Saiba como aquecer os bebês e evitar acidentes durante o frio
Quem bate? Se você é cringe como eu, sabe a resposta: é o frio! E parece que esse ano ele está bem empolgado.
Roupas mais grossas, banhos mais quentes ou demorados e alimentos mais calóricos estão entre as opções dos adultos para esse período.
Mas para os pequenos, não é bem assim e alguns cuidados são necessários para evitar acidentes ou superaquecimento. Abaixo, veja algumas dicas e cuidados para essa fase mais fria:
1. Banhos devem ser mais rápidos e com água morna. Água muito quente resseca a pele. Mesmo em bebês pequenos, o uso de hidratante é recomendado após o banho. O ideal é fechar bem portas e janelas, aquecer o ambiente antes do banho e escolher o horário mais quente do dia (12h). Se a temperatura estiver muito baixa, não é nenhum crime pular o banho dos bebês que não saem de casa. Porém, os que vão para a escola devem tomar banho após a volta.
2. Aquecedores de ar ressecam ainda mais o ambiente e o ar seco ajuda a espalhar os vírus respiratórios. Seu uso contínuo deve ser evitado. Outro problema é sair de um ambiente aquecido e seguir para outro com temperatura inferior. O choque térmico agride as vias aéreas, que tendem a responder com congestão nasal. Caso queira usar o aquecedor, use-o por um curto período e umidifique o ar junto. Também não é aconselhável o uso contínuo de umidificadores para não predispor a proliferação de fungos. Você pode colocar uma toalha úmida ou uma bacia com água no ambiente (em local seguro, longe dos bebês).
3. Agasalhe o bebê com tecidos naturais, principalmente as camadas que ficam em contato com a pele. Isso evita alergias de contato. As crianças têm o mesmo frio que os adultos, portanto use o bom senso e sinta a temperatura do corpo da criança pelo tronco ou barriga. Mãos e pés nem sempre dão uma boa referência, mas o uso de meias e luvas nesse período é essencial. Use toucas em ambientes abertos, mas para a hora do sono evite-as, pois há risco.
4. Para dormir, prefira pijamas mais grossos ou roupas flaneladas. Evite cobertores em excesso: além de incomodar o bebê, podem superaquecê-lo ou gerar maior risco de sufocamento e morte súbita. Eles devem estar entre 36,5 e 37,2 graus. Se o bebê começar a transpirar ou mostrar irritabilidade, tire uma peça de roupa. Bebês pequenos também podem dormir dentro de casulos.
5. No frio todo mundo gosta de ficar juntinho, mas é bom evitar aglomerações e visitas. O tempo seco e frio aumenta a circulação de vírus e bactérias que causam doenças respiratórias, e as crianças podem sofrer com isso. Se não puder escolher ambientes arejados por conta de temperaturas muito baixas, evite sair.
6. Se for necessário, use máscara e álcool gel. Além do coronavírus, eles ajudam a proteger das demais doenças sazonais. Se encontrar pessoas, evite beijos, abraços e colo. Resfriados são facilmente transmitidos assim.
7. No caso das crianças, ofereça muito líquido, fibras e alimentos hidratantes. O organismo bem hidratado reage melhor ao frio e resiste mais ao ressecamento das vias aéreas. Além disso, o sistema imunológico está diretamente ligado à qualidade dos alimentos consumidos. Para crianças, ofereça sopas e caldos, que além de hidratar, podem ser fonte de proteínas para o corpo. Tomar sol em um horário mais quente também é indicado para ajudar a elevar a imunidade.
8. Areje os ambientes da casa de dia e nos horários mais quentes. Use pano úmido e aspirador para remoção de poeiras e ácaros. Isso reduzirá a possibilidade de doenças alérgicas e respiratórias. Troque roupas de cama e lave cobertores toda semana para evitar acumulo de ácaros e poeira.
9. Cuidado ao pegar roupas guardadas do inverno passado. Além do susto ao ver as canelas do seu filho de fora, essas roupas podem estar empoeiradas. Prefira lavá-las antes de usar e deixar secando ao sol.
10. Faça higiene das vias respiratórias com soro fisiológico sempre que notar desconfortos e produção aumentada de catarro e muco. As mucosas hidratadas e limpas têm menor risco de desenvolver inflamações e complicações secundárias. Por outro lado, se estiver tudo bem não é necessário lavar o nariz com soro ou soluções salinas. As evidências científicas recentes apontam que não há risco menor de desenvolver doenças em quem faz a lavagem nasal como prevenção.
11. Não deixe pessoas gripadas, com tosse, espirros ou febre por perto. Caso seja um familiar, procure isolar a pessoa doente e fique com as crianças em outro cômodo. Mantenha a carteira de vacinação em dia. Muitas doenças de inverno podem ser evitadas ou menos complicadas nas pessoas devidamente protegidas com as vacinas.
12. Procure um pediatra caso algo não esteja bem, principalmente os menores de 6 meses. Essa faixa etária tem menos resistência às infecções, precisam ser acompanhados e avaliados no caso de tosses, febre ou resfriados.
As informações são da pediatra e neonatologista Marcia Dias Zani, da Casa Anama, e Tadeu Fernandes, presidente do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria.
TEMPERATURA EM QUEDA
As temperaturas devem cair por causa de uma massa de ar polar e devem provocar chuvas, geadas, temperaturas negativas e até neve em algumas partes do país.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o inverno deve vir com tudo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sul, as mínimas devem estar entre -6ºC e -8ºC na próxima sexta-feira (30).
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