Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Quer contratar uma babá e não sabe por onde começar? Veja algumas dicas https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/30/quer-contratar-uma-baba-e-nao-sabe-por-onde-comecar-veja-algumas-dicas/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/30/quer-contratar-uma-baba-e-nao-sabe-por-onde-comecar-veja-algumas-dicas/#respond Sat, 30 Oct 2021 17:38:50 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-25-at-15.42.40-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9354 Está pensando em contratar uma babá e não sabe por onde começar? Aqui vão algumas dicas que poderão te dar uma luz na hora de escolher alguém para cuidar dos seus pequenos.

Em primeiro lugar, pergunte para pessoas próximas se há alguma indicação. Grupos de pais da escola, academia, do condomínio, amigos dos amigos e colegas no trabalho podem facilitar a busca e indicar pessoas conhecidas.

Durante o período de entrevista e contratação, verifique referências (ligando para antigos patrões),  pergunte sobre flexibilidade de horário, verifique a experiência (facilidades e dificuldades), se tem noção de primeiros socorros e quais atividades ela poderia fazer com a criança da idade da sua.

Sonde se a profissional está disposta a aprender e se é aberta a novos conceitos: envie posts, artigos e empreste livros. Vale perguntar qual o sonho dela e como você poderia ajudá-la. “Essa pergunta aproxima, conecta e abre infinitas possibilidades de troca”, diz Olga Capri, do Amamente Mais. Olga também orienta pedir um relato de alguma situação difícil que ela viveu e como resolveu a questão.

Valores inegociáveis como tempo de telas, uso de bicos artificiais ou ingestão de açúcares, por exemplo, devem ser pontuados o quanto antes.

DIREITOS

As babás se enquadram na modalidade serviços domésticos. Precisam ser registradas em carteira e ter vale transporte, FGTS, férias, 13º salário, horas extras, adicional noturno, licença-maternidade, aviso prévio e outros benefícios que o empregador queira oferecer.

É importante ter claro que além do salário bruto, é preciso incluir na organização financeira o INSS de 8,8% e os 11,2 % do FGTS, além do vale transporte (é permitido descontar até 6% do salário da profissional para arcar com esse benefício).

Babás não podem receber salário inferior ao mínimo federal ou piso da categoria no estado. Em São Paulo, por exemplo, o piso hoje está em R$ 1.163,55. A experiência da profissional, formação, quantidade de crianças sob sua responsabilidade, se precisará dirigir e demais tarefas que ela realizará também devem influenciar no valor a ser pago.

FUNÇÃO E COMBINADOS

Pelas regras da CBO, Classificação Brasileira de Ocupações, as babás devem cuidar de bebês e crianças, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer.

Todos os combinados com a funcionária, sejam horários, salário, intervalos e atividades devem estar descritos em um contrato. Pode haver um ajuste para que ela exerça outras atividades, como lavar as roupas do bebê, por exemplo. “O importante é que as atividades estejam descritas no contrato para que não se configure acúmulo ou desvio de função”, explica Karolen Gualda, advogada e especialista na área do Direito do Trabalho.

“O contrato estabelece todas as cláusulas que irão reger essa relação. Assim, as duas partes ficarão seguras a respeito do que foi ajustado”, explica a coordenadora da área trabalhista do escritório Natal & Mansur.

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

Ao empregar uma profissional pela primeira vez, Karolen indicada fazer um contrato de experiência. “Assim, é possível avaliar o trabalho, se o envolvimento com a criança foi o esperado e se a relação está se desenvolvendo como o esperado (o que, principalmente nesse tipo de relação tão próxima, só se descobre mesmo na prática)”.

Se a experiência não for satisfatória, o empregador poderá rescindir o contrato sem precisar arcar com os custos do aviso prévio indenizado ou multa do FGTS. É preciso, porém, ficar atento à dois pontos: o contrato de experiência deverá ser, necessariamente, por escrito e seu prazo não poderá ultrapassar 90 dias.

Nessa situação, se a rescisão acontecer por iniciativa do empregador (antes do final do período), ele deverá pagar as mesmas verbas que a empregada teria direito no final do contrato, além de uma indenização equivalente à metade do salário que ela receberia até a data final.

Se a rescisão antecipada acontecer por iniciativa da empregada, ela receberá as verbas citadas, mas deverá indenizar o empregador pelos prejuízos causados. Esse valor não poderá ser superior ao devido na situação contrária, ou seja, metade dos valores a que ainda teria direito no curso da contratação.

FÉRIAS

A cada 12 meses de trabalho a colaboradora tem direito a 30 dias de férias remuneradas com acrescimo de 1/3. A data não precisa ser exatamente quando a funcionária completa um ano no serviço, mas não pode ultrapassar 12 meses após completar um ano no trabalho. Se isso ocorrer, a babá terá direito a receber férias em dobro.

PAUSAS E DESCANSO

De acordo com a PEC das Domésticas, o intervalo para repouso e alimentação deve ser no mínimo de 30 minutos, e no máximo de 2 horas. Os intervalos não são considerados como horas trabalhadas no cálculo do salário, e devem ser concedidos a cada 6 horas de trabalho.

O trabalho exercido após às 22h até às 5h deverá ser pago com adicional de 20% a mais, como noturno, e caso a pessoa more na empresa, não poderá ser chamada nesse período, tendo em vista se for chamada, o empregador deverá pagar o adicional.

Gleibe Pretti, professor de direito trabalhista da Estácio lembra que o horário noturno deverá ser calculado com a hora reduzida, ou seja, 52 minutos e 30 segundos .

O professor explica que os trabalhos aos finais de semana, que excedam às 44h semanais, tem como escopo o pagamento de 50%. “Caso o descanso semanal remunerado não seja respeitado, o pagamento será de 100%”, diz.

MONITORAMENTO

Se os pais quiserem instalar câmeras para monitorar os filhos em casa, a babá precisa estar ciente.

DEMISSÃO

Quando a babá indica que quer deixar o emprego, ela precisa escrever uma carta de próprio punho pedindo demissão. Devem ser pagos o saldo de férias (se houver), férias vencidas ou proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário integral ou proporcional.

Se a demissão partir do empregador, ele deve pagar o aviso prévio, saldo de salários, férias, 13º salário e levantar o FGTS, e guias de seguro desemprego. A multa de 40% já foi recolhida nas guias do FGTS/DAE.

Já nos casos em que há maus tratos (natureza física ou psicológica),  improbidades como furto, roubo ou estelionato, assédios ou desleixo, a demissão pode ser por justa causa. “Neste caso, a babá só receberá apenas o saldo de salário e férias vencidas se houver”, explica o professor Gleibe Pretti.

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Chegada de um filho é uma situação traumática, mesmo quando tudo vai bem https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/17/chegada-de-um-filho-e-uma-situacao-traumatica-mesmo-quando-tudo-vai-bem/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/17/chegada-de-um-filho-e-uma-situacao-traumatica-mesmo-quando-tudo-vai-bem/#respond Sat, 17 Jul 2021 13:44:48 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-15-at-14.40.04-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9084 Para a psicanálise, a chegada de um bebê precisa ser entendida como uma situação traumática.

Isso ocorre porque a entrada de um novo membro na família é “potencialmente desorganizadora”, que pode deixar pais e mães assustados, sem conseguir produzir um sentido para tamanha mudança.

Em geral, a preocupação mais velada é a financeira. Como vou pagar os estudos? E as fraldas, as roupas, remédios e seu lazer? Mas a desorganização vai muito além.

Pai e mãe deixam de ser somente “filhinhos” e passam a ter um “filhinho”. Fora isso, o nascimento de um bebê revisita o passado, onde há traumas, dores e situações nem sempre tratadas.

O relacionamento dentro de casa muda: os planos, horários, saídas e as viagens também.

Porém, essa crise interna não é socialmente aceita, já que o filho é uma bênção e a ideia de trauma não combina com o anúncio feliz e a chuva de “parabéns” que os pais ganham quando contam a novidade para os amigos e familiares.

Só que ela é mais comum do que se imagina. Para quem reconhece em si esse trauma, a indicação é buscar ajuda, tanto de profissionais de saúde mental, quanto criar uma rede de apoio e compartilhamento.

“É absolutamente necessário que mãe e pai possam contar com um ambiente próximo que apoie, dê continência e tolere esse mal-estar inicial”, explica a psicanalista Rachele Ferrari.

No dia 29 de julho, a mestre em Psicologia Clínica pela PUC/SP e doutoranda em Psicologia Clínica pela USP vai comandar uma roda online gratuita para debater esse assombro e sua elaboração.

“É preciso renunciarmos ao idílio tão veiculado pelas mídias. Há delícias sim e muitas, mas também há dores que precisam ser ouvidas. Falar sobre essas dores e poder receber uma escuta empática é curativo, porque a experiência vai sendo nomeada, transformada e integrada como repertório da vida”, conclui a psicanalista.


SERVIÇO

Maternidade: assombro e elaboração

Dia 29 de Julho – gratuito (pelo Zoom)

 

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Parto antecipado pode ocasionar déficit de atenção e queda no rendimento escolar, aponta pesquisa https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/parto-antecipado-pode-ocasionar-deficit-de-atencao-e-queda-no-rendimento-escolar-aponta-pesquisa/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/parto-antecipado-pode-ocasionar-deficit-de-atencao-e-queda-no-rendimento-escolar-aponta-pesquisa/#respond Thu, 08 Jul 2021 12:48:47 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-07-at-19.41.22-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9035 Antecipar o nascimento de um bebê por meio de uma cesárea pode ocasionar uma série de problemas na saúde da criança.

Os desfechos negativos vão desde os relacionados à maturidade pulmonar, deixando-o menos alerta, com menos condição de interagir com a mãe na primeira hora, até consequências futuras, como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, queda no rendimento escolar, aparecimento de doenças psiquiátricas e surgimento de doenças metabólicas como diabetes, por exemplo.

Esses são alguns dos resultados observados pelo estudo “Dias potenciais de gravidez perdidos: uma medida inovadora da idade gestacional para avaliar intervenções e resultados de saúde materno-infantil”.

Coordenado pela professora Simone Diniz, do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade e vice-diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP, o levantamento inédito no país mostra as consequências negativas da abreviação da gestação no curto, médio e longo prazo e prova que cada dia dentro da barriga impacta de forma positiva o desenvolvimento do bebê.

No curto prazo, há maior número de neonatos internados em UTIs, icterícia, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação. No longo prazo, há maior impacto no desenvolvimento cognitivo, quadros de déficit de atenção e maior risco para diversas doenças crônicas que poderão surgir ao longo da vida.

“O processo de trabalho de parto mostra a maturidade gestacional e a prontidão para essa transição dramática da vida fetal para a neonatal”, explica Simone.

A pesquisa reforça que crianças nascidas de parto vaginal entram em contato com o microbioma [ecossistema do corpo composto por micróbios, como bactérias, vírus e fungos] da mãe, o que faz com que a semeadura do microbioma do bebê seja mais apropriada. Já os que nascem de cesariana tomam contato em primeiro lugar com bactérias hospitalares.

Além desses resultados, a pesquisa mostra que mulheres com maior escolaridade, residentes em áreas de maior IDH, tendem a ter mais partos prematuros, mas os desfechos tendem a ser positivos por causa do maior acesso às tecnologias.

A literatura considera gravidez “a termo” o bebê que nasce entre 37 e 42 semanas. Porém essa pode ser subdividida em três fases: o termo precoce, entre 37 e 38 semanas e seis dias, o termo pleno, de 39 a 40 semanas e seis dias, e o termo tardio, entre 41 e 42 semanas.

Icterícia, problemas pulmonares, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação estão entre os problemas ao antecipar o parto (Adobe Stock)

Maternar – Quais as principais diferenças encontradas entre bebês que nasceram de forma espontânea e os que nasceram de uma cesárea agendada (sendo saudáveis e sem motivo para serem tirados antes do tempo)?

Simone Diniz- Hoje sabemos que o trabalho de parto espontâneo representa um conjunto de eventos epigenéticos, que desligam uma parte dos genes do período intrauterino, para melhor adaptar o bebê para a vida extrauterina. Bebês que nascem de parto espontâneo tendem a nascer quando estão maduros do ponto de vista respiratório, imunológico, metabólico, etc, fazendo essa transição fetal-neonatal de forma mais segura e efetiva, com menor risco de complicações.

Maternar -Na reta final, quais partes do corpo do bebê sofrem mais por ele ter sido tirado antes do prazo correto?

O problema mais visível relacionado ao nascimento antes de uma duração ótima da gravidez diz respeito à maturação pulmonar, com vários problemas para o estabelecimento de um padrão respiratório saudável no recém-nascido. Outra questão importante é que os bebês que nascem de parto espontâneo nascendo mais maduros, também estão mais alertas, e com mais condição de interagir com a mãe na primeira hora, estabelecer amamentação e o contato pele a pele.

Maternar – Boa parte da nossa geração nasceu por cirurgia e até hoje há maternidades que têm 90% de partos cirúrgicos. Quais consequências são claramente causadas pelo nascimento antecipado em nossa geração?

Temos poucos estudos no Brasil sobre os resultados de longo prazo, mas os que já temos indicam um risco aumentado de obesidade e doenças crônicas em geral, na infância e na juventude. Quando vemos os grandes estudos de coortes [pessoas que têm em comum um evento que se deu no mesmo período] dos países escandinavos, que têm publicado muitos dos estudos sobre os efeitos da cesária e da duração reduzidas a gravidez, eles mostram problemas do desenvolvimento neuropsicomotor, do rendimento escolar, de doenças psiquiátricas, doenças metabólicas como diabetes e outras, além de outras doenças crônicas, asma alergias e cânceres.

Então o que deve fazer toda geração que nasceu de cesária, para reduzir seus riscos?

Levar ao máximo uma vida saudável, sobretudo atenção à alimentação e uma comida de verdade, atividade física, e buscar uma vida que vale a pena ser vivida, na companhia de pessoas que gosta. Isso se aplica a todos nós.

Maternar – A pesquisa explica que o trabalho de parto sinaliza ao corpo uma mudança epigenética [mudanças no fenótipo, que se perpetuam nas divisões celulares, sem alterar a sequência de DNA] necessária para ativar ou desativar os genes de uma etapa para a outra. Porém, há uma queima das etapas quando o nascimento é antecipado. Quais são essas etapas cruciais?

Os processos epigenéticos do parto, da transição fetal-neonatal, e perdas no desenvolvimento cerebral, por exemplo, são efeitos desta antecipação. Também há efeitos sobre as mães. Antigamente nós médicos entendíamos o parto apenas como um período doloroso e desnecessário para as mulheres, e arriscado para os bebês. Hoje entendemos que o trabalho de parto e o parto representam o amadurecimento final do bebê, e que pode ser uma experiência muito melhor para a mulher do que tem sido. Dizemos que a experiência do parto tem sido pessimizada (tornada muito mais difícil, dolorosa e arriscada do que poderia), e deveria ser otimizada, que as mulheres devem ser cuidadas e bem tratadas para quererem um parto espontâneo, e não obrigadas a isso. Isso se torna fundamental, mudar a cultura do parir, a partir do reconhecimento dos processos epigenéticos e de formação do microbioma associado ao parto, etapa dos quais se beneficiam tanto os bebês quanto as mães.

Maternar – Qual a relação social entre mulheres mais ricas e maior número de casos prematuros?

Vimos que os padrões de cesárea no setor público e privado são muito diferentes. Quando uma mulher mais rica tem um filho que nasceu antes do que devia e tem algum problema respiratório, ou outro, o acesso à UTI neonatal já está previsto e é muito facilitado. Este efeito seria melhor descrito como as mulheres ricas tendo desfechos piores do que as pobres, no que diz respeito à maturidade dos bebês. Na verdade, agora estamos começando a ver os efeitos negativos da redução da duração da gravidez, isso deve servir de alerta para todos nós, lembrando que atualmente o padrão ouro da assistência para gestações normais é o mínimo de intervenção compatível com a segurança. Hoje em dia muitas mulheres querem ter um parto como a Kate Middleton e outras famosas, com partos sem intervenções, toda tecnologia disponível mas apenas se precisar, indo ao hospital ao final do trabalho de parto, atendida por parteiras, de forma que depois do parto esteja bem o suficiente para sair andando com as próprias pernas, para viver seu puerpério sossegada e apoiada porque o pós-parto precisa de muita ajuda, para pobres e ricas.

Maternar – Qual a diferença entre indução e condução do parto, citadas na pesquisa?

A indução do parto significa que o parto não havia se iniciado e um conjunto de drogas e procedimentos será aplicado para fazer o parto começar. A condução do parto, também chamada aceleração do parto, é um conjunto de procedimentos e drogas para tornar as contrações mais intensas e mais frequentes, para tornar o parto mais rápido. Esses procedimentos eram usados de rotina, e tendem a aumentar o sofrimento e os riscos para mães e bebês. Atualmente sabemos que precisam ser usados com muito critério e cautela, pelos riscos associados.


DICA: GRAVIDEZ SEMANA A SEMANA

Estreia nesta quinta-feira (8), a série “Gravidez Semana a Semana”, no canal do YouTube Mãe de Primeira Viagem.

Serão 42 vídeos, com cinco minutos cada, um para cada semana de gestação. Produzido e apresentado pela jornalista Silvia Faro, a série vai abordar assuntos como exames, alimentação e comportamento.

A supervisão do conteúdo é feita por cinco profissionais de saúde do Elas Parto.

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Vacinadas, mães voltam a amamentar os filhos para passar anticorpos contra a Covid https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/06/15/vacinadas-maes-voltam-a-amamentar-os-filhos-para-passar-anticorpos-contra-a-covid/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/06/15/vacinadas-maes-voltam-a-amamentar-os-filhos-para-passar-anticorpos-contra-a-covid/#respond Tue, 15 Jun 2021 17:42:49 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/WhatsApp-Image-2021-06-11-at-16.45.13-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8979 A possibilidade de passar anticorpos contra o coronavírus pelo leite materno tem levado algumas mães a oferecer novamente o alimento aos filhos que desmamaram.

É o caso de Beatriz Sêbode, 31. Mãe de Giovana, de 7 meses, Guilherme, 2, e Gabriel, 8, ela amamentava apenas a caçula até conseguir a primeira dose da AstraZeneca/Oxford no dia 17 de maio.

Beatriz extrai cerca de 150 ml por dia, que vão direto para Guilherme, seu filho do meio. O menino nasceu prematuro, com 23 semanas, e mamou até os 3 meses.

“Achei que não custava tentar. Seria uma forma de aumentar a ingestão calórica dele e passar os anticorpos da vacina”, conta a mãe que não descarta também ofertar o leite ao mais velho nos próximos dias.

Mãe de Lavínia*, de 7 meses, e Heloísa*, de 3 anos e 10 meses, Ingrid* conta que só sentiu segurança para mandar a filha mais velha de volta para a escola após ofertar seu leite. A menina mamou no peito até os 10 meses.

Imunizada há pouco mais de 20 dias pela vacina da Pfizer, Ingrid pretende seguir amamentando a caçula e ofertar entre 70 e 120 ml para Heloísa até 20 dias após tomar a segunda dose, marcada para agosto.

“É um desafio grande trabalhar em casa, amamentar uma e tirar leite para a outra, mas sei que estou fazendo o melhor para elas no momento”, conta a lactante.

Ingrid e Beatriz se basearam em pesquisas estrangeiras recentes que evidenciaram a presença de anticorpos no leite materno das participantes vacinadas pela Pfizer.

Por aqui, um levantamento do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP comprovou a presença de anticorpos no leite materno quatro meses após a mãe ser vacinada pela Coronavac, do Instituto Butantan.

As amostras de 10 ml de leite foram coletadas de colaboradoras do HC antes da vacinação, nos 7º, 14º, 21º e 28º dias após a primeira dose, e nos 7º, 14º, 21º dias após a segunda dose, além de uma amostra 4 meses após a vacinação.

Foram encontrados picos de anticorpos na segunda semana após a aplicação da primeira dose e na quinta e sexta semanas após a aplicação da segunda dose.

Em maio deste ano, quatro meses depois da aplicação, 50% das voluntárias que amamentavam (cinco mães) ainda apresentavam anticorpos no leite.

“O leite da mãe oferece anticorpos para todas as doenças e germes que a mãe teve contato ao longo da vida. Todo repertório que há no sangue da mãe vai para o filho pela placenta e pelo leite materno”, explica Magda Carneiro-Sampaio, titular de pediatria da FMUSP e uma das coordenadoras da pesquisa realizada pelo Instituto da Criança e do Adolescente HCFMUSP.

“Além do valor nutricional, o leite possui um lado imunológico que não é possível reproduzir de nenhum jeito, porque é a experiência de vida da mãe que passa para o filho, principalmente nos seis primeiros meses de vida, quando criança não tem capacidade de produzir anticorpos nas secreções”, aponta a especialista.

Apesar da boa notícia, não é possível afirmar que voltar a amamentar vai imunizar totalmente a criança. Primeiro, porque apenas metade das mães apresentaram anticorpos no leite após um tempo e, segundo, porque o leite materno oferece uma proteção passiva.

Beatriz amamenta Giovana, hoje com 7 meses. (Arquivo pessoal)

“Esses anticorpos do leite têm uma ação imediata e ficam muito pouco tempo no corpo da criança, porque não são absorvidos”, diz Magda.

“É como a catapora. Quando a mãe amamenta, ela passa anticorpos que recebeu, mas mesmo assim, a criança precisa ser vacinada, pois pode pegar a doença”, explica Moises Chencinski, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“O leite da mãe protege, mas não imuniza. A proteção integral da criança só virá após a vacinação”, explica.

Também não há estudos que mostrem que esses anticorpos do leite continuam ativos no corpo da criança após um longo período. Inclusive esse estudo com a vacina Coronavac foi encerrado porque a maioria das  voluntárias já deixou de amamentar.

Por isso, os cuidados como o uso de máscara em crianças acima de dois anos, distanciamento social e higienização correta das mãos continuam sendo as melhores formas de prevenção no momento.

Para os menores de dois anos, Chencinski lembra que eles pegam menos a doença, e quando pegam, têm sintomas mais leves, além de transmitirem menos.

“Se a mãe deseja voltar a oferecer o leite, que seja pela razão apropriada: porque é nutricionalmente importante e promove proteção contra várias doenças, inclusive as crônicas”.

Consciente dessa possibilidade, Mayra Leime, 35, diz que também vai voltar a ofertar seu leite para o filho mais velho, de 3 anos e meio, assim que se vacinar. “Já fui em umas 15 UBS atrás de vacina. Quando eu tomar, vou voltar a dar meu leite, porque algum anticorpo vai passar”, diz a mãe que também amamenta um bebê de quatro meses.

*Os nomes foram trocados a pedido da entrevistada

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Tem filho pequeno e quer conhecer os Lençóis Maranhenses? Vá na baixa temporada https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/02/19/tem-filho-pequeno-e-quer-conhecer-os-lencois-maranheses-va-na-baixa-temporada/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/02/19/tem-filho-pequeno-e-quer-conhecer-os-lencois-maranheses-va-na-baixa-temporada/#respond Wed, 19 Feb 2020 16:09:42 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/WhatsApp-Image-2020-02-19-at-11.51.52-3-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8762 Recentemente, publiquei no caderno de Turismo da Folha um texto sobre como evitar perrengues com crianças pequenas durante as viagens.

Munidos dessas informações, eu e meu marido tiramos férias em janeiro e levamos nossa filha de dois anos aos Lençóis Maranhenses.

Escolhemos voos mais cedo, para que ela pudesse dormir a maior parte do tempo (deu certo) e levamos um estoque de atividades para entretê-la. Vale lembrar que, nessa idade, a atenção da criança se dilui rapidinho, então, optamos por variadas brincadeiras como colorir e colar adesivos (Playkids Explorer é um dos modelos que fazem muito sucesso com ela).

Decidimos ir na baixa temporada, quando as lagoas não estão tão cheias e há mais chuva. As vantagens são inúmeras. As temperaturas são mais amenas e não há fila nas balsas, por exemplo, para chegar até o Parque Nacional. Guias turísticos dizem que a espera para atravessar pode chegar a quatro horas em meses mais movimentados, como julho e agosto.

Mesmo com menos água, é possível se divertir bastante nas lagoas de água doce (Arquivo Pessoal)

Escolhemos um passeio por dia para não cansá-la tanto e o restante do tempo ficávamos na piscina do hotel, no parquinho ou nadando no rio do outro lado da rua. A previsão do tempo errou na maioria das vezes e as pancadas de chuva ocorriam de madrugada.

Nosso primeiro passeio foi para o povoado de Cardosa. Fizemos boia cross pelo Rio Formiga. Foi a primeira vez que andamos de jardineira, carro 4×4 que dá conta do trajeto em Barreirinhas (MA), onde a restinga é a vegetação predominante.

Por estarmos com a Helena, éramos colocados sempre na cabine: chacoalhava bem menos e ela dormia a maioria do trajeto.

Almoçamos à beira do rio, comemos peixe fresco em um povoado e tomamos suco de bacuri, fruta típica da região.

Passeamos de lancha voadeira pelo rio Preguiças e visitamos Vassouras, onde há vários macaquinhos. Como a maioria dos turistas contrariam as regras e alimentam os animais em troco de likes no Instagram, decidimos ficar afastados.

Eles se aproximaram de nós (buscando comida, certamente) e a Helena perdeu o medo e até curtiu a experiência.

Conhecemos Caburé, onde o rio se encontra com o mar. Pelo caminho, mangues e igarapés encantaram minha pequena. Almoçamos e cochilamos nas redes –bem turista, sabe?

Seguimos para Mandacaru, onde está o farol “em eterna reforma”, como contam os moradores. Foi ali que tomamos o melhor sorvete de morango da nossa vida, perto do porto. Há muito artesanato barato e doces típicos também.

Fizemos o circuito da Lagoa Bonita e pudemos nadar em várias lagoas. A profundidade chega a 1,5 metro, no máximo. No período de cheia, a partir de julho, elas ficam bem mais fundas, explicam os guias.

Passeio de lancha pelo rio Preguiças (Arquivo Pessoal)

Descansar a mente, comer comidas diferentes e deliciosas, conversar com outros turistas, ouvir histórias sem precisar olhar para o celular toda hora e nem se preocupar com relógio são as coisas mais incríveis que nós podemos oferecer para nossa filha.

Nosso acordo é viajar uma vez por ano, e sempre para um lugar novo. A gente já está planejando a próxima.

Que seu ano seja abençoado e que a gente possa continuar compartilhando aprendizados, vivências e descobertas por aqui.

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Bebê nasce em motel e estabelecimento cobra multa ‘por orgia’ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/01/bebe-nasce-em-motel-e-local-cobra-multa-por-orgia/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/01/bebe-nasce-em-motel-e-local-cobra-multa-por-orgia/#respond Tue, 01 Oct 2019 12:28:00 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/7db108ccc7a8740292c4d6d0680db22ebb92d81f9a6e77c42b7d6ba505f68149_5d83fbd37f972-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8543 Para que um bebê chegue ao mundo de forma natural, em geral, são necessárias algumas horas de trabalho de parto. Da fase latente, passando pela fase ativa, expulsivo até o nascimento da placenta são esperadas pelo menos 12 horas.

Também há relatos de parto que duraram alguns dias e outros que ocorrem a jato: o bebê nasce em casa (sem planejamento), no carro ou na recepção do hospital, por exemplo.

E foi exatamente assim que Chloe escolheu chegar no último dia 7 de setembro, feriado da Independência do Brasil. A filha da analista financeira Priscila Bomfim e do professor Vitor Neves nasceu em um motel de São Paulo. Abaixo, o pai conta melhor essa história:

“11:40 Eu chego em casa e juntos nos preparamos para correr para o hospital. A Chloe vai nascer! Lá, demos entrada no PS, onde para nossa tristeza, após exame de toque, a Priscila não apresentou dilatação suficiente. Sugeriram refazer o exame em duas horas. Neste intervalo, fomos ao restaurante, almoçamos e aguardamos. Após nova avaliação, nada! A equipe sugeriu que retornássemos para casa (buááááá).

Como já era próximo das 18h, sexta-feira, véspera de feriado, greve de ônibus, e chovendo, fizemos contato com nossa doula, Isabela Colaço, que sugeriu, irmos para um hotel próximo.

Para localizar você, que está lendo, estávamos no hospital Sepaco, na Vila Mariana, então buscamos um local próximo, na [avenida] Ricardo Jafet. Às 17h acabamos entrando em um motel.

Na recepção, disse que minha esposa estava em trabalho de parto e que precisávamos de uma banheira apenas para ela relaxar. A recepcionista se assustou. Eu corrigi e disse que iríamos apenas descansar, pois precisávamos evitar ir para casa, para não correr risco de enfrentar o trânsito de São Paulo.

Até então, tudo certo. Entramos, a Pri foi para a banheira, e durante a noite ocorreram contrações bem espaçadas e irregulares, tudo monitorado pela equipe médica e por nossa Doula, à distância.

No sábado, às 5h45, fiz contato com a equipe para informar que as contrações estavam ficando mais fortes, mas ainda irregulares. A Fernanda, que prestou o atendimento, informou que o plantão estava encerrando às 8h a Mika, obstetriz, assumiria. O Coletivo Nascer trabalha com esquema de rodízio das equipes.

Às 7h03, as contrações ainda estavam irregulares e espaçadas. Já às 7h28, minha esposa soltou o primeiro palavrão. Apesar de irregular, a contração já estava mais forte.

Às 9h33 chamamos a doula, que prontamente se deslocou para vir para o motel. Lembrando que nosso plano era seguir para o hospital, quando o trabalho de parto já estivesse engrenado.

Como estávamos em um motel, informei que iríamos receber uma massagista para acalmar nossa esposa, e assim a entrada seria liberada.

Mas, às 9h40 estourou bolsa. Priscila entra no banho, mas começa a sair muito sangue. Imediatamente, aviso a Isa. Tensão no ar!

Minha esposa começou a gritar: Vai nascer! Vai nascer. Aviso a doula que a bebê vai nascer. ‘Isa, vem logo’, escrevi pra doula às 10h02.

As contrações ficaram regulares e a doula disse para seguirmos para o hospital, onde nos encontraríamos. Impossível! A esta altura, a Pri esmurrava a banheira, e dizia aos berros: vai nascer!

A Isa pediu para tirá-la da banheira. Toda equipe estava a caminho do motel.

No banho, minha esposa se tocou e sentiu Chloe já coroada. Exausta e sem forças, ela caminhou de perna aberta até a cama. Foi quando vi a cabeça da bebê para fora. Que adrenalina!

Em uma chamada de vídeo fui recebendo orientações. Uma mão segurava o telefone e a outra, abaixo da Pri, esperando a Chloe sair. Apesar da tensão, pude ver uma das imagens mais incríveis da vida: era a cabeça toda da minha bonequinha, que já estava prestes a nascer. Pri gritava ‘espera Chloe, espera’.

Rapidamente, apareceu o braço direito da Chloe. Na sequência, ploft, nasceu! Às 10h05 veio ao mundo a minha bonequinha, para dar o seu grito de liberdade. Ela caiu em minha mão e puder agarrar, com toda a segurança, mas ela caiu com a barriga para cima.

Pelo telefone a Paula, obstetriz que nos auxiliava, pediu para virá-la e massageá-la. Chloe soltou o seu grito de independência e chorou. Que alívio! Após todo o desespero da melhor experiência de minha vida, recebi a Isa, que me abraçou forte. Choramos juntos, de felicidade, após o parto.

Ela prestou os primeiros atendimentos e na sequência chegaram Mika, a obstetriz e Ana, a enfermeira obstetra”.

VISÃO DA MÃE

“Acho que ela já nasceu fazendo história e fazendo com que esse momento se eternizasse em nossas memórias e mudasse nossas vidas para sempre. Estamos cheios de amor como nunca antes”, conta Priscila.

Chloe nasceu com 3,605 kg e 49 cm e pela “orgia” causada no motel, a família desembolsou R$ 1.082, quatro vezes mais que o combinado na entrada. Segundo a administração do local, o valor a mais referia-se a cada pessoa que estava no quarto, além da higienização necessária.

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Feminismo se esqueceu das mães pelo caminho, diz autora https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/09/09/feminismo-se-esqueceu-das-maes-pelo-caminho-diz-autora/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/09/09/feminismo-se-esqueceu-das-maes-pelo-caminho-diz-autora/#respond Mon, 09 Sep 2019 12:17:46 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/WhatsApp-Image-2019-09-04-at-19.00.52-1-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8526 Metade das mulheres empregadas no Brasil deixam seus trabalhos um ano após o início da licença maternidade. Sabe o que isso significa? Que elas foram demitidas ou tiveram que pedir demissão por não encontrarem flexibilidade nos empregos para continuarem produzindo e cuidando mais de perto dos filhos. Também há mães que decidiram ficar em casa sem essas pressões externas, mas certamente, são minoria da minoria.

A jornalista Nathália Fernandes entrou para essa estatística, que é um fenômeno global: no mercado de trabalho, a presença de mulheres com um filho é brutalmente mais baixa, enquanto o nascimento de um filho não afeta muito pouco a vida profissional de um homem.

Sua experiência está relatada no livro “Feminismo Materno – O que a Profissional Descobriu ao se Tornar Mãe” (Pólen Livros), que será lançado nesta quarta-feira (11), em São Paulo.

A reviravolta em sua vida aconteceu após o nascimento de Sofia, há cinco anos. Ao retornar ao trabalho, em uma empresa brasileira em Londres, a jornalista pediu apenas um dia para trabalhar de casa. A ideia era que seu marido também conseguisse outro dia e a filha ficasse na creche apenas três vezes por semana.

Pela sua experiência, o dia solicitado era o mais tranquilo e ela conseguiria dar conta das demandas profissionais, enquanto estivesse em casa, mais perto da filha.

“A resposta para o meu pedido, no entanto, veio mais rápido do que eu esperava, e era mais seca do que eu poderia prever. Segundo meu chefe direto, ele pouco havia podido fazer. Era uma decisão dos seus superiores, ele me disse. Não haveria mudança alguma, negociação alguma. Eu, então, reagi mal, porque ainda tinha esperança. Acreditava que minha experiência seria valorizada. Acreditava no meu valor como profissional e esperava que esse valor os trouxesse à mesa de negociação. Me enganei”, conta a autora.

A recusa da chefia fez com que Nathália colocasse na balança se valeria a pena ver a filha apenas duas horas por dia, mantendo o padrão financeiro e o prazer de trabalhar em algo que ela se sentia realizada ou se estaria próxima da primogênita, abrindo mão também de uma sólida formação acadêmica (estimada em R$ 400 mil reais).

Ela conta que chegou a se questionar se o vínculo com a filha não era exagerado. “Ao não receber contraproposta alguma, apenas a sinalização de que toda e qualquer negociação estava encerrada, tornou-se extremamente difícil seguir acreditando que deveria manter um emprego que, por mais que gostasse, parecia insistir em fechar portas e não em buscar soluções”, relata.

 

Capa do livro, que será lançado nesta quarta-feira, em São Paulo

 

Ao redor do mundo esse fenômeno é chamado por muitos autores de “hemorragia”: quando há a saída silenciosa de mulheres altamente qualificadas dos trabalhos após a maternidade.

Em seu livro, Nathália, que também é mãe de Luca, 2, não defende que os pais fiquem integralmente em casa com os filho, afinal, aqui não é a Croácia (que oferece 410 dias de licença). O que a autora propõe é que haja pelo menos a abertura para a discussão de um novo modelo.

“Para o sistema econômico vigente, priorizar temporariamente o cuidado com as crianças é sinônimo de fracasso ou falta de profissionalismo”, diz Rute Bersh, da Rede Maternativa, que também participa da publicação.

A pesquisa citada no início desse texto é um levantamento de 2016 da FGV, um dos diversos respaldos teóricos que Nathália usou para embasar sua obra. Filmes, livros e pesquisas confirmaram que o problema é sistêmico. “Não sou eu que estou errada e a pesquisa me ajudou a ver isso”, diz.

CRÍTICA

Para Nathália, a principal vertente do feminismo, que garantiu a entrada da mulher no mercado de trabalho, deixou as mães pelo caminho. “O jeito era se tornar um homem e exigir um comportamento masculino, sem reconhecer a força do feminino”, pontua. Ela diz ter descoberto ser feminista ao ver que sua luta era essencial para sua felicidade e não fazia o menor sentido para seus antigos chefes.

“Não queria apostar, correr risco de deixar minha filha. Hoje vejo que consegui dar uma base sólida para os dois e isso me deixa mais tranquila”, conclui a jornalista, que hoje é dona  de  uma  microempresa  de  conteúdo  e  marketing  digital.

Feminismo Materno – O que a Profissional Descobriu ao se Tornar Mãe

Lançamento dia 11 de setembro, na Livraria da Vila, das 15 às 17h.

Rua Fradique Coutinho, 915, Pinheiros, São Paulo.

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Parem de responsabilizar a mãe pelo insucesso na amamentação https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/08/26/parem-de-responsabilizar-a-mae-pelo-insucesso-na-amamentacao/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/08/26/parem-de-responsabilizar-a-mae-pelo-insucesso-na-amamentacao/#respond Mon, 26 Aug 2019 21:19:50 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/WhatsApp-Image-2019-08-26-at-18.02.38-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8514 Muitos casais quando engravidam destinam seus esforços para fazer um enxoval legal, uma decoração bacana no quarto do bebê e investem tempo na criação ou confecção das lembrancinhas que serão entregues após o nascimento.

Boa parte deles também se preocupa com o parto, mas quando o assunto é amamentação, ainda é muito comum encontrarmos pessoas que acreditem que dar de mamar é um ato natural e que não há segredos.

Porém, apesar do instinto em buscar o seio materno após o nascimento, o bebê precisa aprender a mamar.

Para se ter uma ideia do quão trabalhoso é, uma mamada no peito movimenta pelo menos 25 músculos diferentes da face.

O bebê, que era alimentado pelo cordão umbilical sem precisar fazer nada, precisa agora se esforçar um bocado para se alimentar.

Fissuras dolorosas podem aparecer quando a pega do bebê não está correta e o peito pode ficar pesado, dolorido e em casos extremos, desenvolver mastite.

Responsabilidade pelo sucesso na amamentação não é só da mulher (Crédito Adobe Stock)

Para evitar problemas como esses, recomenda-se que antes do nascimento busque-se informação com profissionais capacitados, como consultoras em amamentação ou especialistas em aleitamento materno.

Diversos locais oferecem cursos gratuitos sobre o assunto, como UBSs e Hospitais e maternidades.

Porém, essa busca pela informação não deveria partir somente da mãe. Pesquisas recentes mostram que um parceiro bem informado é responsável por parte do sucesso da amamentação. Isso porque um companheiro que entende as alterações físicas, psíquicas e emocionais da mulher tende a ficar mais calmo e acalmá-la também.

Mas ainda é alto o número de mulheres que percebem que os maridos não estão tão bem informados sobre o assunto.

Segundo a pesquisa Philips Avent, realizada em junho deste ano com 3500 pessoas em todo o mundo, 88,6% das mães disseram que os parceiros deveriam ser mais informados para tornar o período da amamentação mais fácil.

No Brasil, a pesquisa mostrou também que 77,9% dos homens responderam que gostariam de estar mais envolvidos no processo.

“A amamentação não é apenas entre mãe e bebê, pois esse processo só tem sucesso se todas as redes de apoio estiverem envolvidas. Precisamos diminuir a cobrança e tirar a responsabilidade do sucesso da amamentação da mãe. Todos precisam se responsabilizar”, afirma a enfermeira pediatra Eneida Souza, que também é consultora em aleitamento materno pela Universidade da Califórnia em Angeles.

Ela destaca que o marido pode pode controlar as visitas para que os três (mãe, bebê e pai) fiquem em um ambiente mais tranquilo e possam focar na amamentação.

Além disso, o pai pode preparar algo para a mãe comer, uma vez que ela precisa se alimentar e hidratar com frequência. Se ele se responsabilizar pela organização e limpeza da casa, além de fazer o supermercado, por exemplo, menos preocupações a mulher terá.

“Outro aspecto muito importante é o apoio emocional. Dizer palavras de incentivo, carinho, reforçar que a amamentação é um aprendizado entre mãe e bebê também é papel do pai”, completa Eneida.

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Briga de irmãos pelo maior bife, lápis ou lado no carro inspira livro infantil https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/05/briga-entre-irmaos-inspira-livro-infantil/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/05/briga-entre-irmaos-inspira-livro-infantil/#respond Fri, 05 Jul 2019 16:16:16 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/gatinhos-320x213.jpg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8334 Disputa por atenção, pelo maior bife, pelo lápis de cor, pelo lado do sofá ou por quem vai chegar primeiro ao carro. Muitos são os motivos que levam irmãos a brigarem.

E baseada nessas experiências, a nutricionista e blogueira  Ariane Oliveira escreveu “Os Gatinhos Briguentos”.

A publicação conta a história de dois gatinhos que brigam, mas aprendem a ceder um pouquinho para ficarem numa boa. Os felinos têm características físicas dos seus dois filhos, Biel,6, e Mel,2.

“Achei que eles começariam a brigar mais tarde, mas me surpreendi.  Quando a Mel começou a andar, há um ano, as disputas começaram”, conta a mãe.

Segundo a mãe, o livro ajudou os pequenos a entender que se amam e sentem falta um do outro quando estão longe. “Os conflitos ainda existem, é claro. Mas a relação deles tem melhorado e é engraçado ver como se defendem quando alguém briga com eles”, diz.

O lançamento ocorrerá na Livraria da Vila, no Shopping JK (Avenida Jucelino Kubitschek, 2041, loja 335/336, Piso 2, Itaim Bibi, SP) e contará com atividades para crianças, além da presença da autora.

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Você conversa sobre violência sexual com seu filho? Vídeos infantis podem ajudá-lo https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/06/12/voce-conversa-sobre-violencia-sexual-com-seu-filho-videos-podem-te-ajudar/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/06/12/voce-conversa-sobre-violencia-sexual-com-seu-filho-videos-podem-te-ajudar/#respond Wed, 12 Jun 2019 21:45:09 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/WhatsApp-Image-2019-06-12-at-17.00.22-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8277 Conversar sobre violência sexual com os filhos é um dos caminhos mais efetivos para preveni-la. A opinião é da psicóloga Michele Mansor, gerente nacional de desenvolvimento programático da Aldeias Infantis SOS Brasil,

Para ela, quando pais ou responsáveis têm tempo de qualidade com os filhos, é mais fácil criar canais de escuta e acolhimento. “Quanto mais próximos dos nossos filhos, mais aberto e franco será o diálogo. O maior problema da violência infantil é o silêncio”, ressalta a psicóloga.

Michele lembra que as palmadas corretivas usadas por alguns pais também são consideradas violência e podem gerar aumento da agressividade na criança, baixa autoestima, medo e afastamento dos pais. “Apanhar não ajuda a criança a compreender seu erro. Apenas desperta o medo e distancia pais de filhos, abrindo espaços para mentiras e falta de diálogo. “A criança que sofre violência física aprende a não confiar nos pais”, diz a especialista.

Crianças que sofrem abuso sexual costumam apresentar sinais como mudanças bruscas de comportamento ou um súbito medo ou rejeição a uma pessoa que ela conheça. A repulsa pode ser a uma atividade, visita a um parente ou ida à escola, também.

Comportamentos que demonstram regressão emocional, como fazer xixi na cama, chorar sem motivo aparente ou chupar o dedo, ou descuidar da aparência e ter pesadelos recorrentes também são indicativos de que algo não vai bem.

Michele Mansur explica que a violência sofrida por ser evidenciada por meio de desenhos ou brincadeiras de cunho sexual. “Se os pais perceberem qualquer sinal suspeito, é importante buscar uma aproximação carinhosa com a criança, sem pressioná-la. Muitas vezes ela se sente culpada pela situação, tem medo de possíveis ameaças ou se sente subjugada emocionalmente pelo abusador”.

O ideal é buscar ajuda de um profissional que possa auxiliar os pais a compreenderem o que está ocorrendo.

DEFENDA-SE

Criada em 2014, a campanha Defenda-se, do Centro Marista de Defesa da infância, da Rede Marista, traz vídeos educativos com situações cotidianas em que a criança pode se defender do abuso ou da exploração sexual, a partir do conhecimento dos seus direitos, relatando a violência para alguém de confiança ou denunciando diretamente no Disque 100.

Para ampliar o alcance das mensagens, a campanha disponibilizou versões com libras, com audiodescrição, em inglês e espanhol.

Vinícius Gallon, criador da campanha, aponta para as oportunidades diárias que surgem para conversar com as crianças sobre esse assunto, livre de tabus. “É fundamental, desde cedo, apresentar as partes do corpo humano e para que servem cada uma delas. Os pais já fazem isso, mas a maioria pula as partes íntimas, seja por vergonha, pudor ou por acreditarem que ao apresentá-las imediatamente despertarão o interesse sexual das crianças –o que não é verdade”, diz.

Ele defende que, ao explicar o que são as partes íntimas e para que elas servem nessa fase da vida, os pais já podem orientar quais tipos de toques nessa região são adequados (como durante a higienização ou exame médico) e quem são as pessoas que podem tocá-las.

É muito comum vermos adultos repreendendo crianças que se negam a abraçar, beijar, ficar no colo ou prestar pequenos serviços a algumas pessoas. Para Gallon, pais que fazem isso passam a ideia de que os filhos não têm direito sobre o próprio corpo, às próprias vontades e emoções. “Em uma situação de abuso sexual, crianças que crescem em ambientes assim, dificilmente denunciam seus violadores, pois foram levadas a acreditar que devem obediência em qualquer situação”.

Por fim, ele lembra que muitas das crianças que denunciam são desacreditadas, afinal existe ainda uma cultura ‘adultocêntrica’ que não considera a opinião da infância. “Esse é outro papel dos pais, ouvir os filhos atentamente e acreditar no que falam”, conclui Vinícius.

PARTES ÍNTIMAS

CARINHOS

VÍDEO COM AUDIODESCRIÇÃO

VÍDEO COM LIBRAS

Abaixo, mais vídeos que podem dar uma forcinha na hora de falar sobre o corpo com os filhos:

PIPO E FIFI PARA BEBÊS

LIVRO “PIPO E FIFI”, POR FAFÁ CONTA HISTÓRIAS

LIVRO “NÃO ME TOCA, SEU BOBOCA!”, POR FAFÁ CONTA HISTÓRIAS

#DÊUMBASTA

Termina nesta quinta-feira (13) na estação Paulista do Metrô, a campanha #DêUmBasta (da Aldeias Infantis SOS Brasil). Além de folders impressos nas estações, promotoras farão um quiz de perguntas e respostas para identificar sinais de abuso infantil em crianças e adolescentes.

Segundo a organização humanitária, a cada 24 horas, 320 crianças são exploradas sexualmente no Brasil. Em 2018, o Disque 100 recebeu 17.098 denúncias. Estima-se ainda que apenas 7% dos casos são denunciados.

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