Manuela, Carolina e a polêmica da amamentação em público

FABIANA FUTEMA
Deputada Manuela D'Ávila comemora aprovação de projeto (Reprodução/Instagram/Manuela D'Ávila)
Deputada Manuela D’Ávila comemora aprovação de projeto (Reprodução/Instagram/Manuela D’Ávila)

Amamentar não deveria ser motivo para polêmica. Infelizmente, ainda existe muito preconceito contra as mulheres que amamentam em público. Elas ainda são criticadas pelo excesso de exposição, principalmente se forem pessoas públicas.

Foi o que aconteceu nesta semana com a deputada Manuela D’Ávila (PC do B), que teve uma foto publicada aqui no blog, na qual aparece amamentando a filha Laura. Publicada a pedido do blog, dentro de uma reportagem sobre reação às vacinas, a foto recebeu dezenas de críticas.

Embora amamentar em público seja um direito de todas as mães, Manuela estava na casa dela.

Mesmo assim, alguns leitores diziam que ela não deveria expor a mama daquele jeito. Hello?! O peito está alimentando um bebê, a filha dela. Que mal há nisso? O tempo do paninho já passou…

Muitas cidades aprovaram leis que multam quem constrange mulheres que amamentam em público. É o caso de São Paulo, Rio e Porto Alegre.

Essas leis, no entanto, não impedem o constrangimento que acontece graças ao anonimato da internet.

Em postagem em seu perfil no Facebook, Manuela escreveu que a reação à publicação da sua foto indica a necessidade de mudança de conceitos.

“Quando aprovamos a lei que permite amamentar em qualquer lugar alguns disseram ser bobagem. Taí a expressão da necessidade de mudarmos radicalmente os conceitos de muitos! Mulher em propaganda de cerveja não indigna o João, não é?”, escreveu.

Manuela disse que continuará amamentando onde quiser. “Esse peito não é de deputada, é da mãe da Laura. Amamento onde quiser, o peito é meu (e dela, por esse período). Amamento até na capela sistina, com a bênção do meu papa Francisco!”

NA ESPANHA

Não é só aqui que uma deputada é criticada por amamentar em público. A espanhola Carolina Bescansa, do partido Podemos, foi criticada nesta semana por levar e amamentar o filho Diego, de 5 meses, à sessão que escolheu o novo presidente do Congresso.

E as críticas não partiram apenas de homens. Representantes de grupos femininos lembraram que o Parlamento possui creche, e que Carolina poderia ter deixado o menino lá.

Para deputados de outros partidos, Carolina usou o bebê para conseguir chamar atenção da mídia.

reuters