Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Quer desmamar seu filho? Sinais ajudam a reconhecer o melhor momento https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/09/09/quer-desmamar-seu-filho-sinais-ajudam-a-reconhecer-o-melhor-momento/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/09/09/quer-desmamar-seu-filho-sinais-ajudam-a-reconhecer-o-melhor-momento/#respond Thu, 09 Sep 2021 13:50:43 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/WhatsApp-Image-2021-09-08-at-12.49.25-6-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9269 Assim como sentar, andar, correr ou falar, o desmame deve ser encarado como um processo e não um evento.

Partindo desse princípio, nenhuma criança anda ou fala antes de estar pronta e nenhuma deveria ser desmamada antes de estar madura para isso.

literatura não crava uma idade certa, mas aponta maturidade quando a criança aceita outras formas de consolo, permite não ser amamentada em certas ocasiões, consegue dormir fora do peito e prefere outra atividade a mamar. Além disso, não demonstra ansiedade quando o peito é recusado e tem uma alimentação variada estabelecida.

Aguardar os sinais do desmame nem sempre é fácil para todas as mulheres. Há crianças que acordam mais vezes durante a noite para mamar ou demoram para aceitar o fim da amamentação. Há um cansaço invisível e muitas antecipam o processo.

A OMS recomenda amamentar até os dois anos ou mais, e se uma mãe chegou nessa fase da vida, ela tem muitos motivos para comemorar, afinal o Brasil em 2020 apresentava a média de apenas 54 dias de amamentação exclusiva no peito.

Amamentar exclusivamente por seis meses e seguir amamentando até os dois anos, infelizmente, ainda é um privilégio em nosso país.

Especialistas no assunto orientam desmamar de forma gradual, em uma momento tranquilo da vida da criança, ou seja, sem estar enfrentando outras mudanças drásticas como início da vida escolar, chegada de um irmão ou desfralde. É preciso paciência, porque desmamar pode ser imprevisível e até doloroso para mãe para o filho.

Vale lembrar que desde o nascimento o peito é um local de aconchego, segurança e descanso para o bebê. É o maior porto seguro dele, além de fonte de alimentação, é claro.

Quando Jean* completou dois anos, a empresária Fabiana* decidiu começar o processo de desmame. Leu muito sobre o assunto, fez curso de desmame gentil e aos poucos foi aplicando o que aprendeu na consultoria.

“Sou superativista e pró-amamentação, queria que fosse algo suave e tranquilo igual a tantos relatos que a gente lê na internet, mas não foi tão simples assim”, conta a mãe.

A única “vitória” no processo foi conseguir desvincular o peito do sono do filho, mas no restante do dia, incluindo as madrugadas, o menino demandava muito.

“Quando ele me via já corria pro peito. Ele mamava sempre que estava comigo. A situação estava, na minha opinião, descontrolada”, diz.

Fabiana decidiu parar de ofertar de uma vez, oito meses após o início do processo. “A gentileza já tinha ido pro espaço. Acabei indo por um caminho considerado errado e foi um processo doloroso emocionalmente, que faz com que até hoje eu me sinta culpada pela forma que ele aconteceu”, desabafa.

Já para Mayara Freire, 30, desmamar não estava nos planos, mas Estêvão, de dois anos e sete meses começou a dar os primeiros sinais de que esse tempo está chegando.

Grávida de 5 meses, Mayara conta que surgiram fissuras em seus peitos e ela percebeu que a quantidade de leite também diminuiu.

O filho já ficou três dias sem mamar e inclusive disse que “o tetê agora é do neném”, referindo-se ao bebê que está na barriga. “Nós nunca falamos nada sobre isso com ele. A última vez que mamou foi bem rápido, só um aconchego antes de dormir”, conta a mãe. “Acredito também que o gosto do leite tenha mudado”, observa.

Segundo a pediatra Kelly Oliveira, Mayara tem razão. O leite materno pode sofrer alterações no sabor e na quantidade quando a mãe está grávida novamente.

Na maior parte das vezes é possível amamentar estando grávida. Essa condição é chamada de lactogestação.

“O cuidado maior nesses casos são os aspectos nutricionais da mãe, que devem ser acompanhados de perto. Quando a gestação é de risco, aí então o desmame pode ser considerado”, diz a consultora internacional de amamentação pelo International Board of Lactation Consultant Examiners (IBLCE).

Outra forma possível é a amamentação em tandem, quando a mãe oferece o peito para crianças de idades diferentes. A orientação do ginecologista e obstetra também é imprescindível para esses casos.

Kelly não recomenda desmamar de um dia para o outro. “Desmamar de forma abrupta pode trazer consequências negativas para o bebê, principalmente gerar traumas e recusa de alimentos”.

A orientação da especialista é estipular combinados e conversar muito com a criança, cumprindo os combinados para que ela sinta segurança no processo. “Se a mãe define o desmame e volta atrás, a criança ficará confusa, sem saber o que esperar”, explica.

Para a mãe, é importante fazer ordenhas de alívio, retirando leite quando o peito estiver mais cheio. Isso evitará problemas como mastite e fará com que o corpo pare aos poucos de produzir leite. 

*Nomes trocados a pedido da entrevistada

MASTERCLASS

Pais que desejam mais informações sobre desmame gentil podem participar de um evento online e gratuito no YouTube da Pediatria Descomplicada na próxima quinta-feira (9), às 20h30.

A pediatra Kelly Oliveira, consultora internacional de amamentação pelo International Board of Lactation Consultant Examiners (IBLCE), Alergista e Imunologista pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) dará uma aula sobre como desmamar sem romper o vínculo com a mãe.

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Saiba como aquecer os bebês e evitar acidentes durante o frio https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/27/saiba-como-aquecer-os-bebes-e-evitar-acidentes-durante-o-frio/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/27/saiba-como-aquecer-os-bebes-e-evitar-acidentes-durante-o-frio/#respond Tue, 27 Jul 2021 12:12:54 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-26-at-12.45.10-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9097 Quem bate? Se você é cringe como eu, sabe a resposta: é o frio! E parece que esse ano ele está bem empolgado.

Roupas mais grossas, banhos mais quentes ou demorados e alimentos mais calóricos estão entre as opções dos adultos para esse período.

Mas para os pequenos, não é bem assim e alguns cuidados são necessários para evitar acidentes ou superaquecimento. Abaixo, veja algumas dicas e cuidados para essa fase mais fria:

1. Banhos devem ser mais rápidos e com água morna. Água muito quente resseca a pele. Mesmo em bebês pequenos, o uso de hidratante é recomendado após o banho. O ideal é fechar bem portas e janelas, aquecer o ambiente antes do banho e escolher o horário mais quente do dia (12h). Se a temperatura estiver muito baixa, não é nenhum crime pular o banho dos bebês que não saem de casa. Porém, os que vão para a escola devem tomar banho após a volta.

2. Aquecedores de ar ressecam ainda mais o ambiente e o ar seco ajuda a espalhar os vírus respiratórios. Seu uso contínuo deve ser evitado. Outro problema é sair de um ambiente aquecido e seguir para outro com temperatura inferior. O choque térmico agride as vias aéreas, que tendem a responder com congestão nasal. Caso queira usar o aquecedor, use-o por um curto período e umidifique o ar junto. Também não é aconselhável o uso contínuo de umidificadores para não predispor a proliferação de fungos. Você pode colocar uma toalha úmida ou uma bacia com água no ambiente (em local seguro, longe dos bebês).

3. Agasalhe o bebê com tecidos naturais, principalmente as camadas que ficam em contato com a pele. Isso evita alergias de contato. As crianças têm o mesmo frio que os adultos, portanto use o bom senso e sinta a temperatura do corpo da criança pelo tronco ou barriga. Mãos e pés nem sempre dão uma boa referência, mas o uso de meias e luvas nesse período é essencial. Use toucas em ambientes abertos, mas para a hora do sono evite-as, pois há risco.

4. Para dormir, prefira pijamas mais grossos ou roupas flaneladas. Evite cobertores em excesso: além de incomodar o bebê, podem superaquecê-lo ou gerar maior risco de sufocamento e morte súbita. Eles devem estar entre 36,5 e 37,2 graus. Se o bebê começar a transpirar ou mostrar irritabilidade, tire uma peça de roupa. Bebês pequenos também podem dormir dentro de casulos.

Casulos são opção para aquecer e evitar sufocamento em bebês (Foto: Casulo de Anjo/Divulgação)

5. No frio todo mundo gosta de ficar juntinho, mas é bom evitar aglomerações e visitas. O tempo seco e frio aumenta a circulação de vírus e bactérias que causam doenças respiratórias, e as crianças podem sofrer com isso. Se não puder escolher ambientes arejados por conta de temperaturas muito baixas, evite sair.

6. Se for necessário, use máscara e álcool gel. Além do coronavírus, eles ajudam a proteger das demais doenças sazonais. Se encontrar pessoas, evite beijos, abraços e colo. Resfriados são facilmente transmitidos assim.

7. No caso das crianças, ofereça muito líquido, fibras e alimentos hidratantes. O organismo bem hidratado reage melhor ao frio e resiste mais ao ressecamento das vias aéreas. Além disso, o sistema imunológico está diretamente ligado à qualidade dos alimentos consumidos. Para crianças, ofereça sopas e caldos, que além de hidratar, podem ser fonte de proteínas para o corpo. Tomar sol em um horário mais quente também é indicado para ajudar a elevar a imunidade.

8. Areje os ambientes da casa de dia e nos horários mais quentes. Use pano úmido e aspirador para remoção de poeiras e ácaros. Isso reduzirá a possibilidade de doenças alérgicas e respiratórias. Troque roupas de cama e lave cobertores toda semana para evitar acumulo de ácaros e poeira.

9. Cuidado ao pegar roupas guardadas do inverno passado. Além do susto ao ver as canelas do seu filho de fora, essas roupas podem estar empoeiradas. Prefira lavá-las antes de usar e deixar secando ao sol.

10. Faça higiene das vias respiratórias com soro fisiológico sempre que notar desconfortos e produção aumentada de catarro e muco. As mucosas hidratadas e limpas têm menor risco de desenvolver inflamações e complicações secundárias. Por outro lado, se estiver tudo bem não é necessário lavar o nariz com soro ou soluções salinas. As evidências científicas recentes apontam que não há risco menor de desenvolver doenças em quem faz a lavagem nasal como prevenção.

11. Não deixe pessoas gripadas, com tosse, espirros ou febre por perto. Caso seja um familiar, procure isolar a pessoa doente e fique com as crianças em outro cômodo. Mantenha a carteira de vacinação em dia. Muitas doenças de inverno podem ser evitadas ou menos complicadas nas pessoas devidamente protegidas com as vacinas.

12. Procure um pediatra caso algo não esteja bem, principalmente os menores de 6 meses. Essa faixa etária tem menos resistência às infecções, precisam ser acompanhados e avaliados no caso de tosses, febre ou resfriados.

As informações são da pediatra e neonatologista Marcia Dias Zani, da Casa Anama, e Tadeu Fernandes, presidente do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria.

TEMPERATURA EM QUEDA

As temperaturas devem cair por causa de uma massa de ar polar e devem provocar chuvas, geadas, temperaturas negativas e até neve em algumas partes do país.

Segundo o Inmet  (Instituto Nacional de Meteorologia), o inverno deve vir com tudo nas regiões Sul,  Sudeste e Centro-Oeste. No Sul, as mínimas devem estar entre -6ºC e -8ºC na próxima sexta-feira (30).

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‘Terrible two’ não existe, afirma pediatra Carlos Gonzáles https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/09/terrible-two-nao-existe-afirma-pediatra-carlos-gonzales/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/09/terrible-two-nao-existe-afirma-pediatra-carlos-gonzales/#respond Wed, 09 Oct 2019 12:40:04 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-08-at-19.33.55-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8561 Você já ouviu falar no “terrible two”? A expressão é usada quando o bebê chega perto dos dois anos e passa a ser mais contundente em relação aos seus desejos. Dizem que é a adolescência deles. Gritos, birras, um monte de “não”, “não quero” e “é meu” aparecem de uma hora para outra.

Contrário ao uso do termo, o pediatra espanhol Carlos Gonzáles diz , inclusive, que ele não existe.  Autor de livros sobre amamentação, criação com apego e alimentação infantil, médico diz que a expressão é uma criação americana para designar uma fase em que a criança está apenas se entendendo como indivíduo.

A criação com apego, defendida pelo pediatra, entende que ataques de birra não são para manipular os pais. Eles servem para comunicar necessidades -que podem ser sono, irritação porque os pais passam muitas horas longe, algum medo, frustração e por aí vai. Como o cérebro deles ainda é imaturo, as crises costumar ganhar proporções assustadoras porque eles ainda não sabem como se controlar (às vezes nem a gente que é ‘cavalo veio’ consegue, quem dirá eles).

Em entrevista ao Maternar, Carlos Gonzáles fugiu de fórmulas milagrosas para ter sucesso na criação dos filhos. “Não existem soluções fáceis e garantidas”, diz. Para ele, toda criança tem direito a ser bem tratada, receber carinho e principalmente ser confortada quando chora e não silenciada, como historicamente os pais faziam com os filhos. E para que essa conexão ocorra, é preciso investir tempo.

Por fim, não quis citar erros cometidos na criação dos filhos e nem “se gabar” dos acertos. Confira abaixo:

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Maternar – A saúde emocional da criança pode refletir em sua alimentação?

Carlos Gonzáles – Muitas crianças e adultos perdem o apetite quando estão tristes ou preocupados. E também há quem coma compulsivamente devido a problemas emocionais. Mas me preocupa mais o problema inverso, como a alimentação pode afetar a saúde emocional. Com o absurdo costume de tentar forçar as crianças a comer (com prêmios ou castigos, com trotes ou ameaças, com distrações ou insistência, com chantagem emocional). Isso pode causar conflitos diários na família e transformar a hora de comer em um inferno para todos –especialmente para a criança.

Maternar  – Quais dicas o senhor dá para que as crianças sejam emocionalmente saudáveis?

Carlos Gonzáles – Não existem soluções fáceis e garantidas. Você não pode dizer “faça isso e seu filho será emocionalmente saudável”, como não se pode dizer “faça isso e seu filho nunca terá febre”. Acho que temos que dedicar tempo e atenção às crianças, tratá-las com carinho e respeito, e se algum dia tiverem um problema emocional –ou tiverem uma febre– faremos o possível para ajudá-las.

Maternar – A introdução do açúcar aos 2 anos pode afetar o paladar da criança?

Carlos Gonzáles – Acostumar-se a comer alimentos doces desde a infância é, provavelmente, consumir açúcar pelo resto da vida. Mas o inverso, evitar açúcar nos primeiros meses ou anos de vida não significa ter uma alimentação mais saudável no futuro. Adolescentes e jovens estão comendo cada vez pior, apesar de ter se alimentado de comidas sem sal e sem açúcar nos primeiros meses. O problema é que os adultos, a sociedade em geral, estão consumindo quantidades enormes de açúcar e sal com pão, bolos, refrigerantes, alimentos pré-cozidos, sucos de frutas (comer frutas é saudável, beber suco de frutas não é saudável – quando liquefeito, o açúcar intrínseco da fruta transforma-se em açúcar livre). E apesar de darmos ao bebê uma dieta especial, depois de dois ou três anos, ele estará comendo o mesmo que os pais. Portanto, o importante é melhorar a dieta dos pais. Se você comer saudável, seu filho pode comer o mesmo a partir dos seis meses. Se você não comer de forma saudável, de que adianta seu filho se alimentar saudavelmente por alguns meses?

Maternar – Cada vez mais pais procuram se informar sobre criação com apego, parto respeitoso e amamentação prolongada. O que essa mudança na criação deve afetar nas futuras gerações?

Carlos Gonzáles – Não sei. Já veremos. Talvez o aquecimento global afete as gerações futuras mais do que qualquer coisa que fazemos. Mas a questão não é essa. Uma mulher tem o direito de ter o seu parto respeitado e receber as informações e apoio necessários para amamentar a hora que ela quiser. Uma criança tem o direito de ser bem tratada, de receber carinho e ser confortada quando chora. E tudo isso tem que ser gratuito, espontâneo. Então, nem as crianças e nem as gerações futuras têm obrigação de, no futuro, serem mais saudáveis (física ou emocionalmente), mais inteligente ou mais amigáveis para valer o “esforço” de criá-los com amor. Nós fazemos a coisa certa agora porque é a coisa certa, e o futuro ninguém sabe.

Maternar Educar uma criança é uma tarefa muito difícil e exige paciência dos pais. Comportamentos desafiadores de crianças acima de dois anos levam muitos pais a perderem a paciência e até reproduzirem violência em seus filhos. Como os pais devem entender essa fase, que até chegam a chamá-la de terrible two? Existe o terrible two?

Carlos Gonzáles – Não, não há o “terrible two”. E a prova é que você precisa falar em inglês, já que não há uma expressão em português ou espanhol para se referir a isso. Eu nunca tinha ouvido falar de “terrible two” até quase 30 anos e dois filhos, quando comecei a ler livros americanos. Agora, por exemplo, eu tenho um neto de dois anos e ele não poderia ser mais amável, gentil e carinhoso.

Maternar No Brasil, há uma cultura forte do palpite. Como driblar tantos palpites e justificativas sociais quando os pais decidem “quebrar regras” consideradas inquebráveis?

Carlos Gonzáles – Qualquer mudança social produz estranheza e comentários. Eu ainda lembro quando a grande discussão era se as mulheres poderiam usar calças. E, antes disso, a presença das mulheres nas universidades causava desconforto. Os anos passam, as pessoas se acostumam e esses não são mais problemas. Devemos compreender que aqueles que criticam as mudanças, geralmente, o fazem simplesmente por hábito, não por ódio ou porque têm profundas convicções. Portanto, devemos fazer o que achamos conveniente, e não nos preocuparmos com o que as pessoas dizem.

MaternarPor que muitas pessoas ainda entendem criação com apego como criar filhos sem regras?

Carlos Gonzáles – Talvez tenhamos passado tanto tempo acreditando que os pais não têm regras que agora existe uma reação na direção oposta. Mas sim, nós pais, assim como as crianças, temos regras. Não podemos gritar, insultar, ridicularizar, punir e, muito menos, agredir em nossos filhos.

MaternarSe uma criança faz birra no avião, no mercado ou numa fila, por exemplo, pessoas ao redor olham feio, como se a culpa fosse dos pais. Quando os pais agem de forma enérgica, quem está ao redor parece aprovar a reação. Na sua opinião, por que isso acontece?

Carlos Gonzáles – O choro de uma criança causa uma forte reação em um adulto. Porque é para isso que existe o choro: para que os adultos façam alguma coisa para confortá-lo. Mas as regras sociais nos impedem de pegar no colo e confortar uma criança desconhecida, e essa sensação de impotência faz com que o choro nos pareça especialmente irritante. Na realidade, o público não aprova os pais que se comportam de maneira enérgica. Se uma criança chora e os pais gritam ou dão um tapa, ela vai chorar mais. E isso, é claro, não agradará o público. O que as pessoas querem é que os pais façam algo para que a criança pare de chorar o mais rápido possível.

Maternar – Onde considera ter acertado e onde considera ter cometido erros na criação dos seus próprios filhos?

Carlos Gonzáles – Certamente cometi erros que não vou contar a todos, e também tive sucessos, dos quais não penso em me vangloriar.

Autor de livros sobre alimentação e criação com apego, pediatra catalão participa de bate-papo com pais em novembro (Fabio Braga/Folhapress)

Carlos Gonzáles participará do bate-papo “Alimentação, amamentação e criança” promovido pela Editora Timo (responsável pelas publicações do médico no Brasil) no dia 10 de novembro, às 8h30 no Teatro Fecap (av. da Liberdade, 532, Liberdade, São Paulo).

Pais e mães interessados no assunto podem adquirir os ingressos no site:  https://www.sympla.com.br/carlos-gonzalez-em-sao-paulo—edicao-2019__629627.

Ele também passará por Fortaleza, Vitória e falará com profissionais de Saúde, em São Paulo.

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Criticada por deixar filho no berço, Fernanda Machado manda mensagem a mães que ‘já foram julgadas’ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/26/criticada-por-deixar-filho-no-berco-fernanda-machado-manda-mensagem-a-maes-que-ja-foram-julgadas/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/26/criticada-por-deixar-filho-no-berco-fernanda-machado-manda-mensagem-a-maes-que-ja-foram-julgadas/#respond Thu, 26 Jan 2017 16:17:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7042 Fernanda Machado e o filho Lucca (Reprodução/Instagram/@realfemachado)
Fernanda Machado e o filho Lucca (Reprodução/Instagram/@realfemachado)

Após ser criticada por deixar o filho Lucca, de 1 ano e 7 meses, dormir sozinho no berço, a atriz Fernanda Machado escreveu uma mensagem para as mães que já foram julgadas. Fernanda foi acusada de torturar Lucca, de colocá-lo em risco e não lhe dar carinho.

Tudo porque publicou um vídeo mostrando Lucca no berço pelo monitor da babá eletrônica. Após as críticas, ela apagou o post.

“Desde quando colocar um bebê pra dormir no berço é crime?!”, pergunta ela.  “Ele sempre vai pro berço depois do mamá, sonolento, mas acordado, e lá ele brinca, faz uma ginástica do sono que eu adoro assistir pelo monitor. E antes da soneca da tarde de ontem, no meio dessa ginástica ele levantou e tava tentando se equilibrar dormindo, sem choro, só tentando ficar em pé enquanto dormia, coisa mais fofa.”

No novo post, Lucca aparece novamente dentro do berço, mas também no colo de Fernanda e deitado com ela na cama . “Eu acredito que dormir cedo, no quarto dele, no silêncio e no escuro, são hábitos saudáveis de sono, e não tortura e nem falta de amor.”

A atriz diz ainda que tentou adotar a cama compartilhada nos primeiros meses de vida do filho, mas que não conseguiu. “Eu não conseguia dormir de medo de sufocar meu bebê. Por isso desisti dessa opção e o Lucca foi pro berço, mas isso não quer dizer que eu não amo meu filho, que não dou colo pro meu filho, que não atendo meu filho quando ele precisa.”

Ela afirma ainda que dormir sozinho desde cedo é um hábito saudável. “Eu acredito que dormir cedo, no quarto dele, no silêncio e no escuro, são hábitos saudáveis de sono, e não tortura e nem falta de amor.”

O post teve mais de 49 mil visualizações e recebeu mais de 1.200 comentários, a maior parte de mulheres apoiando a decisão da atriz de por o filho para dormir sozinho no berço.

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Filhos só precisam ser sentidos por suas mães, diz escritora argentina Laura Gutman https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/07/filhos-so-precisam-ser-sentidos-por-suas-maes-diz-escritora-argentina-laura-gutman/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/07/filhos-so-precisam-ser-sentidos-por-suas-maes-diz-escritora-argentina-laura-gutman/#respond Tue, 07 Jun 2016 10:42:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5819 A escritora Laura Gutman (Reprodução/Divulgação)
A escritora Laura Gutman (Reprodução/Divulgação)

O que uma mãe precisa fazer para criar bem uma criança? Para a escritora e terapeuta argentina Laura Gutman, as mães precisam apenas se conectar com os filhos, caminho que pode ser feito se acessarem sua própria infância.

“A única coisa que as crianças precisam é ser sentidas pelas mães. Só precisam que suas mães sintam a criança como se fossem elas mesmas”, disse Laura em entrevista por e-mail para o Maternar.

No livro “O Poder do Discurso Materno”, publicado pela Editora Ágora, Laura explica o funcionamento da construção da biografia humana, que leva o a um processo de autoconhecimento que permite às pessoas entrar em contato com experiências esquecidas no inconsciente.

Esse inconsciente é forjado na primeira infância, quando a criança precisa ser cuidada, apoiada e amparada. Mas em muitos casos, como a mãe não estava presente, a criança se sentiu sozinha e insegura. Para sobreviver e se sentir querida, ela criou personagens, como a da menina boazinha e estudiosa, que não dava trabalho para os pais.

Apesar de defender esse mergulho no inconsciente, Laura diz que isso não garantirá que a mulher se tornará uma mãe melhor para seus filhos.

“Não há garantias. Por que então uma viagem de investigação pessoal e abordar a realidade de nossas experiências passadas se não temos garantia de nad ? Porque estamos vivendo como cegos, e de olhos vendados, com certeza, vamos errar e fazer mal a quem amamos”, afirma ela.

No livro, Laura mostra que o mergulho no inconsciente pode ser duro e  dolorido, mas o potencial de crescimento que advém dele é capaz de transformar aqueles que têm coragem para enfrentar um processo de mudança de condicionamento iniciado na infância. “Emergem daí seres humanos mais completos e aptos a manter relações familiares e amorosas harmônicas”, diz a autora.

Famosa pelo best-seller “O Encontro com a Própria Sombra”, cuja tiragem em português está esgotada, Laura diz que a depressão pós-parto é uma questão complexa.  “Muitas vezes se diagnostica uma suposta depressão pós-parto, quando na verdade a mulher foi maltratada no parto e tem todo o direito de chorar”, afirma.

Acontece, segundo ela, que não está previsto no desenho original da fêmea humana que ela pode não se sentir suficientemente cuidada, mas que mesmo assim terá de que proteger uma criança. “Somos muito ignorantes sobre a realidade do ser humano. Creio que temos de começar por aqui: como descobrir o ser humano? Observando as crianças e dando-lhes razão. Mas como pode uma fazer isso? Só se todos ao seu redor cuidarem dela”, afirma.

CAMA COMPARTILHADA

Para a polêmica da cama compartilhada, Laura diz que os adultos precisam decidir se vão proteger a criança ou a si mesmos.

Tomando como referência o que ela chama de desenho do mamífero humano, a escritora afirma que o bebê precisa ser protegido pela mãe ou por todo o rebanho. “Caso contrário, se sente em perigo. Isso é comum em todas as espécies de mamíferos.”

A adoção do método, entretanto, depende das decisões dos adultos da casa, de como eles se relacionam, como amam e se distanciam.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) condena a cama compartilhada, pois entende que o método amplia o risco de morte súbita dos bebês.

 

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Depoimento: Como descompartilhei a cama após 4 anos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/17/depoimento-como-descompartilhei-a-cama-apos-4-anos/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/17/depoimento-como-descompartilhei-a-cama-apos-4-anos/#respond Tue, 17 May 2016 16:13:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5704 Lojas vendem espécies de ninho para o bebê dormir na cama dos pais; pediatras desaconselham esse método (Reprodução)
Lojas vendem espécies de ninho para o bebê dormir na cama dos pais; pediatras desaconselham esse método (Reprodução)

Meu filho fez  4 anos em janeiro. Faz quase um mês que ele dorme na própria cama. Até então, a cama era dividida entre ele, eu e meu marido.

O início da cama compartilhada não se deu pela minha simpatia à criação com apego, embora ela exista. Foi mais fruto da conveniência, confesso. Eu acordava às 6h para trabalhar e ele vivia doente, tomava muitos remédios de madrugada. Para dar conta da medicação e tentar descansar um pouco, trouxe-o para minha cama quando tinha seis meses.

Ele melhorou, mas acabou ficando na mesma cama, pois a vida era tão mais fácil. Seu sono era mais tranquilo, chorava menos e, consequentemente, eu descansava mais.

Comecei a pensar em tirá-lo da cama por volta dos 18 meses. Mas não tomei nenhuma iniciativa. Por volta dos 2 anos, transformei o bercinho em minicama. Mas ele não se interessava em dormir no próprio quarto.

Quando estava com 2 anos e meio comprei uma cama de solteiro, igual à do primo mais velho que ele admira tanto. Ele fazia a cama de pula-pula, mas nada de dormir nela.

Então comecei a deixá-lo dormir no sofá ou na minha cama e levava depois para o quarto dele. O sono durava uma hora, no máximo, e depois ele acordava revoltado, chorando muito. Demorava mais uma hora para se acalmar e voltar a dormir.

Cansada, desisti de novo de descompartilhar a cama. Com quase 4 voltei a fazer nova tentativa. Tirei uma cômoda do quarto, retirei umas bagunças e deixei o cômodo mais livre para ele brincar.

Ele dormia na sala, eu levava para o quarto, ele acordava de madrugada e vinha dormir comigo. Passou a chorar menos e se acalmar mais facilmente.

Ele dizia que não queria dormir sozinho em seu quarto, que a cama dele era a nossa. Sentia-me culpada, afinal fui eu que o acostumei a dormir na cama com os pais.

Mas a pediatra me deu força para insistir. Continuei levando-o dormindo para a sua cama. Percebi que passou a dormir a noite toda, sem acordar chorando.

E agora, de um mês para cá, passou a adormecer no próprio quarto. Ele ainda precisa da minha presença no quarto, pede que eu conte historinhas e depois dorme.

Sei que o descompartilhamento ainda não está completo. Mas sinto que estou no caminho certo. Ele não só gosta de dormir no próprio quarto, como disse não quando o pai perguntou outro dia se queria dormir na ‘camona ‘ com a gente _sabe quando as mães reclamam que os pais não têm noção?

Neste período ouvi muitas críticas à cama compartilhada. Algumas faziam com que eu me sentisse uma péssima mãe, pois ele não tinha aprendido a dormir sozinho. Ouvi também muitas mães confessarem que compartilhavam a cama  _algumas pareciam envergonhadas.

O que eu posso dizer? Não há motivo para vergonha. Muita gente compartilha e não admite. Outro tanto não compartilha e não existe nenhum problema nisso. Outra parcela compartilha e nem sabe: o filho acorda toda noite e vai para a cama dos pais. Cada um cria como acha melhor e ninguém tem nada a ver com sua escolha.

Da minha experiência posso dizer que compartilhar é melhor quando a criança é pequena. Elas crescem e a cama começa a ficar apertada. Ele começou a dar sinais de estar incomodado: acordava no meio da noite e ia para pé da cama.

Se eu demorei demais para tirá-lo da minha cama? Aconteceu quando achei que ele não ia sofrer com isso. Confesso que sinto falta dele na camona e ainda acordo várias vezes à noite para checar se está tudo bem no outro quarto. Sei que vou me acostumar, é um duplo aprendizado.

PALAVRA DO PEDIATRA

O presidente da presidente da Academia Brasileira de Pediatria, José Martins Filho, diz que bebês que ficam perto da mãe nos primeiros meses são mais calmos, dormem melhor, ficam mais tranquilos e choram menos.

“O problema da cama compartilhada são os possíveis riscos que podem estar associados, principalmente por conta da possibilidade de sufocamento do bebê. Nós contraindicamos a cama compartilhada em casos de pais obesos ou que tomam medicamentos para dormir, ou que sejam alcoolistas ou tenho algum tipo de vício em drogas ou mesmo para os que têm um sono agitado com roncos e muita movimentação na cama”, afirma.

Para ele, a cama compartilhada pode ser substituída por alojamento conjunto. “Com um pequeno berço no quarto ao lado da mãe, que pode atendê-lo ou amamentar, se necessário.”

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Criança vai querer sozinha deixar a cama compartilhada, diz pediatra espanhol https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/17/crianca-vai-querer-sozinha-deixar-a-cama-compartilhada-diz-pediatra-espanhol/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/17/crianca-vai-querer-sozinha-deixar-a-cama-compartilhada-diz-pediatra-espanhol/#respond Tue, 17 May 2016 11:12:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5706 Carlos Gonzáles diz que colo demais não deixa criança mal acostumada (Foto: Divulgação)
Carlos Gonzáles diz que colo demais não deixa criança mal acostumada (Foto: Divulgação)

Condenada pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a cama compartilhada divide opiniões de especialistas. Para a entidade, o método amplia o risco de morte súbita dos bebês.

Já o pediatra espanhol Carlos Gonzáles diz que a cama compartilhada traz benefícios para a amamentação. Em relação aos riscos, ele diz que o sistema não deve ser usado por mães fumantes.

Gonzáles é autor dos livros livro ‘Manual Prático de Aleitamento Materno’ e ‘Bésame Mucho’. Em “Bésame Mucho”, Gonzáles fala da importância da criação com apego para o desenvolvimento das crianças.

Leia abaixo o que ele fala sobre cama compartilhada:

Maternar – Até quando os pais podem compartilhar a cama?

Carlos Gonzáles – Enquanto os pais e as crianças quiserem. Há um estudo na Suíça que indica que até os 4 anos, 40% das crianças dormem na cama dos pais ao menos duas noites por semana. Aos 10 anos, esse percentual cai para 12%. A criança vai querer sair quando cresce. Vai ter uma idade que ela não vai querer dormir nem se os pais pedirem por favor.

Maternar – Dormir junto facilita a amamentação?

Gonzáles – Obviamente, facilita. É mais difícil se o bebê está em um berço, e é ainda mais difícil se o bebê está em outro quarto.

Maternar – A cama compartilhada reforça o vínculo com entre mãe e filho?

Gonzáles – A ligação não tem relação com dormir junto ou separadamente, mas com a confiança que a criança desenvolve a partir de sua experiência de sobre o que pais farão caso chore ou necessite de alguma coisa. É possível atender uma criança que dorme em outro quarto. O problema é que a mãe tem que acordar muitas vezes. Compartilhar torna isso mais confortável para todos.

Maternar – O que o senhor pensa sobre os riscos de morte súbita?

Gonzáles – Quando a mãe fuma ou fumou durante a gravidez, o risco de morte súbita é maior. Aumenta se a criança dorme separada, e aumenta ainda mais se dorme com a mãe. Se a mãe fuma, não deve compartilhar a cama com o filho nos primeiros três meses. Mas ainda há um risco. Então, o que realmente é claramente recomendado é não fumar. É perigoso para aquele que fuma, para seus filhos e outros parentes.

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Como lidar com a reação causada pela vacina no bebê? https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/como-lidar-com-a-reacao-causada-pela-vacina-no-bebe/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/como-lidar-com-a-reacao-causada-pela-vacina-no-bebe/#respond Wed, 13 Jan 2016 08:55:52 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=4872 Manuela D'Ávila publicou foto mostrando a noite em que dormiu com a filha, que sentia dor após as vacinas dos 4 meses (Foto: Reprodução/Instagram)
Manuela D’Ávila publicou foto mostrando a noite em que dormiu com a filha, que sentia dor após as vacinas dos 4 meses (Foto: Reprodução/Instagram)

O bebê toma vacina em um dia e no outro já começa a ter febre. Quem é pai já está acostumado com essa situação. Nesse caso, saber com antecedência do risco não reduz a preocupação.

E o que você precisa saber para lidar com o problema? Primeiro, nem toda criança terá reação à vacina. Segundo, a intensidade da possível reação varia de criança para criança.

Mas o mais importante, segundo Renato Kfouri, vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), é que nenhuma reação será pior que a doença causada pela falta da vacina.

“Não se deve nunca deixar de vacinar pelo temor da reação. A falta de vacinação pode provocar doenças muito mais graves que as possíveis reações”, afirma.

As reações, se acontecerem, devem durar de um a dois dias, segundo Kfouri. Entre as possíveis reações à vacina estão febre, dor, inchaço e irritação. Outra reação é a diarreia, que pode ocorrer após a aplicação de vacinas orais, como rotavírus e pólio.

ALIVIANDO A DOR

O pediatra e homeopata Moisés Chencinski diz que os pais devem sempre conversar com seu médico sobre procedimentos a eventuais reações à vacina.

“Não se deve medicar antes da vacina para evitar dor ou qualquer outro sintoma, pois estudos mostram que isso pode interferir na eficácia da imunização”, afirma ele.

Segundo ele, algumas vacinas doem mais do que outras. E algumas crianças são mais sensíveis à dor que outras menos.

“Se a criança sentir dor após a vacina, pode-se fazer compressa fria ou bolsa nas primeiras 24 horas. Depois disso, a compressa pode ser morna”, afirma Chencinski.

O pediatra diz que qualquer só deve ser usada com orientação médica. “Colo, paciência, carinho, compreensão e acolhimento são fundamentais nesse momento.”

MUITO PEITO E CAMA COMPARTILHADA

Mas cada mãe tem sua própria receita para lidar com a dor do bebê. A deputada estadual Manuela D’Ávila (PC do B), mãe de Laura, acabou trazendo a filha para a cama, que sofria com as dores causadas pelas vacinas dos 4 meses.

“Ela teve bastante dor na perna, ficou uma bolota. Dei um remédio para aliviar a dor e 24 horas de peito à disposição. Ela dormiu comigo. Foram 36 horas de dor”, disse Manuela ao Maternar.

Segundo ela, a filha também teve reação nas vacinas previstas para serem dadas aos 2 meses. “No segundo mês, foi mais febre do que dor.”

Manuela publicou em um dos perfis que mantém no Instagram a foto que o marido tirou na noite em que ela dormiu com Laura.

“Pra dormir um pouco, só agarrada em mim (na teta, na verdade). Duca tirou essa foto que retrata minha ‘técnica’ mais avançada de sono com a Laura”, escreveu ela na postagem.

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Autor de ‘Bésame Mucho’, pediatra diz que não devemos obrigar crianças a comer https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/07/23/autor-de-besame-mucho-pediatra-diz-que-nao-devemos-obrigar-criancas-a-comer/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/07/23/autor-de-besame-mucho-pediatra-diz-que-nao-devemos-obrigar-criancas-a-comer/#respond Thu, 23 Jul 2015 11:58:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=3919  

Carlos Gonzáles diz que colo demais não deixa criança mal acostumada (Foto: Divulgação)
Carlos Gonzáles diz que colo demais não deixa criança mal acostumada (Foto: Divulgação)

O pediatra espanhol Carlos Gonzáles está lançando no Brasil a versão em português do livro “Bésame Mucho”. Ele já é cultuado pelas mães brasileiras por seu trabalho com amamentação _ele é autor do livro ‘Manual Prático de Aleitamento Materno’.

Em “Bésame Mucho”, Gonzáles fala da importância da criação com apego para o desenvolvimento das crianças.

Segundo ele, crianças não ficam mal acostumadas porque são carregadas demais no colo.

Gonzáles diz que os pais não devem pressionar os filhos a comer. “Da mesma forma que não se diz quanto ar se deve respirar, não devemos ditar aos filhos quanto eles devem comer.”

Segundo ele, também não se deve dar de comer aos filhos. A estratégia é deixar a comida na frente deles para que comam sozinhos.

Defensor da cama compartilhada, o pediatra diz que as próprias crianças deixam a cama dos pais por vontade própria conforme vão crescendo. Esse sistema é condenado pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), que vê riscos de sufocamento para a criança.

Em relação às birras e manhas, que incomodam tantos pais, Gonzáles diz que os adultos devem ensinar as crianças por meio de exemplos.

Leia abaixo a entrevista de Gonzáles para o blog Maternar:

Nós estamos criando nossos filhos com pouco amor? Mães que trabalham fora dão menos carinho ou são mais relaxadas com a criação dos filhos?

Acredito que em geral todos os pais amam seus filhos. O problema é alguns não se atrevem a prová-lo (não carregam a criança no colo, não dividem a cama com ela, a deixam chorar ou a ignoram para não estragá-la) e outros têm pouco tempo para gastar com seus filhos. Mas o amor requer contato e tempo, até mesmo para os adultos. A noiva e o noivo gostam de se olhar, de passar o dia juntos, de se abraçar e beijar, de passear de mãos dadas. Não é fácil manter um namoro à distância.

Até que idade podemos usar a cama compartilhada? E como fazer para que uma criança criada em cama compartilhada passe a dormir em seu próprio quarto sem traumas?

Pode-se usar até que os pais e as crianças queiram. Um estudo na Suíça mostrou que 40% das crianças de 4 anos dormiam na cama dos pais pelo menos duas noites por semana. Aos 10 anos, esse percentual caiu para 12%. Quando a criança cresce, ela vai querer começar a dormir sozinha.

Como identificar quando o choro é de fome, cólica, fralda suja ou sono? Alguma recomendação para a cólica?

A verdade é que eu tenho três filhos, mas eu nunca fui capaz de distinguir por que eles choravam. É preciso ir tentando. Quer peito? Não, não para de chorar. Quer colo? Não, não para de chorar. Quer que eu cante? Também não. Vamos tentar o peito de novo? É assim, tentando, até ele parar de chorar.

Muitas mães receberam a instrução de que colo demais poderia deixar o bebê mal acostumado. O que o senhor pensa desse conselho?

Você conhece rapazes de 15 anos que são carregados no colo porque foram mal acostumados? É bobagem. Crianças pequenas ficam no colo, tomam peito (ou mamadeira), usam fraldas, andam em carrinhos. Os grandes caminham, comem, vão ao banheiro. É normal. Não mudam porque educamos ou acostumamos de uma forma ou de outra. Eles mudam com o tempo, mudam porque crescem.

Várias mães sofrem com as noites mal dormidas. O que esperar do sono do bebê?

De 4 a 5 meses, os bebês tendem a acordar a cada hora e meia. E nesse meio tempo, mesmo dormindo, se movem e fazem barulho. Às vezes, as mães perdem o sono tentando fazer o bebê dormir à noite. O bebê não precisa dormir, pode dormir durante o dia. É a mãe quem precisa dormir. O truque é ir para a cama com o bebê e tentar dormir; e responder o mínimo possível aos movimentos dele na cama. Basta seguir dormindo.

Algumas mães recorrem a técnicas para ensinar o bebê a dormir? E sobre deixar o bebê chorando no quarto sozinho?

Se você o deixa chorando, está ensinando a chorar. E ele vai se acostumar?

O que o senhor pensa sobre punição, castigo e cantinho do pensamento? Há alguma ferramenta menos traumatizante que mães de crianças birrentas possam usar?

Qualquer mãe sabe como controlar seu marido sem punição. Basta dizer-lhe o que fazer. Basta usar o mesmo método com as crianças (que é que às vezes as crianças não obedecem. Bem, às vezes os maridos também não. Ninguém é perfeito).

Como lidar com crianças manhosas e birrentas, aquelas que se jogam no chão do shopping ou dão um tapa na cara dos pais dentro de um restaurante?

Uma criança não age assim sem motivo. Ela tem esse comportamento porque está cansada e porque algo a está incomodando. Só que os pais também estão cansados e a conduta do filho os incomoda. É uma excelente oportunidade para ensinar a teu filho com exemplos. Que queres que faça teu filho quando algo te incomoda? Pois é isso que tem que fazer quando ele te incomoda. Queres que ele pegue alguma coisa? Pegue você. Queres que ele grite? Grite você. Queres que ele conserve a calma e tenha paciência? Então conserve a calma e tenha paciência. Com certeza ele não vai aprender logo de primeira. É uma criança pequena, vai demorar anos. Mas se você seguir dando o bom exemplo, no final ele aprenderá.

Muitas mães se queixam que os filhos não comem ou comem mal. O que fazer? O que o senhor pensa das técnicas para ensinar as crianças a comer melhor?

Não se deve nunca obrigar uma criança a comer. Por nenhum motivo com nenhum método, por mal ou por bem, [castigos, ameaças e chantagem, prêmios, promessas, distrações, exortações, louvores e insistência. Assim como nós não dizemos a ele quanto ar deve respirar, nós não dizemos quanto comer.

O que as mães podem fazer para que os maridos participem mais, acordem mais de madrugada, deem comida, banho, façam a parte prática?

Você pode dizer a ele: “Querido, pode trocar a fralda do bebê? Estou muito cansada”. Ou então: “Querido, poderia dar o banho no bebê hoje? Com você ele fica tão relaxado…” Nós homens temos boa intenção, fazemos qualquer coisa que nos peçam direitinho. E quanto a dar de comer, o truque é não dar de comer, não se deve meter-lhes a colher na boca. Deve-se colocar a comida na frente deles e deixar que as crianças façam o que quiserem. Aos pais cabe comprar, cozinhar e lavar os pratos.

Livro do pediatra espanhol ganhou versão em português pela editora Timo (Foto: Divulgação)
Livro do pediatra espanhol ganhou versão em português pela editora Timo (Foto: Divulgação)
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Hospital é criticado ao desaconselhar colo e amamentação em livre demanda https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/03/02/hospital-e-criticado-ao-desaconselhar-colo-e-amamentacao-em-livre-demanda/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/03/02/hospital-e-criticado-ao-desaconselhar-colo-e-amamentacao-em-livre-demanda/#respond Mon, 02 Mar 2015 15:05:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=3071 O Hospital Albert Einstein publicou no fim de semana em sua página no Facebook um post onde aconselha  as mães a não amamentar sempre que o bebê chora, não dar colo quando ele acorda durante a madrugada  e ainda não deixá-lo dormir no quarto dos pais.

Todas essas “recomendações” foram dadas mostrando que se forem feitas são “atitudes que podem virar manias difíceis de reverter.” “Amamentar sempre que a criança chora pode confundir o bebê, pois ele passa a entender a amamentação não como alimentação, mas como carinho. Lembre-se também de que, com o passar dos meses, o bebê vai crescer e ficará difícil niná-lo no colo. Desde cedo ele deve aprender que a melhor maneira de pegar no sono é quietinho, na cama”, dizia o texto que acompanhava as “dicas” da maternidade.

Após várias críticas de mães, consultoras de amamentação e até médicos, a postagem foi removida da página do hospital.

A amamentação em livre demanda (sempre que o bebê quer) é, inclusive, recomendada pelo Ministério da Saúde e pela OMS (Organização Mundial da Saúde) pois é muito importante para o aleitamento materno de sucesso. Mães que não praticam a amamentação em livre demanda normalmente recorrem a bicos artificiais, como chupetas e mamadeiras, o que ajuda a facilitar o desmame precoce.

Os bebês têm necessidade de sucção, principalmente,  nos primeiros meses de vida. E sim, o peito pode – e deve – ser usado para aconchegar e dar segurança para o bebê além, é claro, de alimentá-lo.

A última pesquisa do Ministério da Saúde sobre o assunto, divulgada em 2009, mostra que, em média, os bebês brasileiros mamam exclusivamente no peito apenas 54 dias.

A recomendação tanto do ministério como da OMS é a amamentação exclusiva  até os seis meses de idade do bebê. Após a introdução de alimentos, a amamentação deve continuar como complemento até dois anos ou mais.

Post publicado na rede social do hospital e que foi removido (Foto: reprodução)
Post publicado na rede social do hospital e que foi removido (Foto: reprodução)

 

NÃO EXISTE ‘COLO DEMAIS’

O Maternar também já mostrou que não existe “colo em excesso”, ou seja, lugar de bebê é sim nos braços da sua mãe e de seu pai. Bebês normalmente não dormem a noite toda, afinal, passaram nove meses dentro da barriga da mãe e é natural que não se sintam seguros para ficar sozinhos em berços e longe do colo. Criança precisa de muito colo e aconchego pois o choro muitas vezes só cessa se ele se sente amparado.  O colo só traz benefícios para o bebê, ou seja, colo nunca é “demais” pois não vai deixar a criança mimada e sim acolhida e mais segura.

Outra crítica feitas pelas mães na página do hospital no Facebook é que a cama compartilhada – onde os filhos dividem a cama com os pais – também não foi recomendada pelo hospital.

“Que tipo de relação queremos criar sem amor e afeto. Estamos falando de bebês que o único meio de se comunicarem é através do choro. Como eles ‘aconselham’ a deixar ele dormir ‘quietinho na cama’”, critica Reila Miranda, 35, fundadora da Casa da Borboleta, um espaço que dá apoio às gestantes e mães que praticam a chamada maternidade ativa.

Reila decidiu convocar mães e pais e fazer um mamaço no hospital no próximo sábado (7). Ela explica que querem uma retratação do Albert Eintsten e, mesmo que isso seja feito pelas redes sociais, o protesto estará mantido. “Será um ato pacífico, mas onde vamos mostrar a importância da amamentação, do colo. Queremos, inclusive, a participação dos diretores do hospital e de funcionários”, diz.

A organizadora do mamaço diz que o Einstein, assim como outros hospitais, devem tomar cuidado com o que publicam nas  mídias sociais. “O hospital prestou um desserviço. Será que quem cuida da página é da área da saúde? E apagar o post foi um segundo erro. Deveriam ter feito uma retificação”, sugere.

OUTRO LADO

Procurada, a assessoria de imprensa do  hospital informou que o hospital  “incentiva o aleitamento materno e segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde, sendo certificado pelo International Board Certified Lactation Consultant (IBCLC).”

Por meio de uma nota, o hospital informou que lamentava a maneira que o tema foi abordado, mas que a “intenção de alertar os pais em relação aos hábitos de sono e que o choro nem sempre representa fome. Reiteramos nosso compromisso com a valorização da amamentação, do afeto e do vínculo familiar.”

 

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