Mães devem buscar informação sobre amamentação antes de o bebê nascer, diz pediatra
Muitas mulheres dão à luz achando que a amamentação é um processo instintivo. Pensam que é só colocar o seio na boca do bebê e que ele vai começar a mamar. Para algumas mães é fácil assim. Mas outras acabam sofrendo, pois não conseguem amamentar ou sentem muita dor na mamada.
Para o pediatra Moises Chencinski, criador do movimento #euapoioleitematerno, as futuras mamães precisam de informação qualificada para conseguirem ter sucesso na amamentação.
Ele recomenda que a primeira consulta com o pediatra do bebê aconteça a partir da 32ª semana de gestação da mãe.
“Assim ela terá condições de conversar com pediatra, esclarecer dúvidas, ser orientada sobre como amamentar na sala de parto e durante o alojamento conjunto da maternidade. Para que o bebê não corra o risco de receber fórmula ainda no berçário”, afirma ele.
A Semana Mundial da Amamentação é comemorada de 1 a 7 de agosto. Neste ano, o tema da semana é “amamentação a chave para o desenvolvimento sustentável”.
O problema, segundo Chencinski, é que faltam profissionais preparados para atender essa primeira consulta da mãe. “Muitas vezes a mãe liga e ele mesmo diz que não tem o fazer e que ela deve voltar depois de o bebê nascer. Só que depois pode ser tarde, a mãe já passou por uma situação de estresse sem estar adequadamente informada e apoiada na maternidade.”
Um dos problemas mais comuns são as dores causadas pela pega incorreta, que causam fissuras nas mamas da mulher. Nesse caso, é preciso corrigir a pega do bebê, além de ajuda-lo a ficar mais bem posicionado para mamar.
Para Chencisnki, o pediatra deveria ser o profissional a ajudar a mãe com essas questões na primeira consulta do bebê.
“Questões como pega e posição inadequadas poderiam ser prevenidas com informação, com o pediatra avaliando a mãe amamentando na primeira consulta. Não dá para imaginar a primeira consulta sem o pediatra fazendo essas observações para poder orientar a mãe. Pequenas ações podem fazer uma grande diferença depois”, diz o pediatra.
Outro fator que pode atrapalhar a amamentação, segundo ele, são as pessoas que levam a mãe questionar sua capacidade de amamentar. “Eles desacreditam a mulher, que acaba acreditando que não consegue porque o seio é grande ou pequeno demais, porque o bebê chora demais”, afirma Chencinski.
“Se a mãe não estiver bem informada, não tiver apoio, ela vai acabar acreditando que não consegue amamentar. Essa é uma situação que seria resolvida se o pediatra tivesse dado orientação na consulta da gestação”, diz.
Para mães com dificuldade de amamentação, o pediatra Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá, orienta que busque ajuda nos bancos de leite. Clique aqui e confira endereços do banco de leite mais próximo da sua casa.