Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 ‘De cócoras’, podcast quer dar voz a gestantes e sanar dúvidas sobre parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/19/de-cocoras-podcast-quer-dar-voz-a-gestantes-e-sanar-duvidas-sobre-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/10/19/de-cocoras-podcast-quer-dar-voz-a-gestantes-e-sanar-duvidas-sobre-parto/#respond Tue, 19 Oct 2021 14:04:07 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-15-at-20.27.53-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9339 Preciso fazer exame de toque vaginal em toda consulta de pré-natal? Até quando é seguro transar grávida? A analgesia pode atrapalhar o parto normal?

Essas foram algumas das dúvidas mais comuns recebidas nas caixinhas das redes socias de Fabiana Garcia e Bianca Rocha, obstetra e obstetriz, respectivamente.

Sem conseguir aprofundar nos assuntos, mas alcançando cada vez mais mulheres, a dupla decidiu criar um podcast para sanar dúvidas sobre gestação e parto.

O nome escolhido foi De Cócoras Podcast. “Primeiro e único nome cotado, a ideia é tirar da horizontal, do tradicional, e fazer pensar em novas possibilidades”, explica Fabiana Garcia.

A dupla também usará a bagagem em consultório para responder a mais questionamentos.

“Ainda recebemos mulheres que sabem muito pouco sobre o processo fisiológico de uma gestação e de um parto. Vemos que elas carregam uma grande insegurança por saberem tão pouco sobre esse período de suas vidas”, observa.

A primeira temporada tem oito episódios e tratará sobre até quando é seguro esperar o nascimento, indicações reais de cesariana, analgesia no parto, parto normal gemelar, entre outros.

Os programas contam sempre com convidados que podem ser pacientes ou profissionais com saberes que elas não dominam ou que vivem realidades obstétricas diferentes das delas.

Logotipo do podcast De Cócoras, que estreia nesta quarta-feira (20), no Spotify

SERVIÇO

De Cócoras Podcast 

Estreia quarta-feira (21), no Spotify e Youtube.

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Parto antecipado pode ocasionar déficit de atenção e queda no rendimento escolar, aponta pesquisa https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/parto-antecipado-pode-ocasionar-deficit-de-atencao-e-queda-no-rendimento-escolar-aponta-pesquisa/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/parto-antecipado-pode-ocasionar-deficit-de-atencao-e-queda-no-rendimento-escolar-aponta-pesquisa/#respond Thu, 08 Jul 2021 12:48:47 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-07-at-19.41.22-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=9035 Antecipar o nascimento de um bebê por meio de uma cesárea pode ocasionar uma série de problemas na saúde da criança.

Os desfechos negativos vão desde os relacionados à maturidade pulmonar, deixando-o menos alerta, com menos condição de interagir com a mãe na primeira hora, até consequências futuras, como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, queda no rendimento escolar, aparecimento de doenças psiquiátricas e surgimento de doenças metabólicas como diabetes, por exemplo.

Esses são alguns dos resultados observados pelo estudo “Dias potenciais de gravidez perdidos: uma medida inovadora da idade gestacional para avaliar intervenções e resultados de saúde materno-infantil”.

Coordenado pela professora Simone Diniz, do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade e vice-diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP, o levantamento inédito no país mostra as consequências negativas da abreviação da gestação no curto, médio e longo prazo e prova que cada dia dentro da barriga impacta de forma positiva o desenvolvimento do bebê.

No curto prazo, há maior número de neonatos internados em UTIs, icterícia, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação. No longo prazo, há maior impacto no desenvolvimento cognitivo, quadros de déficit de atenção e maior risco para diversas doenças crônicas que poderão surgir ao longo da vida.

“O processo de trabalho de parto mostra a maturidade gestacional e a prontidão para essa transição dramática da vida fetal para a neonatal”, explica Simone.

A pesquisa reforça que crianças nascidas de parto vaginal entram em contato com o microbioma [ecossistema do corpo composto por micróbios, como bactérias, vírus e fungos] da mãe, o que faz com que a semeadura do microbioma do bebê seja mais apropriada. Já os que nascem de cesariana tomam contato em primeiro lugar com bactérias hospitalares.

Além desses resultados, a pesquisa mostra que mulheres com maior escolaridade, residentes em áreas de maior IDH, tendem a ter mais partos prematuros, mas os desfechos tendem a ser positivos por causa do maior acesso às tecnologias.

A literatura considera gravidez “a termo” o bebê que nasce entre 37 e 42 semanas. Porém essa pode ser subdividida em três fases: o termo precoce, entre 37 e 38 semanas e seis dias, o termo pleno, de 39 a 40 semanas e seis dias, e o termo tardio, entre 41 e 42 semanas.

Icterícia, problemas pulmonares, alterações da glicemia e dificuldades na amamentação estão entre os problemas ao antecipar o parto (Adobe Stock)

Maternar – Quais as principais diferenças encontradas entre bebês que nasceram de forma espontânea e os que nasceram de uma cesárea agendada (sendo saudáveis e sem motivo para serem tirados antes do tempo)?

Simone Diniz- Hoje sabemos que o trabalho de parto espontâneo representa um conjunto de eventos epigenéticos, que desligam uma parte dos genes do período intrauterino, para melhor adaptar o bebê para a vida extrauterina. Bebês que nascem de parto espontâneo tendem a nascer quando estão maduros do ponto de vista respiratório, imunológico, metabólico, etc, fazendo essa transição fetal-neonatal de forma mais segura e efetiva, com menor risco de complicações.

Maternar -Na reta final, quais partes do corpo do bebê sofrem mais por ele ter sido tirado antes do prazo correto?

O problema mais visível relacionado ao nascimento antes de uma duração ótima da gravidez diz respeito à maturação pulmonar, com vários problemas para o estabelecimento de um padrão respiratório saudável no recém-nascido. Outra questão importante é que os bebês que nascem de parto espontâneo nascendo mais maduros, também estão mais alertas, e com mais condição de interagir com a mãe na primeira hora, estabelecer amamentação e o contato pele a pele.

Maternar – Boa parte da nossa geração nasceu por cirurgia e até hoje há maternidades que têm 90% de partos cirúrgicos. Quais consequências são claramente causadas pelo nascimento antecipado em nossa geração?

Temos poucos estudos no Brasil sobre os resultados de longo prazo, mas os que já temos indicam um risco aumentado de obesidade e doenças crônicas em geral, na infância e na juventude. Quando vemos os grandes estudos de coortes [pessoas que têm em comum um evento que se deu no mesmo período] dos países escandinavos, que têm publicado muitos dos estudos sobre os efeitos da cesária e da duração reduzidas a gravidez, eles mostram problemas do desenvolvimento neuropsicomotor, do rendimento escolar, de doenças psiquiátricas, doenças metabólicas como diabetes e outras, além de outras doenças crônicas, asma alergias e cânceres.

Então o que deve fazer toda geração que nasceu de cesária, para reduzir seus riscos?

Levar ao máximo uma vida saudável, sobretudo atenção à alimentação e uma comida de verdade, atividade física, e buscar uma vida que vale a pena ser vivida, na companhia de pessoas que gosta. Isso se aplica a todos nós.

Maternar – A pesquisa explica que o trabalho de parto sinaliza ao corpo uma mudança epigenética [mudanças no fenótipo, que se perpetuam nas divisões celulares, sem alterar a sequência de DNA] necessária para ativar ou desativar os genes de uma etapa para a outra. Porém, há uma queima das etapas quando o nascimento é antecipado. Quais são essas etapas cruciais?

Os processos epigenéticos do parto, da transição fetal-neonatal, e perdas no desenvolvimento cerebral, por exemplo, são efeitos desta antecipação. Também há efeitos sobre as mães. Antigamente nós médicos entendíamos o parto apenas como um período doloroso e desnecessário para as mulheres, e arriscado para os bebês. Hoje entendemos que o trabalho de parto e o parto representam o amadurecimento final do bebê, e que pode ser uma experiência muito melhor para a mulher do que tem sido. Dizemos que a experiência do parto tem sido pessimizada (tornada muito mais difícil, dolorosa e arriscada do que poderia), e deveria ser otimizada, que as mulheres devem ser cuidadas e bem tratadas para quererem um parto espontâneo, e não obrigadas a isso. Isso se torna fundamental, mudar a cultura do parir, a partir do reconhecimento dos processos epigenéticos e de formação do microbioma associado ao parto, etapa dos quais se beneficiam tanto os bebês quanto as mães.

Maternar – Qual a relação social entre mulheres mais ricas e maior número de casos prematuros?

Vimos que os padrões de cesárea no setor público e privado são muito diferentes. Quando uma mulher mais rica tem um filho que nasceu antes do que devia e tem algum problema respiratório, ou outro, o acesso à UTI neonatal já está previsto e é muito facilitado. Este efeito seria melhor descrito como as mulheres ricas tendo desfechos piores do que as pobres, no que diz respeito à maturidade dos bebês. Na verdade, agora estamos começando a ver os efeitos negativos da redução da duração da gravidez, isso deve servir de alerta para todos nós, lembrando que atualmente o padrão ouro da assistência para gestações normais é o mínimo de intervenção compatível com a segurança. Hoje em dia muitas mulheres querem ter um parto como a Kate Middleton e outras famosas, com partos sem intervenções, toda tecnologia disponível mas apenas se precisar, indo ao hospital ao final do trabalho de parto, atendida por parteiras, de forma que depois do parto esteja bem o suficiente para sair andando com as próprias pernas, para viver seu puerpério sossegada e apoiada porque o pós-parto precisa de muita ajuda, para pobres e ricas.

Maternar – Qual a diferença entre indução e condução do parto, citadas na pesquisa?

A indução do parto significa que o parto não havia se iniciado e um conjunto de drogas e procedimentos será aplicado para fazer o parto começar. A condução do parto, também chamada aceleração do parto, é um conjunto de procedimentos e drogas para tornar as contrações mais intensas e mais frequentes, para tornar o parto mais rápido. Esses procedimentos eram usados de rotina, e tendem a aumentar o sofrimento e os riscos para mães e bebês. Atualmente sabemos que precisam ser usados com muito critério e cautela, pelos riscos associados.


DICA: GRAVIDEZ SEMANA A SEMANA

Estreia nesta quinta-feira (8), a série “Gravidez Semana a Semana”, no canal do YouTube Mãe de Primeira Viagem.

Serão 42 vídeos, com cinco minutos cada, um para cada semana de gestação. Produzido e apresentado pela jornalista Silvia Faro, a série vai abordar assuntos como exames, alimentação e comportamento.

A supervisão do conteúdo é feita por cinco profissionais de saúde do Elas Parto.

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Tratamento para infertilidade é caro, mas já está mais acessível https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/12/23/tratamento-para-infertilidade-e-caro-mas-ja-esta-mais-acessivel/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/12/23/tratamento-para-infertilidade-e-caro-mas-ja-esta-mais-acessivel/#respond Mon, 23 Dec 2019 11:03:21 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/c4d5e9ab8874f7be2e280be408c2492cf3d2a55bf645c63edcd5eee6d6bb0c47_5dfd626c98bc9-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8739 Reportagem: Tatiana Cavalcanti

Receber um diagnóstico de infertilidade é uma péssima notícia a qualquer casal que tenha o sonho de ter um filho. Um dos fatores mais comuns, mas não o único, é a idade avançada da mulher —a partir dos 35 anos, elas começam a entrar na terceira idade biologicamente.

O homem também pode apresentar dificuldades, que podem ser analisadas com exames simples. A tecnologia ajuda, mas os tratamentos artificiais ainda são muito caros e não são garantia de sucesso. Apesar disso, há projetos com preços mais acessíveis.

Os valores da FIV (fertilização in vitro) podem chegar a R$ 30 mil, considerando a estimulação ovariana (com remédios que custam, em média, R$ 7.000), a cirurgia para a retirada dos óvulos e a transferência de embriões, além de tratamentos paralelos que podem surgir.

Há programas que oferecem o procedimento por metade desse valor em troca de doação de óvulos, por exemplo— ou para quem comprove baixa renda. Recorrer a um procedimento, como inseminação artificial, coito programado ou fertilização in vitro pode significar um rombo no orçamento mas, muitas vezes, a única esperança.

Segundo Thaís Domingues, médica especialista em reprodução assistida e coordenadora do programa de Ovodoação do Grupo Huntington, é possível baratear os custos de várias formas —doando óvulos, por exemplo. Mas essa medida só é válida a mulheres de até 35 anos. “As mulheres mais velhas, que não conseguem com os próprios óvulos, podem sugerir doadoras e, assim, baratear o custo.”

Quando a mulher não tem mais óvulos de qualidade (que por problemas cromossômicos podem causar abortos ou deformidades), a ovodoação —doação de óvulos de outra mulher— se torna opção  muitas vezes dolorida, mas que pode ajudar a conquistar a maternidade.

A consultora de marcas de moda Karina Steiger, 45 anos, e seu marido, o ator Pedro Cordetta Ribeiro, 46 anos, e o filho deles, Enrico, na maternidade (Arquivo Pessoal)

Engajamento materno

Durante quatro anos, a consultora de marcas de moda Karina Steiger, 45 anos, passou por duas FIVs, indução de ovulação e até coito programado, sem sucesso. Até que descobriu a opção da doação de óvulos.

“Eu queria sentir a barriga crescer e ter o parto. Essa era a única maneira na minha situação, eu já tinha 43 anos. Porque tudo que eu desejava era gerar amor”, diz Karina, que hoje morre de amores pelo filho, Enrico, de 1 ano, gerado graças a um óvulo doado por uma espanhola.

“Ele é a cara do meu marido, não tem o que por, nem o que tirar”, afirma ela sobre a semelhança entre Enrico e seu marido, o ator Pedro Corbetta, 46 anos.

Para divulgar o tema da ovodoação —ainda desconhecido por muita gente e pouco debatido, muitas vezes um tabu—, Karina passou a falar do tema em palestras que ela chama de encontros. “É uma grande reunião entre estranhas que parecem amigas íntimas. Isso acontece pela identificação da situação.”O engajamento de Karina gerou o “Nós Tentantes – Projeto de Vida”,  um bate-papo que teve início em agosto, com a primeira palestra em Porto Alegre (RS), e que no dia 12 de dezembro aconteceu em São Paulo, em parceria com o Grupo Huntington.

“Tudo começou porque queria trocar experiências nessa jornada, tão árdua, e para as mulheres sentirem que não estão sozinhas. Minha luta é fazer com que as pessoas se desarmem e encarem a ovodoação com mais naturalidade.”

Segundo Thaís, as chances de gravidez com a ovodoação em uma mulher de 35 anos são de 65%, contra 50% com óvulos dela. “Os óvulos doados estão ligados à idade da doadora. Por isso, a mulher que recebe um óvulo mais jovem pode ser mãe bem mais velha.”

Onde buscar ajuda:
Huntington (Pró-FIV)
Pacientes de até 42 anos podem participar
Condições: precisa comprovar baixa renda
Informações: www.profiv.com.brwww.profiv.com.br
 
Ideia Fértil
Não há restrição de idade
Condições: não há, mas casal precisa realizar diversos exames

Informações:  www.ideiafertil.com.brwww.ideiafertil.com.br

Gera (Girassol)

Não há restrição de idade
Condições: basta agendar consulta pelo telefone
Informações: www.projetogirassol.med.br
 Telefone/WhatsApp: (11) 99840-8309
  
IPGO (fertilizando sonhos)
Pacientes até 50 anos podem participar
Condições: médico decide após série de exames para saber o histórico da paciente

Mais informações pelo email saude@ipgo.com.br e pelo www.ipgo.com.br/projetos-fertilizando-sonhoswww.ipgo.com.br/projetos-fertilizando-sonhos

SUS
Ingressam pacientes que recebem diagnóstico de infertilidade após dois anos de tentativa

Em média, são quatro anos de espera e direito a duas tentativas
13 clínicas no Brasil atendem pelo Sistema Único de Saúde

Em São Paulo, são elas: Pérola Byington,  Unifesp, Faculdade de Medicina do ABC, Santa Casa de SP, Hospital das Clínicas de SP e Faepa de Ribeirão Preto

ATENÇÃO: Para doar óvulos, são aceitas apenas mulheres de até 35 anos. 

Fonte: Clínicas e Ministério da Saúde
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Tem dúvidas sobre o parto? Curso online e gratuito pode ajudar https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/tem-duvidas-sobre-parto-curso-online-e-gratuito-pode-ajudar/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/tem-duvidas-sobre-parto-curso-online-e-gratuito-pode-ajudar/#respond Mon, 14 Oct 2019 11:57:58 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-13-at-17.04.07-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8583 Se a bolsa estourar, é preciso ir correndo para o hospital? Como saber se está em trabalho de parto? E se não aguentar a dor das contrações, o que fazer? Essa são algumas das dúvidas que muitas mulheres têm quando engravidam.

O momento ideal para saná-las é durante o pré-natal. Além de pedir exames, medir o peso da mulher, aferir sua pressão e os batimentos cardíacos do bebê, o pré-natal serve para deixá-la cada vez mais segura até o nascimento do seu filho.

Porém, no Brasil, nem sempre o pré-natal é feito adequadamente e não é raro acharmos mulheres cheias de dúvidas sobre o que ocorrerá em seu corpo antes, durante e após o nascimento do bebê.

Pensando em ampliar essas informações para além do consultório, o obstetra Braulio Zorzella lançou o curso “Planejando o Parto”, que será ministrado entre os dias 21 e 25 de outubro, de forma online e gratuita.

“A ideia é ajudar na escolha da equipe, maternidade e do método. No caso das mulheres que não têm opção de equipe ou maternidade, os vídeos ajudam a escolher o que pode ou não acontecer. Com isso, é possível ter argumentos suficientes para debater no pré-natal e na hora do parto”, afirma o médico, que também atua na ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento).

SEGURANÇA

Pesquisas recentes mostram que a maioria das mulheres prefere o parto vaginal, mas a falta de atenção humanizada e a indução levam muitas a passarem por cesáreas.

“O parto pode e deve ser o momento de reafirmação da capacidade da mulher, mas o medo do parto vaginal se apodera dela e esse sentimento a impossibilita de acreditar em sua capacidade de parir”, diz o artigo “Escolha da via de parto pela mulher: autonomia ou indução?”, disponível online.

A pesquisa conclui que o despreparo das mulheres para o parto vaginal interfere diretamente em seu sistema emocional, diminuindo sua confiança na capacidade de ser protagonista do seu parto.

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Bebê nasce em motel e estabelecimento cobra multa ‘por orgia’ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/01/bebe-nasce-em-motel-e-local-cobra-multa-por-orgia/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/01/bebe-nasce-em-motel-e-local-cobra-multa-por-orgia/#respond Tue, 01 Oct 2019 12:28:00 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/7db108ccc7a8740292c4d6d0680db22ebb92d81f9a6e77c42b7d6ba505f68149_5d83fbd37f972-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8543 Para que um bebê chegue ao mundo de forma natural, em geral, são necessárias algumas horas de trabalho de parto. Da fase latente, passando pela fase ativa, expulsivo até o nascimento da placenta são esperadas pelo menos 12 horas.

Também há relatos de parto que duraram alguns dias e outros que ocorrem a jato: o bebê nasce em casa (sem planejamento), no carro ou na recepção do hospital, por exemplo.

E foi exatamente assim que Chloe escolheu chegar no último dia 7 de setembro, feriado da Independência do Brasil. A filha da analista financeira Priscila Bomfim e do professor Vitor Neves nasceu em um motel de São Paulo. Abaixo, o pai conta melhor essa história:

“11:40 Eu chego em casa e juntos nos preparamos para correr para o hospital. A Chloe vai nascer! Lá, demos entrada no PS, onde para nossa tristeza, após exame de toque, a Priscila não apresentou dilatação suficiente. Sugeriram refazer o exame em duas horas. Neste intervalo, fomos ao restaurante, almoçamos e aguardamos. Após nova avaliação, nada! A equipe sugeriu que retornássemos para casa (buááááá).

Como já era próximo das 18h, sexta-feira, véspera de feriado, greve de ônibus, e chovendo, fizemos contato com nossa doula, Isabela Colaço, que sugeriu, irmos para um hotel próximo.

Para localizar você, que está lendo, estávamos no hospital Sepaco, na Vila Mariana, então buscamos um local próximo, na [avenida] Ricardo Jafet. Às 17h acabamos entrando em um motel.

Na recepção, disse que minha esposa estava em trabalho de parto e que precisávamos de uma banheira apenas para ela relaxar. A recepcionista se assustou. Eu corrigi e disse que iríamos apenas descansar, pois precisávamos evitar ir para casa, para não correr risco de enfrentar o trânsito de São Paulo.

Até então, tudo certo. Entramos, a Pri foi para a banheira, e durante a noite ocorreram contrações bem espaçadas e irregulares, tudo monitorado pela equipe médica e por nossa Doula, à distância.

No sábado, às 5h45, fiz contato com a equipe para informar que as contrações estavam ficando mais fortes, mas ainda irregulares. A Fernanda, que prestou o atendimento, informou que o plantão estava encerrando às 8h a Mika, obstetriz, assumiria. O Coletivo Nascer trabalha com esquema de rodízio das equipes.

Às 7h03, as contrações ainda estavam irregulares e espaçadas. Já às 7h28, minha esposa soltou o primeiro palavrão. Apesar de irregular, a contração já estava mais forte.

Às 9h33 chamamos a doula, que prontamente se deslocou para vir para o motel. Lembrando que nosso plano era seguir para o hospital, quando o trabalho de parto já estivesse engrenado.

Como estávamos em um motel, informei que iríamos receber uma massagista para acalmar nossa esposa, e assim a entrada seria liberada.

Mas, às 9h40 estourou bolsa. Priscila entra no banho, mas começa a sair muito sangue. Imediatamente, aviso a Isa. Tensão no ar!

Minha esposa começou a gritar: Vai nascer! Vai nascer. Aviso a doula que a bebê vai nascer. ‘Isa, vem logo’, escrevi pra doula às 10h02.

As contrações ficaram regulares e a doula disse para seguirmos para o hospital, onde nos encontraríamos. Impossível! A esta altura, a Pri esmurrava a banheira, e dizia aos berros: vai nascer!

A Isa pediu para tirá-la da banheira. Toda equipe estava a caminho do motel.

No banho, minha esposa se tocou e sentiu Chloe já coroada. Exausta e sem forças, ela caminhou de perna aberta até a cama. Foi quando vi a cabeça da bebê para fora. Que adrenalina!

Em uma chamada de vídeo fui recebendo orientações. Uma mão segurava o telefone e a outra, abaixo da Pri, esperando a Chloe sair. Apesar da tensão, pude ver uma das imagens mais incríveis da vida: era a cabeça toda da minha bonequinha, que já estava prestes a nascer. Pri gritava ‘espera Chloe, espera’.

Rapidamente, apareceu o braço direito da Chloe. Na sequência, ploft, nasceu! Às 10h05 veio ao mundo a minha bonequinha, para dar o seu grito de liberdade. Ela caiu em minha mão e puder agarrar, com toda a segurança, mas ela caiu com a barriga para cima.

Pelo telefone a Paula, obstetriz que nos auxiliava, pediu para virá-la e massageá-la. Chloe soltou o seu grito de independência e chorou. Que alívio! Após todo o desespero da melhor experiência de minha vida, recebi a Isa, que me abraçou forte. Choramos juntos, de felicidade, após o parto.

Ela prestou os primeiros atendimentos e na sequência chegaram Mika, a obstetriz e Ana, a enfermeira obstetra”.

VISÃO DA MÃE

“Acho que ela já nasceu fazendo história e fazendo com que esse momento se eternizasse em nossas memórias e mudasse nossas vidas para sempre. Estamos cheios de amor como nunca antes”, conta Priscila.

Chloe nasceu com 3,605 kg e 49 cm e pela “orgia” causada no motel, a família desembolsou R$ 1.082, quatro vezes mais que o combinado na entrada. Segundo a administração do local, o valor a mais referia-se a cada pessoa que estava no quarto, além da higienização necessária.

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Natal, aniversário do filho ou casamento; obstetras lembram eventos que perderam para atender partos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/20/natal-aniversario-do-filho-ou-casamento-obstetras-lembram-eventos-em-que-faltaram-para-atender-partos/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/20/natal-aniversario-do-filho-ou-casamento-obstetras-lembram-eventos-em-que-faltaram-para-atender-partos/#respond Sat, 20 Jul 2019 19:06:55 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/WhatsApp-Image-2019-07-20-at-13.55.47-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8414 Obstetrizes, médicos obstetras, enfermeiras obstetras estão acostumados. Não importa a hora ou o local onde estejam, se uma mãe entra em trabalho de parto e eles são chamados, deixam tudo, inclusive eventos familiares para atender um novo nascimento.

Equipes humanizadas costumam trabalham com parceiros, mas nem sempre é possível contar com o profissional back-up.

É o caso do obstetra Jorge Kuhn, da Casa Moara, que perdeu a conta de quantos eventos familiares deixou de comparecer para acompanhar nascimentos. “O melhor macarrão que comi na vida estava frio e duro. Foi feito pelos meus três filhos no Dia dos Pais”, lembra o médico. “Eles me ligavam perguntando quantos centímetros a grávida estava, pois sabiam que se ainda fosse seis eu demoraria”, lembra rindo.

Quem vive experiências semelhantes é a ginecologista e obstetra Fabiana Garcia, que já deixou de participar de do aniversário do filho e de três natais em família consecutivos. “Minha família já está acostumada, quem trabalha com parto abre a vida para isso”, conta.

Fabiana integra a equipe do Espaço Mãe, que inaugurou neste sábado, em São Paulo. Um dos sócios, o obstetra Paulo Noronha, não pode participar do lançamento porque saiu para atender um parto.

“Isso é comum em nossa vida. O atendimento humanizado é assim: individualizado. Não tem feriado nem final de semana”, explica a obstetriz Bianca Rocha. Segundo ela, o novo espaço é um local para troca de informações, inclusive para quem ainda não está gestando um filho. “É importante ter consciência sobre os motivos de se querer formar uma família”, disse.

A enfermeira obstetra Mariana Chagas diz que a informação baseada em evidências é um dos pilares do local. “Trabalhamos numa profissão em que a mulher é a prioridade. Nossa ideia é oferecer informação para que ela escolha o que é melhor para ela”, diz a profissional.

O local conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos obstetras, enfermeiros obstetras, obstetrizes, pediatras, doulas, acupunturistas, psicólogos, nutricionistas, consultoras de amamentação e fisioterapeutas.

Thamires, Mariana, Juliana, Bianca e Fabiana integram a equipe do Espaço Mãe (Foto Katia Lopes )

Espaço Mãe
Rua Correia Dias, 454, Paraíso, São Paulo, SP
Telefone: 11  5093-0415 . Serviços a partir de R$ 45,00 (Yoga experimental para bebês).

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Lado a lado, fotos de parto evidenciam naturalidade do momento; veja https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/11/lado-a-lado-fotos-de-parto-evidenciam-naturalidade-do-momento-veja/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/11/lado-a-lado-fotos-de-parto-evidenciam-naturalidade-do-momento-veja/#respond Thu, 11 Jul 2019 19:05:18 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/WhatsApp-Image-2019-07-08-at-15.06.48-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8347 Apesar da maioria dos corpos femininos serem perfeitamente aptos a parir, muitas mulheres ainda temem o parto normal.

O desencorajamento pode vir pela cultura do medo, pela falta de paciência da equipe médica (afinal, um parto pode durar muitas horas), ou até mesmo pela conveniência médica em manter a agenda sob controle.

Existem algumas indicações absolutas de cesárea, como placenta prévia, bebê transverso ou herpes genital com lesão ativa, por exemplo. E também vale lembrar que alguns partos normais podem evoluir para cesárea, as chamadas cesáreas intraparto. Para a OMS, 15% de cesárea é uma taxa considerada normal para um país.

Para se ter noção da discrepância, no Brasil, algumas redes privadas de saúde chegam ao patamar de 95% de cirurgias.

Pensando em desmistificar o parto normal, a fotógrafa Lela Beltrão reuniu mais de 200 fotos de nascimentos que presenciou no livro “Nascer”.

Ela separou os mesmos momentos durante 50 partos, como o instante de uma contração, um banho de alívio, o momento em que a mãe pega o filho no colo pela primeira vez ou quando um irmão mais velho conhece o recém nascido.

“Essas fotos lado ao lado trazem a sensação de naturalidade durante o parto. O nascimento é fisiológico, é orgânico, e as imagens revelam isso”, diz.

“O livro chega em um momento que se debate a possibilidade de ampliar ainda mais a oferta de cesáreas às mulheres”, lembra a fotógrafa.

Lela refere-se ao projeto de lei da deputada Janaína Paschoal (PSL), que, sem amparo científico, garante à gestante a opção pela cesárea no SUS, mesmo que não haja indicação clínica.

A fotógrafa defende uma reformulação em todo o sistema de saúde, uma vez que uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica durante o parto normal, segundo uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, de 2010.

De um lado a violência, do outro uma cirurgia sem necessidade. “Jogar para a mulher a decisão de ter um parto violento ou uma cesárea não é o caminho correto”, afirma.

A votação do projeto em plenário ocorrerá em agosto e também divide entidades médicas.

FINANCIAMENTO COLETIVO

O livro “Nascer” será lançado em setembro no Siaparto e conta com uma campanha de financiamento coletivo no Catarse, que ficará disponível até 15 de agosto.

A Timo, editora da publicação, atua no ramo de maternidade, criação com apego e introdução alimentar.

Além das fotos, o livro conta com textos, frases e poesias de profissionais da área da humanização, como Alexandre Coimbra, Ana Cris Duarte, Daniela Leal e Carlos Gonzales.

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Justiça obriga planos de saúde a credenciarem enfermeiros obstétricos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/06/03/justica-obriga-planos-de-saude-a-credenciarem-enfermeiros-obstetras/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/06/03/justica-obriga-planos-de-saude-a-credenciarem-enfermeiros-obstetras/#respond Mon, 03 Jun 2019 22:47:38 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/WhatsApp-Image-2019-06-03-at-19.08.11-1-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8247 Na semana passada, a Justiça federal decidiu que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deve credenciar obstetrizes e enfermeiros obstétricos nos planos de saúde e hospitais conveniados.

Além disso, os planos devem ressarcir consultas e atendimentos desde o pré-natal até o pós-parto.

Para a enfermeira obstetra Mariana Chagas, a inclusão é um enorme avanço na assistência. “Nosso país é campeão em cesáreas sem necessidade e altos índices de mortalidade materna evitáveis por causa de uma assistência intervencionista.

A sócia fundadora do Espaço Mãe cita o relatório  SowMy, (OPA/OMS) de 2014, que aponta a presença da enfermagem obstétrica como responsável pela redução de até dois terços das mortes maternas e neonatais motivadas pelas boas práticas com menores índices de intervenções cirúrgicas e medicamentosas.

“Quando uma enfermeira obstetra faz parte da equipe, há mais respeito, autonomia, informação de qualidade, liberdade de posição durante o parto, técnicas de alívio de dor e acolhimento”, afirma.

“Essa decisão não deve ser vista como disputa de egos. O foco é a inclusão desses profissionais com o objetivo de melhorar a assistência prestada”, conclui a profissional.

Para a advogada Thaisa Beiriz, do escritório Trotta e Beiriz, a decisão é muito positiva, “pois mostra que os órgãos públicos estão atentos a triste realidade obstétrica do Brasil, não se contentando apenas com a edição de resoluções, mas focando em resultados efetivos”.

Especializada em Direito do consumidor, a advogada aponta que a intenção do Ministério Público é mostrar que a agência reguladora continua negligenciando a realidade obstétrica do Brasil.

“Haja vista que limitou-se apenas a edição de resoluções, não cumprindo com uma de suas principais funções que é a de fiscalização dessas normas”, destaca a profissional, lembrando que  a ANS já possui resolução neste sentido desde 2016.

Procurada, a ANS disse que não se manifestaria. Caso não cumpra a decisão, a agência deverá pagar multa diária de R$ 10.000. Ainda cabe recurso.

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Conheça a história de João, o bebê que surpreendeu familiares e médicos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/04/24/conheca-a-historia-de-joao-o-bebe-que-surpreendeu-familiares-e-medicos/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/04/24/conheca-a-historia-de-joao-o-bebe-que-surpreendeu-familiares-e-medicos/#respond Wed, 24 Apr 2019 12:29:36 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/WhatsApp-Image-2019-04-17-at-17.56.25-1-1-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8048 No Brasil, o aborto é permitido em três casos: quando há risco comprovado de morte da mãe, quando a gravidez é fruto de um estupro ou quando o feto for anencéfalo (sem cérebro).

João foi diagnosticado com anencefalia na 12ª semana de gestação. Sua mãe, Karina decidiu manter a gravidez. Segundo os médicos, ele não passaria da 20ª semana de gestação. Se nascesse, não resistiria.

João resistiu. Respirou, bocejou, sentiu cócegas quando seus pezinhos foram carimbados em um quadro.

“João pode não ter cérebro, mas tem alma”, me disse a fotógrafa Paula Beltrão, que participou do nascimento e dos dias seguintes de sua curta vida. Ele partiu no dia 16 de abril.

Segue aqui o relato da Karina Marques. Preferi deixá-lo em primeira pessoa. Você entenderá o motivo.

João é recepcionado pela mãe, Karina, o pai, Flávio, e os irmãos Anna, Arthur e Duda (Paula Beltrão)

“Vim de 3 cirurgias de endometriose num período de um ano. A última era pra tirar o útero mas devido a “complicações intestinais” foram retirados somente os focos da endometriose.

Os médicos disseram que eu podia agradecer por ter 2 filhos. Isso foi no final de junho de 2018.

Em agosto, eu descobri que estava grávida de 4 semanas. Tomamos um susto! Engraçado que fui tomada por uma ansiedade que não tinha sentido na gestação da Anna e nem na do Arthur.

Fiz escondido do Flávio (meu marido) o exame pra descobrir o sexo do bebê e mesmo sabendo que o resultado demoraria pra sair, liguei insistentemente pro laboratório pra agilizarem meu resultado.

Em uma determinada noite, sonhei que era menino. No outro dia saiu o resultado e eu estava certa, era menino! Flávio vibrou de alegria.

Dias depois faríamos o ultra de translucência nucal. Deu alterado, mas o médico não entrou em detalhes e nos encaminhou pra uma especialista. Não aguentei e fiz um particular antes desse que havíamos marcado.

Foram muitos minutos de silêncio e angústia e depois a médica disse que João tinha uma malformação rara e grave. Que eu não deveria chegar às 20 semanas de gestação. Eu estava com 12.

Começamos a saga de médicos na busca de escutar algo diferente. Escutamos muitas vezes que deveríamos interromper, que éramos doidos de levar adiante e coisas do tipo.

Buscamos ajuda até encontrarmos o Grupo Colcha, onde fui acolhida pela Bel e Odete. Elas me colocaram em contato com outras mães que passaram por perdas gestacionais e posteriormente com a Paula que por coincidência já conhecia há alguns anos.

Fomos pesquisando na internet, vendo relatos e fotos. Tudo a princípio muito novo e assustador!

Passou sim pela minha cabeça interromper. Mas a barriga foi crescendo, o amor aumentando, o apego dos nossos filhos aumentando. João começou a mexer.

Com o Grupo Colcha, cheguei até o Dr. William que abraçou nossa história, com conversas leves, tanto apoio e cuidado.

Sempre quis ter um parto humanizado e todos eles me disseram ser possível –contrariando todos os médicos que passei anteriormente.

Importante dizer que sempre tive amigos maravilhosos me apoiando e uma família tão linda nos fortalecendo.

Flávio então, meu Deus! Obrigada pelo marido que tenho! Me acompanhou em todos os exames, todas as consultas e não me desamparou um segundo sequer.

O dia chegou: 12 de abril dei entrada na maternidade com Dr. William para indução.

Foi tudo exatamente como planejei. Pude ter o acompanhamento da Bel, que foi primordial pra que eu conseguisse chegar até os 6 cm de dilatação sem analgesia.

Tantas palavras de carinho e encorajamento. Já estava no meu limite de dor. Chorei e pedi desculpa por não conseguir seguir. Depois da anestesia, foi como tirar a dor com a mão. Minutos depois senti algo descendo.

Achávamos que o João nasceria de bumbum. Pra nossa surpresa ele virou, nasceu cefálico (com acrania-exencefalia).

Pequenino, mas forte! Segurou meu dedo com uma força e chorou! Ele chorou!

Agradecemos a Deus por sua vida, pelo seu nascimento e por aquele calor do corpo a corpo. Estava com meu filho nos braços! Como quis esse momento.

Flávio cortou o cordão e ali achávamos que não teríamos muito mais tempo com ele.

João ali nos mostrou que veio para superar expectativas e pra mostrar que existe um Deus maior que tudo que a medicina já estudou e sabe.

Os batimentos e saturação continuaram em níveis excelentes!

Disseram que ele não poderia se alimentar e 24h depois com seringa ele tomou leite. O primeiro de vários!

E ele tomou do meu leite! Eu pude indiretamente alimentar meu pequeno guerreiro!

Muita gratidão a todas as enfermeiras que nos atenderam. Todas atenciosas e impressionadas com a força do João pra viver aqueles momentos conosco. João conheceu os avós, tios, primos, irmãos e os padrinhos.

João foi além de tudo que nos disseram que aconteceria.

Ele fez xixi, cocô, tomou banho, chorou, bocejou…

Na segunda, a psicóloga perguntou se eu queria ir pra casa com ele e eu disse que preferia ficar no hospital. Ali eu me sentia mais segura e teríamos mais suporte.

Flávio foi em casa a noite buscar mais roupas e aí eu tive meu único momento a sós com o João.

Coloquei música no celular e dancei com meu pequeno milagre.

Dançamos juntinhos e eu chorei, grata por aquele momento.

João sorriu, tava ali quentinho e coradinho no meu colo

Flávio chegou e quando a enfermeira veio nos ver João teve a primeira parada.

Com muita vontade ainda de estar conosco, ele voltou.

Ele abriu os olhos como ainda não havia aberto, me olhou, e saíram lagriminhas, como se ele tivesse ali me agradecendo por eu não ter desistido dele quando lá atrás era só o que ouvíamos.

Nunca, nunca vou me esquecer desse momento.

João ainda teve mais 5 paradas. Entre elas, ele dormiu no meu colo e no do Flávio. Na última ele já perdeu a cor no quarto ainda. Ele partiu com semblante leve.

João foi sinônimo de força de garra de inspiração e ensinamento. Foram 3 dias repletos de amor, muito amor!

Meu pacotinho de amor virou estrela. A mais linda que vai brilhar no céu. O anjinho que olhará por nós de agora em diante. Me falta agora um pedaço.

Mistura de dor profunda com gratidão, porque Deus foi bom demais com a gente por deixar que ele ficasse esses dias.
Espero que ele tenha voado sabendo que foi muito desejado e amado.

Espero vê-lo nos meus sonhos e reencontrá-lo na eternidade sem dodói na cabecinha.

Certos de que fizemos tudo pelo João desde a barriga até sua partida.  Coisa mais linda. Tão pequeno e tão forte.

João, meu amado filho, te  amarei pra sempre!”

O vídeo acima, feito pela Felice logo após o parto, mostra os primeiros momentos dos pais com ele. Há, inclusive, uma cena de João bocejando.

Dias após sua partida, conversei com Karina. Segundo ela, as crianças aceitaram com mais facilidade.

“Anna (8) faz desenhos do João como anjinho e tem o suporte da psicóloga da escola. Arthur (3) é super engraçado e falador. Sua forma de demonstrar é ficando ligado no 220”, conta.

“Flávio está devastado como eu, mas segurando mais as pontas porque sabe o quanto está pesado pra mim. Ele tem sido meu apoio maior e meu estímulo pra seguir”.

Karina agradece as fotos e vídeos que recebeu de presente. “É a única coisa que teremos pra recordar além das lembranças. Tenho muito medo de esquecer do rostinho dele”, diz.

Hoje, no quarto do casal, que vive em Belo Horizonte (MG), há um cantinho do João, com objetos que lembram a força e ensinamentos deixados pelo menino. “João respira, João inspira”, virou seu lema.

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Se mãe não está bem, bebê pode chorar mais, afirma autora https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/03/28/bebe-e-radar-de-emocao-materna-mae-precisa-desabafar-defende-autora/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/03/28/bebe-e-radar-de-emocao-materna-mae-precisa-desabafar-defende-autora/#respond Thu, 28 Mar 2019 12:36:26 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/capa_sintonia-de-mae-320x213.jpg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7987 Em que momento da história e da evolução humana desaprendemos a amamentar? Perdemos nossos instintos? Como resgatar algo tão precioso, natural e saudável?

Essas são algumas das perguntas que a odontopediatra Andressa Bortolasso faz no início de seu livro “Sintonia de Mãe” (Luz da Serra Editora).

A obra tem pouco mais de 300 páginas e fala sobre gravidez, parto, rede de apoio, aleitamento e desmame.

Entre os trechos que se destacam, está um exercício de autorreconhecimento. A  especialista em amamentação defende uma técnica de comunicação chamada “Eu Sinto”, que é quando a mãe para, reflete sobre seus sentimentos e aprende a verbalizar o que te incomoda.

“O bebezinho é um radar de emoções maternas, então pode contar que, se aconteceu alguma coisa naquele dia e você não estiver bem, seu bebê vai chorar mais”, diz o livro.

 

O autoconhecimento fortalece a conexão com o bebê, defende autora de livro (Crédito: Fotolia)

“É normal que o pós-parto seja um momento tenso e a mulher se torne um pouco mais agressiva, até mesmo pelo instinto de proteção do bebê. Mas é imprescindível manter a harmonia no ambiente, e uma boa comunicação ajuda muito”, completa.

A autora defende que a conexão com o bebê é responsável por boa parte do sucesso do aleitamento materno e para que isso ocorra, algumas coisas podem ser planejadas antes mesmo do nascimento do filho.

“Escolher uma rede de apoio e aprender a pedir ajuda são essenciais. As pessoas não adivinham pensamentos, e muitos acham que a mãe está dando conta de tudo porque ela não fala nada”, disse a autora ao Maternar

Mas é  preciso dizer o óbvio? Sim, às vezes, nem o pai da criança consegue perceber  que a mulher está esgotada, cansada e precisando de um tempo para fazer um xixi, beber água ou tomar um banho mais demorado, explica.

APOIO  

Uma rede de apoio é, como o próprio nome diz, uma rede onde a mulher pode descansar e confiar, sabendo que não cairá.

Esse apoio pode ser formado por um apoiador de base, que é a quela pessoa mais próxima como o marido, a mãe ou uma amiga muito próxima. Essa pessoa é aquela com quem a mulher tem segurança para desabafar.

Os apoiadores secundários são aqueles que estão dispostos a ajudar. “Uma amiga que se oferece, uma tia, uma vizinha de porta que diz ‘ qualquer coisa estou aqui’. Não dispense esse tipo de ajuda, porque em algum momento você pode precisar. Pode ser que precise de alguém de confiança para buscar seu filho mais velho na escola, que traga uma coisinha rápida do mercado para você ou que dê uma passada rápida na farmácia”, destaca a autora.

Andressa afirma ainda que pedir ajuda para conseguir tomar um banho demorado ou sair para fazer as unhas ou cuidar de si não significa ser negligente ou desleixada, como muitas mães se sentem. “Olhar para sua necessidades e valorizá-las é um caminho para recuperar a energia drenada pelas atividades maternas. “Entender o que se quer e o que é importante pra si faz com que a mulher fique bem e aumente sua conexão com o bebê”, conclui.

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