mãos. “Isso deveria ser mandamento obrigatório de toda escola, para crianças e adultos. Ao chegar da rua ou usar o banheiro, ao trocar uma criança, ao segurar um bebê, tem que lavar as mãos antes”, afirma a pediatra.
Thelma também recomenda que as crianças sejam ensinadas desde cedo a beber água em seu próprio copo ou garrafinha. A escola deve evitar que troquem de garrafinhas entre si para evitar o contato com a saliva de outra criança.
A pediatra diz que os adultos que cuidam da criança também devem ficar atentos à vacinação. “Algumas doenças – como a caxumba e a coqueluche – estão ressurgindo, e os adultos precisam ser vacinados para evitar sua disseminação nas crianças de quem cuidam. ”
Entre as doenças que podem ser evitadas com vacinas estão a caxumba, rubéola e sarampo, varicela, hepatite A e B, meningite, pneumonia, gripe e tuberculose. É dever da direção garantir que funcionários e professores sejam vacinados periodicamente.
Ela também recomenda que as salas sejam arejadas e que as escolas deixem as crianças brincar ao sol, principalmente o da manhã.
“Brincar nessa fase é mais importante do que transmitir conteúdos teóricos, que nada significam para a criança. Sua vida é seu corpo, suas atividades lhe permitem o entrosamento com o ambiente e seus desafios. Criança aprende ao lidar com as coisas da natureza e em jogos interativos com os coleguinhas; lanches em forma de piquenique são gostosos e divertidos. Curtir a natureza e estar em meio à variedade de plantas, flores, pássaros, são experiências inesquecíveis e enriquecedoras”, diz Thelma.
Mesmo que os pais adotem todas as medidas preventivas, ainda assim o filho pode adoecer. O que se pode mudar é a frequência com que isso acontece.
Para evitar pânico nessa fase, a pediatra recomenda que os pais aprendam a entender e manejar a febre. Crianças com alergias graves precisam de cuidados especiais para os quais a escola deve estar preparada.
“É importante lembrar que as doenças nessa faixa etária são autolimitadas, e se curam com, sem e apesar de medicamentos. Não podemos esquecer que o organismo funciona em favor da saúde, da normalidade de suas funções”, diz Thelma.
Muitos médicos recomendam que os pais administrem remédios para febre em casa e só levem a criança ao pronto-socorro após observação paciente dos sintomas. Há casos emergenciais que precisam ser diagnosticados e tratados rapidamente. Para tentar distinguir um caso do outro, a dica é verificar se a criança melhora e fica ativa assim que se baixa a febre. Se ela continuar prostrada, ou com respiração ofegante, é caso de procurar um pediatra imediatamente.