Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 ‘De cócoras’, podcast quer dar voz a gestantes e sanar dúvidas sobre parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/19/de-cocoras-podcast-quer-dar-voz-a-gestantes-e-sanar-duvidas-sobre-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/19/de-cocoras-podcast-quer-dar-voz-a-gestantes-e-sanar-duvidas-sobre-parto/#respond Tue, 19 Oct 2021 14:04:07 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-15-at-20.27.53-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9339 Preciso fazer exame de toque vaginal em toda consulta de pré-natal? Até quando é seguro transar grávida? A analgesia pode atrapalhar o parto normal?

Essas foram algumas das dúvidas mais comuns recebidas nas caixinhas das redes socias de Fabiana Garcia e Bianca Rocha, obstetra e obstetriz, respectivamente.

Sem conseguir aprofundar nos assuntos, mas alcançando cada vez mais mulheres, a dupla decidiu criar um podcast para sanar dúvidas sobre gestação e parto.

O nome escolhido foi De Cócoras Podcast. “Primeiro e único nome cotado, a ideia é tirar da horizontal, do tradicional, e fazer pensar em novas possibilidades”, explica Fabiana Garcia.

A dupla também usará a bagagem em consultório para responder a mais questionamentos.

“Ainda recebemos mulheres que sabem muito pouco sobre o processo fisiológico de uma gestação e de um parto. Vemos que elas carregam uma grande insegurança por saberem tão pouco sobre esse período de suas vidas”, observa.

A primeira temporada tem oito episódios e tratará sobre até quando é seguro esperar o nascimento, indicações reais de cesariana, analgesia no parto, parto normal gemelar, entre outros.

Os programas contam sempre com convidados que podem ser pacientes ou profissionais com saberes que elas não dominam ou que vivem realidades obstétricas diferentes das delas.

Logotipo do podcast De Cócoras, que estreia nesta quarta-feira (20), no Spotify

SERVIÇO

De Cócoras Podcast 

Estreia quarta-feira (21), no Spotify e Youtube.

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Chegada de um filho é uma situação traumática, mesmo quando tudo vai bem https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/17/chegada-de-um-filho-e-uma-situacao-traumatica-mesmo-quando-tudo-vai-bem/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/17/chegada-de-um-filho-e-uma-situacao-traumatica-mesmo-quando-tudo-vai-bem/#respond Sat, 17 Jul 2021 13:44:48 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-15-at-14.40.04-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9084 Para a psicanálise, a chegada de um bebê precisa ser entendida como uma situação traumática.

Isso ocorre porque a entrada de um novo membro na família é “potencialmente desorganizadora”, que pode deixar pais e mães assustados, sem conseguir produzir um sentido para tamanha mudança.

Em geral, a preocupação mais velada é a financeira. Como vou pagar os estudos? E as fraldas, as roupas, remédios e seu lazer? Mas a desorganização vai muito além.

Pai e mãe deixam de ser somente “filhinhos” e passam a ter um “filhinho”. Fora isso, o nascimento de um bebê revisita o passado, onde há traumas, dores e situações nem sempre tratadas.

O relacionamento dentro de casa muda: os planos, horários, saídas e as viagens também.

Porém, essa crise interna não é socialmente aceita, já que o filho é uma bênção e a ideia de trauma não combina com o anúncio feliz e a chuva de “parabéns” que os pais ganham quando contam a novidade para os amigos e familiares.

Só que ela é mais comum do que se imagina. Para quem reconhece em si esse trauma, a indicação é buscar ajuda, tanto de profissionais de saúde mental, quanto criar uma rede de apoio e compartilhamento.

“É absolutamente necessário que mãe e pai possam contar com um ambiente próximo que apoie, dê continência e tolere esse mal-estar inicial”, explica a psicanalista Rachele Ferrari.

No dia 29 de julho, a mestre em Psicologia Clínica pela PUC/SP e doutoranda em Psicologia Clínica pela USP vai comandar uma roda online gratuita para debater esse assombro e sua elaboração.

“É preciso renunciarmos ao idílio tão veiculado pelas mídias. Há delícias sim e muitas, mas também há dores que precisam ser ouvidas. Falar sobre essas dores e poder receber uma escuta empática é curativo, porque a experiência vai sendo nomeada, transformada e integrada como repertório da vida”, conclui a psicanalista.


SERVIÇO

Maternidade: assombro e elaboração

Dia 29 de Julho – gratuito (pelo Zoom)

 

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Jornalista relata em livro glórias e perrengues com bebê nascida durante a quarentena https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/07/06/jornalista-relata-em-livro-glorias-e-perrengues-com-bebe-nascida-durante-quarentena/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/07/06/jornalista-relata-em-livro-glorias-e-perrengues-com-bebe-nascida-durante-quarentena/#respond Mon, 06 Jul 2020 13:25:10 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/WhatsApp-Image-2020-07-03-at-10.20.32.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8907 De uns anos pra cá ficou mais comum ouvirmos mulheres falarem abertamente sobre o puerpério. O que antes era escondido ou amenizado passa a ser compartilhado abertamente e tira um baita peso das costas das mães recentes que estão enfrentando privação do sono, desconforto com o novo corpo, medo e inseguranças com um ser tão dependente diante delas.

No passado, esse período costumava ser mais leve para as mulheres. Vizinhas e parentes que moravam perto auxiliavam nos afazeres domésticos, enquanto a atenção da puérpera estava voltada exclusivamente para o bebê.

Com a pandemia do novo coronavírus, muitas famílias se separaram fisicamente e grande parte das mães tiveram que abrir mão de qualquer tipo de ajuda externa. Agora, o isolamento é duplamente mais pesado.

Violeta nasceu em meio a tudo isso. Filha de um casal de jornalistas, Anna Virginia Balloussier e Victor Ferreira, a pequena certamente não sente falta do mar, das festas ou do Carnaval como seus pais, mas ainda não conheceu os avós paternos e o contato externo é bem restrito. Desde seu nascimento, no dia três de março, sua mãe passou a escrever um diário, que agora virou livro. Nele, conta perrengues e alegrias dos primeiros 40 dias da filha trancada com os pais, em um apartamento em Copacabana, no Rio.

Já tive oportunidade de trabalhar por um período com a Anna na TV Folha. Ela é responsável por algumas reportagens memoráveis na editoria: Crianças de 9 religiões diferentes desenham seu jeito de encarar DeusA Copa VIP dos “yellow blocs” e  Alemanha 7, Brasil 1: O dia do massacre do Mineiraço, quando assistiu à final da Copa ao lado de Paulo Maluf.

No jornal, seus textos sempre figuraram entre os mais lidos. Ela escreve bem, já foi correspondente da Folha em Nova York e exibe uma postura segura para todos que a cercam. No livro, ela desmonta tudo isso. Decide abrir medos, inseguranças e traumas que fazem dela ainda mais admirável.

 

Filha de Anna e Victor, Violeta nasceu durante o início da quarentena (Foto: Arquivo Pessoal)

Talvez ela não precise de mim – Diários de uma mãe em quarentena  fala de choro, dúvidas, virilha sem depilação e retorno à vida sexual. Fala também daquele amor diferente de todos os outros, aquele que era sonhado e desejado a cada sopro de velinhas de aniversário.

“Ser bem-sucedida no trabalho, reconhecida pela minha escrita, tudo isso é importante pra mim. Mas me desconsertava muito mais a perspectiva de morrer sem filhos do que ter um texto destroçado por alguém que eu admire, embora eu projete para o mundo exterior que a segunda hipótese me abalaria mais. Empregar bem uma vírgula preenche um ego, não uma vida”, diz um trecho do livro.

Cólicas, diferenças conjugais e muita cumplicidade também aparecem no livro (Victor é daqueles pais que cumprem seu papel, além de saber a quantidade de amaciante ideal ao lavar as roupinhas). E por fim, há alguns socos no estômago. “Escrevi porque precisava expurgar”, conta a jornalista.

Apesar do nascimento ter ocorrido no meio de uma pandemia terrível, Violeta é abençoada. Não só por ter a mãe por perto o dia inteiro, mas por essa mãe ser a Anna.

SERVIÇO

Talvez ela não precise de mim – Diários de uma mãe em quarentena (Todavia, 80 p.)

E-book com promoção de lançamento: R$9,90

Livro impresso: R$30 + frete

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Autora sobre violência obstétrica ganha apoio virtual e já mira 2ª edição de livro https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/06/01/autora-sobre-violencia-obstetrica-ganha-apoio-virtual-e-ja-mira-2a-edicao-de-livro/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/06/01/autora-sobre-violencia-obstetrica-ganha-apoio-virtual-e-ja-mira-2a-edicao-de-livro/#respond Mon, 01 Jun 2020 12:13:37 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/WhatsApp-Image-2020-05-29-at-14.54.27.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8872 Em menos de 15 dias, a jornalista Caira Lima,22, trocou o sentimento de frustração pela comemoração após o sucesso nas vendas de seu livro.

Dia 14 de maio, ela usou sua conta no Twitter para desabafar. “Quis realizar o sonho de publicar meu livro. A editora disse que eu poderia ir pagando conforme vendesse, mas eles acabaram me enrolando, fiz uma dívida enorme com a gráfica e agora com a pandemia os eventos que eu ia pra vender estão cancelados. Não sei o que fazer”, disse na postagem.

Mesmo com apenas 775 seguidores, a publicação alcançou mais de 48 mil pessoas e rapidamente os livros foram sendo vendidos pelo país. A autora conta que a segunda tiragem está prestes a se esgotar e ela já mira a segunda edição do projeto. 01Ah, e a gráfica foi paga!

Fruto de seu trabalho de conclusão do curso em Jornalismo pela pela Universidade Federal do Tocantins, A dor mais doída – Relatos de Violência Obstétrica traz dados e entrevistas com mulheres que foram violentadas nas mais diferentes formas no dia em que era para ser um dos mais felizes de suas vidas.

“É muito comum culparem as mulheres pela falta de informação, mas esquecem que durante o processo do parto, muitas são excluídas das decisões que vão ocorrer em seus corpos. Elas sentem como se qualquer pessoa naquela sala [de parto] poderia tomar decisões pelo corpo, menos ela, a mãe, que vira coadjuvante, quando deveria ser a protagonista”, observa.

Caira disse ter se surpreendido com o fato de que a violência obstétrica não está restrita às pacientes do SUS.

“Em minha pesquisa também percebi que a violência obstétrica gera um peso para o resto da vida. Mulheres mudam a forma de ver o mundo e isso pode desencadear problemas psicológicos futuros como depressão pós-parto ou dificuldades na amamentação, por exemplo”.

Caira percebeu que a mágoa é um ponto comum entre as entrevistadas. “Além da dor sofrida no dia do parto, elas demonstram sofrimento por não terem sido acolhidas por familiares e pessoas próximas também”. Muitas delas precisavam falar, desabafar, e não encontraram a escuta em ninguém.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Recentemente, o Ministério da Saúde decidiu abolir o uso do termo “violência obstétrica” das políticas públicas e normas do governo. Contrariando a decisão, o Ministério Público Federal de São Paulo reconheceu o direito de uso do termo e afirmou que o termo é legítimo.

“Durante crises políticas é muito comum os direitos das mulheres serem retirados”, lembra Caira. Para a autora, esse tipo de violência só será combatida se toda a sociedade for informada a fundo sobre o assunto e não só as mulheres que passarão pelo parto. “Informação é direito e não privilégio”, conclui a jornalista.

TRECHO DO LIVRO

“Ísis queria que Ícaro viesse logo ao mundo, aquele sofrimento tinha que acabar. Durante essas horas, apenas um médico que estava de plantão a examinou, uma única vez. A dor e desespero foram tão grandes naquele momento, ela se sentiu tão invadida, que sua reação foi de arranhar a pele do médico com as próprias unhas. Era um desespero difícil de imaginar, uma dor que ela não conhecia, um momento que ela jamais imaginava que seria daquela forma. – Ele foi muito grosso pra fazer o meu exame de toque. Eu tava com muita dor e disse que, se era assim o exame de toque, ele que me perdoasse, mas eu não queria mais nenhum. Depois de fazer o exame de toque, o médico disse que só tinha quatro centímetros de dilatação e que ela deveria esperar porque aquele processo ia demorar. Ela ficou sozinha novamente, sem respostas, com medo e totalmente desnorteada. O tampão saiu. Começou a gritar alto chamando as enfermeiras, só queria saber se o chuveiro estava funcionando, porque queria colocar água quente nas costas para tentar aliviar um pouco da dor. Não estava funcionando. Naquele momento, o quarto era invadido pelos gritos desesperados de Ísis. A única coisa que estava ao seu alcance era clamar por ajuda, mas isso de nada adiantava. Ninguém fazia nada por ela, ninguém lhe massageava as costas, ninguém lhe dizia que tudo ia ficar bem. Pelo contrário, as enfermeiras diziam que quanto mais ela gritasse, menos viriam lhe ver. Acabou fazendo xixi na roupa, na sala do pré-parto, porque ninguém foi com ela ao banheiro e ela tinha medo de se machucar. – Eu cansei de gritar porque ninguém ouvia. Eu dizia que não tinha mais forças e elas respondiam: “mãezinha, é natural. Você tem força”. Ninguém segurou a minha mão. E ninguém deixou o meu marido entrar. Ninguém nem avisou. E ninguém avisou pra ele que eu tava na sala”.

Capa do livro A Dor Mais Doída, de Caira Lima

A DOR MAIS DOÍDA

(Editora Cultura, 87 páginas) 

R$30,00 + frete R$ 7,00

Encomendas pelo telefone (63) 98123-4812 –

Instagram: @kkcaira

PODCAST

Para saber mais sobre violência obstétrica, ouça o podcast 40 Semanas. Três episódios foram dedicados ao tema. Neles, foram ouvidos especialistas e mulheres que, mesmo informadas, não conseguiram escapar da violência física e psicológica durante o nascimento dos filhos.

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Tratamento para infertilidade é caro, mas já está mais acessível https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/12/23/tratamento-para-infertilidade-e-caro-mas-ja-esta-mais-acessivel/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/12/23/tratamento-para-infertilidade-e-caro-mas-ja-esta-mais-acessivel/#respond Mon, 23 Dec 2019 11:03:21 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/c4d5e9ab8874f7be2e280be408c2492cf3d2a55bf645c63edcd5eee6d6bb0c47_5dfd626c98bc9-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8739 Reportagem: Tatiana Cavalcanti

Receber um diagnóstico de infertilidade é uma péssima notícia a qualquer casal que tenha o sonho de ter um filho. Um dos fatores mais comuns, mas não o único, é a idade avançada da mulher —a partir dos 35 anos, elas começam a entrar na terceira idade biologicamente.

O homem também pode apresentar dificuldades, que podem ser analisadas com exames simples. A tecnologia ajuda, mas os tratamentos artificiais ainda são muito caros e não são garantia de sucesso. Apesar disso, há projetos com preços mais acessíveis.

Os valores da FIV (fertilização in vitro) podem chegar a R$ 30 mil, considerando a estimulação ovariana (com remédios que custam, em média, R$ 7.000), a cirurgia para a retirada dos óvulos e a transferência de embriões, além de tratamentos paralelos que podem surgir.

Há programas que oferecem o procedimento por metade desse valor em troca de doação de óvulos, por exemplo— ou para quem comprove baixa renda. Recorrer a um procedimento, como inseminação artificial, coito programado ou fertilização in vitro pode significar um rombo no orçamento mas, muitas vezes, a única esperança.

Segundo Thaís Domingues, médica especialista em reprodução assistida e coordenadora do programa de Ovodoação do Grupo Huntington, é possível baratear os custos de várias formas —doando óvulos, por exemplo. Mas essa medida só é válida a mulheres de até 35 anos. “As mulheres mais velhas, que não conseguem com os próprios óvulos, podem sugerir doadoras e, assim, baratear o custo.”

Quando a mulher não tem mais óvulos de qualidade (que por problemas cromossômicos podem causar abortos ou deformidades), a ovodoação —doação de óvulos de outra mulher— se torna opção  muitas vezes dolorida, mas que pode ajudar a conquistar a maternidade.

A consultora de marcas de moda Karina Steiger, 45 anos, e seu marido, o ator Pedro Cordetta Ribeiro, 46 anos, e o filho deles, Enrico, na maternidade (Arquivo Pessoal)

Engajamento materno

Durante quatro anos, a consultora de marcas de moda Karina Steiger, 45 anos, passou por duas FIVs, indução de ovulação e até coito programado, sem sucesso. Até que descobriu a opção da doação de óvulos.

“Eu queria sentir a barriga crescer e ter o parto. Essa era a única maneira na minha situação, eu já tinha 43 anos. Porque tudo que eu desejava era gerar amor”, diz Karina, que hoje morre de amores pelo filho, Enrico, de 1 ano, gerado graças a um óvulo doado por uma espanhola.

“Ele é a cara do meu marido, não tem o que por, nem o que tirar”, afirma ela sobre a semelhança entre Enrico e seu marido, o ator Pedro Corbetta, 46 anos.

Para divulgar o tema da ovodoação —ainda desconhecido por muita gente e pouco debatido, muitas vezes um tabu—, Karina passou a falar do tema em palestras que ela chama de encontros. “É uma grande reunião entre estranhas que parecem amigas íntimas. Isso acontece pela identificação da situação.”O engajamento de Karina gerou o “Nós Tentantes – Projeto de Vida”,  um bate-papo que teve início em agosto, com a primeira palestra em Porto Alegre (RS), e que no dia 12 de dezembro aconteceu em São Paulo, em parceria com o Grupo Huntington.

“Tudo começou porque queria trocar experiências nessa jornada, tão árdua, e para as mulheres sentirem que não estão sozinhas. Minha luta é fazer com que as pessoas se desarmem e encarem a ovodoação com mais naturalidade.”

Segundo Thaís, as chances de gravidez com a ovodoação em uma mulher de 35 anos são de 65%, contra 50% com óvulos dela. “Os óvulos doados estão ligados à idade da doadora. Por isso, a mulher que recebe um óvulo mais jovem pode ser mãe bem mais velha.”

Onde buscar ajuda:
Huntington (Pró-FIV)
Pacientes de até 42 anos podem participar
Condições: precisa comprovar baixa renda
Informações: www.profiv.com.brwww.profiv.com.br
 
Ideia Fértil
Não há restrição de idade
Condições: não há, mas casal precisa realizar diversos exames

Informações:  www.ideiafertil.com.brwww.ideiafertil.com.br

Gera (Girassol)

Não há restrição de idade
Condições: basta agendar consulta pelo telefone
Informações: www.projetogirassol.med.br
 Telefone/WhatsApp: (11) 99840-8309
  
IPGO (fertilizando sonhos)
Pacientes até 50 anos podem participar
Condições: médico decide após série de exames para saber o histórico da paciente

Mais informações pelo email saude@ipgo.com.br e pelo www.ipgo.com.br/projetos-fertilizando-sonhoswww.ipgo.com.br/projetos-fertilizando-sonhos

SUS
Ingressam pacientes que recebem diagnóstico de infertilidade após dois anos de tentativa

Em média, são quatro anos de espera e direito a duas tentativas
13 clínicas no Brasil atendem pelo Sistema Único de Saúde

Em São Paulo, são elas: Pérola Byington,  Unifesp, Faculdade de Medicina do ABC, Santa Casa de SP, Hospital das Clínicas de SP e Faepa de Ribeirão Preto

ATENÇÃO: Para doar óvulos, são aceitas apenas mulheres de até 35 anos. 

Fonte: Clínicas e Ministério da Saúde
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Você conversa sobre violência sexual com seu filho? Vídeos infantis podem ajudá-lo https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/06/12/voce-conversa-sobre-violencia-sexual-com-seu-filho-videos-podem-te-ajudar/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/06/12/voce-conversa-sobre-violencia-sexual-com-seu-filho-videos-podem-te-ajudar/#respond Wed, 12 Jun 2019 21:45:09 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/WhatsApp-Image-2019-06-12-at-17.00.22-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8277 Conversar sobre violência sexual com os filhos é um dos caminhos mais efetivos para preveni-la. A opinião é da psicóloga Michele Mansor, gerente nacional de desenvolvimento programático da Aldeias Infantis SOS Brasil,

Para ela, quando pais ou responsáveis têm tempo de qualidade com os filhos, é mais fácil criar canais de escuta e acolhimento. “Quanto mais próximos dos nossos filhos, mais aberto e franco será o diálogo. O maior problema da violência infantil é o silêncio”, ressalta a psicóloga.

Michele lembra que as palmadas corretivas usadas por alguns pais também são consideradas violência e podem gerar aumento da agressividade na criança, baixa autoestima, medo e afastamento dos pais. “Apanhar não ajuda a criança a compreender seu erro. Apenas desperta o medo e distancia pais de filhos, abrindo espaços para mentiras e falta de diálogo. “A criança que sofre violência física aprende a não confiar nos pais”, diz a especialista.

Crianças que sofrem abuso sexual costumam apresentar sinais como mudanças bruscas de comportamento ou um súbito medo ou rejeição a uma pessoa que ela conheça. A repulsa pode ser a uma atividade, visita a um parente ou ida à escola, também.

Comportamentos que demonstram regressão emocional, como fazer xixi na cama, chorar sem motivo aparente ou chupar o dedo, ou descuidar da aparência e ter pesadelos recorrentes também são indicativos de que algo não vai bem.

Michele Mansur explica que a violência sofrida por ser evidenciada por meio de desenhos ou brincadeiras de cunho sexual. “Se os pais perceberem qualquer sinal suspeito, é importante buscar uma aproximação carinhosa com a criança, sem pressioná-la. Muitas vezes ela se sente culpada pela situação, tem medo de possíveis ameaças ou se sente subjugada emocionalmente pelo abusador”.

O ideal é buscar ajuda de um profissional que possa auxiliar os pais a compreenderem o que está ocorrendo.

DEFENDA-SE

Criada em 2014, a campanha Defenda-se, do Centro Marista de Defesa da infância, da Rede Marista, traz vídeos educativos com situações cotidianas em que a criança pode se defender do abuso ou da exploração sexual, a partir do conhecimento dos seus direitos, relatando a violência para alguém de confiança ou denunciando diretamente no Disque 100.

Para ampliar o alcance das mensagens, a campanha disponibilizou versões com libras, com audiodescrição, em inglês e espanhol.

Vinícius Gallon, criador da campanha, aponta para as oportunidades diárias que surgem para conversar com as crianças sobre esse assunto, livre de tabus. “É fundamental, desde cedo, apresentar as partes do corpo humano e para que servem cada uma delas. Os pais já fazem isso, mas a maioria pula as partes íntimas, seja por vergonha, pudor ou por acreditarem que ao apresentá-las imediatamente despertarão o interesse sexual das crianças –o que não é verdade”, diz.

Ele defende que, ao explicar o que são as partes íntimas e para que elas servem nessa fase da vida, os pais já podem orientar quais tipos de toques nessa região são adequados (como durante a higienização ou exame médico) e quem são as pessoas que podem tocá-las.

É muito comum vermos adultos repreendendo crianças que se negam a abraçar, beijar, ficar no colo ou prestar pequenos serviços a algumas pessoas. Para Gallon, pais que fazem isso passam a ideia de que os filhos não têm direito sobre o próprio corpo, às próprias vontades e emoções. “Em uma situação de abuso sexual, crianças que crescem em ambientes assim, dificilmente denunciam seus violadores, pois foram levadas a acreditar que devem obediência em qualquer situação”.

Por fim, ele lembra que muitas das crianças que denunciam são desacreditadas, afinal existe ainda uma cultura ‘adultocêntrica’ que não considera a opinião da infância. “Esse é outro papel dos pais, ouvir os filhos atentamente e acreditar no que falam”, conclui Vinícius.

PARTES ÍNTIMAS

CARINHOS

VÍDEO COM AUDIODESCRIÇÃO

VÍDEO COM LIBRAS

Abaixo, mais vídeos que podem dar uma forcinha na hora de falar sobre o corpo com os filhos:

PIPO E FIFI PARA BEBÊS

LIVRO “PIPO E FIFI”, POR FAFÁ CONTA HISTÓRIAS

LIVRO “NÃO ME TOCA, SEU BOBOCA!”, POR FAFÁ CONTA HISTÓRIAS

#DÊUMBASTA

Termina nesta quinta-feira (13) na estação Paulista do Metrô, a campanha #DêUmBasta (da Aldeias Infantis SOS Brasil). Além de folders impressos nas estações, promotoras farão um quiz de perguntas e respostas para identificar sinais de abuso infantil em crianças e adolescentes.

Segundo a organização humanitária, a cada 24 horas, 320 crianças são exploradas sexualmente no Brasil. Em 2018, o Disque 100 recebeu 17.098 denúncias. Estima-se ainda que apenas 7% dos casos são denunciados.

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Estimule o brincar livre, brincadeira não tem gênero https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/02/08/estimule-o-brincar-livre-brincadeira-nao-tem-genero/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/02/08/estimule-o-brincar-livre-brincadeira-nao-tem-genero/#respond Wed, 08 Feb 2017 10:55:19 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5212 Crianças brincam no Ibirapuera (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)
Crianças brincam no Ibirapuera (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

Muitos pais proíbem seus filhos meninos de brincar de casinha ou boneca. Os garotos são desestimulados a brincar com objetos cor de rosa. O temor, muitas vezes negado, é que a brincadeira possa interferir na sexualidade da criança.

Meninas, por sua vez, só encontram roupas em tons de rosa para comprar. Fantasia só se for de princesa ou fada, nunca de super-herói. E nada de brincar de bola, carrinho e luta.

Pais, deixem seus filhos brincar livremente. Não é a brincadeira ou o tipo de brinquedo que vai definir as escolhas sexuais. E quem afirma isso são especialistas ouvidos pelo Maternar.

Para o psiquiatra Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório de Transtorno de Identidade do Hospital das Clínicas de SP, brincar com diferentes gêneros não vai interferir na sexualidade.

“Brincar com carrinho ou boneca é apenas brincar. Faz parte do desenvolvimento. A brincadeira não é fator determinante da sexualidade, para a criança isso é uma bobagem”, afirma Saadeh.

Gláucia Faria da Silva, psicóloga do Hospital Infantil Sabará, diz que a brincadeira é uma experimentação, um ato de apropriação e elaboração que as crianças fazem do mundo que conhecem. “Crianças brincam de tudo e o brincar deve ser livre. Uma bola pode ser outra coisa, a criança subverte os objetos. Uma caixa pode se transformar em mil coisas.”

Para evitar a rejeição dos pais a determinadas brincadeiras, a empresária Luciane Motta, fundadora da Casa do Brincar, não coloca objetos cor de rosa dentro do espaço. Brinquedos tradicionalmente associados ao universo feminino, como casinha, pia e fogão, são de cores neutras.

“Para não reforçar esse estereótipo, não compramos rosa. As panelas são de verdade, como na casa das crianças. É preciso fazer um trabalho de educação das famílias, lembrar que os papais também podem ser ótimos cozinheiros”, afirma Lucianne.

Para Gláucia, os pais são muito temerosos sobre as consequências das brincadeiras e acabam engessando um momento de diversão para a criança.

Lucianne vê com naturalidade a troca de papéis feita pelas crianças. “Quando brinca, a criança está experimentando diversas situações que os adultos vivem, experimentando papéis. Ela pode brincar de papai, mamãe ou filhinho. Deve-se oferecer de tudo nessa experimentação”, diz. “Meninas não podem brincar com carrinho? Suas mães não dirigem carrões? A troca de papéis é só um faz de conta”.

Segundo Gláucia, os pais devem minimizar inclusive aquelas brincadeiras mais violentas, como de brigar ou matar. “A criança pode brincar de brigar ou matar, ela só não pode matar. O espaço da brincadeira é limitado, ela está só experimentando”

A psicóloga faz ressalvas apenas em relação a games, que podem expor as crianças a conteúdos e situações para os quais ela ainda não está preparada.

CONSUMO

Laís Fontenelle Pereira, psicóloga, afirma que a divisão dos brinquedos por gênero é uma criação do mercado, não das crianças.

“Essa segmentação foi feita pelo mercado, que criou nichos de consumo para o público infantil”, afirma.

Para ela, esse movimento é que transformou o rosa em cor padrão para as meninas. “É um incentivo para a criança consumir. As princesas de filme logo estampam objetos a serem consumidos.”

E você, deixa seu filho brincar livremente? Conte sua experiência para o blogmaternar@gmail.com

BRINCAR LIVRE

Estudo global divulgado em 2016 demonstra que a quantidade de tempo que as crianças passam brincando livremente está em declínio. Em média, elas passam uma hora ou menos ao ar livre.

A pesquisa “Valor do Brincar Livre” entrevistou 12.000 pais ao redor do mundo. O trabalho é realizado pela OMO, da Unilever.

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Criticada por presentear sobrinho com carrinho de boneca, Luciana Genro diz que brinquedo não tem gênero https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/10/14/criticada-por-presentear-sobrinho-com-carrinho-de-boneca-luciana-genro-diz-que-brinquedo-nao-tem-genero/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/10/14/criticada-por-presentear-sobrinho-com-carrinho-de-boneca-luciana-genro-diz-que-brinquedo-nao-tem-genero/#respond Fri, 14 Oct 2016 13:15:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6637 Foto publicada por Luciana Genro (Reprodução/Facebook)
Foto publicada por Luciana Genro (Reprodução/Facebook)

A ex-deputada Luciana Genro (PSOL) enfrentou a reação furiosa de vários internautas depois de publicar nas redes sociais a foto do presente que deu para o sobrinho no Dia das Crianças. Era um carrinho de boneca com detalhes em rosa e lilás com as personagens da animação “Frozen”.

“Dia da criança, meu sobrinho pediu um carrinho e ganhou. Aprendendo que cuidar do bebê não é só tarefa das mulheres!”, escreveu ela.

O post teve mais de 15 mil curtidas e 980 compartilhamentos no Facebook. Entre os mais de 880 comentários, muitos criticavam Luciana por dar ao sobrinho um ‘brinquedo de menina’. Outro chegou a dizer que estava ensinando o sobrinho a ser gay.

Surpreendida com a polêmica, ela tentou explicar que o presente era um pedido do sobrinho. “Para quem não entendeu, foi o meu sobrinho quem pediu o carrinho para carregar a boneca. Brinquedo não tem sexo e muito menos uma brincadeira de cuidar de nenê, que deve ser tarefa de pais e mães!”

A explicação foi dada, segundo Luciana, porque havia quem achasse que o sobrinho pediu um carrinho tradicional e ela tentou “impor um de boneca” ao menino.

“Ele pediu o carrinho porque já tinha uma boneca. Minha irmã me disse que ele queria um carrinho para empurrar a boneca e eu dei”, disse a ex-deputada ao Maternar. “Postei isso esclarecendo.  E brinquedo não tem sexo, ainda mais um que ensina a cuidar de bebê, que deve ser uma atividade desenvolvida tanto por homens quanto por mulheres.”

Ela diz que chegou a se arrepender da publicação após a reação negativa dos internautas. “Se eu tivesse imaginado, não teria postado, expondo-o a essa discussão política.”

Segundo Luciana, as críticas partiram principalmente de homens, mas também de mulheres. “Alguns diziam que estava impondo uma ideologia de gênero, que era um absurdo eu usar minhas convicções políticas para expor uma criança, coisas completamente descabidas. Como se um menino brincar de empurrar uma boneca  seja uma ideologia de gênero.”

Esse debate todo, na opinião da ex-deputada, expõe o machismo presente na sociedade e reforça a necessidade de discutir o papel da mulher no mundo.

“Ainda há uma forte tendência de exigir da mulher que ela seja principal responsável pelos cuidados com o filho e com a casa. E que ao homem cabe, na melhor das hipóteses, ajudar a mulher, e não ser parceiro dela nessas tarefas”, afirma.

Ela faz um paralelo com a forma como as meninas são criadas. “Não imaginei que as pessoas condenassem a ideia de estimular um menino a aprender a ser pai, enquanto as meninas sempre são incentivadas a aprender a ser mãe, ganham bonecas, cuidam delas. Todos veem isso como algo muito normal e saudável.”

“Depois, coitado desses homens quando viram pais, eles não sabem o que fazer, nunca aprenderam. Alguns têm a boa vontade de aprender depois de adultos, embora não tenham tido a oportunidade quando criança. Mas outros incorporam de forma tão forte que isso não é para homem que nunca vão conseguir aprender a cuidar do filho.”

 

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Após ataque, mãe defende direito de filho usar saia de tule e ganha apoio na internet https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/02/apos-ataque-mae-defende-direito-de-filho-usar-saia-de-tule-e-ganha-apoio-na-internet/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/02/apos-ataque-mae-defende-direito-de-filho-usar-saia-de-tule-e-ganha-apoio-na-internet/#respond Fri, 02 Sep 2016 15:03:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6379 Roo vestido com uma de suas saias (Reprodução/Facebook)
Roo vestido com uma de suas saias (Reprodução/Facebook)

A americana Jen Anderson Shattuck defendeu o direito de seu filho Roo, de 3 anos, usar saias de tule, como as das bailarinas, após ser atacada por um estranho na rua. Logo, sua mensagem viralizou e ela ganhou o apoio de vários internautas.

Ela conta que Roo é um menino como qualquer outro, que gosta de brincar com caminhões, com quebra-cabeças, de comer ameixas e também de usar saias de tule.

Segundo ela, as saias fazem com que se sinta bonito e corajoso. E que não há regras sobre aquilo ser para meninos ou para meninas.

Esse gosto por tutus _como são chamadas as saias de bailarina_ nunca foi um problema na família de Jen. A mãe diz que ele já se vestiu assim antes para ir à igreja, ao supermercado, em uma viagem de trem ou enquanto brincava em um tanque de areia.

“Pessoas fizeram perguntas bem intencionadas, e nós respondemos. Tudo tranquilo. Ou tudo estava tranquilo, até ontem. Ontem, na nossa caminhada até o parque, eu e meu filho fomos encurralados por uma pessoa que exigiu explicações de por quê meu filho usava saia. Nós não o conhecíamos, mas ele parecia estar observando a nossa família há algum tempo: ‘Eu só estou curioso. Por que você continua fazendo isso com o seu filho?’, perguntou o homem”, segundo relato da mãe no Facebook.

Segundo Jen, o homem se dirigiu a Roo e disse que a mãe não deveria fazer isso com ele, que era um menino. “Ela é uma mamãe ruim. Isso é abuso de menor’, ele disse. Ele tirou fotos nossas mesmo sem minha permissão. E me ameaçou: ‘Agora, todos saberão’.”

Jen afirma que chamou a polícia para fazer uma reclamação, mas que o filho ficou inseguro, perguntando se  homem malvado iria voltar e falar mais coisas ruins sobre sua saia.

Por fim, ela diz que não será intimidada. Que não deixará que nenhum estranho raivoso diga o que seu filho pode ou não vestir.

“O mundo pode não amar o meu filho pelo que ele é, mas eu amo. Eu fui colocada nesta terra para garantir que ele saiba disso. Vou defender, gritando, o direito dele de andar na rua em paz, usando a roupa que quiser. Vou mostrar para ele, do jeito que puder, que valorizo a pessoa que ele é, que confio na visão que ele tem para si e que apoio suas escolhas – não importa o que ninguém diga, não importam quem ou o quanto tentem pará-lo”, afirma Jen.

O post de Jen tem 101 mil curtidas e 57 mil compartilhamentos. Várias pessoas mandaram mensagens de apoio para a mãe.

Alguns chegaram a enviar fotos vestidos de tutu para o perfil da mãe com a hashtag #TutusForRoo.

Foto enviada para o perfil da mãe (Reprodução/Facebook)
Foto enviada para o perfil da mãe (Reprodução/Facebook)
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‘Joana Princesa’ conta história de princesa que nasceu menino; leia entrevista com autora https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/02/joana-princesa-conta-historia-de-princesa-que-nasceu-menino-leia-entrevista-com-autora/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/02/joana-princesa-conta-historia-de-princesa-que-nasceu-menino-leia-entrevista-com-autora/#respond Fri, 02 Sep 2016 12:11:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6310 Uma das ilustrações do livro 'Joana Princesa' (Ilustração: Marina Tranquilin/Divulgação)
Uma das ilustrações do livro ‘Joana Princesa’ (Ilustração: Marina Tranquilin/Divulgação)

Escrito por Janaina Leslão, o livro “Joana Princesa” conta a história de uma princesa que nasceu menino. Por isso, ao nascer, recebeu o nome de João.

Mas algum tempo depois, a criança pediu aos pais que passassem a chamá-la de Joana, pois seu nome, como ela, tinham crescido. E queria ser menina para sempre.

O rei e a rainha não sabiam inicialmente como lidar com aquela situação. Então recorreram à bruxa do reino. Paralelamente, Joana tinha um único desejo, o de ser uma garota igual a todas as outras.

Com ilustrações de Marina Tranquilin, o livro está sendo lançado pela editora Metanoia.

Leia abaixo entrevista com Janaína:

A qual faixa etária se destina seu livro?
Quando escrevo, penso em pré-adolescentes e adolescentes lendo os livros por eles mesmos. Meus livros têm bastante texto para quem não tem leitura fluente. Todavia, as histórias não tem ​contra-indicação para qualquer idades. Crianças pequenas podem ter acesso às ilustrações e à história adaptada pelo modo de contar dos responsáveis por elas, como toda história infanto-juvenil que tem ‘texto demais para criança pequena’.

O que é um conto de fadas sobre uma garota trans?
Um conto de fadas como todos os outros, mas em que a personagem principal é uma pessoa que não se sente adequada ao gênero que é esperado para ela.​

Por que resolveu abordar essa temática?
A ideia de abordar temáticas não convencionais em contos de fadas veio durante um trabalho que eu fazia com adolescentes no ano de 2007. Nós conversávamos em grupo sobre questões de sexualidade e gênero. Havia também uma abordagem artística, com dois atores que trabalhavam expressão corporal e histórias da literatura que os adolescentes tinham acesso. As histórias que estavam presentes na imaginação deles como “representativas de final feliz” eram os contos de fadas mais conhecidos. Mas quando falavam de amor entre duas pessoas do mesmo sexo ou de travestilidade ou transexualidade, as referências eram os noticiários que traziam casos de violência contra essas populações, sem espaço para pensar em final feliz. Na época busquei contos de fadas alternativos aos convencionais e não achei. Então pensei que um dia iria escrevê-los. E foi assim que aconteceu. “A Princesa e a Costureira” foi publicado em 2015 e “Joana Princesa” saiu agora em 2016.

Você acha que os pais aceitarão bem o tema do seu livro? Tem algo para dizer a eles?
Nossos filhos e filhas não estão conosco 24 horas por dia e terão que lidar com as complexidades da vida, quer gostemos ou não. Terá um amiguinho na escola que um dia se descobrirá gay, a mãe de uma outra amiga pode ser uma mulher trans, há crianças que são de cores diferentes de seus pais, há outras que não têm um braço ou não enxergam. Não adianta fingir que ​todas as famílias são iguais. Conversar e entender é o que nos cabe. Já ouvi: ‘mas se eu comprar esse livro meu filho pode querer ser menina?’. Respondi: ‘seu filho pode querer ser como Julio, o amigo de Joana, que a admira por sua inteligência e e coragem e, diferentemente dos outros colegas que a ridicularizam e excluem, faz com ela trabalhos escolares’. Estamos com medo de criar uma geração mais amiga, mais tolerante, menos violenta? Tomara que não. Escrevo para quem quer apostar que um mundo mais fraterno é possível.

Joana e o amigo Julio (Ilustradora: Marina Tranquilin/Divulgação)
Joana e o amigo Julio (Ilustradora: Marina Tranquilin/Divulgação)
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