Mães precisam de apoio para amamentar, diz especialista

FABIANA FUTEMA
Mães precisam de apoio para amamentar (Crédito: Elis Freitas Fotografia)
Mães precisam de apoio para amamentar (Crédito: Elis Freitas Fotografia)

Um dos maiores desafios das mulheres é manter a amamentação após retornar ao trabalho. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno até os seis meses.

O problema é que as mulheres têm direito a apenas 120 dias de licença-maternidade.

“Precisamos mudar nossa legislação. Ela concede 120 dias e a recomendação é de amamentação exclusiva por seis meses. É  quase uma incoerência. Fica muito difícil amamentar exclusivamente tendo de retornar ao trabalho”, afirma Elsa Giugliani, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria.

Para a especialista, a legislação precisa ser melhorada para garantir que as mulheres tenham os 180 dias necessários para amamentar seus filhos exclusivamente com leite materno.

Funcionárias do setor público e de algumas companhias do setor privado que participam do programa Empresa Cidadã já têm direito a 180 dias de licença-maternidade.

Elsa diz que as mulheres precisam de apoio e condições adequadas para ordenha e armazenamento do leite materno.

“É preciso dar melhores condições para as mulheres em seus locais de trabalho. Existe um programa de incentivo à implantação de salas de amamentação em locais de trabalho para que a ordenha seja feita de forma higiênica e segura e o leite armazenamento adequadamente para ser oferecido ao bebê na ausência da mãe”, diz a pediatra.

Segundo ela, esse tema é muito debatido hoje em todo o mundo. “Recomenda-se muito aos chefes e às empresas que incentivem a amamentação, pois isso acaba trazendo retorno para a própria empresa.”

Com a frase “Amamentação: faz bem para o seu filho, para você e para o planeta”, a SBP e o Ministério da Saúde lançam no dia 6 a campanha que marca a 25ª Semana Mundial da Amamentação.

O objetivo da campanha neste ano é chamar a atenção para a importância do aleitamento materno para que sejam alcançadas as 17 metas dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” definidos pela ONU.

Entre os objetivos estão a erradicação da pobreza, fome zero e redução das desigualdades. Segundo a SBP, a amamentação é acessível a todas as camadas sociais e reduz os gastos da família com leites artificiais, mamadeiras, gás, doenças, entre outros.

Estudos dizem que as mulheres dos países pobres amamentam mais.

Segundo a SBP, a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses e continuada até dois anos ou mais fornece nutrientes de alta qualidade com segurança alimentar, ajudando a prevenir a fome e a subnutrição.

Mas não é só no trabalho que as mulheres precisam de ajuda para amamentar. O incentivo deve começar em casa, quando ela precisa de apoio tanto emocional quanto físico _como ajuda com as tarefas domésticas.

Você mesmo pode dar esse apoio. Uma vez ouvi a doula Janie Paula dizer  que o suporte pode vir de várias maneiras, como fazer um chá para ou cuidar do bebê para a mãe tomar banho ou tirar uma soneca.