Mães precisam de apoio para amamentar, diz especialista
Um dos maiores desafios das mulheres é manter a amamentação após retornar ao trabalho. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno até os seis meses.
O problema é que as mulheres têm direito a apenas 120 dias de licença-maternidade.
“Precisamos mudar nossa legislação. Ela concede 120 dias e a recomendação é de amamentação exclusiva por seis meses. É quase uma incoerência. Fica muito difícil amamentar exclusivamente tendo de retornar ao trabalho”, afirma Elsa Giugliani, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria.
Para a especialista, a legislação precisa ser melhorada para garantir que as mulheres tenham os 180 dias necessários para amamentar seus filhos exclusivamente com leite materno.
Funcionárias do setor público e de algumas companhias do setor privado que participam do programa Empresa Cidadã já têm direito a 180 dias de licença-maternidade.
Elsa diz que as mulheres precisam de apoio e condições adequadas para ordenha e armazenamento do leite materno.
“É preciso dar melhores condições para as mulheres em seus locais de trabalho. Existe um programa de incentivo à implantação de salas de amamentação em locais de trabalho para que a ordenha seja feita de forma higiênica e segura e o leite armazenamento adequadamente para ser oferecido ao bebê na ausência da mãe”, diz a pediatra.
Segundo ela, esse tema é muito debatido hoje em todo o mundo. “Recomenda-se muito aos chefes e às empresas que incentivem a amamentação, pois isso acaba trazendo retorno para a própria empresa.”
Com a frase “Amamentação: faz bem para o seu filho, para você e para o planeta”, a SBP e o Ministério da Saúde lançam no dia 6 a campanha que marca a 25ª Semana Mundial da Amamentação.
O objetivo da campanha neste ano é chamar a atenção para a importância do aleitamento materno para que sejam alcançadas as 17 metas dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” definidos pela ONU.
Entre os objetivos estão a erradicação da pobreza, fome zero e redução das desigualdades. Segundo a SBP, a amamentação é acessível a todas as camadas sociais e reduz os gastos da família com leites artificiais, mamadeiras, gás, doenças, entre outros.
Estudos dizem que as mulheres dos países pobres amamentam mais.
Segundo a SBP, a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses e continuada até dois anos ou mais fornece nutrientes de alta qualidade com segurança alimentar, ajudando a prevenir a fome e a subnutrição.
Mas não é só no trabalho que as mulheres precisam de ajuda para amamentar. O incentivo deve começar em casa, quando ela precisa de apoio tanto emocional quanto físico _como ajuda com as tarefas domésticas.
Você mesmo pode dar esse apoio. Uma vez ouvi a doula Janie Paula dizer que o suporte pode vir de várias maneiras, como fazer um chá para ou cuidar do bebê para a mãe tomar banho ou tirar uma soneca.