Professora escolhe obstetra, ex-aluno, para acompanhar seu parto

Quem deseja viver um parto natural, geralmente, busca recomendação de profissionais com mulheres que viveram essa experiência. Foi o que fez Kris Regia Colombi, 36, moradora de Vitória (ES).

Um dos médicos selecionados foi Frederico Vitorino, 35. Para sua surpresa, descobriu que ele foi seu aluno no curso de medicina na Universidade do Espírito Santo. Kris ministrou a disciplina de histologia durante o primeiro ano dele, em 2004.

“Nas consultas de pré-natal era interessante quando ele falava sobre as alterações que ocorriam na pele por causa da gravidez. Lembrei que eu ensinei isso a ele”, brinca.

Essa ligação foi essencial para a condução do parto, conta a mãe. Para ela, a identificação com o médico gerou maior confiança.

“Ao contrário do primeiro parto, fiquei em casa com meu marido e com a enfermeira obstetra me monitorando e cuidando de mim. No hospital, pude escolher a posição mais confortável para dar a luz”, diz a mãe de Laura, que nasceu no último dia 11.

Em uma das fotos do parto, Vitorino, após receber o casal no hospital, caminha pelo corredor de mãos dadas com ela (primeira foto da galeria abaixo).

“Esta foto representa muito pra mim! É uma retribuição da vida! Uma prova de que recebemos o que plantamos! Um dia ela pegou na minha mão e hoje eu, segurando a dela, pude conduzi-la a esta travessia! Muita gratidão, pelo carinho e confiança!”, comemorou em sua conta no Instagram.

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA 

A experiência vivida no parto de seu primeiro filho foi o que impulsionou Kris a buscar o parto humanizado.

Ela lamenta que durante o nascimento de Davi, em 2004, foi obrigada a ficar em silêncio e imóvel durante as contrações. Além disso, romperam sua bolsa artificialmente, o que causou muita dor durante todo o processo.

“Descobri que me deram hormônio para acelerar o parto porque o médico tinha uma viagem e não poderia continuar ali comigo na sala”.

Ela relata que assim que o bebê nasceu, foi retirado dela, pesado, limpo e vestido. “Quando ele enfim chegou ao meu colo, o anestesista, que havia sido tão grosso, ficou com o celular na mão insistindo para que eu passasse o telefone de onde fazia pilates, pois não tive laceração e ele queria indicá-lo para sua mulher, que estava grávida”.

“O parto é um momento em que a mulher está fragilizada. Ela precisa ser apenas encorajada e respeitada”, conclui Kris.