Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 No mês da ‘paciência negra’, curadora de livros cobra mais pesquisa em obras infantis https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/11/19/no-mes-da-paciencia-negra-curadora-de-livros-cobra-mais-pesquisa-em-obras-infantis/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/11/19/no-mes-da-paciencia-negra-curadora-de-livros-cobra-mais-pesquisa-em-obras-infantis/#respond Fri, 19 Nov 2021 13:24:45 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/kit-320x213.jpg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9438 Ao longo de todo o mês de novembro, a educadora Sarah Carolina, do @maternagempreta, está usando seu Instagram para publicar pílulas antirracistas.

“Bullying é diferente de racismo” ou “Assuma que definitivamente não somos todos iguais” estão entre os tópicos das postagens do mês da Consciência (ou paciência) negra, como ela diz.

Leitora voraz, aos 11 anos Sarah percebeu pela primeira vez a falta de representatividade nos livros em “O mundo de Sofia”.

“Perguntei pra minha mãe se não existia filósofo preto. Ela me deu uma resposta bem dura, mas que foi muito importante: pessoas brancas escrevem sobre pessoas brancas, para leitores brancos. Então eu tive o start de procurar autores negros”, conta.

Sarah começou a lecionar em escolas públicas em 2010 e sempre se deparou com racismo, inclusive conta que ele era reproduzido entre os alunos negros.

“Achei que era uma obrigação como professora e também como negra educar para mudar isso.  Nós, pessoas pretas, geralmente não podemos nos dar ao luxo de não incentivar o antirracismo, é uma questão de sobrevivência”, afirma.

Ao deixar a sala de aula, decidiu manter a empreitada que iniciou na última escola onde lecionou: divulgar publicações de qualidade. Nasceu aí o kit Kekerê, um clube de assinatura de literatura infantil antirracista, cujo lema é que a leitura não pode ser privilégio de famílias brancas, com dinheiro, e sim, deve alcançar a todos.

Curadora de livros infantis cobra mais pesquisa e respeito à história dos negros (Arquivo Pessoal)

Na curadoria, ela leva em consideração se as histórias apresentam personagens negros, se todas as crianças, inclusive brancas sentem interesse, se a publicação valoriza a cultura e história afro-brasileiras, se os autores são negros (que sabem o que é ser uma criança preta em uma sociedade racista), ou brancos com trajetória assumidamente antirracista e se o material possui impressão de qualidade.

“No fim tem que passar pelo crivo da criançada. Leio pro meu filho Lucas ou filhos de amigos e observo as reações deles. Já aconteceu de eu achar um livro incrível e as crianças acharem chato”, revela a mãe de Murilo, 18, Lucas, 6 e Maya, 1.

Sarah faz uma crítica aos livros que são considerados afirmativos, mas que foram escritos apenas  para atender um nicho. “Pessoas negras finalmente passaram a ser vistas como consumidoras e por isso muita gente correu para escrever para leitores negros, apenas para se aproveitar da demanda e pela pressa do lucro. Não se deram tempo de refletir sobre o que e como essas obras estavam sendo escritas”, observa.

“Não adianta apenas pegar um personagem branco e lhe atribuir características físicas que o transformem em negro. Falta criticidade e conhecimento sobre alguns temas. Faltam pesquisa e um diálogo sobre as dores do ser negro: mesmo na infância, a vivência da pessoa negra é diferente, e um autor comprometido precisa entender isso”, pontua.

Ela diz que um autor que se propõe a escrever sobre a cultura esquimó, por exemplo, pesquisa e conversa com pessoas que vivenciam essa cultura. Da mesma forma, escrever sobre pessoas pretas requer pesquisa. “Muitos autores parecem dispensar essa etapa, pois supostamente já conhecem nossa cultura (ensinada tortamente na escola onde o negro é sempre o escravizado, a mão de obra etc). Isso é inclusive, o reflexo de um racismo estrutural onde o negro não representa uma cultura, separado da história branca eurocêntrica”, conclui.

SERVIÇO

Kit Kekerê – clube de assinatura de leitura infantil com conteúdo antirracista, a partir de R$29,90 (assinatura mensal)

Instagram –https://www.instagram.com/maternagempreta/

Contato: maternagempreta@gmail.com

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Campanha quer desmitificar que filhos arruínam carreiras https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/campanha-quer-desmistificar-que-filhos-arruinam-carreiras/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/campanha-quer-desmistificar-que-filhos-arruinam-carreiras/#respond Thu, 07 Oct 2021 16:13:40 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/filhosnocurriculo-320x213.jpg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9319 “Manhêêê, terminei, vem me limpar? Muitos profissionais em home office certamente passaram por essa situação durante a pandemia.

Mesmo quem não possui filhos foi convidado a olhar essa cena com outros olhos, afinal, o trabalho invisível ganhou luz.

Pensando em aumentar o sentimento de pertencimento e acolher colabordores com filhos, a campanha #filhosnocurrículo estimula patrões e empregados a incluirem essa informação nas redes sociais.

“Convidamos empresas a repensarem as suas relações de trabalho e desconstruírem vieses para que se tornem um lugar inspirador onde pessoas queiram entrar, estar e construir uma carreira”, diz Camila Antunes, cofundadora da Filhos no Currículo.

“Acreditamos que é possível construir uma relação de vínculo e presença com os filhos sem desconstruir uma carreira”, conclui.

Um dos modelos de card disponíveis para quem quiser participar da campanha (link abaixo para download)

NAS REDES

Quem deseja participar da campanha pode postar uma imagem  no Instagram ou Linkedin (link para download abaixo), incluir a hashtag #filhosnocurrículo e escrever uma breve reflexão sobre as  habilidades que os filhos ou enteados agregaram.

“A maternidade me estimulou a desenvolver gestão do tempo, capacidade de observação e percepção mais aguçadas, maior vontade de vencer, acolher os problemas do outro e [aprendi] a ouvir mais que falar”, destaca assistente executiva Annie Baracat,43, mãe de Lilo, 5.

“Hoje não sou somente mulher, ou somente mãe. Sou mulher-mãe, ou mãe-mulher. Uma não existe sem a outra. Após me tornar mãe, me senti muito mais potente e motivada e sou uma profissional muito melhor apos ele”, afirma Annie.

Para ganhar mais força, as organizadoras também sugerem desafiar amigos nas redes sociais.

Link para mais informações: https://filhosnocurriculo.com.br/downloads/

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Pais empreendedores servem famílias e fazem dos clientes rede de apoio https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/08/07/pais-empreendedores-servem-familias-e-fazem-dos-clientes-rede-de-apoio/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/08/07/pais-empreendedores-servem-familias-e-fazem-dos-clientes-rede-de-apoio/#respond Sat, 07 Aug 2021 14:04:33 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/WhatsApp-Image-2021-08-04-at-16.27.28-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9161 Antes de fechar uma venda, Ricardo Figaro, 34, pergunta outras coisas além de quais serão os sabores das comidas que o cliente levará pra casa.

Quer saber a história dos bebês, o que gostam de comer, como anda o sono e como os pais têm lidado com o cansaço típico de quem tem um filho pequeno.

Sua empresa, a Papai Que Fez, fabrica porções de refeições orgânicas congeladas para bebês a partir do sexto mês de vida, quando ocorre o início da introdução alimentar.

O empurrãozinho para abrir um negócio veio da pediatra do filho. Vários pacientes dela estavam preocupados com o início da alimentação dos filhos. Qual grupo de alimentos usar? Como temperar? O terror de muitos pais era a paixão de Ricardo, e a doutora viu um nicho e brincou com a sugestão. Ricardo tinha acabado de perder o emprego por causa da pandemia.

Comidas congeladas facilitam a vida de pais que trabalham fora (Reprodução Instagram @papaiquefez_)

“Cresci vendo meus avós na cozinha e todos os grandes momentos da minha vida têm alguma relação com a comida”, explica o pai de Henrique, de um ano e meio.

Além do feedback sobre os pratos, ele e sua esposa, Erika, também trocam figurinhas com outros pais -e clientes- sobre sono, cama compartilhada, introdução alimentar e salto de desenvolvimento.

“Gosto de passar para os clientes que essa é uma fase gostosa. Meu objetivo é facilitar a vida de outros pais e também proporcionar experiências gustativas como as que eu tento proporcionar para meu filho”, conta.

Foi um pedido do filho ainda pequeno que despertou outro pai para empreender.

Quando era menor, Henry, 12, pediu um cavalinho para Bruno Soares, 35, de Dia das Crianças. Ele também ganhou um boneco que falava, era cheio de luzes e soltava teias pelas mãos.

O cavalo ganhou a corrida. Senta lá, Spider!

“Foi essa simplicidade do meu filho que me impulsionou para trabalhar com meu hobby. O boneco ficou de lado e ele preferiu o cavalo de pau”, conta o artesão, proprietário da Imaginação Sem Limite.

Parte da produção de brinquedos pedagógicos da Imaginação sem Limites (Arquivo Pessoal)

Após também perder o emprego como orientador socioeducativo, ele passou a trabalhar integralmente com a arte em madeira -ofício que aprendeu sozinho, “na marra”, conta.

No começo, fazia peças religiosas, porta-retratos e luminárias e, recentemente, passou a investir em brinquedos montessorianos, que estimulam o desenvolvimento infantil.

Assim como Ricardo, que aproveita as sugestões dos clientes para criar novas receitas, Bruno também recebe diversos pedidos para criar brinquedos em madeira.

“Quando você ouve um pai ou uma mãe falando que sua arte fez o filho deles feliz é emocionante. Ser uma referência de criatividade para meu filho e pros seus amigos, também”, diz.

Bruno passou a fazer objetos de madeira após um pedido do filho Henry, há alguns anos (Arquivo Pessoal)

SERVIÇO

Imaginação Sem Limites – Arte em Madeira

(peças a partir de R$ 35)

Instagram: https://www.instagram.com/isl_imaginacao

Contato: 11 99017-5143

 

Papai Que Fez – Comida para bebês

Porções a partir de R$ 9

Instagram:  https://www.instagram.com/papaiquefez_/

Contato: 11  4211-9606

 

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Campanha defende incluir maternidade como experiência positiva no currículo https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/05/08/campanha-defende-incluir-maternidade-como-experiencia-positiva-no-curriculo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/05/08/campanha-defende-incluir-maternidade-como-experiencia-positiva-no-curriculo/#respond Fri, 08 May 2020 12:37:00 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/WhatsApp-Image-2020-05-07-at-16.52.19.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8858 Você já imaginou incluir a maternidade ou paternidade como fator positivo em seu currículo?

No lugar de pouco destaque ou até omissão dessa informação, incluí-la em destaque e como motivo de orgulho?

Essa é a proposta da campanha “Ser mãe e ser pai é Potência”, da ONG Somos Mães, que atua no setor 2.5, área de saúde psicoemocional, cultura e humanização do ambiente de trabalho. O Instagram deles é @somosmaesnasempresas.

A proposta é incluir no perfil do Linkedin o cargo de mãe ou pai e descrever as habilidades e sentimentos que os filhos trouxeram.

“Meus valores ficaram mais claros e potentes. Criei um senso de propósito e melhoria constante. Desenvolvi minha comunicação e esta passou a ser mais assertiva e amorosa. Passei a ter um olhar mais empático e acolhedor”, diz um dos perfis.

Anne Bertoli, facilitadora de grupos e responsável pelos programas da empresa conta que a proposta ainda assusta muitos profissionais. “Que senso comum é esse que faz a gente acreditar que nossas forças da maternidade vão sempre causar um distanciamento da nossa potência profissional?”, questiona.

“Vida profissional e pessoal até podem ser separadas, mas a psicológica não. A gente não guarda no bolso a parentalidade quando entra em uma empresa. Essa pandemia [do coronavírus] evidenciou isso” observa Anne.

Para ela, empresas que não abrirem espaços para esses profissionais vão perder talentos. “Esperamos que nosso movimento iniba empresas que se posicionam contrários a isso. É preciso acolher profissionais como pessoas de verdade”, conclui a profissional.

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Mães contam como é trocar a carreira pelo empreendedorismo https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/12/01/maes-contam-como-e-trocar-a-carreira-pelo-empreendedorismo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/12/01/maes-contam-como-e-trocar-a-carreira-pelo-empreendedorismo/#respond Fri, 01 Dec 2017 17:10:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7136 Flexibilidade nos horários, possibilidade de trabalhar em casa e acompanhar mais de perto o crescimento dos filhos. Esses são os principais motivos que levam mulheres a trocarem suas carreiras pelo empreendedorismo após a maternidade.

Levantamento recente da Rede Mulher Empreendedora mostra que três em cada quatro mulheres que abriram um negócio tomaram essa decisão após a chegada dos filhos.

 Foi o caso de Perla Zandoná,40. Mãe de Izabela,3, ela deixou a gerência regional de operações de uma grande empresa para fabricar joias. Única fonte de renda da família, ela reconhece a “ousadia”, mas diz não ter saudade de ficar grudada no celular atendendo ligações ou respondendo a mensagens nos dias de folga.

 

“Percebi que saia muito infeliz para trabalhar e não era este o exemplo que eu gostaria de dar a ela. queria mostrar que trabalhar poderia ser muito prazeroso, divertido e engrandecedor”.

 

Perla durante trabalhando em uma feira
Perla, em um evento, após trocar de profissão depois da chegada da filha (Crédito: Gabi Trevisan)

Mãe de Catarina, 5 anos e 10 meses, e das gêmeas Emilia e Gabriela, de 5 anos e 3 meses, Daniela Foltran, 36, atuou como embriologista por 11 anos. a intensa rotina profissional incluía todos os finais de semana e feriados.

Porém, as gêmeas tiveram problemas de saúde –que exigiram consultas médicas recorrentes e fisioterapia– e encaixar esses compromissos na agenda profissional tornou-se extenuante, segundo ela.

 

“O meu rendimento foi caindo, a tristeza e o cansaço aumentando. Mas eu não dava conta de que havia entrado em um processo patológico”, conta. em 2014, o que achava ser cansaço pela falta de dormir, era síndrome de Burnout e síndrome do pânico associados.

 

Hoje, ainda em tratamento, ela comemora poder acompanhar a rotina das meninas de perto, planejar atividades sem ter o receio de precisar cancelar compromissos em cima da hora. ” Sou outra pessoa: consigo sair de casa, conviver, trabalhar, sem ter crises de ansiedade, por exemplo.”

 

Para equilibrar as contas domésticas, divididas com o marido, ela também contou com a ajuda de amigos e familiares. “Ter uma vida sem dinheiro e saudável é melhor que não mais viver para ver minhas filhas crescerem”, conclui Daniela, que abriu uma empresa de babadores e aventais infantis.

 

Daniela cercada pelas três filhas
Daniela e as filhas Catarina, Emilia e Gabriela, em casa, onde trabalha atualmente (Arquivo Pessoal)

 

Quem também precisou enxugar as despesas foi a publicitária Ana Carolina Cintra, 34. Após sair de uma agência de design, onde atuou por 15 anos, ela virou consultora de comunicação digital.
Mãe de Cecília, 2, avaliou que as 12 horas em que ficava fora de casa a impediriam de acompanhar o crescimento e desenvolvimento de sua filha.

Mesmo com apoio financeiro do marido, precisou repensar o estilo de vida e se planejar financeiramente.

“Quando eu coloco na balança tudo que conquistei nesse período de empreendedorismo, o saldo é bem mais positivo que negativo”, diz.

As três mães fazem parte de um grupo de expositoras que estarão na 1ª Feira de Empreendedorismo Materno, que ocorrerá neste sábado. O evento terá produtos variados, todos relacionados ao universo materno-infantil, além de uma feira gastronômica.

 

Ana Carolina com a filha Cecília, de 2 anos, no colo
A publicitária Ana Carolina e a filha Cecília (Crédito: Michelle Gouvea)

QUANDO: sábado (2), das 11 Às 16h

ONDE: Lumos Cultural, r. Cardoso de Almeida, 1734, Perdizes, São Paulo. Informações (11) 96695-8667

 

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Desafio de empreendedora materna é separar agenda pessoal da profissional; veja dicas https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/17/desafio-de-empreendedora-materna-e-separar-agenda-pessoal-da-profissional-veja-dicas/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/17/desafio-de-empreendedora-materna-e-separar-agenda-pessoal-da-profissional-veja-dicas/#respond Tue, 17 Jan 2017 09:32:02 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6986 Camila e os filhos (Arquivo Pessoal)
Camila e os filhos (Arquivo Pessoal)

Pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora mostra que 75% das empreendedoras decidiram montar seu próprio negócio após tornarem-se mães. A maioria parte para o negócio próprio na tentativa de ficar perto do filho sem abrir mão do trabalho.

Cedo ou tarde, entretanto, muitas dessas mulheres vão descobrir o quão difícil e frustrante pode ser o exercício do empreendedorismo materno. A sensação que se tem, muitas vezes, é de não estar fazendo bem nem uma coisa nem outra. Parece faltar tempo de qualidade para se dedicar tanto aos filhos quanto ao negócio.

Muito desse sentimento é resultado da falta de planejamento da empreendedora.  A consultora do Sebrae-SP, Cristiane Viude Fernandes Sevilla, diz que um dos maiores desafios é separar a vida pessoal da profissional, tanto na questão de tempo como de espaço físico.

“Ela precisa se programar, ter uma agenda, reservar tempo para ela como mãe e como empreendedora. Uma das dificuldades é criar uma rotina de trabalho, definir horário para o negócio e para os filhos”, diz Sevilla.

Ela recomenda que a empreendedora também tenha um espaço de trabalho separado do restante da casa. “Para evitar que ela esteja ao telefone, conversando com o cliente, e o filho entre pedindo algo. Para não misturar as questões da casa com o trabalho. Numa analogia, é como os empreendedores que não separam a conta jurídica da física.”

Outro problema muito comum são as mães que só conseguem trabalhar de madrugada, quando os filhos estão dormindo. Essas mulheres certamente ficarão exaustas e cansadas. “É a mesma sensação que tem o empreendedor que não tem domingo, feriado nem férias para descansar. É preciso ter um tempo para relaxamento, vida social. Não é saudável trabalhar assim e a pessoa deixa de ter ideias, de se reinventar.”

ESCOLA E CASA NOVA

A empreendedora Camila Andrietta, 37,  precisou mudar de casa e alterar a agenda dela e dos filhos para conseguir dedicar mais tempo para sua empresa, a Mandacaru _que produz calçados infantis feitos a mão de couro de descarte.

Mãe de três filhos, de 7, 4 e 2 anos, ela começou trabalhando na sala de casa. Era uma forma de trabalhar sem ficar longe dos meninos. Mas com o aumento da demanda, seus materiais já ocupavam mais da metade da sala. Por isso se mudou para uma casa com edícula. Sua oficina agora é composta por duas salas.

“Eu precisava mudar de casa, achar uma maior, com edícula. Assim consigo trabalhar forma, mas continuo perto dos meninos”, afirma.

A separação do ambiente de trabalho do profissional já melhorou o fluxo de trabalho da empreendedora. “Quando trabalhava na sala, toda vez que parava, tinha que retirar todo o material. Agora, com meu espaço, só preciso fechar a porta.”

Outro passo dado por Camila para otimizar seu trabalho foi mudar a agenda dos filhos e, dessa forma, ter um tempo seu só para produzir. Ela colocou o mais novo e o mais velho em tempo integral na escola. O do meio, diagnosticado com síndrome de Down, passou a ir meio período para escola, além de fazer terapia uma vez por semana o dia todo.

“O filho que não fica integral volta de perua. Busco os outros dois às 16h. Com isso, tenho mais tempo de manhã. Com um filho só à tarde, ainda consigo fazer alguma coisa”, diz.

Ela leva o filho do meio para fazer terapias às sextas e quarta  à tarde. Com isso, a semana de trabalho ficou mais curta. Para não reduzir sua produção, ela fechou uma parceria: repassou o trabalho de costura para outra pessoa.

Hoje, os sapatos de Camila estão em três lojas. Ela diz que por enquanto não consegue ampliar o número de distribuidores.

Mesmo com a agenda tão apertada, Camila fez o que os consultores recomendam: investiu em conhecimento. Ela fez cursos à noite no Senai para aprender mais sobre processos de produção.

Outro passo foi investir em equipamentos, que reduziram seu tempo de produção.  “Não corto mais o couro a mão, corto com uma máquina. Cada peça continua sendo produzida uma a uma, mas não preciso mais cortar com tesoura e estilete. Isso agilizou muito. O trabalho que levava de 3 a 4 horas agora pode ser feito em 10 minutos.”

O tempo de Camila continua curto, mas ela pretende ter tempo para tirar férias em 2017. “O ano de 2016 foi de muito estresse, de trabalhar de madrugada. Foi um ano de adaptações e mudanças.”

PLANO DE NEGÓCIO

A consultora do Sebrae-SP afirma que todo empreendedor precisa primeiro de um plano de negócio para estruturar e analisar a viabilidade daquilo que pretende montar.

“Para abrir um negócio não basta ter uma boa ideia. Precisa ter um plano de negócio, analisar como vai funcionar, se é viável, quanto tempo poderá dedicar a ele. Todo negócio tem risco, mas o planejamento diminui bastante esse risco”, afirma Sevilla.

Segundo a consultora, o futuro empreendedor precisa saber que ter seu próprio negócio vai ocupar muito de seu tempo.

“É falsa a ideia de que o empreendedor vai ter mais tempo. Empreendedor demanda muito tempo. É diferente de ser funcionário e ter horário para entrar e sair.”

Você tem dificuldade para empreender e cuidar dos filhos? Conte seu caso para o Maternar

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Mãe cria app de babás após dificuldade para achar profissionais com curso de enfermagem https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/mae-cria-app-de-babas-apos-dificuldade-para-achar-profissionais-com-curso-de-enfermagem/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/mae-cria-app-de-babas-apos-dificuldade-para-achar-profissionais-com-curso-de-enfermagem/#respond Mon, 07 Nov 2016 08:58:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6761 Coty com os pais Helton e Priscilla (Arquivo Pessoal)
Coty com os pais Helton e Priscilla (Arquivo Pessoal)

A relações públicas Priscila Fiorin, 37, precisava de uma babá com curso de enfermagem para cuidar da pequena Catarina, mais conhecida como Coty, de 1 ano. A menina nasceu com atresia do esôfago, uma doença rara que causa a má formação do órgão.

Até maio deste ano, a menina se alimentava exclusivamente por sonda. Ela fez uma cirurgia para reconstrução do esôfago, que permitiu que conseguisse se alimentar pela boca.

“Eu precisava de uma babá com curso de enfermagem, em nível técnico, para lidar com a sonda e com a incisão que ela tinha no pescoço”, afirma Priscilla. “Quando eu ia voltar a trabalhar depois da licença-maternidade, foi muito difícil achar babá. Como a Coty tinha sonda, não dava para deixar em escolinha.”

Ela disse que teve a ideia de criar o aplicativo que coloca em contato mães e babás depois da dificuldade que vivenciou para contratar uma.

A relações públicas costumava pedir indicações de babás para as amigas. Uma das dificuldades é o próprio processo seletivo. “Você liga para ver se elas se encaixam no perfil e isso já toma muito tempo. Depois você chama para a entrevista e descobre que não é o que precisa ou a babá quer algo que não se encaixa no seu dia-a-dia, como dormir no trabalho. Perdi noites de sono preocupada sobre o que faria quando voltasse a trabalhar.”

Ela fez o plano de negócio do aplicativo quando terminava um MBA na FGV (Fundação Getúlio Vargas). “Ficou tão legal que resolvi executar. Meu marido trabalha com tecnologia e desenvolveu a plataforma.”

Priscilla diz esperar que o AppNanny ajude outras mães a não passarem pela mesma dificuldade que ela. “Eu ficava mandando mensagem para as babás ou pedindo indicação para as amigas e me perguntava por que nao havia um app em que eu pudesse pesquisar em qualquer lugar e a qualquer hora.”

Entre os diferenciais do AppNanny é que as babás não pagam nada para se cadastrarem no aplicativo. “Uma pessoa que está buscando trabalho não tem que pagar por isso”, diz a criadora do serviço.

Outra possibilidade é pesquisar a babá de acordo com diferenciais profissionais, como disponibilidade para viajar, falar outro idioma ou ter experiência em cuidar de crianças com deficiência ou doenças raras.

“Nossa ideia é que a família possa achar qualquer perfil de babá, da mais qualificada até uma sem experiência. Seja para trabalhar como mensalista, folguista ou qualquer outra necessidade”, afirma Priscilla.

Durante a pesquisa, a família pode saber a avaliação que a profissional já recebeu, além de ler comentários deixados por outros usuários.

Como o aplicativo funciona? Após a pesquisar as profissionais cadastradas, é preciso comprar créditos para visualizar o perfil completo da babá. Cada crédito dá direito a acessar um perfil. Os pacotes de crédito variam de R$ 25 (cinco créditos) a R$ 250 (60 créditos). Haverá uma degustação gratuita do serviço neste mês de novembro.

Para cadastrar as babás, os donos do app checam informações, como documentação e endereço.

“Uma coisa que temos notado é que muitas babás que ja têm emprego buscam o app como opção para fazer trabalho extra como folguista e assim reforçar a renda. Muita gente está se cadastrando de olho nas oportunidades do final e inicio do ano, quando babas tiram férias e a família contrata uma substituta temporária”, afirma,

 

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Com troca de serviços, mãe banca festa de aniversário da filha sem gastar nada https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/04/28/com-troca-de-servicos-mae-banca-festa-de-aniversario-da-filha-sem-gastar-nada/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/04/28/com-troca-de-servicos-mae-banca-festa-de-aniversario-da-filha-sem-gastar-nada/#respond Thu, 28 Apr 2016 10:41:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5574  

Rachel (à dir.) com o marido e a filha (Foto: Mille Brito Fotografia de Família)
Rachel (à dir.) com o marido Amilton e a filha (Foto: Mille Brito Fotografia de Família)

Em tempos de crise, os pais estão pensando duas vezes antes de dar uma festa de aniversário para o filho. Dependendo do número de convidados, uma comemoração no salão do prédio pode passar fácil de R$ 5.000. Se for em um buffet infantil, o preço chega a dobrar.

Mas alguns pais estão encontrando formas criativas para comemorar a data sem gastar muito. Esse é o caso da produtora Rachel Coelho, que fez a festa de 5 anos da filha Bia sem gastar praticamente nada.

Seu único gasto foi com o aluguel de mesas e cadeiras, que custou R$ 25.

Mas todos os outros produtos, serviços e alimentos da festa para 80 pessoas saíram de graça para ela.

Para conseguir que esses prestadores colaborassem com a festa da filha, Rachel fez permutas. Ela retribuiu com seu trabalho de criação de identidade visual de empresas e de sites corporativos.

Para cuidar das brincadeiras havia uma empresa de recreação e outra que fez uma serestinha infantil.

Enquanto uma empresa cuidou da decoração personalizada, outra fez as lembrancinhas, além de uma terceira, responsável pela papelaria.

O bolo e docinhos ela conseguiu com outro prestador de serviço. Com tantos produtos e serviços, Rachel diz que a festa da Bia, se tivesse de ser paga, custaria cerca de R$ 10 mil.

“As empreendedoras envolvidas na festa da Bia viraram verdadeiras parceiras. Todas estamos reunidas em grupos de mães empreendedoras”, afirma Rachel.

A parceria de Rachel com várias dessas empreendedoras começou cerca de um ano antes, quando ela passou a realizar festas no salão de seu prédio. As prestadoras entravam com seus produtos e serviços. Em troca, elas eram apresentadas a potenciais clientes, que ficavam conhecendo o trabalho de cada uma delas. Para participar,  os convidados levavam brinquedos novos, que eram doados para abrigos que cuidam de crianças.

Um dos grupos dos quais Rachel participa, o Moms’ Office, deve realizar sua primeira feira de trocas agora em maio. Elas também planejam realizar uma feira para que as participantes exponham e comercializem seus produtos.

“O evento tem como objetivo promover a troca de itens e a permuta de serviços em diversos segmentos. Promove a sustentabilidade, com o reaproveitamento de peças, a economia alternativa com o sistema de permutas, além de fortalecer a rede de mães empreendedoras”, afirma Rachel.

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Empresa de assinatura de livros infantis vai levar serviços para os EUA https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/03/24/empresa-de-assinatura-de-livros-infantis-vai-levar-servicos-para-os-eua/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/03/24/empresa-de-assinatura-de-livros-infantis-vai-levar-servicos-para-os-eua/#respond Thu, 24 Mar 2016 10:12:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5433 Leiturinha quer ganhar o mercado internacional (Reprodução)
Leiturinha quer ganhar o mercado internacional (Reprodução)

Pioneira no serviço de assinatura de livros infantis, a Leiturinha se prepara para atuar fora do Brasil. O primeiro mercado internacional a ser atendido é o dos Estados Unidos.

“Recebemos pedidos de famílias brasileiras que moram nos EUA e querem assinar nosso serviço”, diz Rodolfo Reis, um dos sócios da empresa.

Só que hoje, pelo custo do frente do Brasil para lá, fica inviável fazer essa distribuição. “Ficaria muito caro levar daqui para lá. Mudaremos a logística”, afirma Reis.

Depois, a empresa pretende levar a assinatura de livros infantis para Portugal.

Para se internacionalizar, a Leiturinha analisa a possibilidade de adotar outro nome. “Leiturinha funciona bem aqui, mas não em outras línguas”, afirma Reis.

Além da assinatura tradicional, a Leiturinha criou um serviço de  livros digitais. “É como se fosse a Netflix. Você entra e escolhe o livro que quer ler”, afirma Rodolfo.

Nos próximos meses, a empresa lança um encarte com um gift card que poderá ser comprado em bancas de jornal, lojas e livrarias.

Criada há menos de dois anos, a Leiturinha tem mais de 10 mil assinantes distribuídas por 2.100 cidades do país. A assinatura de um livro por mês custa R$ 34,90.

Rodolfo Reis, sócio da Leiturinha Foto: Fabiana Futema)
Rodolfo Reis, sócio da Leiturinha Foto: Fabiana Futema)
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Projeto incentiva negócios de impacto social para a primeira infância https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/05/19/projeto-incentiva-negocios-de-impacto-social-para-a-primeira-infancia/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/05/19/projeto-incentiva-negocios-de-impacto-social-para-a-primeira-infancia/#respond Tue, 19 May 2015 18:27:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=3600 Você sempre tem um projeto de negócio voltado para a primeira infância? Sua ideia pode ser uma das selecionadas para participar do Artemisia Lab Primeira Infância. A entidade selecionará ao menos 30 empreendedores para participar de um laboratório de três dias, de 18 a 20 de junho, em São Paulo.

O objetivo do Artemisia Lab Primeira Infância é fomentar a geração de negócios de impacto social voltados para este período, que vai da gestação aos 6 anos, considerado um dos mais importantes no desenvolvimento do indivíduo.

Segundo a Artemisia, as deficiências no atendimento da primeira infância apresentam oportunidades para empreender e criar modelos de negócios ou suprir deficiências. Maure Pessanha, diretora-executiva da organização, diz que entre as principais deficiências destacam-se a insuficiência das vagas em creches e a baixa qualidade da oferta existente.

“Há poucos negócios de impacto social voltados à primeira infância e uma grande demanda no país por produtos e serviços para esse público”, afirma a executiva.

Segundo ela, o histórico de busca & seleção de negócios da Artemisia mostra que poucos são voltados para a primeira infância.

No processo de seleção, a Artemisia busca ideias e startups que desenvolvem produtos e serviços para a gestação, parto, pré-natal, saúde da criança, desenvolvimento infantil.

Inscrições vão até o dia 31 (Reprodução)
Inscrições vão até o dia 31 (Reprodução)
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