Se mãe não está bem, bebê pode chorar mais, afirma autora

Em que momento da história e da evolução humana desaprendemos a amamentar? Perdemos nossos instintos? Como resgatar algo tão precioso, natural e saudável?

Essas são algumas das perguntas que a odontopediatra Andressa Bortolasso faz no início de seu livro “Sintonia de Mãe” (Luz da Serra Editora).

A obra tem pouco mais de 300 páginas e fala sobre gravidez, parto, rede de apoio, aleitamento e desmame.

Entre os trechos que se destacam, está um exercício de autorreconhecimento. A  especialista em amamentação defende uma técnica de comunicação chamada “Eu Sinto”, que é quando a mãe para, reflete sobre seus sentimentos e aprende a verbalizar o que te incomoda.

“O bebezinho é um radar de emoções maternas, então pode contar que, se aconteceu alguma coisa naquele dia e você não estiver bem, seu bebê vai chorar mais”, diz o livro.

 

O autoconhecimento fortalece a conexão com o bebê, defende autora de livro (Crédito: Fotolia)

“É normal que o pós-parto seja um momento tenso e a mulher se torne um pouco mais agressiva, até mesmo pelo instinto de proteção do bebê. Mas é imprescindível manter a harmonia no ambiente, e uma boa comunicação ajuda muito”, completa.

A autora defende que a conexão com o bebê é responsável por boa parte do sucesso do aleitamento materno e para que isso ocorra, algumas coisas podem ser planejadas antes mesmo do nascimento do filho.

“Escolher uma rede de apoio e aprender a pedir ajuda são essenciais. As pessoas não adivinham pensamentos, e muitos acham que a mãe está dando conta de tudo porque ela não fala nada”, disse a autora ao Maternar

Mas é  preciso dizer o óbvio? Sim, às vezes, nem o pai da criança consegue perceber  que a mulher está esgotada, cansada e precisando de um tempo para fazer um xixi, beber água ou tomar um banho mais demorado, explica.

APOIO  

Uma rede de apoio é, como o próprio nome diz, uma rede onde a mulher pode descansar e confiar, sabendo que não cairá.

Esse apoio pode ser formado por um apoiador de base, que é a quela pessoa mais próxima como o marido, a mãe ou uma amiga muito próxima. Essa pessoa é aquela com quem a mulher tem segurança para desabafar.

Os apoiadores secundários são aqueles que estão dispostos a ajudar. “Uma amiga que se oferece, uma tia, uma vizinha de porta que diz ‘ qualquer coisa estou aqui’. Não dispense esse tipo de ajuda, porque em algum momento você pode precisar. Pode ser que precise de alguém de confiança para buscar seu filho mais velho na escola, que traga uma coisinha rápida do mercado para você ou que dê uma passada rápida na farmácia”, destaca a autora.

Andressa afirma ainda que pedir ajuda para conseguir tomar um banho demorado ou sair para fazer as unhas ou cuidar de si não significa ser negligente ou desleixada, como muitas mães se sentem. “Olhar para sua necessidades e valorizá-las é um caminho para recuperar a energia drenada pelas atividades maternas. “Entender o que se quer e o que é importante pra si faz com que a mulher fique bem e aumente sua conexão com o bebê”, conclui.

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