Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Conheça Bento, o bebê que contraria estatísticas e resiste à doença fatal https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/02/29/conheca-bento-o-bebe-que-contraria-estatisticas-e-resiste-a-doenca-fatal/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2020/02/29/conheca-bento-o-bebe-que-contraria-estatisticas-e-resiste-a-doenca-fatal/#respond Sat, 29 Feb 2020 15:37:26 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/WhatsApp-Image-2020-02-26-at-14.24.13-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8774 Desde o terceiro mês de gestação Lorena e Filipe sabiam que Bento, o primeiro filho deles, tinha uma doença rara e que as chances dele sobreviver após o parto seriam mínimas.

Nesta semana, inclusive, a repórter especial Cláudia Collucci publicou a história de uma professora que entrou na Justiça pelo direito de doar o leite materno. A bebê dela morreu meia hora após o parto. O diagnóstico é o mesmo de Bento: Patau, uma síndrome cromossômica extremamente grave.

Bento nasceu no último dia 18 de fevereiro e tem resistido bravamente. Pesquisas acadêmicas  mostram que em São Paulo, 67% dos fetos com essa trissomia são abortados espontaneamente ou apresentam morte intrauterina. Dos que nascem vivos, 50% morrem na primeira semana de vida e somente 9% alcançam o primeiro ano.

“Nossa ideia é aproveitar o Bento ao máximo e fazer o melhor que pudermos para ele”, diz Lorena. Leia o relato abaixo.


A gestação do Bento foi tranquila, não tive nenhum efeito colateral que a maioria das mulheres reclama como enjoos ou desejos variados. Foi tudo muito tranquilo. Eu me preparei para a gestação antes mesmo da concepção. Fiz dieta e atividade física regular.

O momento de maior insegurança veio depois de saber do risco da síndrome de Patau no ultrassom que fizemos com 11 semanas e 6 dias. Como estávamos fazendo um acompanhamento bem específico, a ultrassonografia que nos acompanhou fez um teste e nos informou que as chances do Bento ter a trissomia do 13 era maior que 25%.

A amniocentese era o exame mais preciso, mas só poderia ser feito após a 15ª semana. Decidimos esperar.

Esse tempo de espera foi o mais sofrido na gestação, pois ficávamos com inúmeras perguntas na cabeça e tentando entender os traços da síndrome que podiam atingir o Bento.

Além disso, no ultrassom também havia dado um risco elevado para síndrome de Down. Tínhamos várias questões na cabeça.

A partir daí essas questões aumentaram, pois no Brasil não há legislação permitindo a interrupção da gravidez para esse caso. Existem algumas decisões judiciais esparsas, mas é preciso comprovar que aquele feto tem incompatibilidade com a vida.

E aí tínhamos dois grandes dilemas: tomar a decisão de interromper esse tipo de gestação e, ao tomar tal decisão, teríamos que tentar a via judicial, o que seria ainda mais problemático.

Meu marido e eu chegamos a conversar sobre, mas sempre que pensávamos no Bento e no tamanho que ele estava na barriga (nessa altura com 16 semanas), a ideia não nos confortava.

Parecia uma forma de simplesmente sumir com o problema, e isso nunca foi a forma como enfrentamos as coisas. Então, decidimos prosseguir com a gestação e tentar fazer o melhor que podíamos para o Bento.

Logo depois de sabermos o diagnóstico, avisamos às nossas famílias, tendo em vista que o Bento era muito esperado. Também avisamos os amigos mais próximos e ao colegas de trabalho.

Não escondemos o diagnóstico dos mais próximos e resolvemos curtir aquela gestação até o final.

Fizemos algumas festinhas em comemoração ao Bento, para que tivéssemos essas recordações. Tiramos fotos da barriga e começamos a preparar tudo que podíamos para o dia que ele nascesse.

No pré-natal, continuei fazendo Pilates, acompanhamento com fisioterapeuta pélvico e com nutricionista.

Os ultrassons eram acompanhados por toda a nossa família. Era uma forma de todos conhecerem o Bento, pelo menos dentro da barriga.

Continuamos com todos os nossos planos para a gestação e mantivemos a equipe de parto humanizado, aqui de Belo Horizonte (MG).

Resolvemos que teríamos o melhor parto possível para ele, que o momento do nascimento do Bento seria a nossa maior felicidade e que não perderíamos essa experiência com ele.

Além disso, decidimos filmar e fotografar o nascimento para que tivéssemos mais lembranças do Bento.

A equipe contratada nos apoiou na decisão do parto normal e fez de tudo para que os nossos desejos fossem respeitados. Nosso sonho era que ele nascesse vivo.

Com 40 semanas e 3 dias, num ultrassom de rotina do pré-natal, a minha obstetra percebeu que minha pressão estava subindo e que a placenta já não alimentava o Bento adequadamente.

Dessa forma, decidimos pela indução do parto. Começamos o processo no dia 17  de fevereiro e o Bento nasceu no dia seguinte.

Lorena, a mãe de Bento, conta que a família tem tentado aproveitá-lo ao máximo (Foto: Paula Beltrão)

A experiência tem sido inimaginável. Não esperávamos que o Bento sobreviveria por tantos dias, sem grandes intervenções. Esse era outro desejo nosso.

Além disso, temos recebido muito carinho e apoio das pessoas, o que tem sido um aprendizado. E tem o aprendizado com o próprio Bento, que luta dia após dia pela sua vida. É um verdadeiro guerreiro e isso nos inspira a prosseguir.

Ele é dorminhoco e bastante calmo. Mas não gosta que fiquem mexendo muito nele. Eu brinco dizendo que ele é de “opinião”.

Já havíamos decidido antes do nascimento que não faríamos nenhuma intervenção que fosse muito ofensiva ao corpo dele.

Ao longo da gestação falávamos mais sobre a possível morte dele. Agora, falamos menos. Temos tentado aproveitar esse tempo que ele está nos dando, porque é um verdadeiro milagre sem intervenções e manobras médicas.

Não somos muito religiosos, mas somos espiritualizados. No vídeo do nascimento, minha mãe batiza o Bento. Isso era um ritual que fazíamos questão, principalmente porque achávamos que ele morreria em poucas horas.

Estamos vendo que na vida tudo tem um sentido e um propósito. Nossa ideia é aproveitar o Bento ao máximo e fazer o melhor que pudermos para ele.


A obstetra que acompanhou a gestação e o parto de Lorena, Quésia Villamil, conta que o parto foi muito emocionante. “Foram ocorrendo pequenos milagres. Ele nasceu sem pulsação no cordão e achávamos que ele estava morto. Ao ser colocado no colo da mãe, ele reagiu e seu coração bateu. Chamamos toda a família para entrar na sala e ele foi melhorando”, lembra.

Para a médica, cada dia de vida do pequeno Bento é uma surpresa. “Nunca atendi um caso como esse. Todos os bebês com síndromes raras que atendi morreram logo após o nascimento”, explica.

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Tem dúvidas sobre o parto? Curso online e gratuito pode ajudar https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/tem-duvidas-sobre-parto-curso-online-e-gratuito-pode-ajudar/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/tem-duvidas-sobre-parto-curso-online-e-gratuito-pode-ajudar/#respond Mon, 14 Oct 2019 11:57:58 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/WhatsApp-Image-2019-10-13-at-17.04.07-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8583 Se a bolsa estourar, é preciso ir correndo para o hospital? Como saber se está em trabalho de parto? E se não aguentar a dor das contrações, o que fazer? Essa são algumas das dúvidas que muitas mulheres têm quando engravidam.

O momento ideal para saná-las é durante o pré-natal. Além de pedir exames, medir o peso da mulher, aferir sua pressão e os batimentos cardíacos do bebê, o pré-natal serve para deixá-la cada vez mais segura até o nascimento do seu filho.

Porém, no Brasil, nem sempre o pré-natal é feito adequadamente e não é raro acharmos mulheres cheias de dúvidas sobre o que ocorrerá em seu corpo antes, durante e após o nascimento do bebê.

Pensando em ampliar essas informações para além do consultório, o obstetra Braulio Zorzella lançou o curso “Planejando o Parto”, que será ministrado entre os dias 21 e 25 de outubro, de forma online e gratuita.

“A ideia é ajudar na escolha da equipe, maternidade e do método. No caso das mulheres que não têm opção de equipe ou maternidade, os vídeos ajudam a escolher o que pode ou não acontecer. Com isso, é possível ter argumentos suficientes para debater no pré-natal e na hora do parto”, afirma o médico, que também atua na ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento).

SEGURANÇA

Pesquisas recentes mostram que a maioria das mulheres prefere o parto vaginal, mas a falta de atenção humanizada e a indução levam muitas a passarem por cesáreas.

“O parto pode e deve ser o momento de reafirmação da capacidade da mulher, mas o medo do parto vaginal se apodera dela e esse sentimento a impossibilita de acreditar em sua capacidade de parir”, diz o artigo “Escolha da via de parto pela mulher: autonomia ou indução?”, disponível online.

A pesquisa conclui que o despreparo das mulheres para o parto vaginal interfere diretamente em seu sistema emocional, diminuindo sua confiança na capacidade de ser protagonista do seu parto.

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Natal, aniversário do filho ou casamento; obstetras lembram eventos que perderam para atender partos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/20/natal-aniversario-do-filho-ou-casamento-obstetras-lembram-eventos-em-que-faltaram-para-atender-partos/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/20/natal-aniversario-do-filho-ou-casamento-obstetras-lembram-eventos-em-que-faltaram-para-atender-partos/#respond Sat, 20 Jul 2019 19:06:55 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/WhatsApp-Image-2019-07-20-at-13.55.47-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8414 Obstetrizes, médicos obstetras, enfermeiras obstetras estão acostumados. Não importa a hora ou o local onde estejam, se uma mãe entra em trabalho de parto e eles são chamados, deixam tudo, inclusive eventos familiares para atender um novo nascimento.

Equipes humanizadas costumam trabalham com parceiros, mas nem sempre é possível contar com o profissional back-up.

É o caso do obstetra Jorge Kuhn, da Casa Moara, que perdeu a conta de quantos eventos familiares deixou de comparecer para acompanhar nascimentos. “O melhor macarrão que comi na vida estava frio e duro. Foi feito pelos meus três filhos no Dia dos Pais”, lembra o médico. “Eles me ligavam perguntando quantos centímetros a grávida estava, pois sabiam que se ainda fosse seis eu demoraria”, lembra rindo.

Quem vive experiências semelhantes é a ginecologista e obstetra Fabiana Garcia, que já deixou de participar de do aniversário do filho e de três natais em família consecutivos. “Minha família já está acostumada, quem trabalha com parto abre a vida para isso”, conta.

Fabiana integra a equipe do Espaço Mãe, que inaugurou neste sábado, em São Paulo. Um dos sócios, o obstetra Paulo Noronha, não pode participar do lançamento porque saiu para atender um parto.

“Isso é comum em nossa vida. O atendimento humanizado é assim: individualizado. Não tem feriado nem final de semana”, explica a obstetriz Bianca Rocha. Segundo ela, o novo espaço é um local para troca de informações, inclusive para quem ainda não está gestando um filho. “É importante ter consciência sobre os motivos de se querer formar uma família”, disse.

A enfermeira obstetra Mariana Chagas diz que a informação baseada em evidências é um dos pilares do local. “Trabalhamos numa profissão em que a mulher é a prioridade. Nossa ideia é oferecer informação para que ela escolha o que é melhor para ela”, diz a profissional.

O local conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos obstetras, enfermeiros obstetras, obstetrizes, pediatras, doulas, acupunturistas, psicólogos, nutricionistas, consultoras de amamentação e fisioterapeutas.

Thamires, Mariana, Juliana, Bianca e Fabiana integram a equipe do Espaço Mãe (Foto Katia Lopes )

Espaço Mãe
Rua Correia Dias, 454, Paraíso, São Paulo, SP
Telefone: 11  5093-0415 . Serviços a partir de R$ 45,00 (Yoga experimental para bebês).

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Está grávida e quer massagem? Espaço oferece esse e outros serviços gratuitos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/12/esta-gravida-e-quer-massagem-espaco-oferece-esse-e-outros-servicos-gratuitos/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/07/12/esta-gravida-e-quer-massagem-espaco-oferece-esse-e-outros-servicos-gratuitos/#respond Fri, 12 Jul 2019 13:27:04 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/WhatsApp-Image-2019-07-12-at-09.36.29-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8355 Entre os dias 15 e 19 de julho, o Espaço Mãe, em São Paulo, vai oferecer uma série de atividades gratuitas para as famílias.

Dança materna, yoga para bebês, rodas de bate-papo, oficinas sensoriais e massagens estão entre os serviços oferecidos.

A Semana do Acolhimento faz parte do trabalho de divulgação do espaço particular de atendimento, que será oficialmente inaugurado no dia 20 de julho.

Confira a agenda:

SEGUNDA-FEIRA – 15/07

 

14h às 15h | DANÇA MEU BEBÊ E EU com Thais Santiago

 

Aberto para mães e seus bebês de 3 a 12 meses. A Dança traz o acolhimento que ambos precisam nessa fase de descobertas e transformações. As mães mantém contato com outras mães e os movimentos da dança trazem tranquilidade e relaxamento para os bebês. Mães com bebês de colo devem trazer sling para a aula.
Vagas: 30 mães

 

15h às 16h | OFICINA SENSORIAL com Thais Santiago

 

Para bebês a partir dos 3 meses até 12 meses, acompanhados por um responsável. A estimulação sensorial realizada através da exploração dos sentidos favorecem o desenvolvimento neurológico, estimula a inteligência e a criatividade e permitem que as crianças compreendam melhor seu corpo, garantindo uma aprendizagem mais completa e duradoura.
Vagas: 20 pessoas.

 

16h às 17h | BATE-PAPO SOBRE ALEITAMENTO com Mila Rosa

 

Para gestantes, casais grávidos e avós. Esclarecendo as principais dúvidas sobre amamentação: mitos, benefícios e desafios.
Vagas: 25 participantes

 

18h às 19h | CUIDADOS NATURAIS NO PÓS-PARTO com Mila Rosa

 

Para gestantes, casais grávidos e demais interessados. Entenda como você pode se beneficiar de métodos naturais para complementar os cuidados com você e seu bebê durante o pós-parto.
Vagas: 20 participantes

 

19h às 21h | ENCONTRO COM AS DOULAS

 

Aberto para mães, gestantes, casais grávidos e tentantes, o encontro com as doulas que integram a equipe Espaço Mãe será uma grande roda para tirar dúvidas sobre pré-natal, parto e puerpério.
Vagas: 30 participantes

 

TERÇA-FEIRA – 16/07

 

10h às 11h | DESMISTIFICANDO A FRALDA DE PANO com Thamires Manoela

 

Para gestantes, mães e avós. Entenda o que mudou, conheça as novidades e saiba como as fraldas de pano podem beneficiar a dinâmica de cuidados com o bebê e como seu uso pode impactar positivamente a todos.
Vagas: 30 participantes

 

11h às 12h | BABY YOGA com Veena Mukti

 

Aberto para mães com bebês a partir de 3 meses até começar a engatinhar. A prática de Yoga com o seu bebê é uma maneira maravilhosa de retomar os cuidados com o seu corpo, mente e emoções, cuidando com respeito da musculatura no pós-parto, ajudando a fortalecer o abdome e o períneo, cuidando da postura para auxiliar também na amamentação e no acolhimento para o bebê.
Vagas: 10 participantes

 

14h às 15h30 | MEU PÓS-PARTO – VAMOS CONVERSAR? com Damiana Nigri e Mila Rosa

 

Espaço de escuta terapêutica e acolhimento direcionado às mães e seus bebês.
Vagas: 20 participantes

 

15h30 às 17h | BATE PAPO: OUTRO FILHO UMA NOVA HISTÓRIA com Thamires Manoela e Samantha Ribeiro

 

Casais grávidos que já tiveram um ou mais filhos. Vamos entender que cada nascimento, amamentação e puerpério tem suas necessidades e questões, e que muitas vezes a história não se repete, e podemos aprender mais ainda com isso.
Vagas: 30 participantes

 

17h às 18h YOGA PARA GESTANTES com Veena Mukti
Para gestantes e casais grávidos em qualquer período gestacional. Uma prática para grávidas em qualquer período gestacional, com dicas de posturas reduzir os principais desconfortos da gestação e para o melhor posicionamento do bebê (o que facilita o parto).
Vagas: 10 participantes

 

19h às 21h | ENCONTRO COM A EQUIPE MÉDICA

 

Aberta para mulheres – em qualquer fase da vida – e suas famílias, o encontro com a equipe médica do Espaço Mãe busca tirar dúvidas sobre a saúde e sexualidade da mulher, incluindo o período gestacional, parto e puerpério.
Vagas: 30 participantes

 

QUARTA-FEIRA – 17/07

 

15h às 16h | OFICINA SENSORIAL com Thais Santiago

 

Para crianças de 12 meses até 3 anos, acompanhadas por um responsável. O mundo é cheio de informações que chegam através dos sentidos, por isso é fundamental estimular os diversos canais sensoriais de forma integrada. A estimulação sensorial realizada através da exploração dos sentidos favorecem o desenvolvimento neurológico, estimula a inteligência e a criatividade e permitem que as crianças compreendam melhor seu corpo, garantindo uma aprendizagem mais completa e duradoura.
Vagas: 20 pessoas.

 

16h às 17h | CORPO EM MOVIMENTO com Thais Santiago

 

Para crianças a partir dos 3 anos até 7 anos de idade. As oficinas de Corpo em Movimento são atividades psicomotoras que visam trabalhar o corpo através de atividades, circuitos, jogos e brincadeiras. Por meio dessas atividades é possível provocar estímulos que desenvolvam os aspectos: cognitivo, motor e afetivo.
Vagas: 20 crianças.

 

18h às 19h | DANÇA MEU BEBÊ E EU com Thaís Santiago

 

Para gestantes a partir do terceiro mês de gestação. A Dança para gestantes promove uma adaptação da mãe às mudanças que a gestação provoca, proporcionando harmonia entre o corpo e a mente.
Vagas: 30 participantes.

 

19h às 21h | RECEPÇÃO NEONATAL HUMANIZADA

 

Uma conversa sobre o papel do pediatra na sala de parto humanizada e sua importância no cuidado com o bebê.
Vagas: 30 participantes

 

QUINTA-FEIRA – 18/07

 

11h às 12h | DANÇA MEU BEBÊ E EU com Thais Santiago 

 

Aberto para mães e seus filhos (andantes de 12 meses até 2 anos). A Dança é um momento de interação, troca e aprendizado entre mãe e filho. Durante a aula de dança explora-se a criatividade, o lúdico de uma forma divertida e prazerosa para ambos.
Vagas: 30 mães.

 

15h às 16h GESTAÇÃO, PARTO, PÓS-PARTO E MASSAGEM com Mila Rosa e Veena Mukti

 

Vivência de massagem para gestantes e casais grávidos. O toque é um importante aliado da gestação. Nesta oficina, serão ensinadas técnicas para reproduzir em casa.
Vagas: 20 participantes

 

16h30 às 17h30 | COMO ALIVIAR OS DESCONFORTOS DO BEBÊ ATRAVÉS DO CONTATO AFETIVO com Mila Rosa

 

Gestantes, casais grávidos, avós e demais interessados. Entendendo como o contato afetivo nas diversas situações de cuidado: massagem, troca, banho pode contribuir para o alívio dos desconfortos sentidos pelo bebê.
Vagas: 20 participantes

 

19h às 21h | ENCONTRO COM A EQUIPE MÉDICA

 

Aberta para mulheres – em qualquer fase da vida – e suas famílias, o encontro com a equipe médica do Espaço Mãe busca tirar dúvidas sobre a saúde e sexualidade da mulher, incluindo o período gestacional, parto e puerpério.
Vagas: 30 participantes

 

SEXTA-FEIRA – 19/07

 

14h às 15h | ENCONTRO GENTLEBIRTH com Samantha Ribeiro

 

Para gestante mais um acompanhante. Gentlebirth é uma metodologia que visa trazer ao casal grávido resiliência emocional para viver o parto da forma mais positiva possível, independentemente de seus desfechos. Traz conceitos do mindfulness, hipnose, TCC e psicologia do esporte.
Vagas: 10 casais

 

17h30 às 20h30 | SPINNING BABIES com Gabriele Garbin

 

Para gestantes e acompanhantes. Obrigatório presença do acompanhante mais próximo, que tenha convivência diária com a
mulher. Spinning Babies é uma abordagem que visa melhorar o equilíbrio pélvico para uma gestação mais confortável e um parto mais fácil e fluído.
Vagas: 5 casais

 

SÁBADO – 20/7 | DE PORTAS ABERTAS

 

10h | ABERTURA OFICIAL ESPAÇO MÃE

 

Bate-papo com Paulo Noronha, Fabiana Garcia, Mariana Chagas e Bianca Rocha.

 

11h | OS DESAFIOS DA PATERNIDADE

 

Bate-papo com Leonardo Piamonte do podcast Balaios de Pais sobre os desafios da paternidade atual.

 

14h | A REDE DE APOIO E SUA IMPORTÂNCIA NA FAMÍLIA MODERNA

 

Bate-papo com a equipe de doulas e terapeutas do Espaço Mãe sobre a importância da rede de apoio para pais e mães no mundo moderno.

 

15h | DANÇA MEU BEBÊ E EU 

 

Oficina de dança para mães e pais e seus bebês, com auxílio de sling, com Thais Santiago.

 

16h | A VOLTA AO TRABALHO E O DESMAME GENTIL 

 

Bate-papo com Giovanna Balogh, do site Mães de Peito, sobre os desafios da volta ao trabalho e manutenção da amamentação até o desmame gentil.

 

 10H às 17h | MÚSICA AO VIVO

Apresentação ao vivo, nos intervalos das atividades, ao longo de todo o dia para os nossos convidados.

 

10h às 17h | SORTEIOS

 

Durante o dia serão sorteados dois ensaios de gestante – por Bia Takata e Kalu Gonçalves – e uma pintura de barriga.

SERVIÇO

Espaço Mãe
Rua Correia Dias, 454 Paraíso, São Paulo, SP
Telefone: 11  5093-0415

As inscrições devem ser feitas pelo site do Espaço Mãe. As vagas são limitadas. Corra!
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Conheça a história de João, o bebê que surpreendeu familiares e médicos https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/04/24/conheca-a-historia-de-joao-o-bebe-que-surpreendeu-familiares-e-medicos/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2019/04/24/conheca-a-historia-de-joao-o-bebe-que-surpreendeu-familiares-e-medicos/#respond Wed, 24 Apr 2019 12:29:36 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/WhatsApp-Image-2019-04-17-at-17.56.25-1-1-320x213.jpeg https://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=8048 No Brasil, o aborto é permitido em três casos: quando há risco comprovado de morte da mãe, quando a gravidez é fruto de um estupro ou quando o feto for anencéfalo (sem cérebro).

João foi diagnosticado com anencefalia na 12ª semana de gestação. Sua mãe, Karina decidiu manter a gravidez. Segundo os médicos, ele não passaria da 20ª semana de gestação. Se nascesse, não resistiria.

João resistiu. Respirou, bocejou, sentiu cócegas quando seus pezinhos foram carimbados em um quadro.

“João pode não ter cérebro, mas tem alma”, me disse a fotógrafa Paula Beltrão, que participou do nascimento e dos dias seguintes de sua curta vida. Ele partiu no dia 16 de abril.

Segue aqui o relato da Karina Marques. Preferi deixá-lo em primeira pessoa. Você entenderá o motivo.

João é recepcionado pela mãe, Karina, o pai, Flávio, e os irmãos Anna, Arthur e Duda (Paula Beltrão)

“Vim de 3 cirurgias de endometriose num período de um ano. A última era pra tirar o útero mas devido a “complicações intestinais” foram retirados somente os focos da endometriose.

Os médicos disseram que eu podia agradecer por ter 2 filhos. Isso foi no final de junho de 2018.

Em agosto, eu descobri que estava grávida de 4 semanas. Tomamos um susto! Engraçado que fui tomada por uma ansiedade que não tinha sentido na gestação da Anna e nem na do Arthur.

Fiz escondido do Flávio (meu marido) o exame pra descobrir o sexo do bebê e mesmo sabendo que o resultado demoraria pra sair, liguei insistentemente pro laboratório pra agilizarem meu resultado.

Em uma determinada noite, sonhei que era menino. No outro dia saiu o resultado e eu estava certa, era menino! Flávio vibrou de alegria.

Dias depois faríamos o ultra de translucência nucal. Deu alterado, mas o médico não entrou em detalhes e nos encaminhou pra uma especialista. Não aguentei e fiz um particular antes desse que havíamos marcado.

Foram muitos minutos de silêncio e angústia e depois a médica disse que João tinha uma malformação rara e grave. Que eu não deveria chegar às 20 semanas de gestação. Eu estava com 12.

Começamos a saga de médicos na busca de escutar algo diferente. Escutamos muitas vezes que deveríamos interromper, que éramos doidos de levar adiante e coisas do tipo.

Buscamos ajuda até encontrarmos o Grupo Colcha, onde fui acolhida pela Bel e Odete. Elas me colocaram em contato com outras mães que passaram por perdas gestacionais e posteriormente com a Paula que por coincidência já conhecia há alguns anos.

Fomos pesquisando na internet, vendo relatos e fotos. Tudo a princípio muito novo e assustador!

Passou sim pela minha cabeça interromper. Mas a barriga foi crescendo, o amor aumentando, o apego dos nossos filhos aumentando. João começou a mexer.

Com o Grupo Colcha, cheguei até o Dr. William que abraçou nossa história, com conversas leves, tanto apoio e cuidado.

Sempre quis ter um parto humanizado e todos eles me disseram ser possível –contrariando todos os médicos que passei anteriormente.

Importante dizer que sempre tive amigos maravilhosos me apoiando e uma família tão linda nos fortalecendo.

Flávio então, meu Deus! Obrigada pelo marido que tenho! Me acompanhou em todos os exames, todas as consultas e não me desamparou um segundo sequer.

O dia chegou: 12 de abril dei entrada na maternidade com Dr. William para indução.

Foi tudo exatamente como planejei. Pude ter o acompanhamento da Bel, que foi primordial pra que eu conseguisse chegar até os 6 cm de dilatação sem analgesia.

Tantas palavras de carinho e encorajamento. Já estava no meu limite de dor. Chorei e pedi desculpa por não conseguir seguir. Depois da anestesia, foi como tirar a dor com a mão. Minutos depois senti algo descendo.

Achávamos que o João nasceria de bumbum. Pra nossa surpresa ele virou, nasceu cefálico (com acrania-exencefalia).

Pequenino, mas forte! Segurou meu dedo com uma força e chorou! Ele chorou!

Agradecemos a Deus por sua vida, pelo seu nascimento e por aquele calor do corpo a corpo. Estava com meu filho nos braços! Como quis esse momento.

Flávio cortou o cordão e ali achávamos que não teríamos muito mais tempo com ele.

João ali nos mostrou que veio para superar expectativas e pra mostrar que existe um Deus maior que tudo que a medicina já estudou e sabe.

Os batimentos e saturação continuaram em níveis excelentes!

Disseram que ele não poderia se alimentar e 24h depois com seringa ele tomou leite. O primeiro de vários!

E ele tomou do meu leite! Eu pude indiretamente alimentar meu pequeno guerreiro!

Muita gratidão a todas as enfermeiras que nos atenderam. Todas atenciosas e impressionadas com a força do João pra viver aqueles momentos conosco. João conheceu os avós, tios, primos, irmãos e os padrinhos.

João foi além de tudo que nos disseram que aconteceria.

Ele fez xixi, cocô, tomou banho, chorou, bocejou…

Na segunda, a psicóloga perguntou se eu queria ir pra casa com ele e eu disse que preferia ficar no hospital. Ali eu me sentia mais segura e teríamos mais suporte.

Flávio foi em casa a noite buscar mais roupas e aí eu tive meu único momento a sós com o João.

Coloquei música no celular e dancei com meu pequeno milagre.

Dançamos juntinhos e eu chorei, grata por aquele momento.

João sorriu, tava ali quentinho e coradinho no meu colo

Flávio chegou e quando a enfermeira veio nos ver João teve a primeira parada.

Com muita vontade ainda de estar conosco, ele voltou.

Ele abriu os olhos como ainda não havia aberto, me olhou, e saíram lagriminhas, como se ele tivesse ali me agradecendo por eu não ter desistido dele quando lá atrás era só o que ouvíamos.

Nunca, nunca vou me esquecer desse momento.

João ainda teve mais 5 paradas. Entre elas, ele dormiu no meu colo e no do Flávio. Na última ele já perdeu a cor no quarto ainda. Ele partiu com semblante leve.

João foi sinônimo de força de garra de inspiração e ensinamento. Foram 3 dias repletos de amor, muito amor!

Meu pacotinho de amor virou estrela. A mais linda que vai brilhar no céu. O anjinho que olhará por nós de agora em diante. Me falta agora um pedaço.

Mistura de dor profunda com gratidão, porque Deus foi bom demais com a gente por deixar que ele ficasse esses dias.
Espero que ele tenha voado sabendo que foi muito desejado e amado.

Espero vê-lo nos meus sonhos e reencontrá-lo na eternidade sem dodói na cabecinha.

Certos de que fizemos tudo pelo João desde a barriga até sua partida.  Coisa mais linda. Tão pequeno e tão forte.

João, meu amado filho, te  amarei pra sempre!”

O vídeo acima, feito pela Felice logo após o parto, mostra os primeiros momentos dos pais com ele. Há, inclusive, uma cena de João bocejando.

Dias após sua partida, conversei com Karina. Segundo ela, as crianças aceitaram com mais facilidade.

“Anna (8) faz desenhos do João como anjinho e tem o suporte da psicóloga da escola. Arthur (3) é super engraçado e falador. Sua forma de demonstrar é ficando ligado no 220”, conta.

“Flávio está devastado como eu, mas segurando mais as pontas porque sabe o quanto está pesado pra mim. Ele tem sido meu apoio maior e meu estímulo pra seguir”.

Karina agradece as fotos e vídeos que recebeu de presente. “É a única coisa que teremos pra recordar além das lembranças. Tenho muito medo de esquecer do rostinho dele”, diz.

Hoje, no quarto do casal, que vive em Belo Horizonte (MG), há um cantinho do João, com objetos que lembram a força e ensinamentos deixados pelo menino. “João respira, João inspira”, virou seu lema.

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No dia da doula, fotos mostram como profissional ajuda durante o parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/12/18/no-dia-da-doula-fotos-revelam-importancia-da-profissional-durante-o-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/12/18/no-dia-da-doula-fotos-revelam-importancia-da-profissional-durante-o-parto/#respond Mon, 18 Dec 2017 16:16:17 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/reduzida-180x120.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7244 Nesta segunda-feira (18) é comemorado o Dia da Doula. Essa profissional é treinada para dar conforto físico e emocional para as mulheres durante o trabalho de parto.

A ajuda pode vir por meio de palavras de encorajamento, abraços, massagens, um olhar ou uma dica para relaxar por meio da respiração, por exemplo.

Vale lembrar que essa profissional não realiza nenhum procedimento médico e como costumam dizer quem as defende: “doula não faz parto, faz parte”.

São elas também que podem munir a mãe de informações e auxiliar na elaboração do plano de parto, por exemplo.

Pesquisas científicas recentes mostram que a presença dessas profissionais aumentam consideravelmente a satisfação das mulheres em relação ao nascimento dos filhos.

A galeria abaixo traz alguns exemplos da atuação das doulas durante diversos partos. As imagens foram cedidas pelas fotógrafas Evelyn Angel, Daniela Djean, Lela Beltrão, Bia Takata e pelas doulas Mari Noronha e Jéssica Scipioni.

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Como o meu parto me curou https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/como-o-meu-parto-me-curou/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/11/27/como-o-meu-parto-me-curou/#respond Mon, 27 Nov 2017 04:00:48 +0000 https://maternar.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/17492696_1402604849759561_1169101819535713347_o-180x101.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7118 Bem-vindo (a) novamente a esse espaço de informação, trocas e aprendizado. Para que entenda quem eu sou na fila na maternidade, gostaria de dividir (escancarar, na verdade) o que passei durante minha gestação e parto.

Há muitas verdades nuas e cruas aqui. Tudo que relato é verdade, inclusive a cena do unicórnio.

O texto está enorme, ora em primeira, ora em terceira pessoa. Fui eu, mas na maioria do tempo, fomos nós. Já aviso que contém cenas de nudez. Não a nudez da roupa, que é esperada em todo parto. É a nudez da alma. Sem ela, eu não conseguiria ter chegado até aqui.

O meu relato também não começa nas primeiras contrações, começa meses antes, ainda grávida. Talvez você questione o motivo de tamanha exposição. Se o que eu dividir aqui servir para ajudar uma só pessoa, já valeu a pena.

Sou Melina, mãe da Helena (de nove meses) e sempre sonhei em sentir dores de parto. Sempre quis ver meu corpo trabalhar, entender que onda era aquela. Era uma experiência que eu precisava viver: ver meu corpo funcionar como ele foi feito para funcionar.

O primeiro contato com a humanização ocorreu durante a realização de uma reportagem sobre o assunto há cinco anos: https://folha.com/no1187425.

De lá para cá foram muitas conversas com o Dennys, meu maridão, e com a dona Aurora, minha mãe, até ficarem seguros e embarcarem comigo nessa viagem.

Dizer que tentaria o parto normal causava uma espécie de pânico em muitas pessoas, e tudo que não queríamos era sentir medo ou sermos desencorajados. Compreendemos o medo de todos, mas estávamos certos dos benefícios que a bebê e eu teríamos.

Por isso, decidimos manter em segredo nossa escolha. Nossa resposta era: “se não nascer por baixo, nascerá por cima, mas que vai nascer, é certeza!”.

O que nós queríamos era o respeito às nossas vontades e às evidências científicas.

A primeira consulta com o médico humanizado (Paulo Noronha) foi em família. Falamos de tudo, por muito tempo. Ocorreu na Casita, em Santo André.
Os três curtiram muito a vibe dele e o atendimento humanizado, que até então era novidade pra gente.

No sexto mês ganhei a companhia de profundas dores no assoalho pélvico. Dor pra andar, sentar, virar na cama. Cada vez piores. Era a relaxina, um hormônio que “amolece” as cartilagens e prepara o corpo pra passagem de um bebê. Aprendi a conviver com ela e pensava que era um mal necessário –já que queria tanto ter um parto natural. Mas, ô dorzinha chata!

Pré-natal mês a mês e outro monstrinho apareceu: diabetes gestacional. Foi um soco no estômago. Não quis contar pra ninguém. Muito medo de ter que tomar insulina. Senti culpa. Por que não me cuidei antes?

Paulo indicou dieta e exercícios. Fui à nutricionista. A possibilidade da minha filha ter consequências por causa do “meu relaxo” me entristecia demais.

Na primeira semana sem açúcar, a glicose caiu bastante. Nas semanas seguintes, firme na dieta, voltou a subir. Era desesperador furar o dedo e aguardar o resultado do dextro. Tive que abolir quase que 100% dos carboidratos. Até os integrais elevavam a glicose (meu problema sempre foi com a glicemia em jejum).

Foi quando o médico deixou claro que poderia esperar o nascimento dela até a 40ª semana. Estava de 34 semanas. Mesmo controlada, a glicemia poderia alterar o tamanho da bebê e causar hipoglicemia nela.

Tudo que eu não queria era a indução. Como disse, não queria tomar remédios, desejava entrar em trabalho de parto naturalmente. Aquilo me derrubou. Chorei escondida muitas vezes.

O desespero por açúcar me fazia escapar da dieta. Só que o dextro era implacável. Sofria ao ver o marcador muito acima de 90 em jejum e doía ver a preocupação da minha mãe que se esforçava ao máximo pra fazer as minhas refeições. Não podia fazer isso com ela também.

Comecei as sessões de fisioterapia pra preparar o períneo. O Dennys aprendeu vários exercícios que deveríamos fazer até o parto para evitar lacerações. Porém me incomodavam muito. Sangrava. Pedi ajuda pra Suelen Freitas, a fisioterapeuta, e ela me explicou com muita delicadeza que eu tinha vaginismo. Oi? Como assim? 33 anos nas costas e descubro semanas antes do parto que meu períneo é temperamental?

Isso explicava muita coisa. Sempre me senti muito incomodada durante consultas ginecológicas e exames. Era como se me estuprassem cada vez que fazia um exame. Nunca ninguém me orientou a buscar ajuda. E eu achava que aquilo era normal.

Descobrir o vaginismo abriu um calabouço do passado. Já havia liberado perdão há anos, mas meu corpo ainda trazia a marca de uma violência sofrida.

Meu marido, sempre carinhoso e parceiro, fazia os exercícios e em pouquíssimo tempo deixei de sentir dores durante o alongamento. Os treinos com o epi-no também ficaram mais fáceis.

Diariamente a Suelen me escrevia. Ora perguntando dos exercícios, ora da glicemia. Eu me sentia tão acolhida!

Outros monstros do passado decidiram me visitar. Desde a infância tive problemas de relacionamento com minha mãe. Inconscientemente, a culpava por muitas coisas que ela não tinha culpa alguma. Trazia mágoas antigas no coração. A maior, o divórcio dela e do meu pai. E ela sempre do meu lado e se desdobrando diariamente por mim.

Em um daqueles dias (tive pesadelo, acordei com a glicemia alta, dor pélvica, lembranças ruins), fomos pra Casita, numa sessão de fisioterapia. Estava afastada do trabalho por uns dias.

A Su perguntou: tudo bem? Eu desabei. Chorei, perdi o fôlego, me descontrolei. Ela perguntou o que me incomodava e eu nem sabia por onde começar. Vomitei tudo. Estava com medo da indução, minha glicemia em jejum não baixava, eu tinha medo de ter os mesmos muros com minha filha. Estava com medo dela se sentir rejeitada porque sempre sonhei em ter um menino e não uma menina (era o pavor de ter uma filha e ela passar pelo que eu passei quando criança).

Creio que Deus usou a Su para me curar. Ela me ouviu, falou um pouco sobre ela, mostrou saída pros meus medos, e ali, em uma hora de conversa, foi como se arrancasse minhas dores com a mão.

Todos choraram naquela sessão. Foi sobrenatural.

Nos dias seguintes, minha mãe começou a desabafar sobre muitas coisas. Falou sobre os monstros do passado dela. Passei a compreender tantas coisas. Nosso relacionamento estava sendo curado. Que experiência! O olhar humanizado de uma pessoa desencadeou cura para minha família.

Não tinha mais dúvida: a Suelen era a doula que eu procurava.

Na sequência, uma consulta com a obstetriz Bianca Rocha, outra profissional incrível, e também apaixonada pela humanização. Ela também me ajudou a entender o processo fisiológico do parto e me deixou bastante segura.

A equipe estava fechada. Que alívio! Estava com 36 semanas.

A Su foi atrás de mais informações sobre diabetes e me mandou uma série de exercícios que ajudariam. Sentimos como se ela tivesse comprado a nossa briga.

Caminhadas, exercícios musculares, dieta, acupuntura para indução. Tudo que era preciso eu fiz. Tudo.

37, 38, 39 semanas. Muitas pessoas escrevendo e perguntando se ela tinha nascido. E o medo da indução outra vez me rondava.

Eu teria consulta no sábado, dia 25 de fevereiro. Se nada ocorresse até lá, Paulo me internaria no domingo.

Na noite de sexta, a fatídica sexta-feira, compramos pizza. Pra mim, era a despedida da barriga. Uma era de calabresa com pimenta –porque eu sabia que a pimenta poderia ajudar. Por falar em ajuda, tomei óleo de rícino, porque né? Se há métodos, vamos usá-los.

Estávamos muito cansados, eu não vinha dormindo bem nos últimos dias, mas eu precisava me movimentar. Do meu lado, sempre, o maridão. Eu, com “sangue nos zóio” caminhei, caminhei, caminhei, voltas e mais voltas ao redor do prédio. Subia e descia a escada loucamente com um só pensamento: indução, não! Em casa, alongamento, muitos exercícios musculares e outros tantos agachamentos. Dei meu máximo, mas cansei.

Tomei banho e deitei. Mas comecei a sentir cólica. Quem mandou enfiar o pé na jaca e comer tanta pizza pra despedir da barriga? Deve ser o óleo de rícino. Ele solta o intestino.

Passei mal. Vomitei, tive diarreia. Várias vezes. Estava muito cansada, mas não conseguia deitar. Dava cólica. E ritimada. Eram 3h.
Fiquei no rebolation sobre a bola de Pilates de mão dada com o Dê. Dor vai e vem.

Pera !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Vamos cronometrar essas dores. Vou escrever pra Su. Vai que…

Eram 6h30 e ela me liga na hora. Foi emblemático! Veio a cólica, pedi pra ela esperar. Corri pro banheiro.

Cataploftttttttttt

Su, A BOLSA ESTOUROU !!!!! (Leia com a maior ênfase que a professora de português lhe ensinou).

“Mel, me fala a cor do líquido. Vai pro chuveiro, estou indo praí”.

Ela se teletransportou. Só pode.

“Respira, Mel. Isso, joga o ar lá pra baixo. Isso, muito bem”.

Eram as contrações. Igualzinho dizem. Vinham como uma onda e me abraçava. Doíam, depois passavam. Percebi que era a mesma dor sempre, e que quando lutava contra ela (me contorcendo, erguendo o pé) doía mais. Quando “aceitava” e jogava o ar lááá pra baixo, conseguia lidar muito bem com ela. Quando passavam, era um alívio delicioso.

Abraçar o Dennys também diminuía a dor.

“Isso Mel, respiiiira. Seu corpo vai começar a liberar endorfina e você vai lidar melhor com a dor”.

A Bianca (obstetriz) chegou e ouviu os batimentos da Helena. Estava tudo bem.

Reparei que quando eu fechava os olhos e me entregava, as contrações fluíam. Quando me preocupava com algo externo, paravam.

Tomei uma vitamina deliciosa e chupei a laranja mais doce de toda minha vida. Estava com diabetes e há meses não comia frutas. Desceram maravilhosamente.

Como era bolsa rota, cogitaram chamar uma acupunturista pra estimular.

Nessa hora fui para o corredor. Dennys colocou um louvor que falava sobre “confiar, descansar e se lançar”. Bati no peito e pensei: manda que eu aguento!

Pra quê? Entrei na fase ativa na hora! Deus foi rápido!

Só queria andar pra lá e pra cá. Estava de olhos fechados. Esbarrei em todos os quadros da parede da minha mãe. Pra lá e pra cá.

Su, tá vindo outra… mais uma… E mais outra, e mais outra. Senti as dores, mas não sofri em nenhum momento.

Bianca aproveitou um intervalo e fez o toque. Sete centímetros!! Escutei a ligação pro Paulo e ouvi a frase que soou como música: estamos indo ao hospital.

Descemos as escadas. Outra contração. Eu me joguei sobre o carro na frente do prédio. Lembro do vizinho do sobrado da frente, sentado no chão, tomando uma cervejinha. Li nos seus olhos: “Eita, que vai nascer!!!!”. Eram 13h.

Fomos para o hospital. A Su me dava a mão e dizia pra eu apertá-la. Ela me abraçava nas curvas e massageava um ponto mágico nas costas. Eu vocalizava nos intervalos das contrações. Que delícia!

No hospital, às 13h50, aquele momento balde de água fria chamado triagem. Contrações a todo vapor e as enfermeiras pedindo pra eu ficar deitada.

Ter contrações deitada é insuportável. Mais insuportável ainda foi a prancheta cheia de perguntas que elas queriam que eu respondesse naquele momento.

Gente do céu, não rouba o meu barato!

Paulo chegou e subimos todos pro delivery (sala de parto humanizado).

Eu na maca, Dennys do lado, Suelen, Bianca, enfermeiras. Não cabia minha mãe com o carrinho com as nossas malas naquele elevador. Ela ficou.

Foi uma fração de segundo. Olhei pra ela antes do elevador fechar. Queria dizer tanta coisa. Passou tanta coisa na minha cabeça. Decidi apenas abrir o meu melhor e maior sorriso. Pedi ao Espírito Santo que revelasse a ela o que eu queria dizer. Dona Aurora também sabia o quanto eu estava feliz.

Enquanto o elevador fechava a porta e nós nos olhávamos, pensei: da próxima vez que nos encontrarmos, ela será avó e eu mãe.

No delivery, entrei na banheira. Água quentinha, deliciosa. Apesar de ter relaxado bastante, não achava posição confortável.

Su sugeriu colocar uma música. Não quis. Apesar de passar dias selecionando diversas canções pro parto, preferi o silêncio. Aquele louvor que ouvi em casa mais cedo bastou.

Helena já estava ali. Pediram pra eu tocar, não quis. Pensei até que fosse um “truque” deles pra eu relaxar. Achei que ficaria ali por muitas horas ainda.

Não conseguia concentrar a força para expulsá-la. Tinha consciência de que estava fazendo força de forma errada, mas não conseguia.

Fora da água, na banqueta, senti a queimação. Reclamei. Virei pra Su e disse que não conseguiria. Ela respondeu que “nós” conseguiríamos, e que era aquilo que a gente sempre quis. Pediu para eu tocar mais uma vez na Helena. E não é que minha garotinha estava ali, gente?

A equipe sabia muito bem o que nós queríamos e principalmente o que não queríamos no parto e nós confiamos plenamente neles. E valeu a pena.

Helena estava com a cabeça virada e a mãozinha do lado do rosto.

Enquanto a Bianca me abanava, o Paulo estava sentado no chão. Muito centrado, foi conduzindo tudo com muita tranquilidade. Não pedi anestesia (nem lembrei dessa possibilidade na hora), mas ele viu minha dor.

Senti então uma vontade absurda de fazer o número dois, vulgo cocô. Puts! E agora?

Nessa hora um unicórnio muito fofinho passou sobre minha cabeça e gritou lentamente: você perdeu sua dignidaaaaade. Sério!

Ufa, não era cocô. Era a bebê descendo.

O bloqueador de nervo pudendo, uma espécie de anestesia (muito bem indicada) facilitou o expulsivo. Helena chegou às 15:53.

Dennys, que me sustentou em todo o tempo, nos abraçou. Nós conseguimos!

Com a bebê no colo, fui pra maca ao lado onde controlaram rapidamente minha hemorragia.

Paulo e Suelen me avisam que aquela membrana temperamental tinha ido embora durante o parto. 3.325kg e 47 centímetros. Nenhuma crise de hipoglicemia. A diabetes não afetou minha menina.

Dra. Nicole (pediatra) entrou em ação e Heleninha conheceu o meu peito.

Pra fechar com chave de ouro, minha mãe entrou no delivery. Ela me beijou e juntas choramos. Dona Aurora sabia muito bem o que eu havia passado até chegar ali.

Agora, você também sabe.

Como a Bianca disse, o parto foi só a cereja do bolo. Pari a Helena, mas sobretudo, pari medos, traumas e vergonhas.

Não sou mais mãe por causa desse parto. Sou uma mãe que desejou ardentemente experimentar o corpo trabalhar e conseguiu.

Após o parto, rodeada pelo meu marido,  minha mãe e a equipe humanizada que nos atendeu
Após o parto, rodeada pelo meu marido, minha mãe e a equipe humanizada que nos atendeu (Arquivo pessoal)

 

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Hospital em Cuiabá suspende parto humanizado e diz a obstetra que gritos das pacientes incomodam https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/24/hospital-em-cuiaba-suspende-parto-humanizado-e-diz-a-obstetra-que-gritos-das-pacientes-incomodam/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/24/hospital-em-cuiaba-suspende-parto-humanizado-e-diz-a-obstetra-que-gritos-das-pacientes-incomodam/#respond Tue, 24 May 2016 12:16:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5759 Victor assiste a parto humanizado (Foto: Elis Freitas)
Victor assiste a parto humanizado (Foto: Elis Freitas)

O Hospital São Mateus, em Cuiabá,  suspendeu a partir deste mês a realização de partos humanizados dentro da instituição.  A decisão foi comunicada ao obstetra Victor Rodrigues, especializado em partos humanizados.

O obstetra disse ao Maternar que recebeu uma ligação  marcando uma reunião com a direção do hospital. No encontro, pediram a ele que não internasse mais no hospital suas pacientes de parto humanizado. A justificativa, segundo ele, é que a ouvidoria do hospital recebeu reclamações, pois as grávidas gritavam demais no parto humanizado e incomodavam os demais pacientes da instituição.

“Tem paciente que verbaliza mais, outras menos. Perguntei quantas reclamações tinham recebido e não souberam dizer. Responderam só que era bastante”, disse ele.

Procurado, o hospital informou por mensagem de WhatsApp que “não tem ambiente apropriado para realizar partos humanizados, atualmente praticados no quarto”. Diz ainda que a falta de estrutura coloca em risco a segurança da mãe e do bebê.

“Os partos humanizados exigem todo um ambiente preparado conforme normas do Ministério da Saúde”, informa a mensagem enviada por uma funcionária do departamento de RH (Recursos Humanos).

Sobre a falta de estrutura, Victor afirma que a instituição alegou que não tinha UTI neonatal para internação. “Dos 120 partos que fiz no ano passado, só quatro precisaram de internação. E cesariana é o que mais dá UTI. Daí vieram com a história dos gritos, pois tem cirurgia cardíaca e paciente que teria reclamado do barulho.”

Segundo o hospital, os partos normal e cesariana continuam sendo realizados no centro cirúrgico.

A decisão do São Mateus irritou uma série de pacientes do obstetra, que criaram a hashtag #EuApoioDrVictorRodrigues em solidariedade ao profissional.

Além dos relatos em favor do obstetra, a hashtag também reúne fotos do médico em exercício.

Victor afirma que a mudança atrapalha, pois ele estruturou sua agenda e consultório em torno do hospital. Além de ter um consultório dentro do hospital, ele também mora perto da instituição. “Tenho agenda de paciente, não tenho para onde ir de repente.”

O obstetra diz que outro hospital se dispôs a receber os partos humanizados que aconteceriam no São Mateus.  O problema, segundo ele, é que essa outra instituição é só maternidade e, às vezes, falta leito para o parto humanizado.

Para a obstetra Roxana Knobel, dois pressupostos podem ser utilizados para classificar um parto como humanizado: 1) a mulher é a protagonista, o centro das atenções; 2) toda intervenção é baseada em evidências científicas.

Partindo desses princípios, o parto será conduzido de acordo com a vontade da gestante. “Se ela não quiser usar camisola para parir, não usa. Ela não vai usar camisola só porque é rotina. Se ela quiser parir de pé, tudo bem”, afirma Roxana em entrevista ao Maternar em 2015.

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Como seu bebê é acolhido após o nascimento? Veja procedimentos que podem melhorar essa recepção https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/09/como-seu-bebe-e-acolhido-apos-o-nascimento-veja-procedimentos-que-podem-melhorar-essa-recepcao/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/05/09/como-seu-bebe-e-acolhido-apos-o-nascimento-veja-procedimentos-que-podem-melhorar-essa-recepcao/#respond Mon, 09 May 2016 10:27:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5680 Como seu bebê é recebido daqui do lado de fora? (Foto:  Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Como seu bebê é recebido daqui do lado de fora? (Foto: Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

O bebê passa nove meses protegido dentro do útero da mãe. Mas será que ele tem essa mesma sensação de segurança quando nasce? Em muitos lugares, o recém-nascido é afastado da mãe logo após o parto para fazer uma série de exames, além de ser medido, pesado e tomar banho. Depois, longe dos pais, ele recebe colírio de nitrato de prato nos olhos e uma injeção de vitamina K, tudo isso pouco tempo depois de conhecer um novo mundo.

Para a neonatalogista Ana Paula Caldas Machado, o recém-nascido passa por muitos procedimentos desatualizados e desnecessários, que causam desconforto.

Para que a recepção seja acolhedora, diz Ana Paula, o principal é que a criança fique em contato pele a pele com a mãe na primeira hora de vida. Além de fortalecer o vínculo, esse contato também estimula a amamentação.

“O cordão umbilical não deve ser cortado antes de parar de pulsar. O ideal é que o bebê fique o tempo todo com a mãe, só saia de perto em uma situação de emergência. Todos os procedimentos, como pesar e medir, podem ser feitos na sala de parto, na presença da mãe”, afirma ela.

Ela participará do 3° Siaparto (Simpósio Internacional de Assistência ao Parto), que acontece de 1 a 4 de junho em São Paulo.

Entre os procedimentos que ela considera desatualizados está o de pingar o colírio de nitrato de prata no recém-nascido.  Indicado para evitar a conjuntivite provocada pela bactéria da gonorreia, ele também pode causar uma irritação chamada de conjuntivite química.

“O colírio existe faz mais de 110 anos, quando a gente tinha uma incidência alta de gonorreia e não existia antibiótico. Hoje não tem razão para utilizar, a prevalência do gonococo é baixa, é uma doença tratável e colírio só previne contra o gonococo.  É uma prática desatualizada”, afirma Ana Paula.

Mas como sua utilização é recomendada pelo Ministério da Saúde, os pais que não querem aplicar o colírio no bebê devem assinar um termo de recusa informada no hospital onde ele nascer.

Outro sinal de desatualização, segundo ela, é que a doença seria transmitida durante o nascimento pela via vaginal. Mas o colírio é aplicado em todos os bebês, mesmo naqueles nascidos de cesárea.

Uma forma de saber se a mulher corre o risco de estar infectada é realizar exames ainda na gestação. “Só que isso não é uma rotina do pré-natal. Vejo hospitais em que aplicam colírio mesmo em bebês que não passaram pela vagina”, diz a neonatalogista.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que  há casos em que a cesárea não é feita com a bolsa íntegra e por este motivo o procedimento ainda está em discussão entre especialistas.

Outro procedimento questionável é a injeção de vitamina K no recém-nascido. O Ministério da Saúde informa que ela deve ser feita de rotina para prevenir a doença hemorrágica, que ocorre pela falta de produção da vitamina K nos recém-nascidos e é potencialmente grave. A recomendação é que ela seja injetável, pois a aplicação oral pode não ter a absorção desejada, informa o ministério.

Para Ana Paula, essa é uma questão de ponto de vista. “A incidência pra doença é de 1 para 20 mil nascidos. Tem gente que acha que é muito, outros que é pouco. É uma questão do jeito de ver a vida mais que a doença em si.”

A aspiração do bebê deixou de ser rotina em 2011. Mas Ana Paula afirma que isso não significa que ela deixou de ser realizada. “A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que não se faça aspiração, que o bebê fique em contato pele a pele. Mas a recomendação é diferente da prática. Mesmo treinando pediatras para fazer diferente, alguns continuam fazendo a mesma rotina de 50 anos atrás, separando o bebê da mãe, fazendo o corte precoce do cordão, aspiração. Não mudou nada.”

O primeiro banho, que muitos pais costumam filmar na maternidade, é outra prática que a neonatologista recomenda que seja adiada. “Se for para dar banho, que seja depois de 24 horas. Se nasceu muito sujinho, passa um pano molhado. Aquela camada branquinha, o vérnix, protege a pele do bebê. Eu recomendo dar o banho em casa, não no hospital.”

Segundo ela, além de ser manipulado de forma excessiva no banho, o bebê perde temperatura. “Não é conveniente que a temperatura dele fique esquentando e depois esfriando.”

E o que os pais podem fazer para evitar que o recém-nascido passe por procedimentos que a família considera que são desnecessários? A recomendação é ter um pediatra da sua confiança na sala de parto.

Mas como a maioria nasce com a presença de um pediatra plantonista, Ana Paula sugere que a mãe faça um plano de parto bem detalhado, deixando claro quais procedimentos ela não quer que sejam realizados. “E contar com a sorte de ter um médico que atenda seu plano de parto, pois ele não é obrigado a respeitá-lo.”

O vídeo abaixo, que circula nas redes sociais, choca algumas pessoas que nunca viram um bebê tomar banho no hospital.

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Hospital da zona leste de SP inaugura centro de parto normal https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/03/10/hospital-da-zona-leste-de-sp-inaugura-centro-de-parto-natural/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/03/10/hospital-da-zona-leste-de-sp-inaugura-centro-de-parto-natural/#respond Thu, 10 Mar 2016 10:04:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5318 Quarto do centro de parto natural do Hospital Santo Antônio, administrado pela Beneficência Portuguesa (Divulgação)
Quarto do centro de parto normal do Hospital Santo Antônio, administrado pela Beneficência Portuguesa (Divulgação)

O Hospital Santo Antônio, localizado na Penha (zona leste de SP), inaugura nesta quinta (10) um centro de parto normal. Com quatro quartos, o novo centro atenderá as gestantes pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Para inaugurar esse setor, a Beneficência Portuguesa de São Paulo, que administra o Santo Antônio, investiu R$ 1 milhão por meio de uma parceria.

O setor de parto normal conta com banheiras em dois dos quartos, espaldar para alongamento, bolas suíças e iluminação indireta.

Segundo Kátia Kosorus, coordenadora da maternidade, o índice de parto normal já é elevado dentro do hospital. Dos cerca de 350 partos realizados mensalmente, de 70% a 75% são normais.

Kátia diz que a maternidade não usa mecanismos de indução do parto. Para isso, a internação só acontece quando a grávida está na fase ativa do trabalho de parto.

Dá para reservar uma sala para fazer parto normal lá? Não, o hospital trabalha com pacientes referenciados da Prefeitura de São Paulo.  O hospital já recebe grávidas de 26 UBS (Unidades Básicas de Saúde) para acompanhamento da gestação a partir da 36ª semana.

Mas se você chegar lá na porta em trabalho de parto será atendida? Kátia diz que sim, pois a maternidade trabalha com ‘as portas abertas’. “Recebemos pacientes de regiões bem distantes. Tem gente de Interlagos que vem nos procurar.”

No entanto, se a maternidade estiver lotada, a paciente pode ser transferida para outro local. “Devido à alta demanda, é comum termos superlotação”, diz Arnaldo.

Segundo ele, a inauguração do novo centro ampliará a capacidade de realizações de parto da maternidade. A expectativa é que o hospital possa realizar até 420 partos com a nova estrutura.

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