Mais de 11% dos bebês nascidos no país são prematuros

FABIANA FUTEMA
Bebê em incubadora (Fotolia)
Bebê em incubadora (Fotolia)

Mais de 11% dos bebês nascidos no país são prematuros. Segundo o Ministério da Saúde, são considerados prematuras as crianças que nascem com idade gestacional abaixo de 36 semanas.

Em 2015, nasceram 324.869 crianças com essa idade gestacional no Brasil. Neste ano, até outubro, foram 157.905 bebês. Em 2014, o número de prematuros foi de 331.486 bebês.

Com esse desempenho, o Brasil está na 10ª posição no ranking mundial da prematuridade, segundo a ONG Prematuridade.com.

Entre os motivos que elevam o risco de um parto prematuro, de acordo com a ONG, estão gestação na adolescência ou tardia, pré-natal deficitário e doenças maternas, como hipertensão, diabetes gestacional e problemas vasculares.

Para sensibilizar sobre o tema e defender iniciativas para reduzir o índice de prematuridade, a entidade estará em Brasília nesta quinta (17). Entre as reivindicações está a instituição de 17 de novembro como Dia Nacional da Prematuridade em todo o país e da criação do novembro roxo.

Segundo a entidade, o parto prematuro ainda é a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos de idade em todo o mundo. A ONG afirma que o nascimento de um prematuro pode acarretar sequelas de saúde para os bebês, inclusive com danos incapacitantes.

CUIDADOS APÓS A ALTA

Pais de prematuros que ficaram internados em UTI neonatal costumam se preocupar com a manutenção dos cuidados após a alta hospitalar.

A médica Gislayne Souza Nieto, chefe da UTI neonatal do hospital e maternidade Santa Brígida, diz que é preciso ter calma.

“É muito comum a sensação de que pode acontecer alguma coisa errada com o bebê, como parar de respirar, se afogar, perder peso ou ter problemas respiratórios. Mas é importante lembrar que um prematuro só recebe alta hospitalar quando está bastante estável há alguns dias, com peso adequado e exames normais e que os cuidados familiares em casa são a melhor maneira de um prematuro se recuperar e se desenvolver plenamente”, diz.

Ela dá algumas dicas de cuidados com o prematuro em casa, como alimentar com leite materno, colocar para dormir com barriga para cima e evitar ambientes com aglomeração de pessoas ou fumantes.

O tratamento dos bebês prematuros evoluiu muito nos últimos anos. A chance de sobrevida de um bebê com menos de 750 g nascido há dez anos era de 15% a 20%, segundo o Hospital e Maternidade Santa Joana. Hoje, esse número chega a 40%.

Para prematuros que nascem com mais de 1 kg, a chance de sobrevida hoje é de 90% a 100%.

Um dos desafios dos prematuros é desenvolver do lado de fora capacidades que seriam atingidas dentro do útero.