Apoiar a mãe é a primeira grande oportunidade que o homem tem ao se tornar pai

De uns tempos pra cá a importância da participação do pai na criação dos filhos tem sido amplamente debatida. Apesar disso, ainda é muito comum um pai atuante ser elogiado, enquanto a mãe participativa é apenas uma mãe, mesmo.

Muitos homens defendem que apenas quando o bebê nasce é que a ficha sobre a paternidade cai, enquanto a mãe carrega o bebê no ventre, sente o filho mexer, além de passar pelo parto. Foi o caso de Beto Lima, pai de João Pedro, 5 e Helena, 1. Ele conta que enfrentou dificuldades para achar seu papel após o nascimento do primeiro filho.

Sua esposa enfrentou muitas dificuldades com a amamentação, ao ponto de não querer visitas em casa para não atrapalhar o processo. “Eu não sabia o que fazer e combinamos que ela deveria dizer o que queria, porque também estava perdido”. Ao evitar as visitas e apoiar a esposa, Beto entendeu que o papel de mediador do desejo da mãe foi importante para o sucesso da amamentação dela.

“Quando o bebê chega, a primeira grande oportunidade que o homem tem para ser pai é apoiando a mãe”, conclui.

Beto participou da 4ª mesa redonda sobre amamentação, realizada nesta quinta-feira (8), em São Paulo. Especialistas da Pro Matre e influenciadores digitais dividiram suas experiências sobre o assunto para fechar a semana mundial do aleitamento materno.

Pai do Léo, de apenas dois meses, Luan Ferreira acompanhava da plateia a fala da esposa Isabella Matte. Ele conta que também se viu perdido quando o filho chegou em casa. “Tudo é muito novo, tive muito medo de fazer algo errado, mas estou aprendendo”, conta o pai.

Debate sobre a amamentação promovido pela Pro Matre em São Paulo (Foto: Katia Lopes)

PATERNIDADE ATIVA

Um estudo divulgado em 2016 pela Universidade de Michigan comprovou que quanto mais atuante é o pai, mais autocontrole e cooperação terão os filhos. Essa relação também influencia na qualidade do desenvolvimento social da criança. Na ocasião, foram analisadas 730 famílias de diferentes regiões dos Estados Unidos.

Pai de Ana, de três anos, Pedro de Oliveira, do Canal Ser Pai, conta que quando pegou a filha no colo, se deu conta de que “pela primeira vez na vida teria algo que era pra sempre”.

Para ele, um bom pai vai muito além de prover financeiramente. “Ele deve prover afeto e atenção para o filho porque as crianças preferem ter o pai do lado e não um Porsche na garagem. Eles preferem muito mais dormir em nossa cama do que viver em uma casa enorme”, diz.

Ele critica o “aborto masculino”, aquele cometido pelos pais que colocam filhos no mundo e os ignoram após o nascimento. “Acredito que para mudar nossa sociedade, deixá-la mais igualitária e justa é preciso suprir as necessidades emocionais na infância”.

Nesse vídeo, se você é um pai participativo, certamente vai rolar uma identificação!

 

Feliz Dia dos Pais!

 

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