Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Parto antecipado pode ocasionar déficit de atenção e queda no rendimento escolar, aponta pesquisa https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/parto-antecipado-pode-ocasionar-deficit-de-atencao-e-queda-no-rendimento-escolar-aponta-pesquisa/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/parto-antecipado-pode-ocasionar-deficit-de-atencao-e-queda-no-rendimento-escolar-aponta-pesquisa/#respond Thu, 08 Jul 2021 12:48:47 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-07-at-19.41.22-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9035 Antecipar o nascimento de um bebê por meio de uma cesárea pode ocasionar uma série de problemas na saúde da criança.

Os desfechos negativos vão desde os relacionados à maturidade pulmonar, deixando-o menos alerta, com menos condição de interagir com a mãe na primeira hora, até consequências futuras, como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, queda no rendimento escolar, aparecimento de doenças psiquiátricas e surgimento de doenças metabólicas como diabetes, por exemplo.

Esses são alguns dos resultados observados pelo estudo “Dias potenciais de gravidez perdidos: uma medida inovadora da idade gestacional para avaliar intervenções e resultados de saúde materno-infantil”.

Coordenado pela professora Simone Diniz, do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade e vice-diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP, o levantamento inédito no país mostra as consequências negativas da abreviação da gestação no curto, médio e longo prazo e prova que cada dia dentro da barriga impacta de forma positiva o desenvolvimento do bebê.

No curto prazo, há maior número de neonatos internados em UTIs, icterícia, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação. No longo prazo, há maior impacto no desenvolvimento cognitivo, quadros de déficit de atenção e maior risco para diversas doenças crônicas que poderão surgir ao longo da vida.

“O processo de trabalho de parto mostra a maturidade gestacional e a prontidão para essa transição dramática da vida fetal para a neonatal”, explica Simone.

A pesquisa reforça que crianças nascidas de parto vaginal entram em contato com o microbioma [ecossistema do corpo composto por micróbios, como bactérias, vírus e fungos] da mãe, o que faz com que a semeadura do microbioma do bebê seja mais apropriada. Já os que nascem de cesariana tomam contato em primeiro lugar com bactérias hospitalares.

Além desses resultados, a pesquisa mostra que mulheres com maior escolaridade, residentes em áreas de maior IDH, tendem a ter mais partos prematuros, mas os desfechos tendem a ser positivos por causa do maior acesso às tecnologias.

A literatura considera gravidez “a termo” o bebê que nasce entre 37 e 42 semanas. Porém essa pode ser subdividida em três fases: o termo precoce, entre 37 e 38 semanas e seis dias, o termo pleno, de 39 a 40 semanas e seis dias, e o termo tardio, entre 41 e 42 semanas.

Icterícia, problemas pulmonares, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação estão entre os problemas ao antecipar o parto (Adobe Stock)

Maternar – Quais as principais diferenças encontradas entre bebês que nasceram de forma espontânea e os que nasceram de uma cesárea agendada (sendo saudáveis e sem motivo para serem tirados antes do tempo)?

Simone Diniz- Hoje sabemos que o trabalho de parto espontâneo representa um conjunto de eventos epigenéticos, que desligam uma parte dos genes do período intrauterino, para melhor adaptar o bebê para a vida extrauterina. Bebês que nascem de parto espontâneo tendem a nascer quando estão maduros do ponto de vista respiratório, imunológico, metabólico, etc, fazendo essa transição fetal-neonatal de forma mais segura e efetiva, com menor risco de complicações.

Maternar -Na reta final, quais partes do corpo do bebê sofrem mais por ele ter sido tirado antes do prazo correto?

O problema mais visível relacionado ao nascimento antes de uma duração ótima da gravidez diz respeito à maturação pulmonar, com vários problemas para o estabelecimento de um padrão respiratório saudável no recém-nascido. Outra questão importante é que os bebês que nascem de parto espontâneo nascendo mais maduros, também estão mais alertas, e com mais condição de interagir com a mãe na primeira hora, estabelecer amamentação e o contato pele a pele.

Maternar – Boa parte da nossa geração nasceu por cirurgia e até hoje há maternidades que têm 90% de partos cirúrgicos. Quais consequências são claramente causadas pelo nascimento antecipado em nossa geração?

Temos poucos estudos no Brasil sobre os resultados de longo prazo, mas os que já temos indicam um risco aumentado de obesidade e doenças crônicas em geral, na infância e na juventude. Quando vemos os grandes estudos de coortes [pessoas que têm em comum um evento que se deu no mesmo período] dos países escandinavos, que têm publicado muitos dos estudos sobre os efeitos da cesária e da duração reduzidas a gravidez, eles mostram problemas do desenvolvimento neuropsicomotor, do rendimento escolar, de doenças psiquiátricas, doenças metabólicas como diabetes e outras, além de outras doenças crônicas, asma alergias e cânceres.

Então o que deve fazer toda geração que nasceu de cesária, para reduzir seus riscos?

Levar ao máximo uma vida saudável, sobretudo atenção à alimentação e uma comida de verdade, atividade física, e buscar uma vida que vale a pena ser vivida, na companhia de pessoas que gosta. Isso se aplica a todos nós.

Maternar – A pesquisa explica que o trabalho de parto sinaliza ao corpo uma mudança epigenética [mudanças no fenótipo, que se perpetuam nas divisões celulares, sem alterar a sequência de DNA] necessária para ativar ou desativar os genes de uma etapa para a outra. Porém, há uma queima das etapas quando o nascimento é antecipado. Quais são essas etapas cruciais?

Os processos epigenéticos do parto, da transição fetal-neonatal, e perdas no desenvolvimento cerebral, por exemplo, são efeitos desta antecipação. Também há efeitos sobre as mães. Antigamente nós médicos entendíamos o parto apenas como um período doloroso e desnecessário para as mulheres, e arriscado para os bebês. Hoje entendemos que o trabalho de parto e o parto representam o amadurecimento final do bebê, e que pode ser uma experiência muito melhor para a mulher do que tem sido. Dizemos que a experiência do parto tem sido pessimizada (tornada muito mais difícil, dolorosa e arriscada do que poderia), e deveria ser otimizada, que as mulheres devem ser cuidadas e bem tratadas para quererem um parto espontâneo, e não obrigadas a isso. Isso se torna fundamental, mudar a cultura do parir, a partir do reconhecimento dos processos epigenéticos e de formação do microbioma associado ao parto, etapa dos quais se beneficiam tanto os bebês quanto as mães.

Maternar – Qual a relação social entre mulheres mais ricas e maior número de casos prematuros?

Vimos que os padrões de cesárea no setor público e privado são muito diferentes. Quando uma mulher mais rica tem um filho que nasceu antes do que devia e tem algum problema respiratório, ou outro, o acesso à UTI neonatal já está previsto e é muito facilitado. Este efeito seria melhor descrito como as mulheres ricas tendo desfechos piores do que as pobres, no que diz respeito à maturidade dos bebês. Na verdade, agora estamos começando a ver os efeitos negativos da redução da duração da gravidez, isso deve servir de alerta para todos nós, lembrando que atualmente o padrão ouro da assistência para gestações normais é o mínimo de intervenção compatível com a segurança. Hoje em dia muitas mulheres querem ter um parto como a Kate Middleton e outras famosas, com partos sem intervenções, toda tecnologia disponível mas apenas se precisar, indo ao hospital ao final do trabalho de parto, atendida por parteiras, de forma que depois do parto esteja bem o suficiente para sair andando com as próprias pernas, para viver seu puerpério sossegada e apoiada porque o pós-parto precisa de muita ajuda, para pobres e ricas.

Maternar – Qual a diferença entre indução e condução do parto, citadas na pesquisa?

A indução do parto significa que o parto não havia se iniciado e um conjunto de drogas e procedimentos será aplicado para fazer o parto começar. A condução do parto, também chamada aceleração do parto, é um conjunto de procedimentos e drogas para tornar as contrações mais intensas e mais frequentes, para tornar o parto mais rápido. Esses procedimentos eram usados de rotina, e tendem a aumentar o sofrimento e os riscos para mães e bebês. Atualmente sabemos que precisam ser usados com muito critério e cautela, pelos riscos associados.


DICA: GRAVIDEZ SEMANA A SEMANA

Estreia nesta quinta-feira (8), a série “Gravidez Semana a Semana”, no canal do YouTube Mãe de Primeira Viagem.

Serão 42 vídeos, com cinco minutos cada, um para cada semana de gestação. Produzido e apresentado pela jornalista Silvia Faro, a série vai abordar assuntos como exames, alimentação e comportamento.

A supervisão do conteúdo é feita por cinco profissionais de saúde do Elas Parto.

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Tem dúvidas sobre o parto? Curso online e gratuito pode ajudar https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/tem-duvidas-sobre-parto-curso-online-e-gratuito-pode-ajudar/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/tem-duvidas-sobre-parto-curso-online-e-gratuito-pode-ajudar/#respond Mon, 14 Oct 2019 11:57:58 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-13-at-17.04.07-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8583 Se a bolsa estourar, é preciso ir correndo para o hospital? Como saber se está em trabalho de parto? E se não aguentar a dor das contrações, o que fazer? Essa são algumas das dúvidas que muitas mulheres têm quando engravidam.

O momento ideal para saná-las é durante o pré-natal. Além de pedir exames, medir o peso da mulher, aferir sua pressão e os batimentos cardíacos do bebê, o pré-natal serve para deixá-la cada vez mais segura até o nascimento do seu filho.

Porém, no Brasil, nem sempre o pré-natal é feito adequadamente e não é raro acharmos mulheres cheias de dúvidas sobre o que ocorrerá em seu corpo antes, durante e após o nascimento do bebê.

Pensando em ampliar essas informações para além do consultório, o obstetra Braulio Zorzella lançou o curso “Planejando o Parto”, que será ministrado entre os dias 21 e 25 de outubro, de forma online e gratuita.

“A ideia é ajudar na escolha da equipe, maternidade e do método. No caso das mulheres que não têm opção de equipe ou maternidade, os vídeos ajudam a escolher o que pode ou não acontecer. Com isso, é possível ter argumentos suficientes para debater no pré-natal e na hora do parto”, afirma o médico, que também atua na ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento).

SEGURANÇA

Pesquisas recentes mostram que a maioria das mulheres prefere o parto vaginal, mas a falta de atenção humanizada e a indução levam muitas a passarem por cesáreas.

“O parto pode e deve ser o momento de reafirmação da capacidade da mulher, mas o medo do parto vaginal se apodera dela e esse sentimento a impossibilita de acreditar em sua capacidade de parir”, diz o artigo “Escolha da via de parto pela mulher: autonomia ou indução?”, disponível online.

A pesquisa conclui que o despreparo das mulheres para o parto vaginal interfere diretamente em seu sistema emocional, diminuindo sua confiança na capacidade de ser protagonista do seu parto.

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Lado a lado, fotos de parto evidenciam naturalidade do momento; veja https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/11/lado-a-lado-fotos-de-parto-evidenciam-naturalidade-do-momento-veja/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/11/lado-a-lado-fotos-de-parto-evidenciam-naturalidade-do-momento-veja/#respond Thu, 11 Jul 2019 19:05:18 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/WhatsApp-Image-2019-07-08-at-15.06.48-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8347 Apesar da maioria dos corpos femininos serem perfeitamente aptos a parir, muitas mulheres ainda temem o parto normal.

O desencorajamento pode vir pela cultura do medo, pela falta de paciência da equipe médica (afinal, um parto pode durar muitas horas), ou até mesmo pela conveniência médica em manter a agenda sob controle.

Existem algumas indicações absolutas de cesárea, como placenta prévia, bebê transverso ou herpes genital com lesão ativa, por exemplo. E também vale lembrar que alguns partos normais podem evoluir para cesárea, as chamadas cesáreas intraparto. Para a OMS, 15% de cesárea é uma taxa considerada normal para um país.

Para se ter noção da discrepância, no Brasil, algumas redes privadas de saúde chegam ao patamar de 95% de cirurgias.

Pensando em desmistificar o parto normal, a fotógrafa Lela Beltrão reuniu mais de 200 fotos de nascimentos que presenciou no livro “Nascer”.

Ela separou os mesmos momentos durante 50 partos, como o instante de uma contração, um banho de alívio, o momento em que a mãe pega o filho no colo pela primeira vez ou quando um irmão mais velho conhece o recém nascido.

“Essas fotos lado ao lado trazem a sensação de naturalidade durante o parto. O nascimento é fisiológico, é orgânico, e as imagens revelam isso”, diz.

“O livro chega em um momento que se debate a possibilidade de ampliar ainda mais a oferta de cesáreas às mulheres”, lembra a fotógrafa.

Lela refere-se ao projeto de lei da deputada Janaína Paschoal (PSL), que, sem amparo científico, garante à gestante a opção pela cesárea no SUS, mesmo que não haja indicação clínica.

A fotógrafa defende uma reformulação em todo o sistema de saúde, uma vez que uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica durante o parto normal, segundo uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, de 2010.

De um lado a violência, do outro uma cirurgia sem necessidade. “Jogar para a mulher a decisão de ter um parto violento ou uma cesárea não é o caminho correto”, afirma.

A votação do projeto em plenário ocorrerá em agosto e também divide entidades médicas.

FINANCIAMENTO COLETIVO

O livro “Nascer” será lançado em setembro no Siaparto e conta com uma campanha de financiamento coletivo no Catarse, que ficará disponível até 15 de agosto.

A Timo, editora da publicação, atua no ramo de maternidade, criação com apego e introdução alimentar.

Além das fotos, o livro conta com textos, frases e poesias de profissionais da área da humanização, como Alexandre Coimbra, Ana Cris Duarte, Daniela Leal e Carlos Gonzales.

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O parto está perto e ainda tem dúvidas? Evento gratuito em SP ajuda https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/evento-gratuito-esclarece-duvidas-sobre-o-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2018/05/14/evento-gratuito-esclarece-duvidas-sobre-o-parto/#respond Mon, 14 May 2018 22:39:21 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/A28A19322_Gestante-Talita-de-Villi-320x213.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7464 Na próxima quarta-feira (16), a Casa do Brincar realizará um debate para esclarecer dúvidas sobre o parto.

O bate-papo vai abordar os principais temas que envolvem a escolha, entre eles: a diferença entre a cesárea e o parto normal, o trabalho de parto, o medo da dor e a recuperação da mãe.

Conduzida pelo obstetra Paulo Noronha, a roda também contará com a enfermeira obstétrica e parteira Mariana Chagas, a pediatra Marcia Dias Zani e a doula Fabiola Cassab.

As inscrições para as 60 vagas gratuitas devem ser feitas clicando aqui.

Casa do Brincar, às 19h

Rua Ferreira de Araújo, 388, Pinheiros, São Paulo, SP

 

 

 

 

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Taxa de disponibilidade cobrada de pacientes grávidas é ilegal, diz ANS https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/27/taxa-de-disponibilidade-cobrada-de-pacientes-gravidas-e-ilegal-diz-ans/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/27/taxa-de-disponibilidade-cobrada-de-pacientes-gravidas-e-ilegal-diz-ans/#respond Fri, 27 Jan 2017 21:28:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7064 Bebê nascido de cesárea  (Foto: Toni Pires/Folhapress)
Bebê nascido de cesárea (Foto: Toni Pires/Folhapress)

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) informa que “qualquer taxa cobrada pelo obstetra à gestante é ilegal”.  Neste mês, a Justiça negou pedido da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) para reconhecer a legalidade da cobrança da taxa de disponibilidade. Essa taxa é cobrada para o médico acompanhar o parto da paciente dos planos de saúde.

“Uma consumidora de plano hospitalar com obstetrícia tem, por exemplo, o direito garantido de que o parto, normal ou por cesárea, está no seu plano e os honorários médicos serão em sua totalidade cobertos pela operadora”.

Segundo a ANS, “os consumidores de planos de saúde têm, conforme a segmentação contratada, cobertura garantida pelas operadoras para todos os procedimentos listados no rol de procedimentos”.

No entanto, a Sogesp diz que a cobertura dos planos de saúde prevê assistência no parto “por médico plantonista das maternidades e dos hospitais credenciados”. Ou seja, não garante disponibilidade para qualquer dia e horário do parto.

Para a entidade, “não é certo que a gestante não saiba as condições de atendimento ou tenha expectativa de ser assistida por determinado médico se a lei e o convênio lhe dão direito exclusivamente à assistência por plantonista”. “Não é certo tampouco que o médico não seja remunerado para ficar à disposição dia e noite da paciente nas semanas que antecedem o parto.”

No fim das contas, quem fica no meio desta discussão é a grávida, que não sabe se terá a presença do médico que a acompanhou no pré-natal em seu parto.

Para a juíza federal Diana Brunstein, da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, essa taxa é uma forma de “coação do médico que acompanha o pré-natal, dando a entender que somente ele terá condições de dar bom atendimento ao parto”.

O projeto Parto Adequado, que tem o objetivo de reduzir o número de cesáreas desnecessárias, defende mudanças no modelo assistencial da gestante. Uma das ideias é que a grávida faça seu parto com a equipe de plantonistas.

Para que a grávida tenha confiança nessa equipe, algumas operadoras criaram um formato de atendimento em que o pré-natal é realizado pela equipe de plantão nos últimos meses da gestação. Dessa forma, ela se sentirá segura para parir com o médico plantonista quando chegar sua vez de dar à luz.

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Associação diz que obstetra que se sentir ameaçado deve avisar pacientes que não pode mais ficar à disposição para o parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/26/associacao-diz-que-obstetra-que-se-sentir-ameacado-deve-avisar-pacientes-que-nao-pode-mais-ficar-a-disposicao-para-o-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/26/associacao-diz-que-obstetra-que-se-sentir-ameacado-deve-avisar-pacientes-que-nao-pode-mais-ficar-a-disposicao-para-o-parto/#respond Thu, 26 Jan 2017 17:15:46 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7047 Bebê nasce por meio de cesárea (Foto: Toni Pires - 10.dez.2002/Folhapress)
Bebê nasce por meio de cesárea (Foto: Toni Pires – 10.dez.2002/Folhapress)

A Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) reagiu à decisão da juíza da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, Diana Brunstein, que considerou ilegal a cobrança da taxa de disponibilidade. Essa é uma taxa que os médicos cobram para acompanhar o parto das pacientes de plano de saúde.

Em nota, a entidade afirma que os obstetras que se sentirem ameaçados de punição após essa decisão devem avisar suas pacientes que não poderão mais ficar à disposição delas.

“Caso o obstetra tenha receio de sofrer alguma forma de punição, deve informar a gestante com a qual tenha contrato de disponibilidade que diante da decisão judicial proferida […]não poderá mais se comprometer a ficar à sua disposição para a assistência ao parto, orientando-a sobre os hospitais e maternidades credenciados”, informa a associação.

Segundo a Sogesp, o CFM (Conselho Federal de Medicina) reconhece a contratação da taxa de disponibilidade “desde que este procedimento seja acordado com a gestante na primeira consulta, que deverá ser informada também que ela é opcional”. Diz ainda que a gestante pode “optar em fazer o pré-natal com o médico credenciado e ter seu parto acompanhado pela equipe obstétrica de plantão nas maternidades credenciadas”.

A Sogesp diz que espera reverter no TRF (Tribunal Regional Federal) decisão da juíza da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo. Enquanto o TRF não analisa o recurso da Sogesp, a entidade afirma que a decisão da juíza está suspensa.

Na nota, a entidade afirma ainda que a ação “visa impedir que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) interfira nas competências exclusivas dos Conselhos de Medicina de impor sanções aos médicos”.

“Com a ação judicial, a Sogesp pretende encerrar uma situação instável que há mais de uma década gestantes e médicos enfrentam. Não é certo que a gestante não saiba as condições de atendimento ou tenha expectativa de ser assistida por determinado médico se a lei e o convênio lhe dão direito exclusivamente à assistência por plantonista. Não é certo tampouco que o médico não seja remunerado para ficar à disposição dia e noite da paciente nas semanas que antecedem o parto.”

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Justiça considera ilegal cobrança de taxa para obstetra acompanhar parto de quem tem plano de saúde https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/24/justica-considera-ilegal-cobranca-de-taxa-para-obstetra-acompanhar-parto-de-quem-tem-plano-de-saude/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/24/justica-considera-ilegal-cobranca-de-taxa-para-obstetra-acompanhar-parto-de-quem-tem-plano-de-saude/#respond Tue, 24 Jan 2017 16:34:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7033 Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

A Justiça negou o pedido da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) de reconhecer a legalidade da cobrança da taxa de disponibilidade das clientes de planos de saúde. Essa taxa é cobrada dos obstetras sob a justificativa de que existe um custo para ficar disponível para realizar o parto.

Para a juíza federal Diana Brunstein, da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, essa taxa é uma forma de “coação do médico que acompanha o pré-natal, dando a entender que somente ele terá condições de dar bom atendimento ao parto”.

Ela diz ainda que essa cobrança “decorre de uma desconfiança da gestante quanto ao sistema de saúde e medo de não encontrar plantonistas e equipes qualificadas no momento do parto”.

O pedido de reconhecimento da cobrança da Sogesp foi feito após a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) considerar irregular a cobrança da taxa de disponibilidade apresentada pelos obstetras. Para a ANS, todos os custos devem ser cobertos pelas operadoras de plano de saúde.

Em sua decisão, a juíza afirma ainda que a remuneração do médico credenciado já está pré-estabelecida com a operadora. Se ele estiver insatisfeito com o valor repassado deve “procurar ‘captar clientela’ de outra forma, atendendo somente consultas particulares, onde poderá ajustar seus honorários livremente, com pessoas que o procuraram já cientes dessa disposição.”

“Se quiser fazer o parto da segurada deve se sujeitar às regras do plano médico a que está vinculado, não podendo cobrar um plus sob forma de uma pretensa taxa de disponibilidade”.

A magistrada diz ainda que essa cobrança está relacionada ao agendamento de cesarianas. “Trata-se de uma pseudo disponibilidade, pois nenhum profissional que atende diversos pacientes pode assegurar que estará disponível 24 horas qualquer dia, qualquer hora, por qualquer período. Isso não é real e induz certamente a prática de cesarianas.”

Procurada pela reportagem, a Sogesp ainda não se manifestou.

Leia a íntegra da decisão aqui.

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Evite agendar o parto para escapar da maternidade no Natal e Ano Novo https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/12/22/evite-agendar-o-parto-para-escapar-da-maternidade-no-natal-e-ano-novo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/12/22/evite-agendar-o-parto-para-escapar-da-maternidade-no-natal-e-ano-novo/#respond Thu, 22 Dec 2016 13:53:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6940 Respeite o tempo do seu bebê para nascer (Foto: Eduardo Knapp - 06.jan.2014/Folhapress)
Respeite o tempo do seu bebê para nascer (Foto: Eduardo Knapp – 06.jan.2014/Folhapress)

As férias chegaram e todos querem um tempo para relaxar, viajar e se divertir. Até mesmo seu obstetra, que tem todo direito de descansar. Mas o bebê não precisa seguir a agenda dele ou do restante da família para nascer.

Levantamentos mostram que há uma incidência maior de cesáreas agendadas antes de feriados prolongados e de importantes datas comemorativas, como Natal e Ano Novo.

Coincidência ou não, o agendamento prévio deixa a agenda do médico livre, mas pode trazer sérias consequências tanto para a mãe e como para o bebê em função da antecipação do parto.

No ano passado, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) lançou uma campanha contra cesárea eletiva. A campanha pedia que as mães evitassem o parto agendado.

Segundo Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, os meses de dezembro a fevereiro concentram um grande volume de cesáreas agendadas.

“São meses em que notamos aumento das cesáreas desnecessárias agendadas em função das diversas datas comemorativas”, diz.

Pesquisa realizada com os nascidos vivos em São Paulo mostra que há uma queda na quantidade de cesáreas realizadas no Natal, Ano Novo e na véspera desses dois feriados _elas ocorrem antes destas datas.

Estudos científicos apontam que bebês nascidos de cesarianas apresentam riscos maiores de dificuldades respiratórias e são internados em UTI neonatal com mais frequência.

Sem indicação clínica, a cesariana aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios do recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.

Em cesarianas desnecessárias, o recém-nascido pode sofrer complicações respiratórias imediatas, e se o parto for realizado antes das 39 semanas de gestação, o nascimento pode ocorrer antes da completa maturação pulmonar do bebê. E como em toda intervenção cirúrgica, existe risco de mortalidade derivada do próprio ato cirúrgico ou da situação vital de cada paciente.

DIA DA SEMANA

O dia preferido para se marcar uma cesárea em São Paulo é a segunda-feira. Estudo do professor de estatísticas da saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, Alexandre Chiavegatto Filho mostra que esse é o dia com maior número de partos cirúrgicos de toda a semana.

Por outro lado, o dia com menos cesáreas é o domingo. Essa distribuição, na avaliação de Chiavegatto, pode indicar a influência do médico no agendamento da cirurgia.

“Não é só a questão da comodidade de não trabalhar no domingo, mas também porque os hospitais trabalham com equipes reduzidas. É melhor ter um parto com a equipe completa trabalhando”, afirma ele.

A pesquisa de Chiavegatto analisou 1,9 milhão de dados de nascidos vivos em São Paulo entre os anos de 2001 e 2010.

Segundo ele, a diferença entre os dias da semana é menor entre os nascimentos por parto vaginal. “O número de nascimentos varia menos. Também há uma queda no domingo, mas bem menor que na cesárea”, diz Chiavegatto.

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Livro tenta derrubar mitos e tirar o medo que algumas mulheres têm do parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/22/livro-tenta-derrubar-mitos-para-proporcionar-as-mulheres-um-parto-sem-medo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/22/livro-tenta-derrubar-mitos-para-proporcionar-as-mulheres-um-parto-sem-medo/#respond Tue, 22 Nov 2016 14:31:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6852 Uma das fotos do Projeto Nascer (Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Uma das fotos do Projeto Nascer (Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

“Ninguém da minha família conseguiu um parto normal. Não sou eu que vou conseguir.” No livro “Parto Sem Medo”, o obstetra Alberto Guimarães diz que essa desculpa costuma ser um plano de fuga muito comum entre as mulheres.

“Ela quer, mas procura desculpas para fugir do que quer. Pode até ter informação de qualidade, mas precisa aprender a confiar mais em si mesma e tomar decisões sem precisar da aprovação dos outros. Essa mulher, muitas vezes, foi desenganada porque disseram e decretaram que ela não seria capaz”, escreve Guimarães no livro.

No Brasil, as taxas de cesárea são consideradas epidêmicas. Ultrapassam 80% de todos os partos realizados na rede privada. Esse percentual é bem superior à taxa recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), de 15%.

Ninguém tem dúvidas de que a cesárea é uma cirurgia que pode salvar vidas, tanto da mãe quanto do bebê. Mas não deveria ser utilizada como um procedimento de rotina, já que traz riscos de sangramento para a mãe e de doenças respiratórias e outras complicações para o bebê.

Para eliminar alguns dos medos das mulheres em relação ao parto normal, Guimarães diz no livro que as mulheres não devem se enganar com a suposta facilidade que a cesárea oferece.

“Algumas mulheres encaram o trabalho de parto como um procedimento desnecessário. Avaliam a cesárea como um avanço tecnológico e não percebem que colocam em risco suas vidas ao acreditarem em tais mitos.”

Segundo ele, pode ser um balde de água fria quando essas mulheres perceberem que o medo pode ser trabalhado e que o “parto pode ser prazeroso e transformá-las profundamente”.

O obstetra também alerta sobre coisas que ninguém conta sobre a cesárea, nem as amigas mais próximas.

“A mulher fica na maioria das vezes amarrada em uma maca, é anestesiada. Muitos médicos empurram a barriga para posicionar o bebê, e a criança nasce sem que aquela mulher participe de nada. Ela vê o bebê, tem a necessidade de toque, e só pode tirar uma foto encostando o rosto no corpo da criança.”

O livro será lançado na quarta-feira (23), às 19h, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis (Av. Higienópolis, 618), em São Paulo.

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Projeto aumenta parto normal em hospitais e reduz intervenções médicas e internações https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/projeto-aumenta-parto-normal-em-hospitais-e-reduz-intervencoes-medicas-e-internacoes/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/projeto-aumenta-parto-normal-em-hospitais-e-reduz-intervencoes-medicas-e-internacoes/#respond Thu, 17 Nov 2016 15:30:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6858 Mulher usa banheira durante parto em hospital público (Foto: Divulgação)
Mulher usa banheira durante parto em hospital público (Foto: Divulgação)

A taxa de parto normal aumentou 76%, em média, nos 26 hospitais do grupo piloto do projeto Parto Adequado, iniciativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o IHI (Institute for Healthcare Improvement). Em 18 meses, a taxa subiu de 21% em 2014 para 37% em 2016.

Cerca de dez mil cesáreas desnecessárias _sem indicação médica_ foram evitadas neste período, segundo projeções da ANS.

A cesárea a pedido _aquela realizada pela vontade da paciente_ caiu de 28% para 19%. Para reduzir o percentual, o programa deve focar em campanhas de esclarecimento para as mulheres em uma próxima etapa.

“Estamos atuando em cursos para gestantes e pretendemos, na segunda fase, montar conselhos de pacientes, porque é muito importante informar direito à mãe. Para que ela possa optar pelo melhor parto ela tem que ser orientada”, diz Rita Sanchez, líder clínica do projeto e coordenadora da maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein.

Um dos grandes feitos do projeto foi mudar a prática obstétrica. Houve queda na realização de uma série de procedimentos que causam dor e incômodo às mulheres. A utilização de acesso venoso caiu de 90% para 50% nos hospitais participantes do programa.  A episiotomia (corte entre a vagina e o ânus) decresceu de 40% para 24% enquanto a manobra de Kristeller (empurrar a barriga) retrocedeu de 12% para 4,8%.

O uso da ocitocina também regrediu, passando de 40% para 31%. Por outro lado, a utilização de métodos não-farmacológicos para alívio da dor _como massagem e acupuntura_ subiu de 50% para 73%.

“Medidas simples, como ter acompanhante, não pegar veia, não fazer episiotomia, são muito importantes para conseguir um parto fisiológico. Mais importante que ampliar a taxa de parto vaginal é essa mudança na prática obstétrica, levando em consideração o que as mães trazem para gente e as evidências científicas”, afirma Rita.

Segundo ela, as reivindicações pelas mudanças na prática obstétrica começaram  há dez anos, com o movimento de combate à violência obstétrica.

“Tudo isso partiu das próprias mães, que não queriam cesáreas desnecessárias nem parto normal repleto de intervenções desnecessárias”, afirma.

Outro benefício do programa foi reduzir a taxa de internação em UTI neonatal. Pelas projeções da ANS, 400 internações foram evitadas em 18 meses. A taxa de internação em UTI neonatal caiu de 86 internações por mil nascidos vivos para 69 internações por mil nascidos vivos.

O programa mostrou que ampliar a realização da taxa de parto normal não aumentou complicações, como morte materna, sequela e asfixia fetal, entre outros eventos adversos.

Em três instituições houve redução desse tipo de complicação: de 73 eventos adversos por 1000 nascidos vivos para 31 eventos adversos por 1000 nascidos vivos, uma redução de 57%.

O programa agora será ampliado para 150 maternidades, que serão capacitadas para ampliar o percentual de partos vaginais ao longo de dois anos.

Apesar de números tão significativos, o Parto Adequado ainda é uma gota no oceano da saúde suplementar. O percentual de cesáreas se mantém em patamares elevadíssimos: caiu de 85,6% para 84,4% de 2014 para 2015 na rede particular.

Esse cenário deve começar a mudar ao fim da segunda etapa do projeto, quando a meta é estender o programa para todo o sistema.

“O número ainda é muito alto. A gente espera que com esses 150 dê para começar uma inflexão do que o sistema tem hoje, pois vamos ter um número muito mais representativo de hospitais. Aí sim vamos conseguir ver o número nacional cair”, afirma Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS. “A gente acredita que a segunda etapa vai trazer outra representatividade. Vamos levar dois anos nessa fase, expandindo então para todo o Brasil. O objetivo da terceira fase é atingir todas as maternidades da saúde suplementar.”

Segundo ela, o fortalecimento e expansão do programa também traz confiança para a mulher na hora de decidir pelo modelo de parto. Com o tempo as mulheres também vão ganhar confiança no modelo e no tipo de parto, vamos desconstruir mitos que temos hoje. . A gente sabe que é possível e que deu excelentes resultados.”

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