Pais recorrem à acupuntura para tratar doenças de filhos

FABIANA FUTEMA
Laís durante tratamento com acupuntura (Arquivo Pessoal)
Laís durante tratamento com acupuntura (Arquivo Pessoal)

Quando Laís, 5, começou o tratamento da vitiligo com acupuntura, há 1 ano e meio, ela tinha um pouco de medo das agulhinhas . Mas uma médica do ambulatório do Hospital São Paulo disse que iria colocar ‘anteninhas’ nela.

Segundo o pai, essa forma de explicar o tratamento fez toda a diferença. “Antes, ela não deixava nem chegar perto. Com criança, é preciso ter jeito para conversar. A dra. Sônia disse que aquelas anteninhas iam ajudá-la. Foi muito bom, elas se deram muito bem”, afirma Adriel dos Anjos, 39.

O pai diz que o tratamento com acupuntura vem ajudando a reduzir as manchas na pele da filha.

“A gente percebe a redução de umas e desaparecimento de outras em algumas partes do corpo. Tem uma mancha que sumiu, nas costas”, diz Adriel.

O tratamento é feito a cada 15 dias. Inicialmente, Laís fazia uma vez por semana. “Não tem prazo para acabar, mas por enquanto dá para ver o resultado”, afirma o pai de Laís.

Márcia Yamamura, especialista em acupuntura pediátrica, diz que não existe idade mínima para começar o tratamento com acupuntura. “A partir do nascimento já pode fazer.”

No entanto, segundo ela, alguns pais ainda temem que o bebê sinta dor com a acupuntura. “Quando o bebê nasce no Ocidente, a gente avalia a necessidade de agulhar. Existem técnicas associadas à medicina chinesa que podem ser usadas no bebê, como a massagem.”

Márcia diz que a agulha e técnica usadas em bebês são diferentes das aplicadas em adultos. “A agulha é diferente, mais fina, tem um tamanho diferente, inclusive os pontos são diferentes, pois a criança não fica imóvel. Um adulto fica paradinho com agulhas por 30, 40, 50 minutos. Já o bebê, não. Ou a gente coloca e tira ou insere em locais em que o bebê não vai se machucar caso se movimente.”

Nos bebês, também há cuidado com região das moleiras na hora de fazer o agulhamento.

Segundo Marcia, estudos mostram os benefícios da acupuntura na prevenção da hipoglicemia e infecções em recém-nascidos de alto risco. Segundo o trabalho, a incidência de hipoglicemia foi menor nos bebês tratados com acupuntura.

A acupuntura pediátrica tem trazido bons resultados no tratamento da asma, rinite e hiperatividade, segundo o Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.

O tratamento pode ser custeado pelo SUS e possui cobertura dos convênios médicos. No Estado de São Paulo, foram realizadas 225.508 sessões de acupuntura de janeiro a junho deste ano pelo SUS. No ano passado, foram 413.082 sessões.

 

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