Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Justiça considera ilegal cobrança de taxa para obstetra acompanhar parto de quem tem plano de saúde https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/24/justica-considera-ilegal-cobranca-de-taxa-para-obstetra-acompanhar-parto-de-quem-tem-plano-de-saude/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/24/justica-considera-ilegal-cobranca-de-taxa-para-obstetra-acompanhar-parto-de-quem-tem-plano-de-saude/#respond Tue, 24 Jan 2017 16:34:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7033 Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

A Justiça negou o pedido da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) de reconhecer a legalidade da cobrança da taxa de disponibilidade das clientes de planos de saúde. Essa taxa é cobrada dos obstetras sob a justificativa de que existe um custo para ficar disponível para realizar o parto.

Para a juíza federal Diana Brunstein, da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, essa taxa é uma forma de “coação do médico que acompanha o pré-natal, dando a entender que somente ele terá condições de dar bom atendimento ao parto”.

Ela diz ainda que essa cobrança “decorre de uma desconfiança da gestante quanto ao sistema de saúde e medo de não encontrar plantonistas e equipes qualificadas no momento do parto”.

O pedido de reconhecimento da cobrança da Sogesp foi feito após a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) considerar irregular a cobrança da taxa de disponibilidade apresentada pelos obstetras. Para a ANS, todos os custos devem ser cobertos pelas operadoras de plano de saúde.

Em sua decisão, a juíza afirma ainda que a remuneração do médico credenciado já está pré-estabelecida com a operadora. Se ele estiver insatisfeito com o valor repassado deve “procurar ‘captar clientela’ de outra forma, atendendo somente consultas particulares, onde poderá ajustar seus honorários livremente, com pessoas que o procuraram já cientes dessa disposição.”

“Se quiser fazer o parto da segurada deve se sujeitar às regras do plano médico a que está vinculado, não podendo cobrar um plus sob forma de uma pretensa taxa de disponibilidade”.

A magistrada diz ainda que essa cobrança está relacionada ao agendamento de cesarianas. “Trata-se de uma pseudo disponibilidade, pois nenhum profissional que atende diversos pacientes pode assegurar que estará disponível 24 horas qualquer dia, qualquer hora, por qualquer período. Isso não é real e induz certamente a prática de cesarianas.”

Procurada pela reportagem, a Sogesp ainda não se manifestou.

Leia a íntegra da decisão aqui.

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Livro tenta derrubar mitos e tirar o medo que algumas mulheres têm do parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/22/livro-tenta-derrubar-mitos-para-proporcionar-as-mulheres-um-parto-sem-medo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/22/livro-tenta-derrubar-mitos-para-proporcionar-as-mulheres-um-parto-sem-medo/#respond Tue, 22 Nov 2016 14:31:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6852 Uma das fotos do Projeto Nascer (Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Uma das fotos do Projeto Nascer (Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

“Ninguém da minha família conseguiu um parto normal. Não sou eu que vou conseguir.” No livro “Parto Sem Medo”, o obstetra Alberto Guimarães diz que essa desculpa costuma ser um plano de fuga muito comum entre as mulheres.

“Ela quer, mas procura desculpas para fugir do que quer. Pode até ter informação de qualidade, mas precisa aprender a confiar mais em si mesma e tomar decisões sem precisar da aprovação dos outros. Essa mulher, muitas vezes, foi desenganada porque disseram e decretaram que ela não seria capaz”, escreve Guimarães no livro.

No Brasil, as taxas de cesárea são consideradas epidêmicas. Ultrapassam 80% de todos os partos realizados na rede privada. Esse percentual é bem superior à taxa recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), de 15%.

Ninguém tem dúvidas de que a cesárea é uma cirurgia que pode salvar vidas, tanto da mãe quanto do bebê. Mas não deveria ser utilizada como um procedimento de rotina, já que traz riscos de sangramento para a mãe e de doenças respiratórias e outras complicações para o bebê.

Para eliminar alguns dos medos das mulheres em relação ao parto normal, Guimarães diz no livro que as mulheres não devem se enganar com a suposta facilidade que a cesárea oferece.

“Algumas mulheres encaram o trabalho de parto como um procedimento desnecessário. Avaliam a cesárea como um avanço tecnológico e não percebem que colocam em risco suas vidas ao acreditarem em tais mitos.”

Segundo ele, pode ser um balde de água fria quando essas mulheres perceberem que o medo pode ser trabalhado e que o “parto pode ser prazeroso e transformá-las profundamente”.

O obstetra também alerta sobre coisas que ninguém conta sobre a cesárea, nem as amigas mais próximas.

“A mulher fica na maioria das vezes amarrada em uma maca, é anestesiada. Muitos médicos empurram a barriga para posicionar o bebê, e a criança nasce sem que aquela mulher participe de nada. Ela vê o bebê, tem a necessidade de toque, e só pode tirar uma foto encostando o rosto no corpo da criança.”

O livro será lançado na quarta-feira (23), às 19h, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis (Av. Higienópolis, 618), em São Paulo.

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Após exposição no Louvre, brasileira lança livro com fotos de parto humanizado https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/03/apos-exposicao-no-louvre-brasileira-lanca-livro-com-fotos-de-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/03/apos-exposicao-no-louvre-brasileira-lanca-livro-com-fotos-de-parto/#respond Thu, 03 Nov 2016 09:00:20 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6766 Foto do Projeto Nascer (Fotógrafa: Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Foto do Projeto Nascer (Fotógrafa: Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

 

Após expor suas fotos em outubro no Salão Internacional de Arte Contemporânea do Carrossel do Louvre, em Paris, a fotógrafa Lela Beltrão vai lançar agora um livro com imagens de parto. Publicado em francês e português, a obra traz imagens de nove trabalhos de parto, além dos relatos de cada uma das mães retratadas.

“A fotografia tem um poder de transformação muito forte. As imagens tocam muito e levam para um questionamento, um debate, um olhar sobre si mesmo e a sua história”, diz a fotógrafa.

Na opinião dela, o “livro é uma ferramenta de sensibilização, informação e transformação”. “Mais uma força para ajudar a crescer o movimento em favor do parto com respeito, do parto humanizado. E uma forma de divulgar que existe muita gente nadando contra a corrente apesar de estarmos em um país com um índice de cesárea tão alto.”

A fotógrafa conta que foi muito emocionante levar suas fotos para Paris. “Chegar àquele museu gigantesco, olhar a pirâmide tão famosa de frente, com as minhas fotos debaixo do braço, foi bem forte. Enquanto ia em direção ao meu estande via os outros artistas que estavam compartilhando o espaço comigo e senti o peso da responsabilidade do que estava acontecendo. Muita gente boa e de vários cantos do mundo.”

As fotos expostas por Lela ganharam o primeiro lugar na votação do público entre os 32 artistas que estavam no estande.

Ela diz que o público não passava batido por suas fotos. “Algumas pessoas se assustavam e outras paravam e ficavam contemplando as fotos. Vi uma mulher chorar. Algumas vieram me contar suas experiências de parto. Um senhor de uns 80 anos pediu para folhear o livro e ficou um bom tempo vendo as fotos. Ele me disse que nunca tinha visto um parto daquele jeito.”

Uma das fotos expostas em Paris foi escolhida para ser capa do livro “Com as mãos e o coração”, de Elizabeth Davis, que será lançado em 2017 pela coleção Parto com Prazer.

O livro  “Parto Humanizado: Uma Visão Artística Sobre o Poder Feminino” será lançado domingo (6) no Espaço Puri (Rua Suassuí, 39 – Alto da Lapa), em São Paulo, das 16h às 19h. As fotos que estavam em Paris também estarão expostas durante o lançamento.

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Portal cria rede de fotógrafos de nascimento para disseminar informação para gestantes https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/10/13/portal-coloca-rede-de-fotografos-de-parto-humanizado-em-contato-com-gestantes/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/10/13/portal-coloca-rede-de-fotografos-de-parto-humanizado-em-contato-com-gestantes/#respond Thu, 13 Oct 2016 10:00:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6608 Vívian Scaggiante é uma das criadoras do portal Hora Dourada (Foto: Vívian Scaggiante/Além D'Olhar fotografia)
Vívian Scaggiante é uma das criadoras do portal Hora Dourada (Foto: Vívian Scaggiante/Além D’Olhar fotografia)

Grávidas que desejam registrar as imagens de seu parto ganharam uma nova ferramenta para localizar um fotógrafo especializado em nascimento. É portal Hora Dourada, que entrou no ar nesta quinta-feira (13).

O portal possui uma ferramenta de busca do fotógrafo por Estado e área de atuação _parto domiciliar, hospitalar ou cesárea agendada.

Idealizado por Vívian Scaggiante e Suzanne Shub, proprietárias da empresa Além D’Olhar fotografia, o portal foi um dos selecionados pelo Social Good Brasil Lab, que viabiliza projetos de impacto social.

“Esse programa seleciona projetos que usam a tecnologia para mudar o mundo, você tem que resolver algum problema. A gente entrou com melhoria na saúde para reduzir o índice de cesárea”, afirma Vivian. “Esse movimento é realizado com todos os fotógrafos, essa é a diferença. Juntos temos a força de transformação.”

Além da busca de fotógrafos, o portal reúne nesta primeira fase depoimentos de casais e profissionais sobre a importância das imagens de nascimento para promover autonomia e empoderamento da mulher.

Um dos depoimentos é o de Sabrina Ferigato, cujo vídeo de parto já teve mais de 9 milhões de visualizações.

“Ter feito esse registro, para além das questões óbvias de poder acessar essa memória em várias fases da vida […], o nosso parto, com o compartilhamento nas redes sociais, virou um fato político. Para mim deixa claro a potência de um registro sensível, a potência da revolução amorosa que um vídeo como esse tem o poder de promover”, afirma Sabrina.

O vídeo de Sabrina ficou famoso porque foi utilizado à época por uma reportagem do Fantástico, da TV Globo,  que discutia o parto domiciliar. “Fez um bem enorme não só para nossa família, mas para todo movimento de humanização do parto e para mulheres e bebês que podem ter um nascimento mais digno”, diz Sabrina em vídeo.

Fernando Queiroz, marido de Sabrina, também deu seu depoimento.  “A princípio eu não queria, achava que era momento muito íntimo da Sabrina. Me arrependeria muito se não tivesse feito esse registro. Porque esse vídeo traz boas lembranças e sei que perderia algumas memórias lindas do que se passo naquele dia”

A segunda fase do portal, que estará disponível no fim do ano, prevê a possibilidade de busca de grupos de gestantes, além da publicação vídeos informativos sobre parto.

“Ao disseminar vídeos informativos com imagens de nascimento, amplia-se a consciência de mulheres e casais sobre a importância do respeito ao processo natural desse momento, incentiva a procura por mais informação e exigência de qualidade no atendimento ao parto”, afirma Vivian.

O portal reuniu depoimentos de profissionais importantes para o movimento de humanização do parto, como da obstetriz Ana Cristina Duarte.

“O que a gente teve até hoje de informações sobre o parto é que ele é uma coisa dolorosa, ruim, feia, perigosa, urgente, emergencial. E o nascimento não é isso, de modo geral é um momento muito tranquilo, fisiológico, natural, normal da vida de uma mulher. E isso a gente só consegue mudar na cabeça das pessoas se elas conseguirem enxergar, porque a maioria das pessoas só consegue compreender através do olhar” diz Ana Cris em vídeo.

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Tinha um fundinho de terra, diz advogada que tomou suco feito com placenta; veja o que fazer com o órgão https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/16/tinha-um-fundinho-de-terra-diz-advogada-que-tomou-suco-feito-com-placenta-veja-o-que-fazer-com-o-orgao/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/16/tinha-um-fundinho-de-terra-diz-advogada-que-tomou-suco-feito-com-placenta-veja-o-que-fazer-com-o-orgao/#respond Fri, 16 Sep 2016 10:00:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6453 Kalu dá suco com placenta para Fabiana (Arquivo Pessoal)
Kalu dá suco com placenta para Fabiana (Arquivo Pessoal)

A advogada Fabiana Soares Leme, 37, deu à luz Antônio no último dia 4 em um parto domiciliar em Belo Horizonte (MG).  Depois do parto, a doula e fotógrafa Kalu Brum perguntou se Fabiana queria tomar um suco feito com sua placenta. Na época, a polêmica envolvendo a apresentadora Bela Gil, que ingeriu a placenta após o parto, nem tinha vindo à tona.

“Eu já tinha o plano de guardar minha placenta. Pesquisei e queria fazer tintura e umas cápsulas. Mas não tinha nenhum pudor em ingerir a placenta. A Kalu teve a ideia, me falou e eu achei ótimo. É tão natural no mundo animal, os mamíferos comem a placenta. Acho que não fazem isso à toa. Se é assim na natureza deve ter algum sentido. Os animais se recuperam rapidamente do parto”, diz Fabiana.

A advogada conta que não sentiu o gosto da placenta quando tomou o suco feito pela doula. Kalu fez um suco de pitanga, tangerina e mel e bateu com a placenta. “Estava misturado, não senti o gosto. Tinha um fundinho de terra, mas não era nada muito forte.”

A ingestão da placenta não é uma tema que pegou Fabiana de surpresa. Ela tem uma amiga que consumiu a placenta em forma de sushi após o parto.

Apesar da falta de comprovação científica, os defensores do consumo da placenta alegam que a ingestão do órgão, em suas diversas maneiras, pode trazer benefícios, como redução da perda sanguínea e da depressão pós-parto.

Fabiana conta que perdeu muito sangue no parto e acabou ficou com anemia. Ela acabou tendo de tomar ferro também. “Não sei o que me ajudou mais. Depois, até pensei que poderia ter deixado mais pedacinhos da placenta para tomar depois.”

O restante do órgão de Fabiana está congelado agora. Ela pretende fazer cápsulas e tinta com sua placenta. “Já entrei em contato e estou vendo como faz isso.”

OUTROS DESTINOS PARA A PLACENTA

Já há empresas no Brasil que fazem o encapsulamento da placenta. A celebridade Kim Kardashian, por exemplo, encapsulou a placenta para consumi-la depois.

Há doulas que fazem tintura da placenta, que é usada como uma espécie de produto homeopático para ser usado pela mãe e o bebê ao longo da vida.

Há pessoas que preferem plantar a placenta, preferencialmente perto de uma árvore frutífera.

E também há aquelas que somente usam a placenta para fazer uma espécie de quadro: o órgão é pressionado contra uma folha de papel e forma um desenho muito parecido com uma árvore. É o chamado print ou impressão.

Se você não quiser fazer nada com a placenta e tiver dado à luz em um hospital, o órgão muito provavelmente será incinerado.

O presidente da Febrasgo (federação brasileira de obstetrícia), César Fernandes, diz que a placenta é propriedade da paciente. No parto hospitalar, depois de examinada pelo médico, a placenta costuma ir para o balde e depois para a incineração.

Se o médico achar necessário, pode pedir para o órgão passar por uma análise anátomo-patológica.

“Não havia essa clareza, apesar da obviedade, que a placenta é um órgão da mãe. Se ela pedir, a gente tem que acondicionar e entregar para ela”, afirma o obstetra.

Ele questiona o consumo da placenta para fins nutricionais.”Não vejo razão para ingerir a placenta para suprir micronutrientes ou macronutrientes que elas podem encontrar em sua alimentação normal.”

Para Fernandes, há medicamentos mais eficazes e já testados para evitar o sangramento no pós-parto que a placenta. “Existem fármacos que contraem o útero que são muito eficientes para diminuir a perda sanguínea. Acreditar que a placenta vai fazer isso não faz sentido.”

Por outro lado, ele diz respeitar a decisão e crenças das pacientes. “Não posso me colocar acima da crença das pessoas, mas jamais vou propor como recomendação médica.”

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Campanha busca recursos para projeto que defende democratização do nascimento respeitoso https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/15/campanha-busca-recursos-para-projeto-que-defende-democratizacao-do-nascimento-respeitoso/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/15/campanha-busca-recursos-para-projeto-que-defende-democratizacao-do-nascimento-respeitoso/#respond Thu, 15 Sep 2016 14:45:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6448 Raquel 'doula' gestante em trabalho de parto (Arquivo Pessoal)
Raquel ‘doula’ gestante em trabalho de parto (Arquivo Pessoal)

A campanha Cada Nascimento Importa, lançada pelas irmãs Raquel e Lia Oliva, busca recursos para levar informações sobre parto respeitoso para todas as mulheres. Sócias da Comparto, um empresa de apoio ao pré-parto, parto e pós-parto, elas lançaram uma campanha de financiamento coletivo na internet.

“Sabemos que é ambicioso o objetivo de mudar a realidade do parto em nosso país, transformando nossa sociedade, mas acreditamos e confiamos completamente na importância dessas ações e que nosso trabalho torna isso mais possível”, afirma a fundadora da Comparto, Raquel Oliva, que atua como doula e educadora perinatal.  “Todas as mulheres têm direito à informação. Infelizmente, muitas ainda não recebem informações corretas sobre o que seria um nascimento respeitoso.”

Um exemplo, segundo ela, de que ainda há muito desconhecimento envolvendo o nascimento é que muita gente faz críticas ao parto humanizado. “As pessoas não sabem que parto humanizado é um parto respeitoso e baseado em evidências científicas. Não é necessariamente um parto domiciliar. É preciso desmistificar o nascimento.”

O objetivo da campanha é transformar o site da Comparto em um portal com fóruns sobre parto humanizado, lançar um canal no YouTube e criar uma conferência on-line de doulas. “As doulas são multiplicadoras do parto humanizado. Essa conferência vai municiar aa categoria para empreender e se organizar”, afirma Raquel.

A primeira meta da campanha, que se encerra às 23h59 desta quinta, já foi atingida. Agora, as irmãs tentam atingir as outras metas. “Foi muito suado chegar até aqui. Tiveram dias que recebemos muita ajuda e outros em que não entrou nada. Chegamos a pensar que não conseguiríamos atingir a meta e ainda teríamos de arcar com o custos de divulgação da campanha”, afirma Raquel.

Segundo ela, os principais doadores foram amigos, parentes e mulheres que ela ‘doulou’. “Da mesma forma que elas tiveram um parto respeitoso, elas ajudaram para que outras tivessem a mesma oportunidade.”

Se você quiser doar, entre na página da campanha e veja opções.

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Projeto realiza parto domiciliar gratuito para famílias sem condições financeiras https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/14/projeto-realiza-parto-domiciliar-gratuito-para-familias-sem-condicoes-financeiras/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/09/14/projeto-realiza-parto-domiciliar-gratuito-para-familias-sem-condicoes-financeiras/#respond Wed, 14 Sep 2016 12:38:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6329 Laila acompanhada do marido, filho, doula e equipe de parteria Aninhar (Arquivo Pessoal)
Laila acompanhada do marido, filho, doula e equipe de parteria Aninhar (Arquivo Pessoal)

Muita gente tem vontade de ter um parto domiciliar, mas esbarra na questão financeira. Esse tipo de parto não tem cobertura dos planos de saúde. Casais interessados em ter um parto em casa desembolsam de R$ 6.000 a R$ 10 mil pelos serviços de uma equipe composta normalmente por obstetriz, doula e pediatra neonatologista _valor que pode variar, dependendo dos profissionais que integram a equipe.

Mas três profissionais da área, a pediatra Ana Paula Caldas, a enfermeira obstétrica Marcela Zanata e a obstetriz Jéssica Cirelli decidiram se juntar e criar um serviço de parteria social em Campinas, no interior de São Paulo. É o Aninhar Parteria Contemporânea, que realiza partos domiciliares gratuitamente para famílias com renda total mensal de até três salários mínimos.

“No segundo parto da Marcela, ela e o marido estavam desempregados e não tinham como pagar. Então as parteiras deram o parto. Ela sente que tem que retribuir isso. Às vezes, você está em um momento da vida que não tem como dar R$ 5.000, R$ 6.000 em um parto”, diz Jéssica.

Para participar do projeto, a grávida tem que ter uma gestação de risco habitual (sem morbidades, feto único em apresentação cefálica e idade gestacional maior ou igual a 37 semanas) e estar realizando pré-natal.

A ideia inicial das idealizadoras do Aninhar era realizar um parto por mês. Mas como receberam muitas cartas de interessadas no projeto, decidiram ampliar esse número.

“Lendo as cartas, não tem como negar. Neste mês, vamos fazer três. A gente vai se desdobrar e vai atender. Uma coisa boa é que teve doula, fotógrafo e até médico se voluntariando para trabalhar com a gente”, afirma Jéssica.

Por enquanto, o Aninhar funciona apenas em Campinas. Mas a ideia é levar essa parteira social para outras regiões. Uma das contrapartidas do projeto é que elas possam levar uma estagiária para acompanhar o parto.

“A gente dá formação teórico e prática. A ideia é que um dia a gente possa levar isso para outros lugares. A gente treina uma profissional em Ribeirão e ela passa a atender lá. Queremos que isso se expanda e mais gente possa atender”, diz a obstetriz.

PARTO NORMAL APÓS CESÁREA

Laila ao lado de Benjamin, Gael e o marido (Arquivo Pessoal)
Laila ao lado de Benjamin, Gael e o marido (Arquivo Pessoal)

O primeiro parto realizado pelo Aninhar foi o da jornalista Laila Ruis Petrucelli, 29. Mãe de Benjamin, 2, ela deu à luz Gael em casa no último dia 24 de agosto.

O marido de Laila ficou desempregado em junho e ela parou de trabalhar quando Benjamin completou 10 meses.

Ela ficou sabendo do Aninhar por amigas de um grupo de mães que a marcaram em uma postagem do Facebook.

Laila diz que já tinha uma doula e seu plano inicial era dar à luz em um hospital de Campinas que caminha para a humanização.

No início, segundo ela, seu marido não era muito fã da ideia de fazer um parto domiciliar, mas acabou topando.

Laila deu à luz acompanhada do marido, do filho, das profissionais do Aninhar e de sua doula. “A doula não faz parte da equipe do Aninhar, mas ficou tão feliz que também prestou um serviço voluntário.”

Ela diz que sentiu muita dor durante as sete horas de trabalho de parto e chegou a pedir para ser levada ao hospital para tomar anestesia.

Só que isso ia contra tudo que ela passou a gestação planejando. “Passou pela minha cabeça que eu não conseguiria. Elas ficaram conversando comigo, dizendo para ter calma, me ajudaram a manter o foco.”

Ela deu à luz sentada na banqueta, pois não deu tempo de encher a piscina inflável. “Foi tudo muito rápido, quando começaram os puxos expulsivos.”

Laila fala que dar as sensações do pós-parto mudam muito da cesárea para o parto normal sem intervenção. “Na cesárea, meu filho nasceu e mal o vi. Fiquei deitada o dia inteiro, não podia levantar, não podia fazer esforço e tive de tomar um monte de remédio. Desta vez, dormi bastante para descansar, mas acordei, me alimentei e me sentia muito bem. Tomei banho e estava ótima.”

No primeiro parto, ela ficou oito horas em trabalho de parto. Mas Benjamin acabou nascendo de cesárea. “Se eu estivesse no hospital, não teria a liberdade que tive para fazer o que quisesse. Eu quis me deitar no chão e me deitei. Quando quis mudar de posição, mudei.”

A jornalista não pagou nada pelo parto. Seu único gasto foi com o material descartável. “Não tínhamos condições de pagar um parto domiciliar.”

Idealizadoras do projeto Aninhar (Arquivo Pessoal)
Idealizadoras do projeto Aninhar (Arquivo Pessoal)
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Bela critica médicos que avisam na última hora sobre cesárea e conta como fez para amamentar https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/08/25/6272/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/08/25/6272/#respond Thu, 25 Aug 2016 11:19:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6272 Bela teve Nino em casa, acompanhada do marido, filha, parteira e doula (Reprodução/Instagram)
Bela teve Nino em casa, acompanhada do marido, filha, parteira e doula (Reprodução/Instagram)

A apresentadora e chef de cozinha Bela Gil criticou os obstetras que deixam para avisar na última hora suas pacientes grávidas que pretendem fazer uma cesárea. Ela estreou o canal Bela Maternidade em seu canal no YouTube, no qual fala sobre parto, amamentação e introdução alimentar.

“Se você não quer que sua paciente tenha um parto normal, que fale logo de primeira, como muitos fazem”, disse ela ao Maternar por telefone.

A apresentadora conta que já ouviu vários relatos de pacientes que disseram aos médicos que queriam um parto normal e escutaram: ‘claro, se tudo correr bem você vai ter um parto normal’.

“Essa frase já é totalmente errada. Eles deveriam dizer: ‘se houver alguma complicação, vamos fazer uma cesárea”, afirma Bela.  “Muitas mulheres começam a gravidez com o desejo de ter um parto normal, mas chegam à 38, 39ª semana e são induzidas, com empecilhos, a pensar que a cesariana é a salvação para elas. Isso é muito errado.”

No vídeo publicado na semana passada, Bela contou como foi o parto normal hospitalar da primeira filha, a Flor, de 7 anos, com intervenções desnecessárias. Na gravação, ela afirma que é muito difícil ter um parto normal sem intervenções dentro de um ambiente hospitalar.

Questionada se os médicos não ficariam bravos com sua afirmação, ela diz que esse debate é válido. “Como disse no vídeo, não são todos os médicos, não são todos os hospitais. Acho que essa é uma questão para se pensar sim.”

Nesta quarta, ela publicou o vídeo do parto do segundo filho, Nino, nascido em maio em um parto humanizado. Acompanhada do marido e da filha, o parto de Bela teve a assistência de uma parteira e uma doula.

Ela conta que foi muito tranquilo. “Comecei a sentir contrações às 5h e às 10h ele nasceu. Foi intenso e muito bom.”

AMAMENTAÇÃO

Como muitas mulheres, Bela também teve dificuldade para amamentar Nino. Quando ele estava com 5 dias de vida, seu peito encheu muito e os mamilos racharam.

“Comecei a tirar com bombinha e a colocar na mamadeira para dar ao Nino por dois dias. E eu coloquei o peito no sol. Depois desses dois dias consegui amamentar sorrindo e feliz e estou assim até hoje”, diz. “Tiveram esses dois dias na mamadeira, que foi ótimo pra mim.”

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Vou tentar passar a confiança de que nós mulheres nascemos para parir, diz Bela Gil https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/vou-tentar-passar-a-confianca-de-que-nos-mulheres-nascemos-para-parir-diz-bela-gil/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/vou-tentar-passar-a-confianca-de-que-nos-mulheres-nascemos-para-parir-diz-bela-gil/#respond Thu, 18 Aug 2016 16:10:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6246 Bela Gil e a filha Flor (Divulgação)
Bela Gil e a filha Flor (Divulgação)

A apresentadora e chef de cozinha Bela Gil postou nesta quarta-feira o primeiro vídeo da série Bela Maternidade em seu canal no YouTube.  No vídeo, ela conta como foi o parto da primeira filha, a Flor, de 7 anos. E diz que mostrará o vídeo do parto domiciliar de Nino, de 2 meses, no episódio, que vai ar na quarta-feira da próxima semana.

“Vou postar o vídeo para tentar passar essa confiança de que nós mulheres nascemos para parir. A gente pode e a gente consegue quando não há uma complicação que obrigue a fazer uma cesárea”, afirma ela.

Bela diz que conhecia muito pouco sobre parto quando ficou grávida de Flor, há 7 anos. “Eu tinha 20 anos na época. […] Para mim, só havia dois tipos de parto, o vaginal e o cirúrgico.”

“Eu optei pelo parto normal, mas há camadas de parto normal. Hoje eu tenho mais conhecimento do que tinha na época do parto da Flor. Eu achava que tinha sido um parto ótimo, mas depois fui ver que houve muitas e muitas intervenções desnecessárias.”

Começa que a médica não deixou que entrasse em trabalho de parto na gravidez da Flor. Assim que completou de 40 semanas de gestação, a obstetra disse a Bela que seria necessário induzir o parto. E deu a ela várias opções de data.

“Fui para o hospital como se tivesse indo para uma cesárea, não entrei em trabalho de parto em casa.  A sorte é que cheguei lá à meia-noite e estava dilatada e tendo contração, mas não sentia. Não precisei ser induzida. Porém, às 6h, minha médica chegou e estourou minha bolsa e vieram dores fortíssimas, muita dor, e tomei anestesia. Às 9h a Flor nasceu e tive que fazer episiotomia. No hospital é muito difícil fazer um parto normal sem intervenção. Eu queria um parto normal, mas quase fui induzida , ela estourou minha bolsa e me cortou”, conta Bela Gil.

No vídeo de 45 minutos, Bela Gil defende que as mulheres se informem mais sobre as vias de parto. “Acho que informação é o que dá poder, segurança e confiança. O objetivo é passar informação, munir a mulher de informação necessária para que ela tome decisão 100% consciente. Sem informação, a mulher fica de mãos atadas.”

A série Bela Maternidade será composta de 12 episódios que abordarão os temas amamentação, gestação e introdução alimentar.

 

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Com intervalo de sete horas, funcionária pública dá à luz gêmeos em parto humanizado https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/22/com-intervalo-de-sete-horas-funcionaria-publica-da-a-luz-gemeos-em-parto-humanizado/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/22/com-intervalo-de-sete-horas-funcionaria-publica-da-a-luz-gemeos-em-parto-humanizado/#respond Wed, 22 Jun 2016 11:49:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5883 Damaris chegou ao hospital com Gael quase nascendo (Elis Freitas Fotografia)
Damaris chegou ao hospital com Gael quase nascendo (Elis Freitas Fotografia)

A funcionária pública Damaris Carvalho, 36, nasceu de um parto violento. Sua mãe sofreu com muitas intervenções desnecessárias. Por isso, ela achava que a forma mais segura de dar à luz era pela cesárea. Até que ela assistiu ao trailer do documentário “O Renascimento do Parto”.

“Nasci em um parto violento e cresci ouvindo sobre isso. Só que o trailer do filme mostrou duas coisas que me deixaram muito revoltadas. Uma era que a mulher aprendia a se sentir incompetente para parir, como se seu corpo não fosse dar conta. A segunda eram as falsas indicações de cesárea”, contou ela.

Depois de se informar, Damaris engravidou sabendo o que esperar de um parto.  “Descobri que o me que dava medo não era o parto natural, mas sim as intervenções médicas desnecessárias. Que mulher quer ser cortada?”, disse.

Seu primeiro filho, Davi, de 2 anos e 4 meses, nasceu de parto humanizado. Na semana passada, ela deu à luz Gael e Athos, com uma diferença de sete horas entre o primeiro e o segundo nascimento.

“Os pódromos [contrações iniciais] tinham começado há três semanas. Na segunda-feira, comecei a ter mais dilatação. E na quarta, a bolsa rompeu. As pessoas têm medo do desconhecido, mas quando a gente se informa sabe que o parto é um processo fisiológico”, disse Damaris.

Com tanta segurança sobre o que esperar daquele momento, a funcionária pública disse que teve tempo para fazer o cabelo e as unhas antes de entrar em trabalho de parto. “Cada mulher dá à luz de um jeito. E sua vontade tem de ser respeitada.”

Em casa, entre uma contração e outra, ela conversava com o marido, brincava com o filho e ainda retocava a maquiagem. “Lógico que não dá pra se maquiar na hora da contração. Mas entre uma e outra, é vida normal. Eu fico feliz durante as contrações, pois sei que está tudo bem com meu corpo e a evolução do meu parto”

Com o aumento das contrações, ela foi para o hospital e chegou quase parindo. “Ele nasceu nas minhas mãos”, diz ela se referindo a Gael.

Depois do nascimento dele, suas contrações foram diminuindo. Quando amamentava, as contrações voltavam. Mas depois pararam. Por isso, ela e o médico concordaram que tomasse um pouco de ocitocina.

“Foi muito pouco, em uma decisão que respeitou minha vontade. Já ia amanhecer, estava muito cansada e as contrações tinham parado. Os dois partos foram humanizados, a diferença é que o segundo não foi totalmente natural, afirma.

Para ela, a dose de ocitocina que tomou não pode ser comparada àquela aplicada em gestantes que estão sem dilatação e levam em conta apenas a pressa do médico de acelerar aquele parto. E antes de Gael nascer, ela ainda comeu um lanche.

Gael e Athos (Elis Freitas Fotografia)
Gael e Athos (Elis Freitas Fotografia)

Moradora de Cuiabá, ela critica hospitais que dizem não ter estrutura para um parto humanizado. “Parto humanizado é respeitar a vontade da mulher. É como dizer que não tem estrutura para um parto respeitoso.”

A taxa de cesárea ainda é muito alta na rede privada, atingindo 80% em média. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que esse percentual não passe de 15%. Para estimular a queda desse índice, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) lançou um programa que estimula o parto normal em instituições públicas e privadas.

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