Silvia Abravanel defende Escola de Princesas e diz que meninos também deveriam aprender a ser príncipes
A apresentadora e empresária Silvia Abravanel defendeu os valores ensinados pela Escola de Princesas. A instituição recebeu críticas por reforçar alguns estereótipos femininos, como o de que cabe à mulher tarefas relacionadas à organização da casa.
Silvia, que abriu no fim de outubro uma franquia da escola em São Paulo, nega que o curso formará pequenas donas-de-casa. Mas também criticou quem tira o valor do trabalho da dona-de-casa.
“Houve uma reação horrorosa dos extremistas, como se estivéssemos formando donas-de-casa, o que é feio também julgar. Como se dona-de-casa não fosse uma profissão. Para mim é uma profissão que tem que ser bem reconhecida e bem remunerada”, disse ela.
Segundo ela, a Escola de Princesas prepara as meninas para o mundo. “São preparadas para serem meninas independentes e educadas. Se for executiva, tem que ser educada. Se for médica, tem que ser educada. Se ela for a um congresso, tem que saber se portar à mesa. Se for dar uma palestra tem que saber ser educada, ter postura. Tudo isso que vai ensinar lá.”
Em relação ao aprendizado de tarefas domésticas, como arrumar a cama ou o guarda-roupa, Silvia diz que as garotas aprendem a serem suas próprias donas-de-casa. “Muitas querem morar fora. Para isso, tem que aprender a arrumar a cama sozinha, tem que aprender a limpar seu quarto, lavar sua roupa. Tem que aprender a ser a sua própria dona de casa.”
O site da Escola de Princesas, fundada por empresários de Uberlândia (MG), diz que o sonho de toda menina é tornar-se princesa e que o passo mais importante da vida delas é o casamento.
Silvia diz que diverge de algumas ideias da criadora da escola. “A dona da franquia é evangélica, eu já sou espírita. A minha opinião vai divergir da dela. Ela, como evangélica, tem essa coisa de casar vigem e ser preparada para ser dona-de-casa.”
Mas ela defende alguns valores tradicionais, como o casamento e o bom comportamento. “As pessoas não estão mais valorizando o casamento. Para ter valorização de como ser mulher de novo, pois se perdeu isso com a entrada da internet. A valorização da festa de 15 anos, do casamento, de ser uma menina bem comportada. As meninas perderam alguns valores, isso a gente quer resgatar.”
E sobre a entrada de meninos na escola? Silvia diz que não pode permitir, pois é uma regra da franqueadora. Mas vê uma brecha para meninos que querem ser meninas.
“Uma vez me perguntaram se um menino mudar de sexo e resolver ser menina? Vai também ser atendido. […] Eu gostaria de atender os dois públicos porque acho que menino também deveria ter isso de ser príncipe, ser educado, saber se portar. Se chegar lá um menino que resolveu ser menina, vou atender. Quem sou eu para julgar? Eu tenho amigo homossexual, tenho amigo transgênero.”
Silvia diz que não divulga os valores do curso, pois não quer que o preço impeça ninguém de entrar na escola. “Eu quero atender todo mundo e muito bem. Não importa se é de classe A ou Z que todas se sintam bem, confortáveis e possam fazer o curso. Nisso bati de frente com dona da franquia, disse que não seria igual. Não vou deixar de atender porque não tem condição de pagar. Eu vou dar um jeito dessa criança fazer o curso porque criança para mim é como anjo, não tem sexo, cor, classe social.”
A empresária diz que já tem fila de espera para o curso, que começa em fevereiro de 2017. São de duas a três aulas semanais, de 1h30.