Taxa de cesárea nos planos de saúde do país é o triplo da média da OCDE
A proporção de cesáreas entre os partos realizados pelas pacientes dos convênios médicos ficou em 84,6% em 2015, segundo dados do mapa assistencial divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Esse percentual é ligeiramente menor que a taxa de 2014, que era de 85,6%.
Apesar do movimento declinante, a taxa brasileira de cesáreas na saúde suplementar _não conta os nascimentos na rede pública_ é o triplo da média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de 27,6%.
As menores taxas de cesárea entre os países da OCDE foram verificadas na Islândia (15,2%), Israel (15,4%) e Países Baixos (15,6%). No lado oposto, com as maiores proporções de cesariana, estão Chile (44,7%), México (45,2%) e Turquia (50,4%).
“Quando não há uma justificativa clínica, a cesariana aumenta as taxas de prematuridade e de problemas respiratórios do recém-nascido”, afirma Karla Santa Cruz Coelho, diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS.
O país tem adotado medidas para incentivar o parto normal, como o projeto parto adequado. A ANS, em parceria com o Hospital Albert Einstein e o IHI (Institute for Healthcare Improvement), desenvolve o programa Parto Adequado com 40 hospitais.
A agência encaminhou a esses hospitais uma política de agendamento de cesarianas eletivas.
A ANS orienta os hospitais a adotarem políticas para extinguir o agendamento de cesariana eletiva precoce e para orientação sobre o agendamento de cesáreas eletivas a termo.
No documento, a ANS recomenda a regulação do processo de agendamento das cesárias eletiva com a padronização do cálculo e da informação da idade gestacional _com a indicação, pelo médico, da idade do bebê em semanas e dias.
A agência também recomentada a adoção de formulário de agendamento com as indicações médicas da cesariana ou da indução. O objetivo é identificar as gestantes que têm indicação médica para cesáreas precoces ou a termo (da 39ª a 42ª semana de gestação).