Maternar https://maternar.blogfolha.uol.com.br Dilemas maternos e a vida além das fraldas Fri, 03 Dec 2021 15:35:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Taxa de disponibilidade cobrada de pacientes grávidas é ilegal, diz ANS https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/27/taxa-de-disponibilidade-cobrada-de-pacientes-gravidas-e-ilegal-diz-ans/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/27/taxa-de-disponibilidade-cobrada-de-pacientes-gravidas-e-ilegal-diz-ans/#respond Fri, 27 Jan 2017 21:28:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7064 Bebê nascido de cesárea  (Foto: Toni Pires/Folhapress)
Bebê nascido de cesárea (Foto: Toni Pires/Folhapress)

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) informa que “qualquer taxa cobrada pelo obstetra à gestante é ilegal”.  Neste mês, a Justiça negou pedido da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) para reconhecer a legalidade da cobrança da taxa de disponibilidade. Essa taxa é cobrada para o médico acompanhar o parto da paciente dos planos de saúde.

“Uma consumidora de plano hospitalar com obstetrícia tem, por exemplo, o direito garantido de que o parto, normal ou por cesárea, está no seu plano e os honorários médicos serão em sua totalidade cobertos pela operadora”.

Segundo a ANS, “os consumidores de planos de saúde têm, conforme a segmentação contratada, cobertura garantida pelas operadoras para todos os procedimentos listados no rol de procedimentos”.

No entanto, a Sogesp diz que a cobertura dos planos de saúde prevê assistência no parto “por médico plantonista das maternidades e dos hospitais credenciados”. Ou seja, não garante disponibilidade para qualquer dia e horário do parto.

Para a entidade, “não é certo que a gestante não saiba as condições de atendimento ou tenha expectativa de ser assistida por determinado médico se a lei e o convênio lhe dão direito exclusivamente à assistência por plantonista”. “Não é certo tampouco que o médico não seja remunerado para ficar à disposição dia e noite da paciente nas semanas que antecedem o parto.”

No fim das contas, quem fica no meio desta discussão é a grávida, que não sabe se terá a presença do médico que a acompanhou no pré-natal em seu parto.

Para a juíza federal Diana Brunstein, da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, essa taxa é uma forma de “coação do médico que acompanha o pré-natal, dando a entender que somente ele terá condições de dar bom atendimento ao parto”.

O projeto Parto Adequado, que tem o objetivo de reduzir o número de cesáreas desnecessárias, defende mudanças no modelo assistencial da gestante. Uma das ideias é que a grávida faça seu parto com a equipe de plantonistas.

Para que a grávida tenha confiança nessa equipe, algumas operadoras criaram um formato de atendimento em que o pré-natal é realizado pela equipe de plantão nos últimos meses da gestação. Dessa forma, ela se sentirá segura para parir com o médico plantonista quando chegar sua vez de dar à luz.

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Associação diz que obstetra que se sentir ameaçado deve avisar pacientes que não pode mais ficar à disposição para o parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/26/associacao-diz-que-obstetra-que-se-sentir-ameacado-deve-avisar-pacientes-que-nao-pode-mais-ficar-a-disposicao-para-o-parto/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/26/associacao-diz-que-obstetra-que-se-sentir-ameacado-deve-avisar-pacientes-que-nao-pode-mais-ficar-a-disposicao-para-o-parto/#respond Thu, 26 Jan 2017 17:15:46 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7047 Bebê nasce por meio de cesárea (Foto: Toni Pires - 10.dez.2002/Folhapress)
Bebê nasce por meio de cesárea (Foto: Toni Pires – 10.dez.2002/Folhapress)

A Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) reagiu à decisão da juíza da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, Diana Brunstein, que considerou ilegal a cobrança da taxa de disponibilidade. Essa é uma taxa que os médicos cobram para acompanhar o parto das pacientes de plano de saúde.

Em nota, a entidade afirma que os obstetras que se sentirem ameaçados de punição após essa decisão devem avisar suas pacientes que não poderão mais ficar à disposição delas.

“Caso o obstetra tenha receio de sofrer alguma forma de punição, deve informar a gestante com a qual tenha contrato de disponibilidade que diante da decisão judicial proferida […]não poderá mais se comprometer a ficar à sua disposição para a assistência ao parto, orientando-a sobre os hospitais e maternidades credenciados”, informa a associação.

Segundo a Sogesp, o CFM (Conselho Federal de Medicina) reconhece a contratação da taxa de disponibilidade “desde que este procedimento seja acordado com a gestante na primeira consulta, que deverá ser informada também que ela é opcional”. Diz ainda que a gestante pode “optar em fazer o pré-natal com o médico credenciado e ter seu parto acompanhado pela equipe obstétrica de plantão nas maternidades credenciadas”.

A Sogesp diz que espera reverter no TRF (Tribunal Regional Federal) decisão da juíza da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo. Enquanto o TRF não analisa o recurso da Sogesp, a entidade afirma que a decisão da juíza está suspensa.

Na nota, a entidade afirma ainda que a ação “visa impedir que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) interfira nas competências exclusivas dos Conselhos de Medicina de impor sanções aos médicos”.

“Com a ação judicial, a Sogesp pretende encerrar uma situação instável que há mais de uma década gestantes e médicos enfrentam. Não é certo que a gestante não saiba as condições de atendimento ou tenha expectativa de ser assistida por determinado médico se a lei e o convênio lhe dão direito exclusivamente à assistência por plantonista. Não é certo tampouco que o médico não seja remunerado para ficar à disposição dia e noite da paciente nas semanas que antecedem o parto.”

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Justiça considera ilegal cobrança de taxa para obstetra acompanhar parto de quem tem plano de saúde https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/24/justica-considera-ilegal-cobranca-de-taxa-para-obstetra-acompanhar-parto-de-quem-tem-plano-de-saude/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2017/01/24/justica-considera-ilegal-cobranca-de-taxa-para-obstetra-acompanhar-parto-de-quem-tem-plano-de-saude/#respond Tue, 24 Jan 2017 16:34:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=7033 Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

A Justiça negou o pedido da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) de reconhecer a legalidade da cobrança da taxa de disponibilidade das clientes de planos de saúde. Essa taxa é cobrada dos obstetras sob a justificativa de que existe um custo para ficar disponível para realizar o parto.

Para a juíza federal Diana Brunstein, da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo, essa taxa é uma forma de “coação do médico que acompanha o pré-natal, dando a entender que somente ele terá condições de dar bom atendimento ao parto”.

Ela diz ainda que essa cobrança “decorre de uma desconfiança da gestante quanto ao sistema de saúde e medo de não encontrar plantonistas e equipes qualificadas no momento do parto”.

O pedido de reconhecimento da cobrança da Sogesp foi feito após a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) considerar irregular a cobrança da taxa de disponibilidade apresentada pelos obstetras. Para a ANS, todos os custos devem ser cobertos pelas operadoras de plano de saúde.

Em sua decisão, a juíza afirma ainda que a remuneração do médico credenciado já está pré-estabelecida com a operadora. Se ele estiver insatisfeito com o valor repassado deve “procurar ‘captar clientela’ de outra forma, atendendo somente consultas particulares, onde poderá ajustar seus honorários livremente, com pessoas que o procuraram já cientes dessa disposição.”

“Se quiser fazer o parto da segurada deve se sujeitar às regras do plano médico a que está vinculado, não podendo cobrar um plus sob forma de uma pretensa taxa de disponibilidade”.

A magistrada diz ainda que essa cobrança está relacionada ao agendamento de cesarianas. “Trata-se de uma pseudo disponibilidade, pois nenhum profissional que atende diversos pacientes pode assegurar que estará disponível 24 horas qualquer dia, qualquer hora, por qualquer período. Isso não é real e induz certamente a prática de cesarianas.”

Procurada pela reportagem, a Sogesp ainda não se manifestou.

Leia a íntegra da decisão aqui.

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Evite agendar o parto para escapar da maternidade no Natal e Ano Novo https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/12/22/evite-agendar-o-parto-para-escapar-da-maternidade-no-natal-e-ano-novo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/12/22/evite-agendar-o-parto-para-escapar-da-maternidade-no-natal-e-ano-novo/#respond Thu, 22 Dec 2016 13:53:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6940 Respeite o tempo do seu bebê para nascer (Foto: Eduardo Knapp - 06.jan.2014/Folhapress)
Respeite o tempo do seu bebê para nascer (Foto: Eduardo Knapp – 06.jan.2014/Folhapress)

As férias chegaram e todos querem um tempo para relaxar, viajar e se divertir. Até mesmo seu obstetra, que tem todo direito de descansar. Mas o bebê não precisa seguir a agenda dele ou do restante da família para nascer.

Levantamentos mostram que há uma incidência maior de cesáreas agendadas antes de feriados prolongados e de importantes datas comemorativas, como Natal e Ano Novo.

Coincidência ou não, o agendamento prévio deixa a agenda do médico livre, mas pode trazer sérias consequências tanto para a mãe e como para o bebê em função da antecipação do parto.

No ano passado, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) lançou uma campanha contra cesárea eletiva. A campanha pedia que as mães evitassem o parto agendado.

Segundo Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, os meses de dezembro a fevereiro concentram um grande volume de cesáreas agendadas.

“São meses em que notamos aumento das cesáreas desnecessárias agendadas em função das diversas datas comemorativas”, diz.

Pesquisa realizada com os nascidos vivos em São Paulo mostra que há uma queda na quantidade de cesáreas realizadas no Natal, Ano Novo e na véspera desses dois feriados _elas ocorrem antes destas datas.

Estudos científicos apontam que bebês nascidos de cesarianas apresentam riscos maiores de dificuldades respiratórias e são internados em UTI neonatal com mais frequência.

Sem indicação clínica, a cesariana aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios do recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.

Em cesarianas desnecessárias, o recém-nascido pode sofrer complicações respiratórias imediatas, e se o parto for realizado antes das 39 semanas de gestação, o nascimento pode ocorrer antes da completa maturação pulmonar do bebê. E como em toda intervenção cirúrgica, existe risco de mortalidade derivada do próprio ato cirúrgico ou da situação vital de cada paciente.

DIA DA SEMANA

O dia preferido para se marcar uma cesárea em São Paulo é a segunda-feira. Estudo do professor de estatísticas da saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, Alexandre Chiavegatto Filho mostra que esse é o dia com maior número de partos cirúrgicos de toda a semana.

Por outro lado, o dia com menos cesáreas é o domingo. Essa distribuição, na avaliação de Chiavegatto, pode indicar a influência do médico no agendamento da cirurgia.

“Não é só a questão da comodidade de não trabalhar no domingo, mas também porque os hospitais trabalham com equipes reduzidas. É melhor ter um parto com a equipe completa trabalhando”, afirma ele.

A pesquisa de Chiavegatto analisou 1,9 milhão de dados de nascidos vivos em São Paulo entre os anos de 2001 e 2010.

Segundo ele, a diferença entre os dias da semana é menor entre os nascimentos por parto vaginal. “O número de nascimentos varia menos. Também há uma queda no domingo, mas bem menor que na cesárea”, diz Chiavegatto.

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Livro tenta derrubar mitos e tirar o medo que algumas mulheres têm do parto https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/22/livro-tenta-derrubar-mitos-para-proporcionar-as-mulheres-um-parto-sem-medo/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/22/livro-tenta-derrubar-mitos-para-proporcionar-as-mulheres-um-parto-sem-medo/#respond Tue, 22 Nov 2016 14:31:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6852 Uma das fotos do Projeto Nascer (Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Uma das fotos do Projeto Nascer (Lela Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

“Ninguém da minha família conseguiu um parto normal. Não sou eu que vou conseguir.” No livro “Parto Sem Medo”, o obstetra Alberto Guimarães diz que essa desculpa costuma ser um plano de fuga muito comum entre as mulheres.

“Ela quer, mas procura desculpas para fugir do que quer. Pode até ter informação de qualidade, mas precisa aprender a confiar mais em si mesma e tomar decisões sem precisar da aprovação dos outros. Essa mulher, muitas vezes, foi desenganada porque disseram e decretaram que ela não seria capaz”, escreve Guimarães no livro.

No Brasil, as taxas de cesárea são consideradas epidêmicas. Ultrapassam 80% de todos os partos realizados na rede privada. Esse percentual é bem superior à taxa recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), de 15%.

Ninguém tem dúvidas de que a cesárea é uma cirurgia que pode salvar vidas, tanto da mãe quanto do bebê. Mas não deveria ser utilizada como um procedimento de rotina, já que traz riscos de sangramento para a mãe e de doenças respiratórias e outras complicações para o bebê.

Para eliminar alguns dos medos das mulheres em relação ao parto normal, Guimarães diz no livro que as mulheres não devem se enganar com a suposta facilidade que a cesárea oferece.

“Algumas mulheres encaram o trabalho de parto como um procedimento desnecessário. Avaliam a cesárea como um avanço tecnológico e não percebem que colocam em risco suas vidas ao acreditarem em tais mitos.”

Segundo ele, pode ser um balde de água fria quando essas mulheres perceberem que o medo pode ser trabalhado e que o “parto pode ser prazeroso e transformá-las profundamente”.

O obstetra também alerta sobre coisas que ninguém conta sobre a cesárea, nem as amigas mais próximas.

“A mulher fica na maioria das vezes amarrada em uma maca, é anestesiada. Muitos médicos empurram a barriga para posicionar o bebê, e a criança nasce sem que aquela mulher participe de nada. Ela vê o bebê, tem a necessidade de toque, e só pode tirar uma foto encostando o rosto no corpo da criança.”

O livro será lançado na quarta-feira (23), às 19h, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis (Av. Higienópolis, 618), em São Paulo.

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Projeto aumenta parto normal em hospitais e reduz intervenções médicas e internações https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/projeto-aumenta-parto-normal-em-hospitais-e-reduz-intervencoes-medicas-e-internacoes/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/11/17/projeto-aumenta-parto-normal-em-hospitais-e-reduz-intervencoes-medicas-e-internacoes/#respond Thu, 17 Nov 2016 15:30:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6858 Mulher usa banheira durante parto em hospital público (Foto: Divulgação)
Mulher usa banheira durante parto em hospital público (Foto: Divulgação)

A taxa de parto normal aumentou 76%, em média, nos 26 hospitais do grupo piloto do projeto Parto Adequado, iniciativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o IHI (Institute for Healthcare Improvement). Em 18 meses, a taxa subiu de 21% em 2014 para 37% em 2016.

Cerca de dez mil cesáreas desnecessárias _sem indicação médica_ foram evitadas neste período, segundo projeções da ANS.

A cesárea a pedido _aquela realizada pela vontade da paciente_ caiu de 28% para 19%. Para reduzir o percentual, o programa deve focar em campanhas de esclarecimento para as mulheres em uma próxima etapa.

“Estamos atuando em cursos para gestantes e pretendemos, na segunda fase, montar conselhos de pacientes, porque é muito importante informar direito à mãe. Para que ela possa optar pelo melhor parto ela tem que ser orientada”, diz Rita Sanchez, líder clínica do projeto e coordenadora da maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein.

Um dos grandes feitos do projeto foi mudar a prática obstétrica. Houve queda na realização de uma série de procedimentos que causam dor e incômodo às mulheres. A utilização de acesso venoso caiu de 90% para 50% nos hospitais participantes do programa.  A episiotomia (corte entre a vagina e o ânus) decresceu de 40% para 24% enquanto a manobra de Kristeller (empurrar a barriga) retrocedeu de 12% para 4,8%.

O uso da ocitocina também regrediu, passando de 40% para 31%. Por outro lado, a utilização de métodos não-farmacológicos para alívio da dor _como massagem e acupuntura_ subiu de 50% para 73%.

“Medidas simples, como ter acompanhante, não pegar veia, não fazer episiotomia, são muito importantes para conseguir um parto fisiológico. Mais importante que ampliar a taxa de parto vaginal é essa mudança na prática obstétrica, levando em consideração o que as mães trazem para gente e as evidências científicas”, afirma Rita.

Segundo ela, as reivindicações pelas mudanças na prática obstétrica começaram  há dez anos, com o movimento de combate à violência obstétrica.

“Tudo isso partiu das próprias mães, que não queriam cesáreas desnecessárias nem parto normal repleto de intervenções desnecessárias”, afirma.

Outro benefício do programa foi reduzir a taxa de internação em UTI neonatal. Pelas projeções da ANS, 400 internações foram evitadas em 18 meses. A taxa de internação em UTI neonatal caiu de 86 internações por mil nascidos vivos para 69 internações por mil nascidos vivos.

O programa mostrou que ampliar a realização da taxa de parto normal não aumentou complicações, como morte materna, sequela e asfixia fetal, entre outros eventos adversos.

Em três instituições houve redução desse tipo de complicação: de 73 eventos adversos por 1000 nascidos vivos para 31 eventos adversos por 1000 nascidos vivos, uma redução de 57%.

O programa agora será ampliado para 150 maternidades, que serão capacitadas para ampliar o percentual de partos vaginais ao longo de dois anos.

Apesar de números tão significativos, o Parto Adequado ainda é uma gota no oceano da saúde suplementar. O percentual de cesáreas se mantém em patamares elevadíssimos: caiu de 85,6% para 84,4% de 2014 para 2015 na rede particular.

Esse cenário deve começar a mudar ao fim da segunda etapa do projeto, quando a meta é estender o programa para todo o sistema.

“O número ainda é muito alto. A gente espera que com esses 150 dê para começar uma inflexão do que o sistema tem hoje, pois vamos ter um número muito mais representativo de hospitais. Aí sim vamos conseguir ver o número nacional cair”, afirma Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS. “A gente acredita que a segunda etapa vai trazer outra representatividade. Vamos levar dois anos nessa fase, expandindo então para todo o Brasil. O objetivo da terceira fase é atingir todas as maternidades da saúde suplementar.”

Segundo ela, o fortalecimento e expansão do programa também traz confiança para a mulher na hora de decidir pelo modelo de parto. Com o tempo as mulheres também vão ganhar confiança no modelo e no tipo de parto, vamos desconstruir mitos que temos hoje. . A gente sabe que é possível e que deu excelentes resultados.”

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Hospitais de projeto elevam taxa de parto normal e reduzem a de cesárea https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/08/11/hospitais-de-projeto-elevam-taxa-de-parto-normal-e-reduzem-a-de-cesarea/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/08/11/hospitais-de-projeto-elevam-taxa-de-parto-normal-e-reduzem-a-de-cesarea/#respond Thu, 11 Aug 2016 16:51:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=6198 Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)
Doula participa de parto hospitalar (Lella Beltrão/Coletivo Buriti de Fotografia)

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou novo balanço de desempenho dos hospitais participantes do projeto parto adequado. Em maio, a taxa de parto normal nesses hospitais subiu para 37,5% _era 31% em fevereiro. No mesmo período, a taxa de cesáreas caiu para 62,5%.

Apesar da taxa de cesárea nesses hospitais ser maior que a de parto normal, o percentual é bem menor que a média registrada na rede privada _cerca de 80%.

Desenvolvido em parceria com o Hospital Albert Einstein e o IHI (Institute for Healthcare Improvement), o projeto funciona hoje em 34 hospitais públicos e privados.

Para incentivar o parto normal, o projeto propõe mudar a forma de atendimento da mulher em trabalho de parto. Em vez de ser atendida por um obstetra em específico, ela tem a opção de fazer o parto com a equipe de plantão. Outra possibilidade é ela ser atendida por um médico pré-natalista do corpo clínico ou ficar vinculada a uma equipe multidisciplinar.

“Estamos começando um processo duradouro e sustentável de reversão das altíssimas taxas de cesáreas que o país tem apresentado”, afirma a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira.

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Mãe posta foto de filhos brincando de parto e rebate críticas: ‘Eles sabem como bebês nascem’ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/29/mae-posta-foto-de-filhos-brincando-de-parto-e-rebate-criticas-eles-sabem-como-bebes-nascem/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/29/mae-posta-foto-de-filhos-brincando-de-parto-e-rebate-criticas-eles-sabem-como-bebes-nascem/#respond Wed, 29 Jun 2016 11:19:15 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5934 Malu e Leo brincam de parto com boneca (Foto: Gabriela Prado/Reprodução/Facebook)
Malu e Leo brincam de parto com boneca (Foto: Gabriela Prado/Reprodução/Facebook)

A doula Gabriela Prado, 32, recebeu críticas e ameaças por uma foto postada em 2015 em seu perfil no Facebook. Na imagem, seus filhos Malu, 7 anos, e Leo, de 5, usam uma boneca para brincar de parto.

Nada mais natural, afinal Gabriela é doula e esse é seu trabalho: dar apoio emocional e físico para mulheres durante todo o trabalho de parto. Que filho não gosta de brincar imitando o pai ou a mãe?

O problema é que algumas pessoas enxergaram uma conotação sexual na foto, que simula um parto normal, ou seja, por via vaginal.

“Recebi várias mensagens inbox de pessoas dizendo pra depois eu não reclamar se minha filha ficasse grávida com 12 anos. Outras ameaçavam me denunciar para o Conselho Tutelar. Uma página que fala mal das doulas compartilhou a foto e questionou o que o proctologista ensinaria ao filho. Mensagens que criticavam a foto como se eu tivesse mostrado algo explícito, nudez ou contendo sexualidade”, afirma Gabriela ao Maternar.

Gabriela rebateu as críticas e diz que na casa dela os filhos sabem como os bebês nascem. “A ideia é de passar informação. Meus filhos sabem que bebê nasce pela vagina e isso é natural. Sabem que meninas têm vagina e meninos têm pênis, não é uma questão lá em casa.”

A brincadeira das crianças começou, segundo ela, depois de ela chegar em casa após um dia de trabalho com seu material, que incluía uma banqueta. “Eles ficaram encantados e brincando. E quando entenderam para quê servia a banqueta, montaram aquela cena.”

Os meninos também estão acostumados com o material didático e vídeos de parto que abordam o nascimento.

No sábado, Gabriela republicou a foto, mas agora com uma mensagem aos críticos:

Essa foto dos meus filhos está correndo a internet e quando a deixei pública sabia que isso poderia acontecer. 
Faz parte da educação ensinar às crianças como se nasce e desde sempre conto aos meus filhos como eles nasceram. 
Diferente de algumas críticas não tem nada de nudez ou obscenidade nessa foto. 
Meus filhos sabem muito bem que bebês nascem pela vagina ( <img src=" class="wp-smiley" style="height: 1em; max-height: 1em;" /><img src=" class="wp-smiley" style="height: 1em; max-height: 1em;" />😒) que dói, mas que faz parte da vida. E brincando eles elaboram todas essas informações do jeitinho deles. 
Fico feliz que nossa foto esteja por aí, mesmo que recebendo críticas. Vamos pensar sobre a educação que damos aos nossos filhos no país das cesáreas?

E convocou outras mulheres a postarem fotos de seus filhos brincando de parto com a hashtag #ChegaDeCulturaCesarista

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Com intervalo de sete horas, funcionária pública dá à luz gêmeos em parto humanizado https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/22/com-intervalo-de-sete-horas-funcionaria-publica-da-a-luz-gemeos-em-parto-humanizado/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2016/06/22/com-intervalo-de-sete-horas-funcionaria-publica-da-a-luz-gemeos-em-parto-humanizado/#respond Wed, 22 Jun 2016 11:49:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=5883 Damaris chegou ao hospital com Gael quase nascendo (Elis Freitas Fotografia)
Damaris chegou ao hospital com Gael quase nascendo (Elis Freitas Fotografia)

A funcionária pública Damaris Carvalho, 36, nasceu de um parto violento. Sua mãe sofreu com muitas intervenções desnecessárias. Por isso, ela achava que a forma mais segura de dar à luz era pela cesárea. Até que ela assistiu ao trailer do documentário “O Renascimento do Parto”.

“Nasci em um parto violento e cresci ouvindo sobre isso. Só que o trailer do filme mostrou duas coisas que me deixaram muito revoltadas. Uma era que a mulher aprendia a se sentir incompetente para parir, como se seu corpo não fosse dar conta. A segunda eram as falsas indicações de cesárea”, contou ela.

Depois de se informar, Damaris engravidou sabendo o que esperar de um parto.  “Descobri que o me que dava medo não era o parto natural, mas sim as intervenções médicas desnecessárias. Que mulher quer ser cortada?”, disse.

Seu primeiro filho, Davi, de 2 anos e 4 meses, nasceu de parto humanizado. Na semana passada, ela deu à luz Gael e Athos, com uma diferença de sete horas entre o primeiro e o segundo nascimento.

“Os pódromos [contrações iniciais] tinham começado há três semanas. Na segunda-feira, comecei a ter mais dilatação. E na quarta, a bolsa rompeu. As pessoas têm medo do desconhecido, mas quando a gente se informa sabe que o parto é um processo fisiológico”, disse Damaris.

Com tanta segurança sobre o que esperar daquele momento, a funcionária pública disse que teve tempo para fazer o cabelo e as unhas antes de entrar em trabalho de parto. “Cada mulher dá à luz de um jeito. E sua vontade tem de ser respeitada.”

Em casa, entre uma contração e outra, ela conversava com o marido, brincava com o filho e ainda retocava a maquiagem. “Lógico que não dá pra se maquiar na hora da contração. Mas entre uma e outra, é vida normal. Eu fico feliz durante as contrações, pois sei que está tudo bem com meu corpo e a evolução do meu parto”

Com o aumento das contrações, ela foi para o hospital e chegou quase parindo. “Ele nasceu nas minhas mãos”, diz ela se referindo a Gael.

Depois do nascimento dele, suas contrações foram diminuindo. Quando amamentava, as contrações voltavam. Mas depois pararam. Por isso, ela e o médico concordaram que tomasse um pouco de ocitocina.

“Foi muito pouco, em uma decisão que respeitou minha vontade. Já ia amanhecer, estava muito cansada e as contrações tinham parado. Os dois partos foram humanizados, a diferença é que o segundo não foi totalmente natural, afirma.

Para ela, a dose de ocitocina que tomou não pode ser comparada àquela aplicada em gestantes que estão sem dilatação e levam em conta apenas a pressa do médico de acelerar aquele parto. E antes de Gael nascer, ela ainda comeu um lanche.

Gael e Athos (Elis Freitas Fotografia)
Gael e Athos (Elis Freitas Fotografia)

Moradora de Cuiabá, ela critica hospitais que dizem não ter estrutura para um parto humanizado. “Parto humanizado é respeitar a vontade da mulher. É como dizer que não tem estrutura para um parto respeitoso.”

A taxa de cesárea ainda é muito alta na rede privada, atingindo 80% em média. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que esse percentual não passe de 15%. Para estimular a queda desse índice, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) lançou um programa que estimula o parto normal em instituições públicas e privadas.

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Veja lista de 28 hospitais participantes de projeto de incentivo ao parto normal https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/03/28/veja-lista-de-28-hospitais-participantes-de-projeto-de-incentivo-ao-parto-normal/ https://maternar.blogfolha.uol.com.br/2015/03/28/veja-lista-de-28-hospitais-participantes-de-projeto-de-incentivo-ao-parto-normal/#respond Sat, 28 Mar 2015 13:20:18 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://maternar.blogfolha.uol.com.br/?p=3284 Mulher usa banheira durante parto em hospital público (Foto: Divulgação)
Mulher usa banheira durante parto em hospital público (Foto: Divulgação)

O Ministério da Saúde, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e o Hospital Israelita Albert Einstein anunciaram nesta sexta-feira a lista de 28 maternidades selecionadas para participar do projeto de incentivo ao parto adequado. Desse total, 23 são da rede particular e cinco pertencentes ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Um dos objetivos do projeto é reduzir o número de cesáreas no país, que ultrapassa a marca de 80% na rede privada. No sistema público, essa taxa cai para 40%, mas mesmo assim fica acima da média de 30% verificada em países europeus.

Desenvolvido em parceria com o IHI (Institute for Healthcare Improvement ), o projeto prevê basicamente três modelos de atendimento à grávida em trabalho de parto: 1) pela equipe de plantonistas da maternidade; 2) por enfermeiras obstetras e acompanhante; 3) por uma equipe de médicos que fizeram seu pré-natal.

A implantação desse projeto também prevê a adequação da mão-de-obra dos hospitais, que poderão precisar contratar plantonistas e outros profissionais para atender as grávidas.

A partir da assinatura da parceria, os hospitais selecionados terão 18 meses para se adequar às diretrizes do projeto de incentivo ao parto adequado.

Veja abaixo a lista de hospitais selecionados:

Rede particular

MT – Cuiabá – Fêmina Hospital Infantil e Maternidade Nordeste

BA – Salvador – Hospital Teresa de Lisieux

CE – Fortaleza – Hospital Regional Unimed Fortaleza Norte

PA – Belém – Maternidade do Povo Sudeste

ES – Serra – Vitoria Apart Hospital

ES – Vitória – Hospital Dia e Maternidade Unimed

MG – Belo Horizonte – Hospital Mater Dei

MG – Nova Lima – Nova Lima Hospital Vila da Serra

MG – Pouso Alegre – Hospital e Maternidade Santa Paula

RJ – Duque de Caxias – Hospital Daniel Lipp

RJ – Niterói – Complexo Hospitalar de Niterói

RJ – Rio de Janeiro – Perinatal Barra Casa de Saúde Laranjeiras

RJ – Rio de Janeiro – Casa de Saúde São José

SP – Ribeirão Preto – Maternidade Sinhá Junqueira

SP – Santo André – Hospital e Maternidade Brasil

SP – Santos – Hospital São Lucas de Santos

SP – São Paulo – Hospital Santa Helena

SP – São Paulo – Hospital Nipo Brasileiro

SP – São Paulo – Hospital SEPACO

SP – São Paulo – Hospital da Luz Azevedo Macedo

PR – Curitiba – Hospital da Mulher e Maternidade Nossa Senhora de Fátima

RS – Porto Alegre – Hospital Moinhos de Vento

SC – Joinville – Centro Hospitalar Unimed Joinville

SUS

PA – Belém – Hospital Samaritano Nordeste

CE – Fortaleza – Hospital da Mulher de Fortaleza

CE – Fortaleza – Hospital Cura D’Ars

PE – Recife – Hospital Agamenon Magalhães Sudeste

MG – Uberlândia – Hospital de Clínicas de Uberlândia

 

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