Proteja seus filhos da gripe, bronquiolite e pneumonia

“Leva blusa para não pegar gripe”. Certamente você já ouviu essa frase alguma vez na vida. Longe de mim querer contrariar uma mãe ou um pai, mas para especialistas ouvidos pelo Maternar, não é bem assim que se pega gripe.

“Não é a mudança climática que causa a doença. É sazonalidade do vírus que prevalece nessa época do ano”, explica Renata Kuhn, pediatra da Casa Moara.

A especialista diz que pessoas sensíveis às mudanças climáticas podem apresentar queda na imunidade no período, ficando suscetíveis ao ataque de vírus e bactérias. Ou seja: vento gelado, garoa ou o famoso golpe de ar não são tão vilões como acostumamos ouvir.

Para o pneumologista Bruno Baldi, do HCor, deixar um vãozinho aberto na janela, inclusive, traz mais benefícios que malefícios. “Lugares fechados, com muita gente e pouca ventilação podem favorecer a ocorrência de infecções respiratórias”, diz.

Baldi recomenda umidificar o local (com aparelhos ou com toalhas úmidas), pois o ar seco também facilita o deslocamento dos vírus.

DIFERENÇAS

A gripe ou influenza é uma infecção respiratória (nas vias aéreas superiores) causada por vírus. Geralmente, ocasionam dor muscular, tosse seca, coriza, dor de garganta, febre e calafrios.

O resfriado também é uma infecção das vias aéreas superiores, causado por vírus, mas sua duração no corpo é menor que a gripe. Coriza, tosse discreta e febra baixa são os principais sintomas.

Pneumonia é uma inflamação nos pulmões. Pode ser viral ou bacteriana e é caracterizada por tosse, falta de ar e febre mais alta.

Já a bronquiolite é uma infecção dos bronquíolos. Causada por vírus, ela acomete geralmente crianças menores de dois anos. Começa com uma coriza discreta que evolui para tosse, geralmente mais seca, e assim como pneumonia ataca as vias aéreas inferiores.

PREVENÇÃO

Prevenir é melhor que remediar, já dizia o ditado. Dessa vez, a sabedoria popular acertou. Por isso, seguem abaixo dicas que ajudam a afastar essas doenças das crianças.

  • Cobrir o rosto ao tossir, lavar frequentemente as mãos, usar álcool gel, evitar compartilhar utensílios como talheres e toalhas e evitar conglomerados na medida do possível;
  • Para as crianças, o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, mantido até os 2 anos ou mais, reduz as chances de contrair tais doenças e reduz a gravidade dos sintomas nos casos em que a criança foi infectada;
  • Vacinação contra a gripe. (Devido à paralisação dos caminhoneiros, a campanha de vacinação foi prorrogada);
  • Vacinação contra o pneumococo, que protege contra o agente mais comum das pneumonias bacterianas;
  •  imunoglobulina palivizumabe (proteção contra o vírus sincicial respiratório, mais comum da bronquiolite, indicado apenas para lactentes prematuros (nasceram com menos de 28 semanas) ou com pneumopatias ou cardiopatias específicas;
  • Além disso, hidratação com água, alimentação balanceada, atividade física e momentos de descanso ajudam a turbinar a imunidade;
  • Vale lembrar que muitos pais se preocupam em agasalhar bem os filhos, mas esquecem de lavar as mãos ou tirar os sapatos ao entrar em casa após chegar da rua. O descuido pode carregar vírus para casa e contaminar toda a família;
  • O uso de umidificadores é recomendado, mas é preciso ficar de olho na manutenção do aparelho. Falta de higiene no aparelho pode ocasionar mofo e agravar os problemas respiratórios das crianças.

QUANDO IR AO MÉDICO?

A pediatra Renata Kuhn e o pneumologista Bruno Baldi lembram que somente médicos podem dar o diagnóstico e tratamento corretos para esses casos. Eles orientam, porém, evitar correr ao pronto-socorro em casos de um simples resfriado.

Os especialistas lembram que o contato com pessoas infectadas pela brinquiolite, por exemplo, pode agravar o quadro da criança. Já os casos em que há febre alta, muita tosse e falta de ar, o recomendado é buscar orientação médica.

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