Cuidados que grávidas e mulheres que amamentam devem ter com a vacina contra febre amarela
Todo mundo precisa se desesperar e correr para se vacinar contra a febre amarela? O vice-presidente da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, diz que não. “A vacina contra a febre amarela não tem recomendação de uso universal em nosso país.”
Segundo ele, devem buscar se vacinar contra a febre amarela as pessoas que vivem ou vão viajar para áreas de risco de contágio.
Mesmo nessas situações há restrições para aplicação da vacina em grávidas, mulheres que amamentam, maiores de 60 anos, menores de 9 meses e pessoas com doenças crônicas ou imunidade reduzida.
“Como é uma vacina com vírus vivo, há o risco teórico de infectar o bebê. Se a grávida estiver exposta a um risco muito alto, então pode tomar, pois há o risco maior de adquirir a febre amarela de verdade”, diz Kfouri.
Em reação às mulheres que amamentam, Kfouri afirma que existe o risco de transferência do vírus vivo para bebês por meio do leite materno.
“A mulher que amamenta tem que tomar cuidado, pois existe relato de transferência do vírus da vacina pelo leite materno. A indicação da vacina tem que ser avaliada individualmente nesses casos”, diz o vice-presidente da Sbim.
Se a opção for pela vacina, a mulher que amamenta bebês menores de 6 meses deve suspender a alimentação do filho com leite materno por no mínimo 15 dias após a imunização. Para evitar o desmame, ela deve ordenhar e fazer um estoque de leite materno para ser oferecido em copinho neste período. A amamentação não precisa ser interrompida se ele for maior de 6 meses, diz o médico.
Nos bebês de 6 a 8 meses, segundo Kfouri, não há certeza sobre a eficácia da vacina. “Ela não faz efeito em crianças menores de 6 meses.”
E quando tomar a vacina? O calendário vacinal prevê a aplicação da vacina aos 9 meses e 4 anos.
Nos adultos que moram ou viajarão para áreas de risco são necessárias duas doses, com intervalo de 10 anos entre elas. Se a pessoa tiver tomado a primeira dose e passaram-se mais de dez anos, basta tomar a segunda dose. “Antigamente a vacina era dada de 10 em 10 anos. Estudos demonstram que a imunidade é duradoura e que duas doses são suficientes para adquirir proteção para sempre”, diz Kfouri.