Maternidade real vai parar no horário nobre da TV aberta

“Nana nenê, que eu quero nanar. Papai tá bem cansado, amanhã vou trabalhar. Dorme nenê, mamãe tá acabada, mamãe até chorou quando viu a golfada”.

Essa é a trilha do teaser da nova série “Pais de Primeira”, que estreia dia 25 de novembro nas tardes de domingo, na Rede Globo.

Com a promessa de levar a maternidade real para as tardes de domingo, a produção pretende fugir dos esteriótipos da família perfeita e retratar dilemas reais como qual parto será escolhido, se o bebê usará ou não chupeta, se deve usar cueiro ou como fugir dos infinitos palpites da família.

Os namorados Taís (Renata Gaspar) e Pedro (George Sauma) descobrirão que criar um filho é bem diferente da teoria encontrada nos livros.

Além deles, participam do programa os atores Marisa Orth, Daniel Dantas, Heloísa Perissé, Nelson Freitas, Monique Alfradique, Alejandro Clavenux e Rodrigo Ferrarini.

Para saber mais sobre o programa, leia aqui. Quero me ater agora à coletiva de imprensa, realizada dia 13 de setembro, no Rio de Janeiro.

Quando se fala de família, cada um tem uma história engraçada para contar e entre uma resposta e outra, os atores começaram a lembrar de quando se tornaram pais e mães.

Heloísa Perissé, por exemplo, disse que o medo de alma penada sempre a rodeou. O pavor era tamanho que ela descia na portaria do prédio e esperava amanhecer para voltar para casa, usando sempre uma desculpa diferente para o porteiro”.

Depois que a primeira filha nasceu, a atriz superou o medo. “Taí alguém por quem eu tenho que lutar. Pode vir fantasma, alma, bruxa. Não era mais hora de ser protegida e sim, proteger”, lembrou.

Daniel Dantas disse que quando se tornou pai, chorou emocionado por três dias seguidos. Contou também que sabotou vários passeios matinais por achar o ato “melancólico”.

Já Nelson Freitas lembrou o pânico que sentiu quando ficou sozinho com seu neto, ainda bebê, pela primeira vez. “A identificação certamente ocorrerá porque o público passou ou passará pelas situações ali representadas”, disse.

Renata Gaspar não tem filhos e a falta de trejeito com bebês ficou evidente durante a gravação. Por causa de uma conjuntivite, a atriz não teve tempo para se familiarizar com os três bebês contratados para se revezarem na série. “Acabou ficando bem real a falta de jeito ao pegá-lo no colo”, conta.

Marisa Orth lembrou quando sua licença-maternidade de quatro meses acabou e ela precisou voltar ao trabalho. À época, atuava como Magda, na série “Sai de Baixo” (Rede Globo) e contou que amamentava durante os intervalos da gravação. Ela lamentou o abandono do plano de ter um segundo filho por causa da profissão.

Descontraída, Marisa disse que o amor pelo filho foi construído ao longo dos anos e que o aniversário de um ano serviu mais para comemorar sua sobrevivência do que propriamente o aniversário do pequeno.

PRATA DA CASA

Quem lê as colunas do Antonio Prata aqui na Folha sabe o quanto a paternidade mudou sua vida e o quanto ela inspira muitos de seus textos. Pois é ele quem escreve a série.

“A maternidade e a paternidade, geralmente, é uma pilula dourada. A imprensa não conta a realidade”, brinca Prata. “Para minha geração não é uma opção ser pai atuante. A conta do feminismo chegou e a gente tem que dividir”, disse o autor.

Luiz Henrique Rios, diretor artístico da produção, explica que a leveza com que os assuntos serão levados ao público conseguirá atingir extratos mais profundos do debate sobre ser pai e mãe. “Não adianta ler e ver. A experiência é a única maneira de se aprender as coisas”, conclui.

A repórter viajou a convite da Rede Globo (e andou de carrinho :-P)

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